O legado dos heróis escrita por RL


Capítulo 19
Uma história para dormir


Notas iniciais do capítulo

Com dor no coração que digo. Esse capítulo começou como outro qualquer, mas teve que acabar como...
Eu sinto muito!



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Jason falou que os monstros estavam mais fortes, mas que Quíron duvidava que fossem formar um exército para tentar algo contra o acampamento. Ele mandou o recado que eu deveria fazer o que eu achasse certo. E não preocupasse com a escola, pois ele tinha tudo resolvido com a mãe do Percy.

Uma coisa que me intrigou foi quando perguntaram quando iria acontecer a profecia de fato. Eu era mais velha que Percy, então provavelmente perto do meu aniversário. Mas Reyna me perguntou o dia do aniversário do afilhado e eu simplesmente não sabia. Tinha a enorme probabilidade do aniversário deles serem antes do meu. Eu precisava perguntar o dia que eles nasceram. Sem falar em localizar o Léo, era essencial.

Não durou muito a reunião depois que Percy foi embora. Afinal, como Piper aconselhou nós devíamos conversar.

Percy estava se despedindo de Rachel. Não muito longe do nosso esconderijo. Ela estava voltando para o colégio para damas. Já devia estar lá há muito tempo.

– Acho bom você e seu primo se darem bem. Ele vai frequentar muito aqui agora – disse chegando perto para me despedir.

– Os comentários então era verdade? – ela disse me olhando de cima a baixo – Você está parecendo mulher! – ela disse dando risada.

– Legal saber que pareço um homem.

– Você me entendeu – ela me encarou mais uma vez – de menina temida por todos, para mulher temida por todos!

– Já estou indo me trocar, voltarei a ser a Annabeth de shorts e camisa laranja! – realmente os comentários estavam me irritando.

– Não sei sua opinião, mas por mim, você devia fazer o Percy se vestir assim mais vezes. – ela disse o olhando. Ele estava com as mãos nos bolsos olhando para chão. Ficou visivelmente incomodado com a minha presença. O que me irritou mais ainda.

– Tchau. Até o verão! – disse a abraçando. Se ele estava incomodado com minha presença. Não seria eu a tentar conversar.

Zöe estava ali perto vendo de longe Percy e Rachel conversarem. Ela ficou muito brava quando eu simplesmente me despedi e saí de perto. Foi mais difícil ainda, para Damásen segurá-la longe. Não prestei atenção no que ela dizia. Só dei risada lembrando que eu era assim. Mas acho que não era tão agressiva quanto ela. A mandei relaxar, e fui para trás das construções. Necessitava ficar sem olhares em cima de mim. E a roupa pouco me importava. Posso ser orgulhosa e dizer que carregarei o mundo e carregarei mesmo. Nada mudará o que sou. Minha essência sempre será a mesma.

Percy e eu fizemos as pazes logo depois. Mas antes tive que lhe deixar bem claro que o amava. Que ninguém poderia competir com ele. Pois meu coração já o pertencia. Ele também me declarou seu amor e acabamos com a briga.

Encontrei o Léo através da mensagem de Íris, e ele foi até o acampamento Júpiter. Para a surpresa de todos estava acompanhando de Calypso. Minha primeira reação ao vê-la foi sentir ciúmes, porém percebi que aquilo era irracional – principalmente para uma filha de Atena. Percy e eu já estávamos casados. E com tudo que já havíamos passado não era ela que iria me abalar. Agora Zöe, só faltou colocar uma coleira escrita “posse da minha mãe” no pescoço do Percy. O seguia em todos os lugares principalmente se Calypso estivesse perto.

A viagem foi tranquila – do modo dos semideuses. Chegamos a Épiro faltando dois dias para os aniversários dos gêmeos. Não perdemos tempo e logo entramos no rio Aqueronte. Atravessar para o mundo inferior pelo rio foi altamente perigoso. Mas apesar de encontrar obstáculos. Os gêmeos resolviam facilmente. Eles tiravam par ou ímpar para decidir quem lutaria.

