– Você acha que ele esta te traindo com a secretaria?

– Bom… - ela disse caminhando de um lado para o outro – não seria bem uma traição.

– Como não? – Dite perguntou fazendo uma careta um tanto zangada.

– Nosso casamento não passa de um contrato. Estamos a quase um mês juntos e nunca… - ela gesticulou com as mãos

– Transaram? - Afrodite disse naturalmente

– Isso. - ela disse revirando os olhos – Talvez ele tenha procurado em outra o que eu não estou disposta a dar.

– Pois pra mim é traição igual. - a morena rebateu – Me diga o que você tem no dedo da mão?

– Aliança. – disse passando o dedão sobre a aliança.

– Bingo! - a morena disse seria – Traição.

– Não me deixe mais nervosa do que já estou! - Atena disse esfregando as temporãs

– Tudo bem, tudo bem. - Afrodite disse erguendo as mãos – O que vai fazer?

– Como assim? - Atena perguntou parando de repente.

– Se ele estiver lhe traindo…?

– Não vou fazer nada. - ela disse insegura – Não estou realmente casada com ele.

– Atena, Atena.. - Afrodite disse suspirando em tom de desaprovação.

– O que você quer que eu faça? - ela perguntou alterando a voz.

– Não sei! - a morena rebateu – ele é seu marido, não meu.

Atena revirou os olhos impaciente. Afinal ela não tinha do que reclamar... Não tinha porque reclamar. O casamento entre ela e Poseidon não passava de um acordo profissional, nada mais. Porem, ela continuava aflita.

Pegando mais uma vez o telefone que agora se encontrava ao lado de Afrodite, ela discou novamente o número e a mensagem da caixa postal ecoou novamente fazendo seus ouvidos ferverem de raiva.

– Se pra você tanto faz que ele esteja te traindo, porque esta tão preocupada? - Dite perguntou parecendo desinteressada.

– Apesar de não ser a esposa dele de verdade eu me preocupo. Nós somos amigos.

– E você esta apaixonada por ele. - a morena completou olhando as unhas.

– Não estou nada. - ela rebateu nervosa mexendo na aliança.

– Esta sim. Eu te conheço Tena, - Afrodite disse sorrindo – você esta caidinha por ele.

– Não, não estou. - ela tentou mais uma vez – Você que esta totalmente caída pelo Hefesto.

– Não tente mudar de assunto espertinha. - Afrodite disse divertida ao ver o desespero da amiga em mudar de assunto – O homem em questão é o Poseidon, não o Hefesto.

– Não delire Afrodite. - Atena ralhou – O que tem entre eu e ele não passa de um acordo profissional do qual ajuda bastante ambas das partes.

– Ahan, sei. - a morena disse sem acreditar – Continue achando que me engana. - ela deu uma piscadela.

– Sera que Hefesto conseguiu falar com ele ? - ela perguntou mudando de assunto

– Não faz dois minutos que ligamos para ele. – Dite voltando a atenção as unhas

– É você tem razão...

Atena sentou-se nervosa esfregando as mãos.

– O que você vai fazer se caso ele estiver mesmo com a secretária? - Afrodite perguntou a deixando pensativa.

Ela ainda não tinha parado para pensar sobre o que fazer exatamente...
Se é que tinha alguma coisa para se fazer!

Poseidon era livre. A aliança em seu dedo não o prendia, com certeza não. E mesmo tentando com todas as forças banir as palavras daquela vadia chamada Medusa de sua mente, nada a conseguia fazer esquecer sobre o aviso que ela lhe dera no maldito banheiro da festa beneficente.

– Então..? - Dite gesticulou para que ela respondesse.

Atena alisou os cabelos nervosa e antes que pudesse pronunciar uma palavras, o barulho da fechadura da porta da frente foi ouvido.

Com um só pulo Atena ficou de pé, aguardando ansiosa que a porta abrisse. Afrodite pelo contrário, pareceu não ouvir o barulho da porta e continuou sentada. Tudo aconteceu em uma fração de segundos, porem para Atena que estava com o coração trancado na garganta, foi como se tudo estivesse em câmera lenta.

