Stubborn Love escrita por mtrssmustdie


Capítulo 1
Get the gang together


Notas iniciais do capítulo

A tradução do nome do capítulo é algo do tipo "reúna a turma" ou "reúna o time"... enfim.



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Dia um

Após a morte de Odin, a vida em Asgard havia se tornado monótona. Thor não queria assumir o trono, dizia que apenas o pai era digno para reinar o planeta; Loki não podia assumir o trono por causa daquela prisão inútil de vidro e Frigga então havia decidido fazer-se rainha.

Loki passava seus incontáveis dias em sua cela de luxo, jogando xadrez consigo mesmo ou olhando para o teto, imaginando como deveria ser a vida lá fora. As vezes, Thor o visitava. Outros dias, Lady Sif o visitava. Apenas para lembrar o quão repugnante era o deus. Ele não ligava. Só ficava ouvindo os palavrões por horas a fio e depois que Sif ia embora, ele costumava relembrar os xingamentos e rir. Porém, aquele dia uma visita diferente chegou. A princípio, Loki achou que fosse apenas uma senhora. Se parecia como uma senhora. Assim que os guardas saíram, a senhora começou a mudar de forma. Apenas Loki podia fazer isso, ele pensou. Bom, ele ou algum de seus descendentes. Mas eles não teriam a audácia de o visitar. Teriam?

–Bom dia, papai. -Disse a figura a sua frente. Metade homem, metade lobo. Fenrir. -Ou seria noite? Não dá realmente pra saber, trancado aqui... No porão.

–O que quer, criança? Não pode ver que estou ocupado? -Disse Loki, cheio de orgulho. A verdade é que nada o mantinha ocupado há muito tempo.

–Ocupado, papai? Com o quê, exatamente? -O tom de Fenrir era carregado de ironia. Desprezo. Notando que seu pai não responderia, continuou -É o seguinte.

"Daqui dois dias será o grande dia da troca da lua e Asgard é o único dos nove mundos que não está sob o meu comando. Eu preciso disso para meu plano dar certo. Agora, papai, você deve provavelmente estar se perguntando o porquê de eu querer os nove mundos sob minha responsabilidade em dois dias. Acontece que eu não quero. Mas é necessário, sabe. Todo esse lance de ser vilão. Eu sei que você também se considera um vilão, mas sejamos honestos aqui. É um vilão de meia tigela. Enfim, como eu dizia... Skoll e Hati, meus filhos. Eles precisam de reinos para que coloquem toda sua raiva pra fora sem que destruam nossa casa. Eu pensei que com toda essa inutilidade dos nove mundos, eles poderiam destruir todo esse lugar."

Loki pareceu chocado. Ele sabia que mexer com Fenrir não era bom, principalmente quando se tratavam de seus filhos. Ele não sabia o que falar e o lobo continuou:

–E precisa ser agora. Precisa ser na troca da lua. Quando eu e as crianças estivermos mais fortes. Alguma parte daquela mitologia barata Midgardiana tinha que ser verdadeira. A lua nos faz mais fortes. Logo, a mudança bienal da lua nos torna quase invencíveis.

–Ótimo, criança, não me interessa o destino dos nove mundos. O quê veio fazer aqui, afinal? Apenas me importunar com seus planos? -Loki não queria ouvir nada do que Fenrir estava dizendo.

–Não não papai... Imagina. -Fenrir sabia muito bem como ser sarcástico. -Eu preciso que você esteja no controle de Asgard. Não me interessa nem um pouco ficar aqui, sentado do trono daquele velho o dia todo. Mas pelo que ouvi, você gostaria muito de comandar essa espelunca de mundo.

–E se eu não quiser, hein? E se eu não quiser te ajudar nesse lixo de plano? Aqueles dois lobinhos que se f...

Fenrir rosnou alto e bateu os pés no chão.

–Eu achei que você gostaria de sair dessa prisão. Ela parece luxuosa, mas a sala do trono deve ser melhor. -Disse o lobo. -E você poderá assistir os asgardianos morrendo. Tudo o que sempre quis.

Dia dois

Então, tudo parecia muito simples: Fenrir ajudaria Loki a sair da prisão de vidro. Loki faria o que fosse preciso para manter Thor longe de tudo e tentaria de todos os jeitos tirar Frigga do trono. Realmente, parecia simples. Mas haviam muitos fatores que poderiam atrapalhar Loki no caminho.