Quando encontramos o escuro, era como uma muralha preta. Que avançava lentamente. Em nossa frente um corpo começava a ser formar e desaparecer. Ele não estava instável, porém sua cabeça sempre exibia um sorriso extremamente branco. Fazendo o oposto com todo aquele preto.

– Veio se juntar a mim minha querida? – ele me perguntou com a voz oca.

– Viemos destruí-lo! – gritaram Percy, Damásen e Zöe. O atacando com jatos da água, redemoinhos, tudo o que conseguiam fazer. Mas nada acontecia, só a escuridão avançava mais rápido a cada ataque.

Estava me sentindo incapacitada, se tentasse me aproximar dele a respiração desaparecia. E não havia nada que eu conseguisse fazer. Só estava ficando mais claro que os ataques eram inúteis para nós. Porém para Érebo era totalmente essenciais. O fazia ficar mais estável e avançar mais rapidamente.

– Parem agora! – ordenei – Ele só fica mais forte – Percy foi o único a me escutar e fazer o que mandei. Os gêmeos estavam perdidos em seus brilhos. Além de estarem em uma luz intensa suas marcas no braço estavam começando a brilhar em um tom mais intenso que o resto do corpo.

Não sei como tive coragem de fazer o que fiz. Não podia deixar que eles continuassem, só estavam adiantando o retorno de Érebo. Se ele se personificasse tudo estaria perdido de verdade. Peguei o cabo da minha espada e bati na cabeça dos dois com força. Eles desmaiaram, Percy precisou controlar a água para que eles não se afundassem.

– O que podemos fazer? – ele perguntou aflito. Érebo ria ao fundo.

O que se pode ser feito quando não pode chegar perto do inimigo? Quando o poder só acelera sua transformação? Quando as armas ao serem lançadas só são absorvidas pela escuridão? Qual é a única opção? Como se acaba com a escuridão?

“Para acabar com a escuridão, basta acender a lanterna”.

Pensamentos passavam na minha cabeça tão rápidos, astutos e peculiares. Como se fosse a própria Atena.

A única opção que restava era orar. Percy me encarava esperando resposta. O beijei, olhei em seus olhos sinceramente.

– Me desculpe!

Fechei meus olhos e comecei uma prece intensa e rápida, com toda a força que eu tinha e com toda a minha fé. Meu corpo começou a ser comprimir e a arder. Comecei a me contorcer de dor. Ao fundo podia o ouvir gritar, mas logo sumiu.

Estava em um palácio extremamente delicado e bonito. Uma coisa logo tomou minha atenção enquanto reparava nos detalhes na arquitetura. Uma mesa no salão da entrada, logo a frente das escadas que deveriam levar para os restantes dos cômodos, salões e etc.

– Se você tivesse tempo, levaria para um tour no palácio, e o chá seria no jardim – uma mulher que irradiava luz me dizia sentada à mesa – mas creio que não seja seu caso.

Corri até a mesa. Ela era magra os olhos cor de mel. Cabelos extremamente loiros, que caiam como uma cascata de cachos. A sua pele era como uma porcelana.

– Senta-se querida – obedeci fielmente – e então?

– Hemera, filha de Érebo com Nix, deusa primordial do dia, personificação...

– Eu sei o que eu sou. Estou aqui para você me dizer quem você é e por que deveria lhe ajudar – olhei um pouco irritada. Como assim eu deveria dizer por que era preciso ajudar? Não era óbvio? – sinceramente não vejo por que eu, uma deusa primordial, deveria fazer algo para uma simples filha de Atena.

– A simples filha de Atena aqui, ajudou na luta contra Cronos, Gaia, só ajudou a salvar o mundo e o Olimpo – o refez, acrescentei mentalmente – preciso me apresentar mais um pouco? – precisava me manter calma. Era nossa única chance.

– Annabeth Chese o mais importante você não citou – ela me disse tomando um gole de chá.

– E qual seria? – perguntei, sem entender o que seria mais importante que salvar o mundo?

– Tolinha – ela disse rindo – Encontrar a estátua de sua mãe! Salvar o mundo qualquer um consegue, basta ter as pessoas certas ao seu lado. Mas uma estátua procurada a mais de cem anos, por vários filhos de Atena. Onde só uma pessoa realmente digna poderia encontrar. Onde enfrentaria seu maior medo. Isso sim, é uma conquista única.

