Objeto Perdido escrita por Alfa Stark


Capítulo 25
Capítulo vinte e quatro.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia/Boa tarde/Boa noite, leitores mais lindos do site!!! Eu juro por tudo na vida que estou morrendo de saudade vocês, sério, não estou brincando, não, é muito boa a companhia de vocês. Espero de todo o coração que não tenham desistido dessa mera e maluca história, pois eu jamais desistirei de fazer o impossível para não decepcionar vocês. Como de costume, deixo aqui meus agradecimentos às leitoras mais lindas por tudo que fazem por essa história, pois a mesma só está onde está por causa de vocês: Katherine, Jessica St, Anjinha do Mal, Party Poison [senti muito a falta de você no último capítulo, senhorita "/ kkkk]... Enfim, devo tudo aos meus leitores, toda a inspiração e motivação para continuar.
Para descontar a demora, aqui vai um super capítulo, bem extenso e eu espero de todo coração que goste. Mais uma vez, deixo aqui os links de algumas das músicas temas da história... UMA ÓTIMA LEITURA A TODOS!!
Link 1: https://www.youtube.com/watch?v=cZnPWGfyL8Y
Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=FK8_Sy6HTI4
Link 3: https://www.youtube.com/watch?v=pNt5L6gstaQ



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Erick não podia simplesmente esperar mais alguns segundos para chegar? Meu coração acelera apenas ao pensar na ideia de Erick encontrar Jessie em meu quarto, mas sei que isso se torna uma coisa completamente inevitável. Ouço seus passos na escada, sua voz a me chamar, sua aproximação pelo corredor, minha mente estúpida não consegue pensar em uma saída. Meu quarto ainda está com sangue em diversos pontos. O que falar para Erick?

– Melanie, eu estou indo... – Jessie sussurra, apoiando-se em seus cotovelos para se levantar da cama, mas nem mesmo esse mínimo movimento é possível sem que seu corpo seja levado para a cama novamente, sem que a fraqueza o tome.

– Jessie, não, eu não posso deixar você sair assim. – digo me levantando da cama e apoiando minhas mãos sobre seu ombro para que ele não saia. Está de olhos fechados, sua testa soa e uma onda mista de medo e preocupação corre por minhas veias. Não há resposta alguma de sua porta, logo, sei que está na hora de cuidar do que dizer para Erick.

– Mel, você está ai? – ouço sua voz bem atrás da porta. A maçaneta se move, é a minha hora de agir.

– Oi, Erick. Como vai? – abro a porta repentinamente, fingindo o meu melhor sorriso. Não abro a porta completamente, apenas o tanto necessário para poder ver seu rosto, apenas uma fresta, na esperança de não deixá-lo ver minha cama ou o sangue espalhado pelo chão, pelos moveis.

– Bem... – ele sorri e coça sua cabeça. Olha para o chão e depois diretamente para meus olhos. – Eu que te pergunto, está tudo bem?

– Claro! – exclamo com uma alegria falsa. Pegue mais leve, Melanie, você não sabe nem fingir que não há ninguém praticamente desmaiado em sua cama. – Porque não estaria?

– Não sei, talvez por tudo o que aconteceu ontem... – Erick apoia uma de suas mãos na porta após essas palavras, sua fisionomia muda, o sorriso sumira. Como eu sou idiota. – Melanie, o que você está me escondendo?

– Nunca, Erick, você sabe que eu jamais consigo esconder algo de você. – suspiro, fazendo a maior força possível para que ele não consiga abrir a porta, apoiando meu pé atrás dela.

– Exatamente, por isso não está conseguindo fingir agora. – diz, aplicando mais força para abrir a porta, praticamente prendendo meu pé na porta com tal ato.

– Meu quarto está um pouco bagunçado demais, é só isso, não tem mais nada demais. – digo, tentando não deixar o nervoso em meu tom de voz estragar tudo.

– Mel... – Erick balbucia olhando diretamente para minha mão apoiada sobre a maçaneta. – Isso na sua mão é sangue?

– Sangue? – como não tinha notado que minha mão estava suja com sangue? Sangue de Jessie, com certeza a sujei quando fazia os curativos. – É, mais está tudo bem, eu juro.

– Mel, você se machucou, o que você fez? – ele aplica as forças das duas sobre a porta. – Me deixa entrar... – não consigo mais aguentar e a porta se abre. Erick fica completamente imóvel parado a porta; fecho meus olhos e respondo fundo. E agora, o que direi a ele? – Estou vendo a bagunça que está seu quarto...

