Bad Romance escrita por Ninah Alves


Capítulo 1
Capítulo 1- Daqui pra frente


Notas iniciais do capítulo

N/a: Não deixem de comentar PEOPLE!!!



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Capítulo Um - Daqui pra frente

 

 

“Mas espero que daqui pra frente tudo se renove pra nós dois. Nossas vidas são tão diferentes. Viva agora tudo o que sonhou. Muita coisa ainda está por vir. Muita coisa ainda vai mudar...” (Nx Zero)

 

 

Dizem que quem tem sorte no jogo tem azar no amor!

 

Então esse deve ser o meu caso. De todas as hipóteses a menos provável é que eu me apaixone por alguém. Não que eu não queira, longe disso, mas eu não sirvo para essas coisas de relacionamento. Eu sempre acabo me dando mal, então prefiro ficar sozinha e curtir a minha solteirice. Mas nada de amor. Porque todos eles acabam da pior maneira.

 

Meu lema é: antes só do que mal acompanha e presa em um romance ruim!

 

- Crianças tá na hora de entrar!

 

- Ahhhhh professora Bella só mais um pouquinho - elas pediram em coro.

 

- Nada disso, ontem por causa desse mais um pouquinho eu não consegui terminar o programa de geografia. Entrem! – disse rindo e dando palmadinhas nas costas de cada um dos meus alunos.

 

Eles eram a minha vida, a minha paz. Eu adorava a minha profissão e até os alunos mais levados como o...

 

- Brian pare de fazer isso você vai se machucar?! – briguei com o ser de um metro e vinte cinco de altura, cabelos louros e olhos azuis da cor do céu que estava dependurado de cabeça para baixo no ferro do balanço.

 

Como ele tinha conseguido fazer aquilo?

 

Um dia eu teria um enfarto com essas crianças. Sério!

 

- Professora olha pra mim? - segui a voz até encontrar o dono.

 

- Kevin pelo amor de Deus! – corri até ele que estava todo cheio de lama dos pés a cabeça. – Sua mãe não vai gostar nada disso – falei tirando ele de lá. Assim como Brian, Kevin também tinha cabelos loiros, mas seus olhos eram de um preto brilhante assim como os da mãe.

 

Filhos gêmeos de Mike e Jessica Newton, esses dois seres angelicais e travessos não davam um minuto sequer de sossego. (N/a: Kevin e Brian, respectivamente.)

 

- Vocês dois! – como professora, às vezes era relevante impor a minha autoridade. Havia hora para tudo! – Agora pra sala – sempre funcionava quando eu fechava a cara fingindo estar aborrecida. Eles me respeitavam muito e sabiam que eu não os proibia de brincar quando era necessário e até estendia o tempo muitas das vezes. – Kevin – o travesso com cara de anjo e sujo de lama parou. - Lave as mãos antes de ir para sala – ordenei.

 

- Sim professora Bella! – eu ri com o biquinho que ele fez.

 

- Eu não sei como você não pira – disse Jacob me fitando de cima a abaixo debruçado na grade que dividia o parquinho das salas.

 

Eu não o tinha visto lá, será que já estava me observando há muito tempo?

 

- Já estou acostumada – respondi.

 

- Eu queria saber se hoje você vai a La Push?

 

- Não sei Jake.

 

- Por quê? Há uma semana você disse que iria. Ângela disse que vai.

 

- Eu tenho umas provas para corrigir e o semestre já está acabando... Não posso me atrasar! - era uma desculpa boa, mas na verdade era a solução que encontrei para não ir.

 

Eu e Jacob havíamos saído algumas vezes e ele até chegou a me pedir em namoro, mas eu não aceitei. Ele era doce, educado, dono de uma loja de carros em Sealtte, solteiro e diferente dos outros não era galinha. Tinha tudo para dar certo, mas não ia rolar.

 

Não comigo!

 

Eu não era mulher de me prender a um relacionamento só para dizer que tinha namorado. Muitas das minhas amigas do ginásio já estavam casadas, algumas já tinham até filhos como a Jessica. Mas eu me sentia bem solteira. A minha liberdade era a primeira coisa na minha lista de prioridades, mesmo porque, eu tinha me prometido não me relacionar com mais ninguém.