Fenrir apareceu logo cedo, novamente na forma da velha, para ajudar Loki a sair da prisão. O deus não sabia como, mas seu filho havia dito que saberia como. Ele só esperava que fosse um plano silencioso, pois não queria chamar muita atenção. Seria tudo mais fácil de conseguir se todos no castelo ainda achassem que Loki estava preso. Infelizmente, tirar Loki da cela não envolvia ser discreto.

A velha entrou, devagar. O guarda a seguiu e disse:

–A senhora tem só meia hora hoje. Ficou muito tempo aqui ontem.

–Não tem problema, querido... -Disse a velha, se transformando em Fenrir na frente do guarda. -Eu só preciso de alguns minutos!

E na forma de lobo, pulou pra cima do moço que não devia ser muito forte. Ele gritou, mas Fenrir mordeu sua garganta, deixando seus pelos do rosto cheios de sangue. Saindo de sua forma de lobo e voltando a ser um humano, Fenrir pegou as chaves do bolso do guarda. Loki se espantou. Nunca achou que seria tão fácil assim. Vê se pode! Chaves! Loki sempre achou que sua cela fosse guardada por magia ou outra coisa mais complicada que um simples molho de chaves.

Livre de sua prisão e sozinho novamente, pensando quanto tempo demoraria para alguém ver o corpo ensanguentado do guarda no chão, Loki se transformou em Frigga e foi até os aposentos de Thor. Pensou que seria mais fácil tirar Thor de Asgard hoje, para amanhã se preocupar com Frigga na sala do trono e conseguir ser o rei dentro do prazo. De tempos em tempos se perguntava se era isso mesmo que ele queria. Se queria contribuir com Fenrir para que Skoll e Hati destruíssem os mundos. E Yggdrasil, então. Mas agora já estava comprometido a isso. Iria cumprir.

Tentar andar pelo castelo como Frigga era mais difícil do que ele pensava que seria. As pessoas o interrompiam a cada minuto. Ou eram súditos pedindo bênçãos ou guardas pedindo informações. Tudo aquilo havia demorado mais do que Loki imaginara, já estava anoitecendo. Chegou à porta de Thor quando o último raio de sol ainda passava pelos céus. Ele bateu. Não esperou Thor atender, entrou. Thor estava deitado em sua cama, que ficava no centro do quarto. Ele estava sem camisa e seus cabelos louros e compridos escorriam pelo travesseiro. Loki foi ao centro do quarto, anunciando:

–Meu filho. Tenho uma importante tarefa para você nessa madrugada. -Thor se sentou, parecendo confuso. Loki continuou, falando em um tom elegante e fino -Preciso que vá até Midgard. Jane... -Loki hesitou ao pronunciar o nome daquela midigardiana metida a cientista -Jane está em apuros.

Thor olhava para Loki com um olhar suspeito. Loki olhou para as próprias mãos, para ter certeza de que ainda estava em forma de Frigga. Estava.

–Mãe... -Thor começou, com pesar nos olhos. -Jane está morta. Infelizmente uma das doenças midigardianas a atingiu e ela não resistiu. Heimdall viu com seus próprios olhos e me contou, cerca de um mês atrás. Achei que você se lembrasse. Ele mandou que me chamassem para a ponte do arco-íris no meio do jantar. Ficou uma fera.

Loki fingiu um olhar compreensivo. Droga! Não daria para usar essa desculpa.

"Pense rápido, Loki... Tive uma ideia."

–Bom... -Loki recomeçou -Então preciso que vá para... Para Jotunheim. Há uma importantíssima reunião e não posso comparecer hoje...

Thor pulou em cima de Loki, derrubando-os no chão. Deu um soco no nariz do irmão.

–Eu percebi que era você, Loki. Não adianta se esconder de mim, você sabe disso. Sei suas manias. E a mãe não está aqui no castelo hoje. Loki se transformou em Loki de novo. Seu rosto estava ridiculamente próximo ao de Thor. Ele podia sentir seu hálito.

"Alguém andou bebendo hidromel hoje" pensou Loki. Thor se aproximou, tornando quase impossível não notar o incrível azul de seus olhos. Mesmo que isso parecesse impossível de acontecer, mesmo com todas as desavenças, mesmo com todo o ódio... Ódio? Thor o beijou. Ou fora Loki quem começou o beijo? Tudo parecera tão mútuo.