– Desculpa, mas o que isso tem a ver? – perguntei perplexa.

– Não vou ajudar qualquer um.

– Em muitas histórias, batalhas são os filhos que detém os pais para salvar o mundo. Para tirar o poder da tirania – comecei a explicar – Seu pai está se reerguendo ele tomará o mundo para si. Destruirá tudo e todos. Só você pode detê-lo.

– Ainda não vi motivos para me preocupar – ela disse com um bocejo.

– Você não vai ajudar qualquer um. Não é isso que você quer? Então eu lhe digo. Você irá ajudar todos os deuses e deusas existentes. Você ajudará todos os mortais. Você salvará o mundo e o Olimpo – explodi – Acho que ajudar Zeus e Atena não seria pouco, seria? Você se acha tão inalcançável, pois bem, me responda essa. Como o dia pode existir sem o mundo para ele resplandecer?

– Achei você digna irei ajudá-la – ela falou com indiferença. Levantou da mesa estralou os dedos – Isso pode doer – ela sussurrou – Eu deusa da luz, do dia e da persuasão lhe concedo uma milésimo de fração do meu poder. Para a escuridão combater. E o dia sempre resplandecer!

O meu corpo parecia estar entrando em combustão. Era uma dor insuportável. Me contorcia inteira. Não conseguia abrir os olhos, mas mesmo assim enxergava a claridade. Logo ouvi Percy gritando meu nome e tentando me segurar pelo pulso. Ouvia Zöe Damásen também.

– Isolem a escuridão com uma faixa de espaço sem oxigênio – disse sem forças para falar. A dor estava me consumindo.

Não conseguia mais aguentar. Com muito esforço, consegui soltar meu pulso da mão de Percy. E mergulhei para escuridão. A única coisa que conseguia escutar era os gritos de não. A única coisa que eu fiz, foi me esticar e gritar com toda força...

– Mamãe o que aconteceu depois do grito? – perguntou Zöe em pé no berço.

– E por que a faixa de vácuo? – perguntou Damásen. Que já se entregava aos poucos ao sono.

–Não me lembro. Percy fala que houve uma grande explosão de luz – disse a colocando de volta ao berço. Depois beijei sua testa – A faixa era para impedir a propagação da explosão. Poderíamos destruir o reino de Hades.

– Como você sabia? – perguntou Damásen com um bocejo.

– Análise dedutiva, pressentimento, orientação, intuição, subconsciente. Ainda não tenho a teoria correta – respondi.

– Mamãe por isso você tem a tatuagem do sol na nuca? – Zöe me perguntou com sua voz de bebê, três anos de idade – ele é tão lindo.

– É uma marca que nem a sua. Onde se canalizou todo o poder – beijei Damásen – hora de dormir.

– Boa noite crianças – disse Percy entrando no quarto.

– Amanhã a senhora vai contar como nascemos – Zöe não pedia, ordenava – Boa noite papai.

– Você pode contar sobre o futuro delas interligado com o nosso passado? – Percy me perguntou me abraçando pela cintura. Olhávamos para nossos filhinhos, que dormiam sem saber que a maioria dos deuses os queria morto.

– Eles são crianças pequenas. Não vão se lembrar diretamente das histórias.

– São filhos esqueceu? Memória de elefante.

– Mesmo assim. Vai ser só como uma história emocionante antes de dormi.

– Vou com você?

– Quem vai cuidar das crianças enquanto vou ajudar minha mãe? Negativo, você fica. – o beijei e me transformei na minha verdadeira forma.


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Notas finais do capítulo

teve que acabar como o final da fic. Eu não posso continuar escrevendo, então por respeito aqueles que me acompanham escrevi o final meio por cima. Para não deixa-los sem o fim. E com o vislumbre de uma outra história (para responder algumas perguntas). Desculpem gente de verdade. Tinha tanta coisa em mente... Espero que me perdoem e não fique tão bravos. Pois abandonei a fic, mas não os deixei sem o final (sem graça pelas circunstância, mas um final)
Até alguma outra hora!



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