Objeto Perdido escrita por Alfa Stark


Capítulo 3
Capítulo dois


Notas iniciais do capítulo

E aí, galerinha, tudo bem? Bom, quero agradecer ao incentivo da leitora Katherine e torço muito para que gostem de mais esse capítulo. BOA LEITURA!!



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Me sinto completamente hipnotizada, algo em seus olhos me puxam de um modo sobrenatural. Seu corpo é de um modo escultural espetacular, seus cabelos negros são bagunçadamente distribuídos por sua cabeça, seus lábios meramente rosados fazem o contraste perfeito com sua pele extremamente branca, mas o que mais se destaca em meio a tudo, com toda a certeza, são seus olhos.

– Me deixa adivinhar, você também é uma novata? – ouço uma voz feminina bem atrás de mim e me viro repentinamente, meu coração dispara devido ao susto. – Prazer, meu nome é Cora, tenho um bom faro para novatas. – Cora é uma menina muito extrovertida, noto isso logo de cara. Seu cabelo é lisamente imenso e vermelho, um vermelho muito vivo e forte. Seus olhos têm tom de caramelo, porém um pouco mais escuro, seu sorriso é contagiante e esplendidamente branco. – Qual é o seu nome?

– Ham... – por um instante eu não sei o que responder, tudo ao meu redor me intimida, e o dono dos olhos azuis desapareceu, sem nem ao menos eu notar sua saída. – Melanie.

– Em que turma você está? – perguntou Cora, enquanto prende seu imenso cabelo, formando um coque vermelho.

– Terceiro ano... – procuro meu nome na lista rapidamente para ver a turma em especifico. – A.

– UHUL! – a garota grita, o que me causa um pequeno pulo de susto. – Caio, temos uma novata em nossa sala! – não faço a menor ideia de quem pode ser esse tal de Caio.

– Não acredito! – surge um garoto magro e com muito cabelo, super bagunçado e castanho, do meio da multidão. – Uma nova amiguinha para nós, Cora!

– Claro! – eles se cumprimentam com um toque divertido de mãos. – Quer dizer, se não assustarmos ela antes disso, não é. – a risada foi geral. O riso me contagiou, e depois de algum tempo eu realmente dou risada de verdade. – Bom, - Cora continua. – Vamos entrar, antes que fiquemos atrasados.

A escola é enorme, os corredores são largos e infinitos, há várias salas, vários armários, e aos poucos acabo me acostumando com o ambiente e uma faísca de felicidade se acende meramente dentro de meu peito.

– Aqui estamos no terceiro ano! – exclama Caio parado em frente a uma sala que já se encontra meramente cheia. – Promete ser um grande ano.

– Sempre é um grande ano para grandes pessoas como nós, meu caro. – Cora lhe dá um tapa e me puxa para entrar na sala. Sinto vários olhares sobre mim ao entrar na sala, alguns sorriem para mim, sussurram um “Bem vinda”, outros nem ao menos me olham nos olhos, mas para essas eu sinceramente não ligo, sinto que já encontrei pessoas com quem eu poderei realmente contar perante esse ano. A saudade de Elena, Julie e Erick aperta em meu peito, mas tenho que aprender a conviver com ela, é o único jeito.

Sento-me atrás de Cora, com Caio ao meu lado, há algumas carteiras vazias atrás de mim, por fim, o sinal é soado para o início da aula. Me sinto leve, menos amedrontada, o anel ainda surge em minha mente algumas vezes, me lembro de sua presença em minha bolsa, e apenas de lembrá-lo já sinto um grande calafrio em minha espinha. O professor de matemática entra e tento me desprender daquelas lembranças aterrorizantes.

– Com licença, professor. – ouço uma voz masculina vinda da porta. – Eu posso entrar?

– Você tem sorte de eu ser um professor muito bonzinho e educado, jovenzinho. – resmungou o professor que já se trata de um pequeno senhor. – Entre e se acomode logo, a aula já vai começar.

Meu coração para imediatamente, não vejo mais meios para me desligar dos pensamentos sobre o anel... Os olhos dele se encontram imediatamente com os meus, sem ao menos um desvio. O garoto que antes me fitava, minutos antes, entrou e se sentou bem atrás de onde eu estava. Sinto uma vibração diferente quando seu corpo passa pelo meu, como se algo em mim pertencesse a ele.

Sinto a presença dele durante toda a aula, não me atrevo a virar para trás em segundo algum, mas seus olhos estão me observando, tenho total certeza disso. Cora e Caio falam comigo algumas vezes, mas não consigo prender minha atenção por muito tempo em algo. Escuto sua respiração atrás de mim, seu cheiro aos poucos invadiu meu pequeno espaço vital. Não compreendo o que está acontecendo, não entendo o motivo de estar me sentindo assim, apenas sei que está acontecendo e isso é completamente inevitável.

O calor me invade repentinamente, tento prender minha atenção no professor, já estamos na terceira aula e ainda não consegui focar em muita coisa. Fecho os olhos e respiro fundo, mas tudo o que vejo são os olhos daquele homem sem nome que se encontrava atrás de mim, comparado com a enorme pedra do anel que havia ganhado de minha mãe pela manhã. Não suporto mais de tanto calor, estava até agora tentando não me movimentar muito para não ter o risco de esbarrar nele sem querer, mas não vejo alternativa.