A porta finalmente abriu e finalmente Afrodite pareceu perceber o barulho, pois com um pulo também se pôs de pé. Poseidon colocou o primeiro pé dentro de casa sob o olhar de Atena. Com a gravata frouxa, e o cabelo desarrumado ele a encarou serio.

– Atena?- ele disse parecendo surpreso – O que faz acordada? - perguntou fechando a porta

– Te esperando. - ela respondeu segurando a raiva.

– Já é tarde, porque voc.. - ele se auto interrompeu quando percebeu a presença de Afrodite - ..Oi Dite. - disse fazendo um leve gesto com a cabeça.

– E ai. - a morena disse receosa.

Pelo olhar que a amiga lançava para o “marido”, parecia que estava prestes a matá-lo. E isso era uma que Afrodite não gostaria muito de presenciar, pois em geral, sempre que Atena ficava brava, cuspia fogo pela boca.

– Eu vou ligar e avisar o Hefesto. - ela avisou pegando o telefone e indo em direção a cozinha.

– O que exatamente ela vai avisar para o Hefesto? - ele perguntou tirando a gravata de vez e a atirando no sofá.

– Que você chegou. - ela respondeu de má vontade cruzando os braços.

– E porque ele precisa saber? - disse com a sobrancelha erguida.

– Porque você preocupou todos nós. - ela disse brava – Sabe que horas são Poseidon?

Poseidon suspirou. Já conhecia Atena o bastante para saber que uma bela de uma discussão estava por vir.

– Tena, quem sabe agente conversa amanhã?

– Eu perguntei se você sabe que horas são! Me responda. - ela disse batendo o pé.

– Não eu não sei. - ele disse bufando, sem paciência.

– É quase meia noite Poseidon! Você nunca chegou tão tarde.

– Até onde eu sei eu não tenho hora pra chegar na minha casa. - ele disse irônico.

– Porque você não atendeu o celular? - ela disse o ignorando – Te liguei mais de 20 vezes.

– Esta sem bateria e eu sei me cuidar. - ele respondeu ríspido.

– É mais eu fiquei morta de preocupação. -ela rebateu indignada – A onde você estava afinal?

– Atena Chase, eu não te devo satisfações. - ele disse serio.

– Custava ao menos ligar para dizer que iria chegar tarde? - ela perguntou gritando – Eu imaginei que pudesse ter lhe acontecido mil e uma coisas.

– Eu não lembrei de ligar! - ele também gritou.

– Não grite comigo Poseidon! - ela gritou ainda mais alto.

– Ora, e o que você esta fazendo comigo? Conversando feito gente é que não é! - ele ironizou sem baixar o tom de voz.

– Eu estava apenas preocupada com você. - ela cuspiu as palavras mais uma vez ignorando o que ele havia falado.

– Eu nunca pedi que você se importasse comigo, nem que se preocupasse, portanto não lhe devo satisfações.

O silencio caiu sobre eles, porem dessa vez ele vinha cheio de significado.

Atena engoliu o nó que se formou em sua garganta, e seu coração batia como se também estivesse gritando. Respirando fundo e olhando para Afrodite que estava parada na porta da cozinha escutando a discussão ela disse sussurrando, falando alto o suficiente apenas para que Poseidon escutasse.

– Você tem razão. Eu sou mesmo uma estúpida. Eu quase morrendo de preocupação aqui, enquanto você devia estar se divertindo horrores.

– O que você quis dizer com isso? - ele perguntou confuso franzindo o cenho.

– Mas não se preocupe. - ela continuou como se ele não houvesse falado nada – A partir de hoje eu não ligo mais. Dite, - ela foi logo dizendo antes que ele falasse algo – me espere aqui, desço em dois minutos.

– Aonde você vai? - ele perguntou com o cenho franzido.

Porem, ela simplesmente subiu as escadas sem responder nada, escutando as batidas aceleradas do seu coração, e sentindo as lagrima quererem escapar-lhe dos olhos.