Amor Platônico escrita por Nara May


Capítulo 7
Eu estou feliz


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera!
Aqui estou eu, vamos lá?
O capítulo é pequeno, não me matem. As vezes, gosto de ser bem objetiva, rs.



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Meus pés faziam um barulho divertido na grama fofa e úmida. O barulho estava se ampliando progressivamente, já que eu estava sendo seguida. Na minha experiência com filmes, isso indicava que iríamos ter uma conversa. Mal podia esperar por isso, apesar do medo me empurrando jardim afora.

Como qualquer adolescente isolada, eu tinha o meu cantinho preferido em casa. Era composto por um banquinho de madeira pintado de branco, com algumas tulipas enfeitando o lugar. Simples.

Sentei no banquinho, e ele fez o mesmo. Deixei que ele falasse primeiro.

– Parabéns. – Aquela palavra teve um enorme significado pra mim. Especialmente, porque havia saído da boca dele.

– Obrigado – murmurei com a cabeça baixa. Não era um sinal de vergonha. Tive vontade de fazer e simplesmente fiz.

Com o canto do olho vi que ele ainda me avaliava. Permaneci calada, deixando terminar sua inspeção.

Depois de alguns minutos de silêncio, ele tocou minha mão rapidamente.

– Eu sei, sou muito branca – deixei escapar.

Ele riu baixinho.

– Não é isso. É que sua pele está fria.

Burra, burra, burra.

Eu tinha que parar com minhas psicoses.

– Acho que é nervosismo.

– Sei. – Ele arqueou a sobrancelha. – Agora, me responda. Por que você se escondia?

Eu nunca imaginei que ele me perguntaria isso. Na verdade, eu nunca imaginei nem que ele tocaria minha mão.

– É complicado – suspirei.

– Por quê? Você se acha esquisita por causa da pele branca em contraste com seus olhos e cabelos escuros?

Eu me achava esquisita pela dificuldade de me soltar fora do normal e todas as minhas extravagâncias. Não me incomodava em ter os olhos escuros e o cabelo cor de chocolate. Eu gostava. Os outros é que se incomodavam.

Diante da minha hesitação, Bryan tentou ajudar.

– Se esse for o motivo, não deveria ligar. Olha a cor do meu cabelo. – Apontou para a sua juba maravilhosa. Esse era o segundo detalhe – além dos seus olhos – que eu mais amava nele.

– Não é isso. – A frase saiu um pouco risonha – Quer dizer, a minha aparência contribuiu muito pra que eu me escondesse –

– Que bobagem… –

– É verdade. Sabe, eu sempre fui tímida. Tudo o que eu fazia, ninguém fazia igual, entende? Eu já não conseguia fazer amizades e com o tempo as pessoas meio que se assustaram comigo. Depois, vieram os apelidos desgastantes e toda aquela humilhação… – Fiz uma pausa – O tempo passou e eu me fechei, não tomei atitudes para mudar. A culpa no fundo é minha. Hoje eu percebi que sou bonita, sou normal… Apenas, projetava coisas ruins de mim mesma na cabeça.

Foi um bom desabafo. Eu me senti livre, pronta para me expressar e formatar minhas estranhezas a uma nova personalidade, sem tirar os meus princípios éticos.

Sugestão de música

Uma música lenta – a primeira da festa – foi posta. Eu estranhei, com certeza, franzindo o cenho para a situação. Bryan apenas sorriu para mim.

– Isso é coisa da Melissa. Ela sempre inventa de fazer momentos de casais durante as festas – explicou, percebendo que eu não estava entendendo nada. – Você está engraçada fazendo essa cara. Vamos dançar. Agora.

– Eu? – Apontei para mim mesma, com os olhos arregalados – Eu? Eu?

– Não. – Puxou a minha mão direita, tentando me levantar de alguma forma. – Nós.

Segundos depois eu estava em pé, na sua frente, tentando dar dois passos pra lá e dois pra cá sem pisar no pé dele. Eu nunca tinha dançado na minha vida, mas qualquer desequilibrado consegue se virar um pouco. Até o fim da primeira estrofe, eu havia conseguido me sair bem.

Bryan pôs seus braços na minha cintura, me guiando, enquanto eu entrelacei suavemente minhas mãos no seu pescoço. Incrível como esses simples toques já eram um passo enorme de contato físico pra mim.

A letra da música era bem a minha cara. Eu queria me desprender – me desatar – de todo o medo e receio que eu tinha da vida. Queria descobrir novos sentimentos, me aceitar. E eu estava tendo o resto da minha vida toda pra fazer isso. Ter dezoito anos era só o começo da minha independência e do meu amadurecimento.

– Tenho que confessar uma coisa. – Bryan me tirou dos meus devaneios.

– O que?

– Agatha, você… de alguma forma… Tem a beleza mais encantadora e apreciável que eu já vi. – Seus olhos estavam conectados com os meus.

Minha mente saltitou, numa alegria suprema. E eu ainda podia gritar pra ela que não estava sonhando.

– Posso dizer o mesmo – respondi. – Mas, você já deve ter ouvido elogios demais… – ri.

– Quero ouvir o seu.

Eu pensei muito antes de dar uma resposta.

– A junção das suas características físicas com a sua individualidade é o que eu mais gosto. – Não achei que saiu muito bom. Eram palavras de uma nerd vergonhosa.

Ele sorriu convencido, e tirou a mão esquerda da minha cintura, passando seguidas vezes o polegar em minha boca.

– Foi o melhor elogio que já tive.

Repentinamente, seus lábios estavam grudados ao meus.

E, apesar de nunca ter tido esse contato – em outras palavras, nunca ter sido beijada – me senti preparada para provar, pra absorver isso. Porque seus lábios eram macios como veludos e agradáveis como algodão-doce. Imediatamente, me reprimi pela comparação idiota.

Sua língua adentrou na minha boca, e a sensação parecia com algum tipo de alucinógeno que o ao invés de machucar meus sentidos, me instigava a fazer o mesmo. Uma força estranha fez com que meus olhos ficassem fechados. E não abrissem tão cedo. E aquela dança frenética de línguas – descritas nas historinhas mais românticas do mundo – aconteceu. Os minutos passaram e eu não gostei nenhum pouco quando sua pouca descolou da minha.

– Feliz aniversário, Tha. – Deu uma leve mordidinha no meu lábio inferior. Meu apelido era mil vezes mais aceitável e belo na voz dele.


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Notas finais do capítulo

Ahhhhhhhhhhh, não me matem!
Quero aproveitar esse espaço para dar duas notícias.
Vou viajar hoje. Sim, vou viajar :o
Recife me aguarda.
"Mas Maynara, e as postagens novas?"
Então, estou dando o meu melhor aqui para antes de ir deixar programado mais alguns capítulos e não deixar vocês sozinha durante 2 semanas.
Mandem reviews sim, e não se preocupem se eu não responder. Se puder, responderei na viagem mesmo. Caso contrário, responderei de forma linda aqui.

Antes de ir, gostaria muito de agradecer a Kemore, a tenten e a Maddevone. Vocês são as minhas novas leitoras ativas muito lindas. Eu percebi que tem muitos fantasmas aqui, favoritando e acompanhando a fic - mas sem mostrar para o público, claro. Não vou dar esporro em vocês, só espero que estejam gostando. ;)

Isso é tudo, pessoal.



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