 

- Eu não vou insistir Bella – ele disse se afastando. – Se você quiser ir, me fala que venho te buscar – levou uma das mãos aos lábios me jogando um beijo.

 

- Ok eu te informo! – gritei dando tchau.

 

Voltei para a sala e as crianças como sempre estavam fazendo aquela zona. Subiam nas cadeiras, jogavam bolinhas de papel umas nas outras, os meninos tentavam roubar beijinhos das meninas que gritavam e saiam correndo, enfim tudo normal, se não fosse assim não seriam crianças de seis ou sete anos na primeira série do ensino fundamental.

 

- Vamos pegar o livro de geografia e abrir na página quarenta e oito – pedi elevando a voz e assim eles fizeram.

 

Quando o sinal tocou anunciando o fim das aulas, eu levei as crianças em fila indiana até o portão – como era costume da escola –, entreguei um a um aos seus pais ou tutores e desejei um bom final de semana.

 

- Kevin – abaixei para depositar um beijinho na bochecha dele como fazia com todas as crianças e o levei até sua mãe que já esperava com o seu irmão gêmeo Brian.

 

- Kevin de novo?! – Jessica não estava contente com a roupa cheia de lama do filho. – Ah Kevin, por que você faz isso? Filho a mamãe já disse para você não fazer isso, não disse? – Jessica passava um sermão no filho. – Bella às vezes eu sinto inveja de você, sabe?

 

Eu fiquei sem reação com a confissão de Jessica.

 

- Por que Jess?

 

- Ah porque você é solteira e não tem filhos – me respondeu dando de ombros.

 

- Você tem filhos lindos Jessica. Dois anjos! – aleguei.

 

- Duas pimentinhas, isso sim – voltou sua atenção para dentro do carro para olhar as crianças que agora brigavam para ver quem ficaria na frente.

 

- Você é feliz, bem casada com o Mike que sempre foi o príncipe dos seus sonhos – comentei e ela sorriu largamente. – E agora tem duas lindas crianças. Isso é fase Jessica, logo, logo eles melhoram e param de fazer tanta travessura – informei.

 

- Espero amiga, eu espero. Se não terei que me internar. Sério?! – ela ria. – Eles me deixam loucos em casa. Queria eu ter essa sua paciência! Não agüentaria ser professora – confessou.

 

- Mas você é uma ótima chefe de cozinha e tem um belíssimo restaurante em Port Angeles. Eu já sou péssima na cozinha – nós caímos na gargalhada e trocamos mais duas ou três palavras para depois se despedir e cada uma seguir seu rumo.

 

O dia tinha sido longo e confesso que um pouco cansativo. Acho que nem se eu quisesse ir ao Luau que o Jake e seus amigos estavam armando em La Push eu conseguiria. Eu lecionava em duas escolas, uma em Forks - onde eu morava – para alunos da 1ª a 4ª série e outra em Port Angeles para alunos do pré- vestibular. E olha, esses eram os piores. Sempre tinham as respostas na ponta da língua, eles conseguiam quase tirar a minha paciência.

 

É... eu disse quase, porque para fazer isso tem que ser uma coisa muito grave!

Parei o carro na porta de casa e relaxei no banco, eu estava tão cansada que dormiria ali mesmo. Mas a minha cama Box me chamava lá dentro - eu até podia escutá-la daqui gritando o meu nome - e era ela a quem eu queria. Estacionei o carro na garagem e subi rapidamente para tomar um bom banho, mas parei no meio do caminho ao ver que tinha mensagens de voz no telefone.

 

Sentei na bancada da pia e apertei o botão do telefone para escutar as mensagens.

 

- Você tem três mensagens! – comunicou-me a programação. – Primeira mensagem...

 

“Filha aqui é seu pai... e sua mãe. – gritou minha mãe interrompendo meu pai. Ela nunca perdia essa mania! - Nós estamos te ligando para saber como você está. Sentimos muito a sua falta... e quando você vai cogitar a idéia de vir morar na Califórnia com a gente? Beijos. Nós te amamos!”

