Romance em Nova York escrita por Sofia Forbes


Capítulo 4
Segredos


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus, olá!
Estou aqui!
Como assim eu demorei mais de um mês para atualizar a fic? Pois é, só tenho de me desculpar.
Vamos lá então!
Gostaria de ver minhas leitoras hein?! Saudades...
Até lá embaixo.



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"Então vamos, deixe ir, apenas deixe ser, porque você não é só você, para que eu seja só eu.Tudo que está destruído, deixe a brisa levar, deixe as cinzas cair, esqueça de mim"

James Bay - Let It Go

Antes que nós pudéssemos pensar em alguma coisa, a campainha foi soada mais uma vez.

– O que vamos fazer? – Perguntei franzindo a cenho e me levantando rapidamente do sofá.

Ele olhou mais uma vez pelo olho mágico antes que pudesse responder.

– Venha comigo. Você vai ter que ficar aqui até ela ir embora. – Ele respondeu enquanto me puxava pelo braço para mais afundo do apartamento.

Passamos pela copa, onde tinha uma mesa de vidro com seis lugares, uma pintura totalmente sem significado para mim no momento, pendurada na parede, um lustre preto e moderno no teto, e algumas outras coisas que não consegui prestar atenção. Mais a frente chegamos em um corredor onde tinha várias portas, e foi por uma delas que ele me puxou. Era seu quarto.

– Vai me deixar aqui? Mas e se... – Perguntei ficando desesperada.

– Não tem nenhum “se”. – Ele respondeu me encarando – Não vou deixar que ela faça qualquer coisa com você, Ema – Benjamim acrescentou quando não viu tranqüilidade nos meus olhos, enquanto me segurava pelos ombros.

Sorri agradecida.

– Mas não estou preocupada comigo, e sim com o que ela pode fazer em relação a você. – Disse colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

– Você não existe mesmo, não é... Não se preocupe comigo. Ela não vai descobrir que está aqui. – Ele respondeu com um sorriso de divertimento no rosto.

Quando Benjamim disse isso, Amélia tocou a campainha mais uma vez.

Ele soltou meus ombros, mas continuou me encarando, como se estivesse em estado de choque e fosse quase impossível pensar em alguma coisa. Então um pequeno estalo acendeu seus neurônios novamente. Ele saiu correndo e entrou no banheiro do seu quarto. Tirou a camisa, os tênis e deu uma molhada no cabelo.

– Digamos que direi que estava no banho. – Ele falou quando encontrou meu olhar de curiosidade.

Mas não consegui concordar ou responder qualquer coisa. Aquela visão estava hipnotizante. Tentei não me levar, e muito menos olhar.

– Ema – Ele me chamou. O olhei voltando ao meu estado normal – Se por algum acaso Amélia vim para cá, vá para o banheiro e feche a porta. – Ele continuou.

Assenti engolindo em seco. Estava nervosa, apavorada com o fato de que ela poderia entrar por aquela porta e me pegar no quarto do seu namorado. Bem que Aurora disse que isso poderia ser uma má ideia. Era uma terrível voz que dizia no meu interior, mas estava completamente paralisada a ponto de querer tirá-la da minha cabeça.

– É melhor você ir, antes que ela resolva chamar alguém para arrombar aquela porta. – Disse tentando mostrar humor, mas minhas palavras saíram fracas e distantes.

Ele sorriu, e foi andando rumo à porta. Antes de fechá-la, ele olhou para trás, seus olhos azuis procurando os meus em meio ao desespero, mas alguma coisa fez meu coração acreditar que ainda poderia viver por mais uns bons anos. Então ele fechou a porta, me deixando sozinha a ouvir quando a porta do apartamento foi aberta e Amélia entrou fazendo milhares de perguntas.

(...)

– Já disse, estava no banho!