– Erick, espera! – coloco-me a sua frente, segurando seus ombros. – Se você estiver pensando que eu e ele estamos tento qualquer tipo de relacionamento, vou ser obrigada a te dar um tapa nesse exato momento.

– Antes me dar o tapa, me explica o que ele ta fazendo aqui. – Erick não olha para meus olhos, seus olhos estão vidrados no corpo desacordado de Jessie em minha cama.

– Eu acordei passando muito mal, não consegui te encontrar, lembrei que ele mora por perto, o chamei, sua pressão caiu na escada, ele desmaiou e foi apenas isso. O sangue é dele, dos machucados que a queda lhe causou. – meu Deus, que história ridícula foi essa que acabei de criar?

– Porque você não me ligou? – Erick finalmente olha em meus olhos novamente.

– Eu sabia que estava com Cora... – desvio meus olhos dos seus, olhando para o chão. Não posso me entregar às lágrimas, por favor, não agora, Melanie.

– Pensei que nosso beijo tivesse significado algo pra você. – ele diz, encostando-se ao batente da porta.

– Espera... – respiro bem fundo e levanto meu rosto novamente, olhando-o fixamente nos olhos. – Porque você está dizendo isso?

– Você preferiu a ajuda dele à minha ajuda, Melanie. – ele responde se desencostando do batente, dando um passo em minha direção. – Eu pensei que nosso beijo poderia mudar algo entre nós.

– Erick, você está sendo muito infantil agora. – sinto um misto de raiva e tristeza ao ouvir aquelas palavras saírem de sua boca. Se ele soubesse que não conto a verdade apenas para protegê-lo... – Você ouviu a parte de que ele está machucado? Ouviu a parte de que eu apenas o chamei porque não encontrei você por aqui e sabia que Cora precisa muito mais de todos do que eu? Por favor, pare de olhar apenas para o próprio umbigo, ok? Você pode não gostar dele, mas eu preciso cuidar para que melhore, assim como faria com você se estivesse na mesma situação. Ele me ajudou ontem quando o corpo de Cora foi encontrado, eu preciso retribuir isso. – lágrimas já escorrem por meu rosto, não há meio de controlá-las. – E em relação ao beijo, pode ser que um dia ele mude algo entre nós, mas no momento, o único que estou suprindo por você é a raiva por sua atitude imatura e egoísta.

– Ual... – ele suspira, fecha seus olhos, uma lágrima escorre lentamente por sua face, meu coração se aperta mais ainda. Não queria ter proferido todas essas palavras. – Bom, só vim lhe informar que Cora ainda está em estado grave, mas há esperanças. E que Elena e Julie virão nesse final de semana, elas ligaram avisando que ainda hoje estarão aqui. Isso é tudo. – Erick limpa seu rosto e começa a se retirar do meu quarto.

– Elena e Julie vão vir pra cá? – não pode ser, simplesmente não pode ser. Não que não esteja com saudade, mas tê-las aqui simplesmente complicará tudo, e não quero mais duas pessoas correndo risco de vida por minha causa.

– Ligue para elas, eu prometo que não vou mais atrapalhar. – Erick diz já ao meio do corredor, sem nem ao menos olhar para trás.

– Onde você vai?! – o sigo até a escada, mais lágrimas escorrem por meu rosto.

– Em algum lugar em que minha imaturidade e meu egoísmo não atrapalhe ninguém. – ele responde, dando uma última olhada para trás, seus olhos marejados de lágrimas. Eu sei que não há mais palavras para melhorar a situação, sei que simplesmente não posso lhe contar a verdade. Antes tê-lo vivo e bravo comigo, do que tê-lo morto. O observo saindo pela porta, provavelmente sem um rumo fixo até o momento.

Volto apressadamente para meu quarto, Jessie ainda está deitado e desacordado em minha cama, algo aconteceu com ele, eu sinto, suas forças foram se acabando bem na frente de meus olhos e eu simplesmente não fiz nada, essa culpa despedaça meu coração. Toda dor que ele retirou de meu corpo, que retirou de Cora, está acabando lentamente com ele, nesse exato momento, não é necessário que ele admita em voz alta, é simplesmente notável para qualquer um que saiba o que ele realmente é e o que pode fazer. Eu não deveria tê-lo deixado, não deveria ter me rendido a seus poderes. A culpa aumenta e eu sinto que, na verdade, eu não deveria estar viva.