 

Depois que meu pai adquiriu a aposentadoria por tempo de serviço ele resolveu mudar de ares – literalmente – a Califórnia sempre foi o seu sonho de consumo e da minha mãe também. Mas não o meu... Eu fiquei porque já tinha me formado e estava trabalhando na Forks Elementary School e não era em todo lugar que conseguiria emprego assim de cara, então optei por ficar, meus pais me deram a casa, eu a reformei do meu jeito, comprei um carro e tudo estava nos eixos e perfeito. Mais perfeito que isso impossível!

 

- Segunda mensagem...

 

- Oi Bella aqui é o Jake. Estou te ligando para saber se você vem no Luau? Olha eu queria muito que você viesse... Qualquer coisa me liga tá?

 

Eu não iria, eu já tinha resolvido isso e já estava só de calcinha e sutiã na minha cozinha.

 

- Terceira mensagem...

 

- Bellaaaaaaaaa – essa era a doida da minha amiga Ângela. – Vamos ao Luau amiga? Estou indo com o Ben. Ah ele me convidou para sair de novo! Você acredita? Ai eu disse que queria ir a um Luau e ele topou... Bom estou indo qualquer coisa me liga. Beijos!

 

É agora que eu não iria mesmo. Pagar de candelabro não era comigo. Eu já estava muito velha para me fazer passar por isso. Tá bom...não tão velha assim...26 anos vai. Mas eu não ia ser vela, ah... não ia mesmo.

 

- Fim das mensagens – aquela vozinha irritante disse. Peguei minhas tralhas e subi para um bom banho.

 

Entrei no banheiro e liguei a banheira, enquanto enchia eu foi tonificar a minha pele. Não é porque eu não tenho namorado que eu tenho que ficar um bagaço! Terminei de lavar meu rosto e esfoliar bem, ascendi umas velas aromatizantes que eu tinha na pia para iluminar o ambiente, coloquei o CD do Beethoven e parti para o meu banho relaxante e cheio de sais.

 

Aos poucos os meus músculos foram se aliviando ao sentir a água quente, aquela sensação era impar. Ajeitei-me na banheira recostando a cabeça e deixei a música me levar para lugares desconhecidos. Hoje era sexta-feira, eu era uma mulher solteira, não tinha nada para fazer e ninguém para me perturbar. Isso era tão bom!

 

Forks era uma cidade minúscula, sem muitas opções para uma noitada – diga-se de passagem, nenhuma opção -, para tentar se divertir e conhecer pessoas tinha que ir a Sealtte ou Port Angeles.

 

E eu não estava nem um pouco empolgada com a idéia de sair da minha banheira!

 

Analisei sobre a minha possível ida ao Luau com Jacob. Mas logo descartei essa possibilidade, pois o banho de sais estava melhor. Analisei também sobre a minha possível mudança para a Califórnia, aquele lugar era muito lindo e aconchegante e mais eu ficaria perto dos meus pais e não sentiria tanta saudade. Só que fazer uma mudança dessas interfere em outros assuntos. Eu teria que arrumar um emprego lá – não ficaria a mercê dos meus pais –, um apartamento, fazer o transporte do meu carro, móveis e arrumar um comprador para casa.

 

São assuntos complicados e que tinham que ser analisados meticulosamente para não ter margem de erro, porque depois de decidido não haveria retorno.

 

E o caso “amiga louca” Ângela, eu nem analisei porque era irrelevante no momento!

 

A sinfonia de Beethoven me ajudava cada vez mais a fechar os olhos, sentindo o perfume aromatizante de rosas que exalava das velas, o ambiente era convidativo e místico. O sono já me dominava, era normal eu cochilar na banheira depois de um dia exaustivo.

 

Já não conseguia pensar mais em nada, eu estava leve, flutuando...

 

 

*TRIM * TRIM*

 

 

Isso não fazia parte da sinfonia de Beethoven!

 

 

*TRIM * TRIM*

 

 

Novamente aquele som estridente veio aos meus ouvidos.

 

Merda! Levantei-me cheia de sabão, já molhando todo chão, catei a toalha e peguei o celular.

 

- Alô! – nem me dei ao trabalho de olhar quem era.

 

- Bella! – agora eu sabia quem era. Jacob!

 

- Oi Jacob.