– Ora Benjamim! Não minta para mim, olha só como essa sala está toda bagunçada, tem dois copos de vinho em cima da mesa. Quer que eu acredite que ninguém esteve aqui?

Já tinham se passado bons minutos, e ele ainda tentava convencê-la de que estava sozinho e a demora para abrir a porta era porque se encontrava no banheiro tomando banho.

Aquele tempo ali sozinha, me fez pensar em Aurora. Como ela deveria estar preocupada com a minha noite fora de casa. Queria pegar o celular e ligar para ela, mas havia acabado a bateria. Estava perdida.

– Gostaria muito de saber os motivos de desconfiança que sente de mim, Amélia!

– Benjamim não fuja do assunto!

– Mas não estou fugindo, isso tem tudo haver com o assunto. Amélia você já percebeu como eu não posso ir a um barzinho com amigos que você já explode, assim como está fazendo agora? Gostaria muito de saber de onde vem e por que do seu ciúme!

Não estava mais suportando ouvir. Aquilo só servia para me deixar mais culpada por ter vindo.

Me levantei de sua cama macia e comecei a andar pelo quarto. Mas não estava adiantando, minha culpa me consumia até a cabeça. Então vi uma sacada. A porta estava fechada, as cortinas tampando, mas conseguia ver os pequenos e insistentes raios de sol tentando entrar. Fui até lá, empurrei a cortina e me livrei daqueles vidros fechados. A brisa que entrou foi relaxante, uma coisa que não imaginei sentir nesse momento.

Meus pensamentos foram sendo levados por aquela vista maravilhosa. Era a ponte Manhattan, toda iluminada pelo sol que nascia. Estava movimentada, mas não conseguia ouvir o barulho dos carros, apenas a brisa que invadia o quarto imenso.

– Porque se esse seu ciúmes for idiota e sem cabimento algum, deve te lembrar do que lhe disse sobre minha opinião. Amélia, quantas vezes terei que dizer que nunca a trairia, eu realmente gosto muito de você. – Benjamim disse parecendo realmente cansado com a situação.

Então só ouve silêncio. Achei que ela teria ido embora e que a qualquer momento ele entraria por aquela porta dizendo que estava livre, mas um tempo depois eu consegui ouvir Amélia responder calma e suavemente:

Você tem toda razão... Eu estou sendo incompreensível meu amor. É... Claro... Que essa... É a verdade.

Por mais que estivesse longe, consegui ouvir Amélia falar entre beijos.

Não queria mais ouvir. Queria ir embora e acabar logo com aquela farsa, mas sabia que se saísse do quarto, Amélia iria me ver e com toda a certeza do mundo, as coisas ficariam piores, não só para Bem, mas para mim também.

Olhei para a porta do quarto e depois para a paisagem à minha frente. Então lentamente caminhei para a sacada e encostei-me ao parapeito de ferro pintado de branco. O vento levou meu cabelo para trás e então estremeci meu corpo todo se arrepiando. Olhei para meu próprio corpo, estava com a roupa do dia anterior, mas com exceção do meu sapato. Tinha o pegado antes de Benjamim me puxar para seu quarto. Então por um momento um pensamento preencheu minha cabeça. Me imaginei acordando todos os dias com aquela vista, nesse mesmo quarto, assim, descalça e com os cabelos ao vento.

Mas por que isso passava pela minha cabeça? Tentei colocar isso de lado quando ouvi passos mais próximos. Seria Amélia?

Se por algum acaso Amélia vim para cá, vá para o banheiro e feche a porta. Foi o que Benjamim havia dito.

Sem muito tempo para pensar, corri até a cama dele, peguei minha bolsa e meu sapato no chão e me encaminhei para o banheiro o mais rápido possível.

Estava com saudades Bem! – Amélia disse enquanto beijava o namorado. Sua voz, agora mais clara e próxima, fez com que eu ficasse paralisada, sem conseguir fechar a porta do banheiro, enquanto olhava em direção a porta do quarto de Benjamim, esperando que a qualquer hora ela fosse aberta.

