The phoenix escrita por estrelinha


Capítulo 2
Nova vida em beacon hills


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amados poucos leitores kkkkk. Obrigada por se interessarem em clicar na fanfic e ver o que ela tinha a oferecer. Bem, aí vai o segundo capítulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/577516/chapter/2

Fazia uma semana que eu estava morando com minha tia em Beacon Hills, devo admitir que ela estava se esforçando para me agradar, e na maioria das vezes eu tentava parecer aceitar a situação, mas quando chegava à noite e eu me via sozinha naquele quarto sem graça, pensava que minha vida nunca mais seria a mesma, e então, eu chorava, chorava sem parar, noite após noite. Mas naquele dia em questão, o caminhão de mudança havia chegado com as minhas coisas. Meus amigos, Sarah e Tyler, embalaram tudo para mim. Como sinto a falta deles. Deixei um suspiro pesado escapar antes de começar a desembalar as caixas; a primeira continha minha ampla coleção de livros os quais prontamente comecei a arrumar na estante. Marjorie me convenceu a comprar tinta para pintar o quarto, eu escolhi a cor violeta, um tom parecido com o que eu tinha visto em meus olhos na noite em que cheguei, eu sabia que era apenas impressão minha, mas de qualquer forma, achei a cor bonita. Comecei a desembalar as outras caixas que continham roupas de cama e toalhas. Em outras haviam alguns objetos como o abajur e a caixinha de joias, mas nenhum deles era tão valioso quanto o que eu mantinha em minhas mãos, se tratava de algumas fotografias em família, escolhi algumas fotos e as prendi no quadro de avisos acima da escrivaninha, aquelas fotos me faziam recordar boas lembranças, sorri involuntariamente enquanto as contemplava, decidi continuar arrumando as coisas antes que começasse a chorar novamente, eu não queria mais chorar, embora ainda fosse apenas uma menina de quinze anos assustada, sabia que precisava ser forte naquele momento e me adaptar à nova vida que me aguardava em Beacon Hills. Eu já estava terminando de guardar minhas roupas no armário quando Marjorie apareceu na porta.

– Uau! Agora sim esse lugar está parecendo um quarto de verdade. - ela comentou admirando o lugar.

Eu sorri concordando com a cabeça.

– Querida eu sei que você vai odiar isso, mas... - continuou fazendo uma breve pausa. - ... o Jonh, quero dizer, o xerife Stilinski está aqui para ouvir o seu depoimento com relação ao incidente. - ela concluiu, não sei porque, mas notei um certo brilho em seu olhar quando mencionou o nome do xerife. Resolvi ignorar.

– Eu não queria mais ter que falar sobre isso. - lembrar daquela noite me causava dor.

– Faça um esforço - ela pediu. Suspirei pesado.

– Tudo bem - me dei por vencida.

Desci as escadas sem ânimo, o xerife me aguardava sentado no sofá, ele estava pensativo anotando algo em sua prancheta.

– Olá xerife. - falei enquanto me aproximava.

– Ivie Parker, certo? - assenti sentando no sofá à sua frente. Olhei para o lado e percebi que minha tia vinha cambaleando da cozinha com uma bandeja contendo duas xícaras.

– Eu não quero interromper, mas faço questão de oferecer um cafezinho. - ela disse estendendo uma xícara de café para Stilinski e outra para mim. Deixou escapar um sorrisinho singelo para ele antes de sair.

O xerife agradeceu e provou do café tentando disfarçar a careta de desagrado. Tomada pela curiosidade, eu tomei um gole me arrependendo em seguida. O café estava muito forte, sem contar que minha tia esqueceu de colocar açúcar, ela era meio atrapalhada, mas colocava a culpa nos espíritos dizendo que eles a deixavam louca, já que falavam a todo momento.

– Bem, eu sinto muito precisar conversar com você sobre isso, mas infelizmente é necessário. - ele comentou receoso. - Esperei uma semana para poder procurá-la e ter o seu depoimento.

– Eu entendo xerife, me diga, como andam as investigações? - ele fez uma expressão frustrada.

– A verdade é que as investigações não andam, a casa foi totalmente carbonizada. - revelou. Engoli a seco me lembrando das chamas intensas que vi.

– Entendo - falei cabisbaixa.

– Ivie, eu preciso que me diga tudo, qualquer coisa. - disse dando ênfase na última frase. - Quero que me fale as suas últimas lembranças do incêndio.

– Eu lembro que fui dormir, fazia muito frio naquela noite. Mas teve um momento em que senti calor e um cheiro insuportável de fumaça, abri os olhos e vi o fogo tomando conta de tudo, não havia como escapar, eu... eu certamente deveria estar morta! - revelei assustada, o xerife estreitou os olhos e anotou algo em sua prancheta, ele parecia estar encarando o meu relato com extrema naturalidade e isso era muito estranho. Resolvi continuar.