 

- Você não me ligou...é...você vem? – ele estava nervoso eu sabia, porque toda vez que ele gaguejava era um indicativo de nervosismo.

 

- Jacob eu estou dormindo – despistei, eu já estava com a voz embargada mesmo por que estava cochilando.

 

- Com música?

 

Merda! Agora Beethoven tinha que forçar mais a sua orquestra? Daqui a pouco virava uma banda de rock.

 

- Não, é Beethoven – respondi sem graça. Ele não precisava saber das minhas manias.

 

- Hum...sei...mais você vem? Ângela está aqui, disse que te ligou, mas você não retornou a ligação dela – ele era insistente.

 

- Jacob vamos fazer o seguinte – pedi a mais educada possível. Jacob era uma ótima companhia, um ótimo amigo e nas horas vagas da minha agenda um ótimo ...ah vocês sabem o que? – Hoje eu estou muito cansada – o ouvi querer começar a argumentar, mas me apressei em cortá-lo. – E amanhã a gente pode sair o que acha?

 

- Tudo bem Bella – sua voz saiu derrotada. – Se eu não posso ter a sua companhia hoje, eu espero até amanhã. Suportarei algumas horas longe de ti – quem ouve isso pensa que ele me vê todo dia!

 

- Que drama Jake! – comentei rindo.

 

- Você é um drama misterioso, minha Bella! – depois dessa eu gargalhei.

 

- Já chega Jake, porque você não é Willian Shakespeare – implorei.

 

- Então está combinado amanhã? Eu te ligo então.

 

- Não... deixa que eu te ligo, tenho que fazer muitas coisas pela parte da manhã e vejo o melhor horário – expliquei.

 

- Oh mulher atarefada! Quando que eu vou ter um espaço reservado na sua agenda? –fiquei rubra com a sua cantada, sorte ele estar do outro lado da linha.

 

- Tchau Jake! – disse desligando o telefone, antes que ele aprontasse mais das suas.

 

Eu já estava seca ao terminar de falar ao telefone com Jake, minha vontade de voltar para a banheira era a mesma que zero. Então eu liguei o chuveiro, me ensaboei novamente, me enxagüei, me sequei e sai para dormir. Agora eu tinha a plena certeza que ninguém me interromperia.

 

Tudo escuro era assim que eu gostava do meu quarto, eu já sabia que tinha amanhecido porque o meu despertador não parava de me importunar, mas a escuridão era tão sedutora que eu não resisti dormindo mais um pouco, afinal de contas era sábado e eu não tinha que dar aulas, só tinha que aproveitar o meu tempo.

 

Merda! Levantei alarmada e quando olhei... Tinha que ser proibido uma pessoa dormir tanto tempo assim. Eram cinco...não cinco da manhã e sim, cinco para o meio dia.

 

Vesti meu hobby e fui ao banheiro fazer minha higiene pessoal, mal terminei e desci para almoçar, porque tomar café estava fora de cogitação naquele horário.

 

- Boa tarde dona Bella! – me cumprimentou Anita, minha empregada.

 

- Boa... – bocejei - Anita. Eu dormi tanto – comentei me despreguiçando. - Por que você não me acordou? – perguntei sentando-me à mesa do café.

 

- Bella você trabalha tanto e acorda muito cedo durante toda a semana, uma vez ou outra acordar esse horário não faz mal – Anita parecia a minha mãe. Ela era uma senhorinha muito fofa e simpática, tinha cabelos grisalhos até os ombros, olhos cor de âmbar e usava óculos quadrados.

 

Em falar em óculos cadê os meus? Eu tenho que corrigir...

 

- Anita você tinha que ter me acordado querida!

 

- Bella você não vai comer? – interpelou quando me viu levantar instantaneamente da cadeira.

 

- Vou – respondi pegando uma maçã verde e mordendo.

 

- Só isso? – perguntou desapontada. Tinha tantas guloseimas na mesa que dava até dó. Eu já tinha falado para Anita parar de fazer tanta comida! Só eu morava naquela cara. No final das contas eu tinha que obrigá-la a levar para casa ou distribuir para os necessitados do bairro dela lá em Sealtte.

 

- Eu tenho que corrigir umas provas Anita. Depois eu volto para o Almoço – expliquei.

