S.C.M escrita por lagrimas estelares


Capítulo 16
Nova era, Fergus e feridas internas.


Notas iniciais do capítulo

Estamos chegando na reta final? Sim, estamos.

Eu estou sentindo dor no coração por escrever capítulos assim, mas enfim. Obrigada à todos que leram Luz, Moncha agradece.

Desculpem-me por não responder todos os comentários, logo farei isso. Está tudo muito corrido pra mim, eu tenho que me inscrever no ENEM, vestibulares, essas coisas.

Obrigada pelo apoio. E por favor, leiam as notas finais, são muito importantes.

Boa leitura :3



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❝Cold smoke seeping out of colder throats

Durante o tempo que Castiel precisou ficar no hospital, foi necessário muita paciência, brigas e mudança de horários na vida do Winchester mais velho.

Castiel estava se tratando da síndrome da criança maltratada. Ele não via os enfermeiros como ameaças, mas os evitava o máximo que conseguia. Ele não gostava e nunca iria gostar do contato físico com pessoas.

Apenas se esforçaria por Dean. E apesar de alucinar algumas vezes, trocar palavras por outras e chorar por medo das moscas que zuniam no refeitório,

zum

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ele tinha consciência de que Dean Winchester não o machucaria. Nem que fosse sem querer. O contador de histórias se certificava de que não havia marcas em sua pele, resquícios de lágrimas no rosto bonito e que sempre haveria ao menos uma sombra de um sorriso no rosto do leve autista.

Castiel estava aos cuidados de Sam. Gabriel estava estável, vivendo com os Winchester e tinha que visitar o psicólogo ao menos uma vez na semana – o que não era tão difícil já que ele praticamente vivia indo para o trabalho junto do namorado.

Dean trabalhava como enfermeiro na ala de crianças queimadas em um hospital próximo. Ele contava histórias, trocava ataduras e administravas remédios para dor, por hora. O de olhos verdes esperava fazer mais depois de um tempo.

Sam deixou de ter pesadelos, deixou de se corroer pela culpa, Dean o “perdoou”. Gabriel e ele faziam sexo alucinadamente durante horas pela madrugada nos dias em que o enfermeiro ficava no hospital quando Castiel estava instável, já que quem ficava presente no quarto era Dean.

Entre medicamentos, dor e cura, a galáxia da alma dos quatro homens estava cicatrizada. Talvez, algumas vezes as feridas voltassem a abrir, mas eles cuidariam um do outro; assim como uma família deveria ser.

***

– Dois velhos babões juntos, eu mal consigo vê-los juntos sem querer vomitar - Dean estava nervoso, irritado e levemente incomodado em ver Bobby e Crowley de mãos dadas rindo da sua desgraça na recepção do hospital psiquiátrico onde residiu por tanto tempo.

– Hey, pernas tortas! Eu mereço ser amado - Crowley retrucou e apertou a mão do que estava de boné e o mesmo retribuiu, ligeiramente vermelho.

– Crowley Fergus Roderick MacLeod? - a voz de Charlie soou, e Dean sentiu o peito esquentar ao ouvir uma risadinha abafada no fundo. Ele sabia que Crowley ficaria na porta escutando o que a enfermeira diria, mas quem entraria seria ele.

– Fergus? Sério? - mal virou para trás para conferir a reação de Crowley, seguindo em direção a porta e vendo a psicóloga de verdade dentro do aposento - Dra. Diana Ballard, posso entrar?

– Apenas Diana, Dean. E é claro que pode... Charlie! Dê licença ao seu antigo enfermeiro - a psicóloga chamou a atenção da paciente.

– Mas... eu sinto tanta falta de irritar esse idiota!

Mesmo assim ela cedeu passagem à Dean, enquanto ia na direção de Bobby e Crowley: - Será que todos à volta de Dean viram gays?

Dean voltou os olhos para Castiel, que se mantinha sentado sobre a maca azul. Seus pés cobertos pelas meias de ursinhos balançavam para frente e para trás, seus olhos observando cada canto da sala até que por fim encontraram a imensidão turmalina verde que eram os olhos do ex enfermeiro.

– Anjo? - sussurrou Dean, chegando perto. Na noite passada, Castiel estava ansioso pela consulta da manhã seguinte. Dean contou mais de quatro histórias para que ele pegasse no sono, e mesmo assim o paciente acordava com a mão sobre a boca do estômago, alegando:

– Estou sentindo gelo no estômago.