Mas por que ele viria com ela para cá? Teria esquecido que estava aqui? Impossível.

Quando a porta se abriu de supetão, Amélia estava agarrada em Benjamim, suas mãos na nuca do namorado, seus lábios de se tocando agressivamente, enquanto um beijo feroz e intenso rolava. Benjamim estava com as mãos na cintura da namorada, subindo e descendo enquanto acariciava cada parte do seu corpo. Mas ele não parecia à vontade, seus olhos, percebi, estavam abertos. Eles procuraram o meu e por um segundo percebi Benjamim constrangido e infeliz. Sem mais conseguir assistir aquilo, fechei a porta rapidamente.

(...)

“Você sabe qual é o motivo do meu sorriso todos os dias? A primeira palavra dessa frase.” Para E.C.W.

Será que essa frase havia sido escrita para Amélia? Aquilo passava todo o momento pela minha cabeça. Estava sentada encolhida no chão do banheiro, esperando que alguma coisa acontecesse. Ouvia a respiração acelerada dos dois. Queria parar de ouvir, estava me matando. Não suportaria a ideia de que Benjamim poderia fazer alguma coisa sabendo que estava ali. Mas acho que não me dei a luxo da decepção.

Não Amélia! Agora não! – Benjamim disse para a namorada.

– O que aconteceu? – Ela perguntou com a voz irritada.

– Não posso! Por favor, preciso ficar um tempo sozinho. – Ele respondeu parecendo preocupado.

Consegui ouvir Amélia bufar enquanto se levantava da cama.

– Tudo bem, só espero que não seja algo de errado comigo. Já lhe disse Benjamim, eu te amo!

– Também... Gosto muito de você. – Benjamim disse como se pensasse nas palavras.

Estava começando a me levantar, pronta para colocar meus sapatos, quando Amélia falou:

Vou dar uma passada na casa de Ema. Preciso realmente falar com ela, e quem sabe fazer programas de mulheres.

Parei imediatamente o que estava fazendo, meu coração começou a palpitar de ansiedade e minhas vistas foram ficando escuras. Só podia ser brincadeira.

– Vai passar lá? – Bem perguntou com a voz fraca.

– Depois que sair daqui sim...

Se eles conversaram sobre mais alguma coisa, eu não ouvi. Só me lembro, de minutos depois, ver Benjamim me ajudar a levantar do chão frio.

– O que aconteceu? – Perguntei enquanto me levantava.

– Eu não sei. Fui acompanhar Amélia até a porta, e quando voltei para procurar por você, estava sentada no chão sem se mexer. Pensei que...

– Não acho que desmaiei, se é isso que estava pensando.

– Na verdade meus pensamentos foram bem mais além. – Ele disse fazendo uma cara de dor enquanto acariciava meus cabelos.

Estava de pé agora, envolta nos braços de Benjamim. Ele me encarava, preocupado de certa forma, mas não podia ficar muito para ver o que poderia acontecer depois.

– Preciso ir embora! – Disse me desvencilhando de seus braços fortes.

– Ema! – Ele me chamou e eu virei para encará-lo – Me desculpe por tudo que a fiz passar e... Ouvir.

– Eu é que devo pedir desculpas... Benjamim, sua atitude foi a melhor, tentar me ajudar, mas corremos um grande perigo hoje. Amélia podia ter me visto, e sabe se lá o que ela podia ter feito comigo, mas fico imaginando o quanto me sentiria culpada de ela terminasse com você, por minha causa. – Falei ainda o encarando.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, ele caminhou rapidamente até mim e ficamos muito próximos.

– Entenda uma coisa, minha preocupação nunca foi meu relacionamento com Amélia. Fiquei pensando a todo o momento o que poderia acontecer com você. Fico muito feliz que esteja bem, e que ela não a tenha encontrado. Não sei o que faria comigo mesmo se alguma coisa acontecesse a você, Ema.