 

- Tudo bem minha filha – ela nem contestou porque sabia que ia perder. – O que eu faço para o almoço?

 

- Qualquer coisa – gritei da subida da escada.

 

Anita veio trazer o meu almoço no quarto, já me esqueci de descer. Estava tão compenetrada corrigindo aquelas provas do pré-vestibular que acabei me esquecendo da hora.

 

Almocei depois ela voltou e pegou meu prato, eu disse que não precisava que estava tudo bem e que ela podia tirar o resto do dia de folga, mas Anita era cabeça dura, e insistiu em ficar para lavar a louça e depois disse que ia.

 

Ela se foi e eu continuei ali. Só quando corrigia provas que eu tinha noção de pára quantos alunos eu lecionava.

 

Meu telefone tocou e foi ai que me atentei que estava super atrasada para sair com o Jake e que nem ligado pra ele eu tinha!

 

- Jake eu já estou pronta só falta você vir me buscar – aleguei dispensando o “Alô”.

 

- Fiquei esperando a sua ligação.

 

- Eu sei... Eu sei. Me desculpa Jake, eu me desliguei do mundo corrigindo provas – mencionei.

 

- Daqui a meia hora estou ai, tudo bem?

 

- Tudo Jake – respondi. Ele sabia que eu não tinha tomado banho e nem me arrumado. Jake sabia muitas coisas de mim que até eu desconhecia. – Até mais Jake – me despedi.

 

- Até mais Bells!

 

Mentir para Jacob Black era uma tarefa extremamente difícil e requisitava estratégia. Coisa que eu não tinha. Com ele ou era a verdade ou era a verdade, ele sabia logo quando eu mentia. Será que eu era tão óbvia assim, ou era ruim mesmo em mentir?

 

Tomei um banho ao estilo vapt-vupt e já estava a procurar no meu closet algo para vestir.

 

Não demorei muito a escolher algo que me caísse bem. Eu tinha muitas coisas do passado nas quais queria esquecer e enterrar, mas de uma eu fazia questão de lembrar todo dia e de ligar sempre que tinha tempo: Alice Cullen. Minha melhor amiga sempre a disposição, apesar da distância.

 

Hoje ela morava em Nova Iorque e era uma grande estilista – esse era o seu sonho que eu nunca duvidei que ela realizasse -, casou com Jasper Hale e tem um filho chamado Joseph que eu só conheço por fotos, mas é a coisa mais fofa que já vi no mundo.

 

Ela me ensinou tudo o que sei sobre moda e beleza e sempre que lança uma nova coleção faz questão de me mandar uns dois ou três vestidos. Embora isso seja desnecessário. Onde eu vou usar tantos vestidos chiques? Para brincar com as crianças no parquinho da Forks Elementary School é que não era. Por isso, Ângela – minha melhor amiga ainda sobrevivente e moradora de Forks – é que saia ganhando, ou seja, ela ganhava os meus vestidos - ou algum deles - e como era advogada e vivia em eventos ela nunca saia mal na foto.

 

Peguei um lindo vestido azul marinho com listras transversais pretas e tomara que caia que Alice me deu e vesti. Eu amava aquele vestido, ele combinava perfeitamente comigo porque era simples e discreto. Calcei meus sapatos de salto altos e com lacinhos na frente amarelos e escovei meus cabelos. Acho que não precisava mais de nada! Fiz uma maquiagem bem simples, peguei minha bolsa e encharpe só para o caso de sentir frio - já que estávamos no verão e os dias estavam um pouco mais quentes - e desci para esperar Jacob.

 

Parei olhando-me no espelho da minha sala de estar e vi o quanto eu estava linda. Se Alice estivesse aqui diria que eu decapitaria corações daquele jeito. Ri sozinha ainda me olhando e lembrando-me daquela baixinha que me fazia muita falta. Corri até o quarto novamente e peguei a máquina digital programando esta para tirar uma linda foto e depois enviar por email para minha amiga.

 

A campainha tocou apresando-me, desci para receber Jacob e quase cai para trás de tão lindo que ele estava com o seu terno cinza chumbo, blusa preta e sapatos sociais da mesma cor. Seu cabelo estava mais curto e arrepiado na frente e seu olhar me envolvia deixando-me enrubescida.

