First Day of Spring escrita por Momorin


Capítulo 17
Hora da Verdade


Notas iniciais do capítulo

Eu sinto muito mais uma vez por não cumprir o prazo que eu havia prometido! Nem sei mais o por que de não ter postado o capítulo no domingo,mas eu sinto muito de novo. Eu sou um cocô!
E muito muito muito mega power obrigadas para as leitoras maravilhosas que decidiram postar reviews em vários dos meus últimos capítulos e me matar de felicidade!! Não fazem ideia, o comentário de vocês simplesmente transformou o meu dia em algo incrível!



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Jack observava Fay enquanto esta caminhava com sua mais nova companhia em direção ao jardim da escola. Estava muito contente pelo resultado que seu plano tivera, e ainda mais contente pelo sorriso envergonhado no rosto de sua amiga. Ele também notara que muitos olhares espantados e curiosos se direcionavam a Fay sentada no jardim e que aquele comportamento não podia ser normal.

Tentando ouvir algum comentário dos estudantes curiosos a sua volta, Jack aproximou-se de uma certa garota de cabelos ruivos e ondulados.

– Será que Leah perdeu a noção do perigo? Ficando próxima daquela garota problemática... – cochichava Alyssa para Ashley e Rachel.

Antes que pudesse continuar seu comentário, uma figura borrada e transparente invadiu sua visão. Aterrorizada, Alyssa deu alguns passos para trás e boquiaberta, fitou a imagem de um rapaz de cabelos brancos olhando-a de volta, quase igualmente assustado. Mas foram só alguns instantes até que aquela figura sumisse novamente.

– Alyssa? O que foi? – perguntou Ashley, vendo a amiga branca feito papel.

– N-nada... Eu acho... – Alyssa apertava os olhos para tentar rever a imagem, mas não havia mais nada ali.

Jack acenou suas mãos na frente da moça, mas ela não demonstrou sinal algum de que podia vê-lo. Havia sido uma ilusão? Por um instante ele tinha certeza de que a garota havia fitado seus olhos, e no outro os olhar da menina estava perdido, tentando procurar algo.

Seria possível? Alguém que pudesse enxergá-lo momentâneamente? O que aquilo significava? A curiosisade se apoderou dos pensamentos de Jack, decidindo manter-se próximo à ruiva para tentar desvendar o mistério por trás do que ela via.

– Espero que você decida isso logo então – dizia Leah para a colega a seu lado – só temos mais uns cinco meses de aula, e logo vão começar os testes para as universidades. Mas a carreira é algo tão... essencial... Me surpreende o fato de você ainda não ter pensado em nada.

Fay fitava o nada ao mesmo tempo que ouvia a loira falar. Ela assentia com a cabeça e tentava buscar no interior de sua mente alguma carreira que lhe despertasse interesse. Pensou em ser médica, atriz, professora, escritora... Desde que não tivesse que lidar com contas e símbolos matemáticos ela não via nada contra nenhuma profissão. Mas ao mesmo tempo, não via nada de tão especial em nenhuma. Suspirou. Teria mais tempo para pensar naquilo mais tarde.

– Mudando de assunto, Leah... – Fay voltou-se para a menina – Não que eu tenha algum problema com isso é claro... É só que eu estou um pouco curiosa sabe, e bem, surpresa... – Fay tentava organizar as palavras do melhor modo encontrava, queria poder transmitir seus pensamentos de forma correta. Tinha muito medo de fazer besteira e perder esta oportunidade, como acreditava que tinha acontecido a alguns meses atrás. – Por que você veio me procurar hoje?

Leah engoliu em seco. Então seria esta a hora da verdade? Como explicaria tudo o que aconteceu?

– Bem Fay... A verdade... A verdade é que só agora tive coragem em falar com você. Eu já deveria ter feito isso há muito tempo, mas só agora encontrei essa coragem, por algum motivo que eu nem mesmo entendo.

Fay abriu um sorriso descontrolado. Saber que alguém já a notava por tanto tempo deixava ela nas nuvens. E essa coragem que Leah citara...Só podia ser Jack. Seu sorriso alargou-se. Seria possível ser ainda mais agradecida aquele amigo incrível?