Dia três

Deitados na cama de Thor, lado a lado, ele e Loki as vezes se beijavam. Thor fazia carinho constantemente no cabelo de Loki, causando arrepios no moreno. Era incrível como Loki era tão menor que Thor. Tão pálido. Diferente. O amor que crescia entre eles por meio do ódio era muito mais forte do que qualquer tipo de amor simplesmente fraternal.

–Loki? -Thor chamou. Quando o mais novo se virou para ele, Thor continuou -Porque estava disfarçado de nossa mãe? Porque queria me tirar daqui?

–Acho... Que isso não é da sua conta. -Disse Loki, pulando em cima de Thor e o beijando. -Depois eu resolvo tudo isso, Thor. Eu só quero não me preocupar por algumas horas.

Ainda era madrugada. Loki foi descendo seus beijos pelo pescoço de Thor, deixando algumas marcas por lá. Encontrou com o abdome realmente definido do louro e chegou em suas partes baixas. Loki fazia coisas com sua língua que faziam Thor gemer baixinho. Ele parou. Se aninhou com Thor no centro da enorme cama e ficaram lá por um tempo, trocando carícias. Loki pegou no sono ouvindo o coração de Thor bater.

E acordou com o coração de Thor parado.

Loki olhou para o corpo sem vida de Thor, pegando em suas mãos e as sentindo geladas. Sua garganta estava mastigada assim como a do guarda. Fenrir. No momento em que viu Thor morto, Loki se arrependeu de ter confiado em Fenrir. Ele não falava com seu filho há séculos... Porque achou que deveria simplesmente confiar nele agora? Idiota. Ele não devia deixar com que Skoll e Hati destruíssem Asgard.

"Eu? Virando o herói da história? Não. Não vou simplesmente fazer uma barreira de soldados. Fenrir vai pagar pelo que fez, assim como aquelas bestinhas que são seus filhos." Pensava Loki, enquanto andava rapidamente pelo castelo, indo em direção à ponte do arco-íris para falar com Heimdall.

O guardião da ponte apontou sua espada para Loki.

–Acalme-se, Heimdall. Estou aqui por bem. -Disse Loki, erguendo as mãos. -As crias de Fenrir atacarão Asgard ainda hoje. Não quero que demonstre piedade. Eles... Eles mataram Thor.

Loki saiu de lá, voltando pela ponte e entrando no castelo. Avisou mais alguns guardas. O dia se passou. A noite caiu. A lua apareceu, maior e mais brilhante que nunca. Loki sabia que seria difícil vencer os lobos hoje, mas assim seria.

Quando estava chegando a meia noite, duas figuras apareceram pela ponte do arco-íris. Uma delas mancava, graças a Heimdall. Dois lobos adolescentes, porém enormes. Loki andou até eles e anunciou:

–Espero que vocês se retirem amigavelmente, meus netos. Não quero matá-los.

Os lobos riram e continuaram andando em direção ao castelo. E então Loki se transformou em sua verdadeira forma: um gigante de gelo. Alguns pareceram surpresos, outros nem tanto. Loki congelou todo o caminho, prendendo as patas dos bichos ao chão, dando o tempo necessário de os guardas chegarem e cortarem suas gargantas.

–Eu avisei. -Disse Loki, baixinho. Ele se virou, voltou à forma Asgardiana e entrou no castelo. -É isso que vocês ganharam por terem matado Thor. -Completou, em um sussurro praticamente inaudível.

Dia quatro, o dia que não era pra existir.

Loki passou o dia todo vagando pelo castelo enquanto preparavam o corpo de Thor para o funeral. Ao entardecer, Loki desceu para os jardins e chorou escondido por se lembrar de sua noite com Thor. Parecia tão distante.

Os dias seguintes ao do funeral se passaram lentamente: Frigga deu ao Loki o poder do trono. A princípio ele não aceitou, mas viu que sua mãe não ficaria no poder por muito tempo. Logo depois, ele tentou segurar o Mjolnir. E conseguiu. Ele era digno disso. Quatro dias depois, Frigga se foi. Seu túmulo era ao lado de Thor e Odin.

Loki finalmente tinha tudo o que queria. O trono de Asgard só pra ele. A confiança do povo. Tudo iria mudar, os asgardianos querendo ou não.


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