– Eu lembro que estava ficando sem ar, totalmente sufocada pela fumaça, não conseguia parar de tossir. A última coisa que lembro foi de cair no chão e acordar no hospital. A enfermeira disse que eu fui achada do lado de fora pelos bombeiros, mas eu não lembro como consegui escapar, eu não lembro... - relatei com certo pesar na voz.

– Você notou algo diferente naquela noite? Qualquer coisa estranha ou fora do comum? - a pergunta dele me fez lembrar de Dean e Sam da série Supernatural. Semicerrei os olhos não entendendo aonde ele queria chegar.

– Ah, eu deveria? Quero dizer, não notei nada que não fosse perfeitamente normal. - respondi um pouco confusa devido a pergunta. O xerife balançou a cabeça assentindo.

– Tudo bem, caso você lembre de algo não deixe de me ligar. - disse me entregando um cartão.

– Desculpe por eu não poder ajudar muito. - comentei sincera, afinal eu gostaria de saber o que causou todo o desastre.

– Qualquer depoimento é válido Ivie. - disse com um sorriso simpático. - Bem, eu vou indo. - avisou caminhando até a porta.

– Ah, o xerife já vai? - perguntou minha tia quando ouviu o rangido da porta.

– Sim senhora Parker, obrigado pelo...hm... café! - disse Stilinski.

– Ah, na verdade é senhorita, eu não casei. - revelou com um sorrisinho nervoso. - Se precisar de mais alguma coisa pode voltar quando quiser. Mi casa es su casa. - concluiu tentando soar sensual. Ele sorriu constrangido e se retirou em seguida. Eu queria me enterrar naquele momento, não acreditava que ela estava mesmo dando em cima do xerife.

– Ai que homem! - exclamou espiando ele pela janela.

Eu não aguentei e caí na gargalhada, ri tanto que minha barriga doeu.

– Você é doida tia.

– Aprenda querida, é assim que se consegue um homem. - retrucou dando uma leve piscadela, balancei a cabeça ainda rindo. - Ah, e falando em aprender, sua transferência foi aceita, o diretor da escola local me ligou avisando que você pode começar amanhã. - meu sorriso se dissipou ao ouvir isso, eu odiava ser a aluna nova.

– Tudo bem! - concordei tentando disfarçar minha frustração.

– Ah não fique assim, vai dar tudo certo, além disso... tem uma coisa lá fora pra você. - revelou arqueando as sobrancelhas de maneira sugestiva.

– O quê? - perguntei surpresa

– Adivinha!! - exclamou fazendo suspense.

– Um cachorro! Você quer me dar um cachorrinho? - indaguei tombando a cabeça em uma expressão que me deixava fofa, bem, pelo menos é o que eu acho.

– Não!

– Uma bicicleta? - sugeri.

– Nananinanão!

– Skate!

– Oh minha nossa, é melhor você ir lá ver. - disse revirando os olhos, dei de ombros e caminhei até a porta um pouco desconfiada. Quando girei a maçaneta, havia um lindo New beetle estacionado do lado de fora. Meu queixo caiu com tamanha surpresa.

– É... é pra mim? - perguntei incrédula.

– Claro sua bobona! Faltam apenas três dias para o seu aniversário lembra? - não, eu não lembrava, esqueci completamente do meu aniversário.

– Obrigada! Ele é lindo! - comentei andando, ou melhor, correndo até lá.

– Ele é de segunda mão, mas está conservado, mandei consertar algumas coisas e pintar, achei que fosse gostar de laranja. - disse Marjorie ao meu lado.

– Eu amei tia, muito obrigada! - falei com um sorriso enorme.

– É bom te ver sorrindo novamente.

[...]

Acordei quando o despertador começou a tocar, levantei cambaleando para o banheiro e tomei um banho rápido, penteei meu cabelo de qualquer jeito e vesti uma camisa quadriculada azul de botões e jeans escuro, calcei o par de all star surrado e capturei a mochila descendo as escadas em seguida. Marjorie me esperava na sala, ela iria me levar na escola já que legalmente eu ainda não podia dirigir meu carro, peguei uma maçã, não dava tempo de comer algo melhor, afinal, eu não queria entrar atrasada em uma sala cheia de desconhecidos.