– De qualquer forma, escute Fay. – naquele instante, o som que anúnciava o fim do intervalo tocou – Não dá pra explicar agora, mas tome bastante cuidado com o que você diz, que em pouco tempo as coisas podem voltar-se contra você. Mais tarde eu explico. – Leah levantou-se e juntamente de Fay, seguiram de volta para a sala de aula.

A morena estava confusa. Do que se tratava tudo aquilo? Parecia que algum mistério insistia em envolvê-la, deixando-a ser a única sem saber de nada. Ela não gostava disso.

Jack estava seguindo os passos da ruiva e ouvindo cada palavra dita por ela. Descobrira que se tratava de uma menina cheia de más intenções, que sentia prazer em ganhar credibilidade espalhando segredos e boatos infundados sobre os outros. Ouvir toda aquela baboseira estava deixando-o irritado e talvez até enojado. Não entendia como uma menina daquela teria tido a capacidade de enxergar um guardião, nem por um instante que fosse.

Entre uma fofoca ou outra, quando Jack já estava cansado de ouvir tanta tolice e pronto para sair dali, ouviu o nome de Fay ser mencionado mais uma vez.

– Espero que essa Faith não tenha um ataque de novo. Eu não quero estar aqui quando ela começar a nos ameaçar de morte. – Alyssa cochichava para uma estranha que havia acabado de entrar na rodinha feita por algumas meninas da escola. Todas assentiam e algumas demonstravam preocupação em suas expressões.

– Mas não se preocupem. Vou tratar de avisar a Leah novamente. Talvez ela tenha se esquecido da loucura de Faith Bennett.

Loucura? Da onde teria surgido tal idéia? Sua Faith não era louca e jamais seria ameaça para ninguém. Como poderiam inventar história tão absurda? Ou melhor quem teria inventado tal coisa? Jack pensava, ao mesmo tempo que seus olhos se estreitavam ja direção da ruiva que ele já conhecia como Alyssa. Seus nervos já estavam a flor da pele. Por um instante pensou em transformar aquela cobra venenosa em um grande cubo de gelo. Sua irritação eminente aos poucos foi congelando o chão em que aquelas jovens pisavam. Só foi perceber que seus poderes estavam saindo de controle quando Alyssa escorregou e caiu de cara no chão congelado no instante em que foi mexer os pés.

– M-Mas que droga é essa!? – Exclamou a ruiva envergonhada enquanto tentava se levantar. As meninas em sua volta riam um pouco enquanto alguns rapazes que observavam no corredor caiam na gargalhada. Até mesmo Jack não evitou de soltar uma risada.

– Desde quando está frio a ponto de congelar o corredor da escola? – Alyssa disse irritada ao por-se de pé e esfregar o pouco gelo em suas roupas. As outras meninas se entre olharam, percebendo a singularidade daquele fenômeno. E entre conversas e fofocas trataram de adentrar-se em suas salas de aula.

Sentada na última carteira da última fileira, Fay observava todos sentarem-se e ficarem em silêncio, a espera do momento em que Jack entrasse na sala. E finalmente, juntamente com o professor, o lindo jovem de cabelos prateados entrou no recinto, olhando diretamente para Fay e abrindo um sorriso, momentaneamente tirando dela todas as preocupações que agora circundavam sua mente.

– E aí? Foi legal lá? – perguntou Jack para a amiga, que prontamente assentiu com a cabeça. – Que bom. Ei, depois precisamos conversar.

Fay concluiu que Jack sabia que de alguma coisa importante e já não aguentava mais aquele clima de suspense ao seu redor. Ela já sabia que aquele dia de aula estava completamente perdido, por isso nem preocupou-se em tentar prestar atenção em seja lá o que o professor dizia.

Voltando para os olhos para Jack ao seu lado, Fay necessitava questionar sobre todas as perguntas que agora surgiam em sua mente. Sendo a curiosidade maior do que qualquer coisa que pudesse estar acontecendo à sua volta, ela disse apenas com os lábios:

– Me explique, por favor.

Com medo da reação que estava por vir, mas ainda assim incapacitado de deixá-la à beira do desespero, ainda mais quando ela pedia com tanto jeitinho, Jack agachou-se no chão, apoiando-se sobre os joelhos,e seus cotovelos agora estavam sobre a mesa de Fay.