Ele disse, mas eu não consegui falar mais nada. Ficamos lá, por alguns segundos nos encarando. Então depois de um tempo, disse novamente:

– Preciso ir embora.

– Pelo menos me prometa que voltará que vai me deixar ajudá-la! – Bem insistiu enquanto segurava meu braço.

– Acho que nós dois sabemos que não conseguiria fazer essa bendita capa sozinha.

Ele sorriu aliviado. Depois olhou para a sacada aberta.

– Sempre foi um dos meus lugares preferidos da casa. A brisa que sinto me deixa tão...

– Relaxado. – Completei.

– Sim! – Ele respondeu sorrindo.

Sorri de volta, e todas as dores do mundo pareceram ser aliviadas por um momento. Aquilo era muito mais que tranqüilizador, mas sabia que não podia me deixar levar por esses sentimentos.

(...)

Quando cheguei em casa, um tempo depois, Amélia já estava lá. Paguei o taxi e corri para a porta da frente.

– ... não é estranho? – Foi o que consegui escutar ao entrar. Mas não era Amélia nem Aurora, e sim uma voz masculina.

Isaac.

– Olá! – Falei tentando parecer mais calma possível.

– Onde você estava? – Isaac perguntou se levantando e vindo até mim. Parecia preocupado, mas ao mesmo tempo incrédulo.

– Ué... Eu estava... – Tentei responder, enquanto buscava o olhar de Aurora.

Agora todos olhavam para mim, até Amélia, e ela parecia bem curiosa, como se soubesse o que poderia estar acontecendo.

Então a boca de Aurora sibilou enquanto todos estavam distraídos: Sua mãe.

– É... Eu estava na casa da minha mãe. – Respondi por fim.

– Tem certeza disso? – Amélia perguntou com uma careta.

– E por que não teria?

– Bem, porque pareceu pensar muito para responder. – Ela disse dando de ombros.

– É que eu não to muito bem... Dormi lá e tive que acordar rápido para vim para casa, e é como se ainda meus neurônios estivem dormindo. – Respondi tentando soar humorada, e o melhor, calma.

Não era muito boa em mentir, muito menos em fingir que meu coração estava quase saindo pela boca.

Amélia concordou com a cabeça enquanto sorria, já Isaac fez uma careta juntando as sobrancelhas.

– Isso foi antes de você ter ido... – Isaac ia perguntar, e eu sabia exatamente onde chegaríamos se ele continuasse sua frase. Sem pensar duas vezes, me inclinei para frente e o beijei.

Foi uma coisa doce, linda e calma. Sentia suas mãos na minha cintura, e os olhares que Amélia e Aurora nos lançavam. Mas alguma coisa dentro de mim não ligou. De começo foi apenas para pará-lo e impedir que ele pudesse perguntar, mas depois afetou meu coração como a fumaça quente de um delicioso chocolate quente.

Quando me afastei vi que Amélia sorria de canto a canto, e Aurora parecia mais chocada ainda.

– Eu acho que encontrei minha deixa! – Amélia falou enquanto se levantava do sofá, pegava sua bolsa e ia saindo de mancinho. Aurora foi atrás dela. Consegui as ouvir conversando pelo caminho. Não pareciam irritas ou chateadas, muito pelo contrário, elas sorriam.

Aurora me lançou um olhar aprovador, enquanto Amélia fazia o mesmo, mas posso jurar que o dela era menos verdadeiro do que mostrava ser.

Isaac sorriu. Alguns minutos depois, estávamos no meu quarto, fazendo sabe-se lá o que.


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Notas finais do capítulo

Bem, aí está.
Espero que tenham gostado, pois eu amei escrever.
Comentários viu?! Ally, Nina, Mari... E quem mais esteja aí.
#nãosejamleitoresfantasmas
Beijos e até o próximo.



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