Sento-me ao lado da cama, no chão, abraço meus joelhos e deixo os nós de meu peito se desprenderem em um choro infinito. As memórias da noite passada invadem repentinamente minha mente, o grito de Cora ecoa por todo o local, o cheiro de seu sangue entra em minhas narinas. Em meio a tudo isso, inúmeras vozes gritam ao mesmo tempo em minha mente, me culpam, choram, pedem socorro, dizem que eu poderia ter feito muito mais para ajudar, vozes conhecidas. Cora, Erick, Caio, Julie, Elena, minha mãe, Dan...

O choro aumenta gradualmente a cada segundo, assim como a culpa, a imagem de Cora praticamente sem vida não sai de minha mente. Simplesmente não consigo controlar minha própria mente, começo a desejar a morte a cada milésimo de segundo mais.

– Melanie... – sinto uma mão tocar suavemente meu ombro, uma voz falha e grave atrás de mim, sei que é Jessie, e sei o que ele vai tentar fazer.

– Jessie, não. – ajoelho-me ao lado da cama e seguro seu braço. – Eu não posso mais deixar você fazer isso. Por favor, não faça mais isso, eu estou bem.

– Ele está te destruindo, eu não posso deixar... – sem conseguir terminar de falar, começa a tossir sem parar, uma das suas mãos apoiadas em seu abdômen, na região atingida em Cora, confirmando minha teoria do que ele está sentindo.

– Ei, eu estou bem. – seguro seu rosto e tento sorrir, mas as lágrimas não cessam, nem ao menos as vozes em minha mente. – Você sabe que se eu pudesse, tiraria toda a dor que está sentindo, não sabe? A minha dor, a dor de Cora... Você não precisa fazer isso sozinho.

– Você sabe que eu não permitiria isso... – ele sorri, tocando levemente em meu rosto. Sinto a dor e toda a loucura começar a ir embora, e sei que ele novamente está tentando me poupar disso, piorando seu próprio caso.

– Jessie, não, por favor... – retiro sua mão do meu rosto e sento-me novamente ao lado da cama, mas dessa vez um pouco mais distante para que ele não consiga me tocar. Ele tenta dizer alguma coisa, mas começa a tossir cada vez mais, vejo sangue em suas mãos, sangue saindo de seus lábios enquanto tosse e vê-lo nessa situação faz a culpa chegar em seu ápice. Vozes gritam em minha mente dizendo que se eu acabar com minha própria vida, tudo acabara junto, não haverá mais sofrimento, não haverá mais pessoas em risco, a paz reinará novamente. Sei exatamente o que deve ser feito.

Com extrema dificuldade, levanto-me, ignorando qualquer dor de meu corpo, só quero que as vozes se calem, não consigo aguentar nem mais um segundo disso.

– Melanie, o que você vai fazer? – Jessie sussurra entre uma tosse e outra, mas eu escolho ignorá-lo, ninguém precisa saber o que farei, já está decidido.

Sinto-me em outro mundo, um outro Universo completamente desconhecido, é tudo tão frio e vazio aqui... Chego ao banheiro, me olho no espelho e o que vejo é completamente monstruoso. Estou coberta de sangue, não consigo me reconhecer, não deve ser eu, não pode ser, o que aconteceu? Minha cabeça dói, não posso mais aguentar, isso precisa ser terminado.

Sem sequer pensar, soco minha imagem com todas as forças. Não pode ser eu, quando me tornei esse monstro? O som dos cacos ecoa por meu cérebro, misturando-se às diversas vozes que não se calam nem por um milésimo de segundo. Eu preciso fazer com que elas calem a boca, não quero mais essa angustia em meu peito, não quero mais ser a culpada da morte de quem amo. O choro aumenta, estou completamente perdida, não sei mais o que é real, talvez a imagem que acabo de ver no espelho seja real. O nome Cora ecoa cada vez mais alto em minha mente, eu não vou aguentar viver com a certeza de que sua mente foi por minha causa...