Adorável, no mínimo, para o mais velho.

Castiel não respondeu, virou a cabeça para outro lado e a balançou de leve. Pendeu-a para frente e arrastou a mão com a palma dela virada para cima sobre a maca e permitiu que Dean pousasse seus dedos sobre sua pele. Com cuidado, o contador de histórias o fez. Primeiro, um afago com os dedos tão vagaroso que Castiel quase sentiu cócegas. Depois, um aperto tão suave que quase não foi sentido.

– Vejo que vocês se entendem mais do que gostaria - Diana brincou e o Winchester abriu um sorrisinho feliz - Tenho que dizer que nesses últimos dezessete meses Castiel mudou muito, e foi para melhor. Obviamente, esse serzinho inteligente que se encontra sentado - Castiel soltou uma risada pelo nariz, balançando o pescoço de novo -, não desgruda de um certo sobretudo que eu acho fazer até bem para ele. Como uma segurança. O bom de tudo isso é que ele confiou em você para que usasse isso.

"Castiel não está e nunca estará apto para sair andando pela rua sozinho. Ele nunca será uma pessoa normal, o que é ótimo, não é pequeno Cass? Todavia, e sei que se você, Dean Winchester, seguir os horários dos poucos medicamentos que prescreveremos, seguir uma rotina de horários regrados e praticar atividades saudáveis com Castiel, vocês serão muito felizes. A síndrome da criança maltratada ainda está nele, mas creio que controlada. Segundo o que nosso pequeno paciente disse, ele ainda vê Lúcifer às vezes, mas de uma maneira saudável e agradável. Não chega a ser uma alucinação, mas uma interpretação de uma memória não muito distinta para sua mente. A síndrome do pânico volta em situações de estresse, então as evite. Ele deverá comparecer aqui pelo menos 3 vezes por semana no primeiro mês e então reduziremos para 2. Você consegue lidar com isso, Dean. E você também, Cass".

As palavras que Dean sempre esperou. A hora que por fim chegou. Dean era primavera por fora, com lágrimas nascendo e lábios se enchendo em um sorriso e um verão quente por Dentro, esquentando cada célula do seu ser.

– Va-vamos p-par-para casa? - a voz rouca de Castiel se fez presente e Dean limpou as gotas salgadas do rosto, antes que o mais baixo se preocupasse.

Castiel era uma mistura de primavera e inverno por fora. Os lábios queriam sorrir, mas a única coisa que sorria eram os olhos, e por dentro ele era como Dean; um picolé completamente derretido pela luz do Sol que era a presença de Dean ao seu lado.

– Sim, Cass. Nós vamos finalmente para casa.

***

Eles já haviam se despedido de todos, Dean descobriu que Charlie agora namorava Jo e tudo estava nos eixos.

– Você já pegou tudo, Cass?

– Tudo – repetiu o pequeno homem, dobrando com cuidado a coberta verde. Ao lado, havia um pequeno patinho de plástico que ele ganhou de Gabriel de presente de aniversário, a coroa de flores que havia ganhado de Dean de aniversário enquanto vestia, por debaixo do sobretudo, o suéter azul que havia ganhado de Sam como presente de aniversário.

A mala, Dean segurava.

– Cass, sweet! – Gabriel entrou no agora antigo quarto de Castiel e abriu os braços, indagando se poderia abraça-lo. Cass fez que não – Okay... nós vamos morar juntos! Vamos fazer cupcakes com calda extra todos os dias, comer pirulitos, alface com açúcar...

– Alface com açúcar?

–... e tudo o que quisermos até explodirmos!

– Não explodir, não, não...

– Gabe! – Dean balançou a cabeça, indo atrás de um Castiel levemente preocupado – Você não vai explodir, honey. Eu vou cuidar para que você não coma demais.

Castiel balançou a cabeça e olhou para Dean: - Pr-promete?

– Prometo.

Dean escutou uma buzina conhecida, Sam. Bobby e Crowley deveriam estar esperando em casa. Quando saíram do quarto pela última vez, os três sabiam que era o início de uma nova era.


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Notas finais do capítulo

Como eu estou acabando S.C.M, eu gostaria muito de saber o que escrever depois. Wincest, Sabriel, Destiel de novo, Sastiel... o que vocês pensarem em qual contexto quiserem. Eu sempre estou aberta à novas opiniões. Podem mandar via mensagem privada ou por comentários, tanto faz.