– Eu não tenho certeza total do que estou lhe dizendo, mas essa é a provável verdade. – a voz do rapaz chegou em forma de sussurro aos ouvidos da morena, que sentiu os pelos de sua nuca se arrepiarem por um momento. – Alyssa espalhou boatos sobre você... Com o objetivo deixá-la sozinha...

– O quê!? – Fay não aguentou manter-se calada. Estava incrédula. Por que diabos Alyssa faria isso com ela? Ela não havia a ofendido em nenhum momento, havia? E acima de tudo como alguém poderia ser tão má a ponto de fazer o que fez? Fay estava furiosa.

Naquele instante, sua voz havia saído muito mais alta do que deveria, trazendo os olhares de todos para sua direção.

– Alguma dúvida, Bennett? – o professor de matemática perguntou.

– N-não. Me desculpe. – Fay silenciou-se e voltou a processar a informação que tinha recebido enquanto olhava para uma página do caderno em branco.

– Escute, ainda não sei as razões dela, mas por enquanto não faça nada. Por enquanto, qualquer coisa que você disser à ela pode voltar contra você, então não faça nada e não diga nada. – Jack voltava a falar enquanto sua amiga assentia de leve. – Outra coisa. Tente convidar Leah para voltar para casa hoje com você. É provável que Alyssa faça algo pra ela ou tente convencê-la de ficar longe de você. Então trate de ficar com ela o máximo de tempo possível.

Quando a aula finalmente acabou e todos recolhiam seus materiais, Faith Bennett já estava pronta, apenas esperando Leah guardar tudo que tinha em sua bolsa. Assim que a loira acabou, sentiu leves toques em seu ombro.

– Leah! – exclamou Fay em voz baixa – Por que não volta comigo hoje? Por favor?

– T-tudo bem. – respondeu a garota sem pensar muito no assunto.

Imediatamente Fay puxou sua colega pelo braço, levando-a com passos rápidos até o portão da escola.

– Mas o que aconteceu Faith? Por que tanta pressa? – Leah indagava com as mãos no peito, estava sem fôlego e não era acostumada a fazer exercício físico.

– O que? Pressa? Impressão sua. Acho que ando rápido mesmo. - Fay olhava para os para os lados, checando se Alyssa ou suas amigas não estariam próximas. – Pra onde fica sua casa?

– Por ali – Leah apontou na direção oposta à casa de Fay. – Mas eu costumo esperar minha mãe, ela me busca.

– Ah. Entendi. – Bem, poderia perder mais uma meia hora na escola. Suas tias não estavam mais se incomodando em mandá-la fazer os afazeres de casa.

– Mas Fay... Gostaria de falar com você. Se importaria de ficar mais um pouco?

– Claro que não. – Fay sorriu. Como se tudo não pudesse ficar mais conveniente.

– Então vamos até ali – Leah apontou para o jardim que tinha nos fundos do prédio da escola. – É um assunto meio tenso.

A menina concordou, seguindo a loira até uma pequena área mais arborizada que não era tão frequentada quanto os outros jardins em torno do prédio. Na frente da árvore havia um banco da cor branca onde as duas se sentaram. Enquanto Leah virava sua cabeça em quase 180 graus para checar se não havia mais ninguém ali, Fay imaginava como Jack, que havia decidido ficar atrás de Alyssa para conseguir mais informações e ao mesmo tempo impedi-la de encontrar Leah, a encontraria depois.

– Então Fay – começou Leah, cortando os pensamentos da jovem. – Sei que deve ser um pouco difícil pra você saber de tudo isso, ainda mais sendo tão boazinha como você é...

Fay já sabia aonde aquela conversa estava indo, e tentou preparar suas melhores habilidades teatrais para o que estava por vir.