Encontro uma tesoura com ponta que minha mãe guarda dentro do armário, é exatamente isso que procuro para acabar logo com isso, ninguém mais irá sofrer, as vozes concordam com isso. Ergo minha blusa e posiciono sua ponta bem ao meio de meu abdômen. Lentamente afundo a ponta em minha pele, minha respiração fica ofegante, falta pouco para tudo acabar. Vozes em minha mente gritam que não pode acabar tão rápido assim, afinal, eu causei sofrimento a muitas pessoas, deveria sofrer mais também. Levo a ponta da tesoura até meu antebraço esquerdo, basta apenas um longo e profundo corte na horizontal. Minha mão direita arde e sangra monstruosamente, sinto cacos de vidros dentro do ferimento, mas logo não sentirei mais dor, logo tudo estará bem para todos. Afundo a ponta da tesoura em meu pulso, sinto o sangue quente começar a escorrer, uma motivação para continuar.

– Melanie, o que você está fazendo?!-repentinamente uma voz grave ecoa em minha mente, fazendo todas as outras irem embora lentamente. Algo me prende por trás, imobilizando meus braços, abraçando-me, a tesoura me é tirada da mão, meu corpo cambaleia para trás, sendo puxada por isso que me segura. Sinto meu corpo lentamente indo ao chão, mas não sinto o impacto com o piso, sinto-me cair sobre um corpo. Jessie.

– Jessie, o que aconteceu? Meu Deus, você está bem? – finalmente retorno a sã consciência. Nós estamos caídos bem ao meio do banheiro, meu corpo sobre o dele, o espelho está quebrado, minha mão arde insuportavelmente, assim como meu braço.

– Você tem noção do que estava prestes a fazer? – sua respiração é ofegante, o suor ainda escorre por seu rosto, sei que ainda sente muita dor. O que foi que eu fiz?

– Eu não tenho certeza... – respondo, sentando-me ao seu lado, olhando o que acabo de fazer no local. Minhas mãos tremem, e as lágrimas não cessam. – Eu acho que estava prestes a me matar.

– Você estava sofrendo outra alucinação de Alan, uma das mais fortes e perigosas. – com extrema dificuldade, Jessie senta-se ao meu lado e puxa meu corpo para mais perto do dele, abraçando-me completamente. – Me perdoa se minha fraqueza causou desequilíbrio e nos fez cair. Eu prometi que não deixaria nada acontecer a você.

– Jessie, me desculpa, eu não sei mais como fugir disso... – os soluços de choro voltam, ergo meus olhos e encaro os de Jessie, que para minha surpresa, tem um pouco de seu brilho novamente . – Eu tinha que cuidar de você, olha como você está por mim causa, eu não posso deixar você aliviar minha dor, não posso fazer...

– Shhh... – ele coloca o indicador sobre meus lábios. – Minha vez de cuidar de você. – dizendo isso, Jessie retira o dedo de meus lábios e repentinamente sinto seus lábios tocando os meus suavemente. Fecho meus olhos e lágrimas escorrem por meu rosto. Seus dedos acariciam minha face, limpando cada gota de lágrima que escorre sobre ela. Sei que esse não é o momento certo, mas não consigo ignorar seus lábios, é impossível fingir que não gosto de beijá-lo. Uma de suas mãos toca suavemente minha mão machucada pelo espelho, uma espécie de calafrio invade minha espinha, mas ao mesmo tempo, uma calmaria cada vez mais forte invade meu corpo, uma espécie de sono, sinto-me meu corpo se amolecendo. Sei que ele está usando seu poder enquanto nos beijamos, não posso deixá-lo, simplesmente não posso permitir sua piora por minha causa, mas simplesmente não consigo mais encontrar forças para lhe dizer algo. – Eu vou cuidar de você, prometo. – sussurra, retirando seus lábios dos meus, apoiando minha cabeça em seu ombro. Ainda segura minha mão machucada, mas quase não sinto mais dor, é como se acabassem de aplicar uma anestesia muito grande e eu não pudesse mais reagir. Eu sei que não posso permitir que isso aconteça, não posso deixar que se mate mais e mais usando seus poderes com uma mortal inútil como eu, mas o peso das pálpebras vence e sou conduzida lentamente à inconsciência. Não sinto mais dor, mais medo, apenas paz.


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Notas finais do capítulo

Muito, muito, muito obrigada a cada um de vocês que chegou até aqui após esse capítulo gigantesco. Prometo que qualquer erro será corrigido após em minha revisão de capítulo, juro juradinho. Perdoem-me por qualquer mínimo erro. Deixo aqui o link da minha nova história, caso tenham algum interesse " https://fanfiction.com.br/historia/641402/True_Colors/ " ... Essa é pra você que gosta de investigação e mistério, espero que gostem, de verdade.
Muito obrigada, mais uma vez, nos encontramos no próximo capítulo!! UM GRANDE BEIJO!



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