 

- Você está bela minha Bella – tinha que ter o trocadilho não é? Ele pegou a minha mão e depositou um beijo me fazendo estremecer. Jacob me surpreendia com o seu jeito galanteador.

 

- Obrigada Jacob – disse abaixando o olhar sentindo minhas bochechas pelando, eu odiava ficar rubra, acho que nem se vivesse 100 anos isso mudaria. Droga! – Você também está lindo! – fui sincera, mentir pra que se ele estava um gato.

 

- Vamos? – perguntou me oferecendo o braço. Eu só balancei a cabeça confirmando e ele me levou até seu carro, abrindo a porta do carona gentilmente para que eu entrasse e depois tomar seu lugar no banco do motorista.

 

Seguimos conversando amenidades até o nosso destino. Pelo menos foi o que eu pensava até ver que Jacob tinha mudado de direção ao entrar em La Push. E a partir daí eu sabia que de segundas intenções o inferno estava cheio e que Jacob não era tão santo assim como eu pensava. Eu não falei nada, afinal de contas quantas vezes eu já tinha estado naquela casa com ele? Muitas, eu digo a você. E por mais que ele estivesse com segundas ou terceiras, eu já estava com quartas intenções porque aquele terno ao estilo 007 o deixava muito gostoso.

 

Tentei evitar olhar para os seus músculos que forçavam o blazer do terno e passei a me concentrar na sua boca. Mas não deu muito certo porque ela era tão carnuda e beijável que se eu olhasse mais acabaria cometendo suicídio ao agarrar ele com o carro em movimento.

 

Tudo bem, eu vou admitir! Eu precisava de um homem na minha vida, mas não estava preparada para isso. Jacob tinha tudo para ser o par perfeito e pais dos meus filhos – olha eu pensando além -, mas ele era muito perfeito para ser magoado por mim, ele merecia coisa melhor e a nossa relação “ficante” estava boa como estava.

 

Subimos uma entrada ladrilhada que dava acesso a casa do Jake que ficava quase no meio da floresta. Jake nasceu em La Push e dali não sairia nunca, sua casa bem localizada e de arquitetura peculiar representava muito bem isso. Ele casaria, teria filhos e morreria ali. Sem discriminações, isso era o que eu via no Jake. Mas eu esperava mais da minha vida! Forks era tudo o que tinha no momento e por vezes pode até parecer coisa de sádica ficar numa cidade a qual me trazia tanta dor, mas eu esperava o momento certo de sair daqui. Um empurrãozinho talvez!

 

Passamos pelos vastos jardins - bem ornamentados - e já estávamos na porta da residência - nada humilde - do Jake. Não entendia o porquê de uma casa tão grande só pra ele. Seu pai morava ainda no mesmo lugar, com a exceção de ter a casa inteiramente reformada e adaptada para sua melhor comodidade. Rachel casou-se com Embry e se mudou para o Havaí. Quem diria um dia a Rachel no Havaí?! Nesse momento ela deve estar dançando a ula-ula com o Embry* na praia.

 

*Eu sei que é o Paul o namorado da Rachel na Saga, mas abstrai esse fato e pense que é o Embry, porque o Paul vai aparecer no capítulo 8.

 

Como sempre cavalheiro, Jacob abriu a porta do carro para que eu saísse, enlaçou sua mão na minha e me acompanhou até a entrada. Abriu a porta dando-me passagem para adentrar na sua grande e luxuosa sala de estar. Eu já conhecia muito bem aquela casa mais ainda ficava admirada com o bom gosto do Jake e com a quantidade de objetos e quadros que ele tinha. Quando éramos jovens eu desconhecia esse lado do Jake. Mas depois que ele começou a ganhar dinheiro com a sua oficina, ele não titubeou em aumentar o negócio e começar a vender carros usados, para depois passar a vender carros zero e também trabalhar com pintura e lanternagem. Tudo o que você precisar sobre carros, você encontrava na Jacob’s Tuning!

 

Ainda dentro da casa, passamos pela cozinha até chegar ao lado de fora onde tinha uma linda e exótica varanda de madeira. Eu não entendia aonde Jake queria me levar. Quando ele mudou a direção da estrada e me trouxe para a sua casa, eu pensei outra coisa! Tá bem, eu estou meio perversa porque estou à deriva tem uns meses! Mas eu queria entender...