– Mas... É o seguinte... – Leah suspirou profundamente e continuou – Depois daquele dia em que nos falamos pela primeira vez, eu fui embora com Alyssa, Ashley e Rachel. Nós éramos até que boas amigas, apesar de não andar tão grudada com ela. Elas entendiam bastante de moda e agente adorava conversar sobre aqueles gatos das séries de tv. Não sei se você assiste Supernatural ou Vampire Diaries mas é assim, incrível e os atores são maravilhosos, tudo de bom e... Enfim. O fato é que nós tínhamos somente esse tipo de coisa em comum, eu não tenho nada em comum com a personalidade delas ok? Nossa amizade não passava de conversa sobre homens gostosos e roupas! Eu nunca concordei com as coisas que elas fizeram, apesar de nunca argumentar muito e... Eu me arrependo! Eu sinto muito eu não deveria ter assistido você ficar sozinha, eu deveria ter feito alguma coisa, eu sei que deveria, mas eu não queria arranjar confusão pro meu lado, entende? Eu sei que eu provavelmente nem tenho amigos de verdade, e que minha vida social se resume em facebook e twitter mas eu... Eu fui covarde, eu sei que sou uma covarde, e eu sinto muito!

Fay piscou algumas vezes depois de finalmente ouvir Leah parar para respirar. Era engraçado o jeito que ela se perdia em seu discurso.

– Então... Naquele dia que eu saí da escola com elas... Alyssa me perguntou sobre você e o por que de nunca ter te visto. Então eu falei sobre você ter passado muito tempo no hospital... Mas eu não pensei quando eu disse, eu não pensei! Mas depois que falei, me senti muito mal porque eu percebi o que ela poderia fazer com essas informações sobre você. Eu ia tentar consertar isso no dia seguinte, falar com ela, pedir pra que ela não espalhasse nada, mas já era tarde. No dia seguinte já estava todo mundo em cima de você perguntando sobre sua história e eu me senti muito mal por isso. Eu via você se sentir desconfortável e não tive coragem de ir até você porque não queria que você brigasse comigo por mais que provavelmente já soubesse que a culpa era minha... – Enquanto Leah falava, Fay correspondia o olhar da loira em seus olhos, como se a reconfortasse, dizendo que estava tudo bem. – Daí você confrontou ela. Você disse o que ela merecia ouvir, e você estava com a razão. Mas você chamar ela de fofoqueira na frente de todo mundo... Eu sei que não foi isso o que você disse mas foi como se fosse. Isso deixou a Alyssa muito brava. As pessoas provavelmente iam julgá-la e começar a falar mal dela. Porque as pessoas são assim, sempre querendo fazer intriga, juntando forças para oprimir o que elas consideram errado sem nem mesmo olhar pra elas mesmas... Olha eu sei que você não tem nada a ver com tudo isso, que você nem entende como são as coisas na cabeça dessa gente doente, mas Alyssa quis evitar que esse tipo de coisa acontecesse com ela, e ela fez isso fazendo as pessoas terem outro inimigo em comum: você.

Fay escutava tudo em silêncio, tentando compreender como a mente das pessoas naquela escola era confusa e perturbada. Por que precisavam oprimir as pessoas? Não se importavam com os sentimentos dos outros? Seria só ela que não tinha esses pensamentos perturbadores? Se assim fosse, alguma coisa muito boa havia ocorrido a ela por ter ficado no hospital.

– Ela espalhou para todos que você tinha problemas mentais, que você tinha acessos de loucura e que foi isso o que você teve quando a acusou naquele dia. Alyssa também disse que você só entraria no seu estado psicótico quando as pessoas lhe dessem atenção e por isso não deveriam se aproximar de você.

A garota em silêncio tinha suas sobrancelhas franzidas. Por um lado, estava aliviada de saber que durante durante todo aquele tempo, não tinha nada de estranho com ela. Não era ela que afastava as pessoas, e sim um boato estúpido. Por outro lado, começava a detestar Alyssa e saber que também era detestada por ela deixava um gosto amargo na boca. Fay não queria sentir todo aquele ódio em seu coração. Ela odiava esse sentimento que começava a se espalhar por ela.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por ler! Até que foi bem grande né... Deixa meu pequeno deslize de não postar até que perdoável certo?? Haha OTL..
Enfim, vejo vocês em breve! Prometo! E continuem me dando esses tiros de alegria que são os reviews de vocês! Hahaha! Beijos meus lindos e lindas! (provávelmente só lindas, mas sei lá né!)