Chegamos até a escola e eu desci do carro um pouco receosa. O lugar era grande, eu andava rapidamente, precisava encontrar a sala. A primeira aula seria de história com o senhor Yukimura. Pelo menos eu gostava de história. Todos os alunos andavam pelos corredores e interagiam uns com os outros, eu precisava perguntar para alguém onde ficava a sala. Visualizei duas garotas conversando enquanto pegavam alguns livros em seus respectivos armários. Se tratava de uma ruiva e uma japonesa.

– Oi, vocês podem me dizer onde fica essa sala? – perguntei mostrando o papel com meus horários.

– Fica no terceiro corredor, basta você virar à esquerda e prosseguir. - respondeu a japonesa. A ruiva me encarava, sua expressão transmitia um misto de surpresa e desconfiança.

– Obrigada! – foi tudo o que eu disse antes de virar as costas e sair dali.

Tem alguma coisa errada com essa garota, e eu não estou falando das roupas. – detive meus passos ao ouvir tais palavras. Olhei pra trás e percebi que a dona daquela voz era a ruiva. Mas era impossível, eu já estava a no mínimo dez metros de distância dela, como posso ter ouvido o que ela disse? Talvez ela tenha dito um pouco alto ou a minha audição é realmente muito boa. Tentei ignorar o comentário dela e segui em frente, consegui achar a sala e entrei.

– Bom dia professor! – saudei o homem de aparência asiática.

– Bom dia senhorita,.. eu nunca a vi em minhas aulas, você deve ser a aluna nova certo? – assenti. – Seu nome é Ivie Parker? – perguntou lendo em algum bilhete, provavelmente a coordenação o informou.

– Sim senhor! – afirmei.

– Turma, conheçam a senhorita Parker, ela vai falar um pouco sobre si. – comunicou o professor. Naquele momento eu queria cavar um buraco até a china. Eu realmente odeio ser a aluna nova.

– Eu prefiro não fazer isso. – revelei com vergonha

– Ora Ivie, não seja tímida, todos tiveram que fazer isso no primeiro dia de aula. – ele disse e eu olhei para a turma um pouco constrangida. Todos me encaravam esperando qual seria a minha atitude.

– Olá, eu sou Ivie, morava em Lancaster, mas precisei ficar em Beacon Hills e atualmente moro com a minha tia. – falei no modo robô rezando para que aquele ser asiático me deixasse sentar e não perguntasse nada.

– Muito bem, seja bem vinda. Espero que você goste de história. – comentou com um sorriso simpático. Sentei em uma das cadeiras do fundão e finalmente pude soltar a respiração.

Não deixei de reparar no garoto distraído rabiscando algo em seu caderno, ele foi o único que não me encarou quando o professor mandou que me apresentasse. Baixei a cabeça ponderando meus pensamentos, eu não estava interessada em amizades, muito menos em garotos que me pareciam atraentes.

– Alguém sabe me dizer qual foi a primeira revolução socialista? – perguntou o professor. Meia dúzia de pessoas levantaram a mão, mas infelizmente ele olhou para mim. – Ivie?

– Hum... Revolução Russa – respondi um pouco dispersa. Ele sorriu assentindo e eu resolvi prestar atenção na aula.

– Muito bem, esse será o nosso assunto de hoje, Revolução Russa...

As horas se passaram e o sinal do almoço tocou. Guardei meus livros e fui até o refeitório. Um grupo de alunos estava sentado em uma das mesas e eu me sentia constantemente observada. Isso sem mencionar que a garota ruiva estava entre eles. Senti a necessidade de ficar sozinha, andei a passos largos para a escada, subi até o último andar do prédio onde tinha um terraço, sentei em um dos bancos e me senti aliviada por estar vazio. O vento balançava os meus cabelos e me trazia uma sensação de paz, retirei uma barrinha de cereal da bolsa, depois teria que comprar um lanche, já que dispensei o almoço por causa da asfixia que aquele refeitório estava me causando.

Fiquei naquele lugar por pelo menos uma hora, lá fora estava acontecendo o treino de lacrosse dos meninos, eu conseguia ouvir os gritos da torcida mas não me interessei em assistir, preferia continuar sozinha na companhia de um bom livro. Mas por algum motivo, o destino não queria me deixar em paz, alguém subiu as escadas e agora estava lá completamente ofegante. Se tratava de um garoto, ele vestia uma camisa cinza e uma bermuda preta, seu rosto estava coberto pelo capacete do lacrosse.

– Olá, você está bem? – indaguei percebendo que ele estava ajoelhado e de cabeça baixa.

– Três coisas não podem ser escondidas: O sol, a lua e a verdade. – ele disse em uma voz extremamente grave.

Tentei olhar para o seu rosto e quase tive a certeza de ver olhos amarelos brilhantes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vou postar semanalmente, então, até a próxima segunda!! beijos