Headphone Actor escrita por Valvidal


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Bem, peguei a tradução da música "headphone actor" de Kagerou Project/Mekakucity Actors e escrevi como se fosse a Takane contando.



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Era um dia normal e inofensivo, sem nenhum problema. Eu estava ouvindo o rádio para espantar o tédio, jogando um videogame qualquer. Morava numa casa de um andar apenas, porém mais me trancava no meu quarto do que fazia qualquer outra coisa. Ele era retangular e composto de uma TV de plasma pregada na parede, videogames em prateleiras logo ao lado, consoles abaixo e na frente de tudo isso uma cama ao lado de uma mesa.

"É extremamente lastimável, mas o mundo acabará hoje", disse enquanto chorava o presidente de algum país. Em choque, olhei pasmada para a janela ao lado da cama em que eu sentava: pássaros enormes cobriam e congestionavam o céu, engolindo a lua crescente, partindo em direção à algum lugar. O que realmente estava acontecendo? Por que pessoas entravam em pânico pelas redondezas do bairro e eu podia ouvir barulho de sirenes de viaturas de polícia, ambulâncias, buzinas e batidas e carro?

Não salvei o jogo que estava jogando e deixei alguns livros que quase nunca toquei em cima da mesa, eu estava tão assustada que deixei o controle do videogame cair no chão. Como se isso fosse parar a tremedeira do meu corpo, coloquei rapidamente os fones de ouvido. Tocava um arquivo desconhecido de um artista desconhecido, com o número de um título desconhecido. Assim que coloquei, a voz da cantora ecoava em toda a minha mente: "você quer viver, não quer?".

Encorajada pela música, pulei da janela e corri pela cidade agora se tornando ruínas: o mundo se contorcia como se agitassem o salão de reuniões de um trêmulo arranha-céu. Não importa o quanto eu ouça, aquela certamente era minha própria voz se passando por instinto através dos fones. Mas eu já estou cansada de ouvir. "Se atravessar a colina em vinte minutos, vai enteder o que está acontecendo, querendo ou não. Não hesite, só me ouça com atenção e vá vinte minutos à frente".

Naturalmente, o cruzamento estava muito congestionado. Todos estavam desesperados, e agora não haviam prioridades: novo ou velho, homem ou mulher. Eram todos humanos agora. Estava cercada por gritos irritados e choros de bebê. Desviei de pessoas violentas, uma garota chorando, um padre rezando. Passei pela multidão, sendo a única pessoa na direção oposta para além daquela colina. A voz me informou: "Só mais 12 minutos restantes".

Se tudo vai acabar assim, não tenho nada a perder em segui-la.

Tantas pessoas sofrendo, inclusive eu, me fizeram lacrimejar e perdi 10 segundos. Tenho medo de continuar, mas segundo a lei de Murphy, não importa quem faça o quê, o cântico da humanidade continuará. Não havia como impedir. "Corra através de tudo, só resta um 1 minuto". Eu estava tão focada na colina à minha frente que não ouvia mais nada do que está sendo dito.

Finalmente, cheguei na colina sem fôlego. Quando avancei, algo me bloqueava. Era uma imensa parede invisível, uma redoma que projetava o céu artificial que sempre nos cobriu. Abri sem hesitar, revelando um universo alternativo guardado por cientistas de jaleco branco que aplaudiam, dizendo "incrível". Olhei para trás novamente. O cenário da cidade mais parecia um local para experimentos. "Não precisamos mais", disse um cientista, lançando uma bomba no local como se não fosse nada demais. E pensar que vivi até agora em um pequeno mundo dentro de uma caixa. Só conseguia olhar estupefata para a minha cidade agora em chamas.

A voz do outro lado dos fones dizia: "Me desculpe por te mostrar isso".


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