 

(Off!)

 

Momento “off” porque fiquei sem fala. Eu não acreditava no que meus olhos viam e eu não os esfregaria porque acabaria borrando toda a minha maquiagem – e fazê-la deu um trabalho, nem te conto –, então optei por piscar várias vezes para ver se o que via era real. E... sim era real.

 

Atrás da casa de Jacob passava um lindo rio, mas fazia uns quatro meses que eu não ia lá e não sabia que ele tinha feito obra. Porque antes tudo era gramado, mas agora ele tinha implantado um piso de madeira que cobria toda a extensão da varanda até a beirada do rio. E lá estava a coisa mais linda que alguém já tinha feito por mim. Era simples, mas linda. Uma mesa de jantar para duas pessoas com velas suspensas em um candelabro de ferro rústico – bem diferente né? – e com um espaço ao meio para por as velas dentro de um recipiente transparente.

 

Era lindo! Mil vezes lindo a vista do rio e das árvores que o compreendia. Eu estava fascinada com tudo!

 

- Gostou? – ele ainda tinha coragem de perguntar?

 

- Claro! – respondi empolgada demais.

 

- Que bom – ele riu puxando a cadeira para que eu sentasse. – Porque você ainda não viu nada!

 

Como assim nada? Tudo já estava perfeito, como poderia ficar mais?

 

Foi ai que como respondessem a minha pergunta, dois garçons apareceram, um trazendo a comida e outro a bebida e atrás deles vinham um homem e uma mulher. Essa parte eu não tinha entendido.

 

- Boa noite! – cumprimentou Jake a todos.

 

- Boa noite! – eles responderam em uníssono.

 

 

The Little Things - Colbie Caillat (N/a: Escutem a música que é linda! Nesse caso é o Jake que oferta essa música a Bella)

 

 

- Podem servir. Minha convidada já chegou – pediu Jake e foi ai que a mulher começou a cantar enquanto o cara tocava o seu violão em perfeita harmonia com a canção e eu não sabia mais o que dizer. Eu só sorria deslumbrada com tudo aquilo.

 

Nem preciso dizer que o Jantar foi surpreendentemente primoroso. Quando terminamos de degustar toda aquela obra de arte em forma de comida, Jake me acompanhou até sua sala de estar para terminarmos o nosso vinho.

 

- Jake você não existe! – disparei.

 

- Existo sim – disse ele em tom brincalhão. – Senão como eu faria tudo que fiz hoje por você?

 

Bom...nem preciso falar que fiquei rubra, não é?

 

- Eu agradeço muito Jake, foi amável da sua parte fazer isso! Nós podíamos ir a um restaurante em Sealtte ou Port Angeles não precisava desse trabalho todo – olha eu dando uma de modesta, mal ele sabe que por dentro estou quicando de alegria.

 

- Não surtiria o mesmo efeito! – comentou. – Ver seus lindos olhos cor de chocolate brilhando não teve preço minha Bella! – ele me puxou pela cintura colando nossos corpos. – Se você quiser a noite termina aqui, mas se quiser continuar estou as suas ordens.

 

Morri! Sério... Morri e ressuscitei. Sai da frente que eu quero passar! Fui a júpiter, passei por marte não deixando de dar um oi para a nossa maior estrela e voltei.

 

- Então o que você me diz? – por favor, não sussurra assim que eu gamo? – Você quer finalizar a sua noite ou quer ter outras surpresas?

 

- Se você insiste – respondi melosa laçando com meus braços o seu pescoço. – Eu não hesitarei em ver essas surpresas – ele jogou a cabeça para trás soltando uma gargalhada para depois tomar-me num beijo avassalador.

 

Ele se afastou de mim por alguns segundos pegando o meu copo de vinho e colocando na mesa de centro da sala, me agarrou pela cintura mordendo sedutoramente o meu pescoço fazendo-me sentir um frio na espinha. E daquele gesto de Jacob em diante eu sabia que não dormiria aquela noite.

 


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Notas finais do capítulo

N/a: E ai o que acharam?Devo continuar?