Prendo cuidadosamente meu cabelo, com toda a cautela do mundo para que não haja esbarrão algum, mas ao trazer meu braço de volta para perto do meu corpo, deixo minha mão escorregar por seu cabelo, com certeza ele está escrevendo, ou lendo, coisa do tipo. Sinto fios macios passarem repentinamente por entre meus dedos, um arrepio passa por todo meu corpo.

– Hm... – me viro envergonhada para ele, que sorri e me olha profundamente com seus olhos misteriosamente azuis. – Desculpa, eu acho.

– Tudo bem, acho que eu estava mesmo muito inclinado para frente tentando ler enquanto alguém resolveu prender o cabelo, por aqui. – seu sorriso é maravilhoso e me deixa ainda mais encanada sobre o poder que ele exerce sobre mim. – Prazer moça dos cabelos compridos, meu nome é Jessie. Qual é a sua graça?

– Melanie. – respondo sentindo minha bochecha corar, literalmente pegar fogo. Sacanagem comigo até a sua voz ter um timbre extremamente perfeito. Me pergunto mentalmente que tipo de pessoa ainda pergunta “Qual é sua graça?” no lugar de “Qual é seu nome?”– E mais uma vez, me perdoe.

– Prometo que não atrapalharei mais seu relacionamento com seu cabelo. – seu riso é algo que faz meu coração pular sem nem ao menos entender por que. – Agora, acho melhor ficarmos quietos antes que a professora de biologia fique brava.

– O que?! – eu praticamente grito. – Estamos na aula de biologia? – ele apenas ri e volta a escrever o que havia grifado em seu livro. Sinto-me completamente perdida e aquele bendito anel não sai da minha mente por nem ao menos um segundo qualquer.

O sinal para o intervalo soou e eu não consegui focar em muita coisa, sinto um misto de sentimentos em mim, algo sem muita explicação.

– Eu vi a senhorita conversando com o novato super gato... – Cora diz entre uma mordida e outra de seu lanche. – Ah, vamos Melanie, ele é um deus grego, gostoso, delícia...

– Desse jeito ela vai achar que você é uma piranha safada. – adverte Caio. – Além de ser porca por estar falando de boca cheia.

– Então que ela tenha certeza, oras. – Cora riu. – Mas vamos combinar, ele é lindo demais, até parece ser mais velho com aqueles olhos azuis, sorrindo com o canto dos lábios... Se ele desse em cima de mim, eu casava na hora.

– Fica quieta, Cora. – ri e joguei uma casca de fruta que encontrei perdida em cima da mesa.

O resto da manhã passou meramente normal, a presença de Jessie era nítida o tempo todo, nem ao menos um mero esforço meu era suficiente para apagar sua presença. Cora e Caio me conquistaram por completo em apenas uma manhã e eu estou completamente grata por isso. Mais uma vez o sinal soa e todos saem se atropelando, mesmo perdida, eu logo consigo deduzir que chega a hora de ir embora. Me levanto lentamente, pois sempre fui de esperar todos irem embora para depois partir. Cora e Caio se despedem de mim e saem apressadamente pois o pai de Caio já está na escola e Cora aproveita a carona, Jessie passa por mim e sussurra uma despedida, com seu sorriso encantadoramente meio torto.

Caminho solitariamente pelo corredor de minha nova escola, algumas pessoas ainda se despedem e vão embora, é tudo tão calmo que por um segundo, paro para refletir sobre o porque eu não queria estar aqui.

Desci as escadas calmamente, enquanto procuro o carro de Dan perdido em algum canto da rua, mas não tenho sucesso nessa busca. Pego meu celular e vejo uma ligação perdida, seguida de uma mensagem de Dan dizendo que não poderia me buscar na escola pois tinha se complicado no trabalho. Que maravilha!

Não acredito que terei que voltar sozinha para casa, em uma cidade que nem ao menos conheço direito. Isso apenas me faz lembrar do porque eu não queria me mudar para

lá. Bufo e jogo meu celular na bolsa, enquanto me preparo para uma super caminhada.

– Com licença... – uma voz muito familiar soa em minhas costas. – Mas qual é o motivo de tanta braveza? – me viro e deparo com aqueles olhos azuis novamente... Jessie.

– Meu padrasto resolveu me abandonar aqui. – tento sorrir como se isso tivesse alguma coisa de engraçado.

– Me deixa adivinhar... – ele sorri sem timidez alguma. – Agora a mocinha está brava e irritada apenas por ter que se exercitar um pouquinho?

– Não... – não consegui conter o riso. – É que eu não estou acostumada com a cidade, meio que não sei me localizar, e não gosto de andar sozinha.

– Se isso for um problema, porque não aceita minha companhia? – ele sorri e arruma sua mochila pendida nas costas. – Ai não haverá motivo de tanta ira contra seu pobre padrasto.

Paraliso e nenhuma palavra sai de meus lábios, não consigo acreditar no que acabo de escutar, a ideia de ter Jessie me acompanhando até minha casa me enlouquece, minha mente gira e não penso em mais nada, apenas mergulho na imensidão azul de seus olhos.

– Tudo bem. – finalmente consigo responder sem pensar nas palavras que acabo de proferir.


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Notas finais do capítulo

Ok, sei que ficou meio comprido demais, me desculpem!!! Espero que gostem, de verdade. Imploro que continuem deixando a escritora feliz, com apenas mais um comentário, nada demais... OBRIGADA, BEIJOS!! :*



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