Antigamente em Adotado:

Eu não consigo mais abrir os olhos, na verdade eu não me lembro mais de nada, eu não sei o que aconteceu depois disso, só me lembro de flash, a Stef me beijando, todos pulando, luzes piscando, eu virando a garrafa de vodka, Stef deitada comigo no sofá. Depois... nada.

Adotado – Capitulo 25
Dor de cabeça. Enjoo. Fome. Sede. Mal cheiro. Dor de cabeça e mais dor de cabeça. São que horas mesmo?
O mundo ainda gira, com certeza algo aconteceu ontem antes de eu desmaiar, coma alcoólico ou overdose? Sempre confundo os sintomas, acho que foi um pouco dos dois.
– Daniel! Daniel, acorda! – Ouço me chamarem – já são 11 horas, me ajuda a acorda a Vih
Minha vista clareou aos poucos, não me lembro de muita coisa, vejo a Stef. Cara, até de cabelo bagunçado ela fica linda.
– Me ajuda a acordar a Vih, Daniel – minha boca estava seca, muito seca, pode ser que esteja rachada, tenho que tomar alguma coisa. Stef me sacudia e por fim eu sentei usando o sofá de apoio.
Apontei para minha boca, Stef pareceu não entender por um tempo, mas depois ela sorriu e foi pegar alguma coisa liquida. É vermelho e tem um gosto meio amargo, eu tomei e minha boca estava voltando ao normal. Consegui mexer na minha boca sem doer, porem estava ressecada.
– Que noite – rio e me levanto me espreguiçando
– Sim – Stef senta no sofá e olha para o nada, acho que ela está pensando em alguma coisa, ela solta um sorriso depois olha para mim – me ajuda a acorda a Vih? A Isa que mais ficou bêbada já acordou e está tomando banho. O David e a Nick ainda estão dentro do quarto, Thiago saiu de madrugada, não sei onde pode estar, Hannah também sumiu. Gih e John já foram para casa...
– Espera, espera, isso é muito para eu racionar de manhã cedo. Primeiro, quem é David?
– David é o cara que foi para o quarto com a Nick. Eles ainda estão lá dentro. Se a Nicole souber que o Thiago sumiu, ela me mata
– Thiago não é aquele garoto que estava com a menina do cabelo estranho? – Eu pergunto lembrando de algumas coisas da noite passada
– É sim
– Ele já não é grande? Já não pode cuidar do seu próprio nariz não? – Pergunto, ele realmente parece saber o que faz, parece ter decência
– Bom, sim, mas o Thiago é instável. Uma hora ele está aqui e na outra ele explode. Sobra para a gente limpar as coisas dele, então quanto menos besteira ele fizer menos coisas para a gente limpar
– Entendo – ando até a vitória, ela está deitada no chão, com o cabelo jogado de qualquer jeito com uma respiração muito pesada
Fico do lado dela e a Stef se aproxima e fica do outro lado
– O que a gente pode fazer para acorda-la? – Ela pergunta
– Eu não sei. Mas eu vi isso em um filme – pego um saco que trouxe as drogas que estava no chão e coloco para ela cheirar
Vitória levanta de uma vez, acordar a força não deve ser fácil. Ela relaxa um pouco, até eu senti os músculos dela doerem
– Vih, você está bem? – Stef pergunta
A boca dela está seca, eu levanto e pego um ponche que ainda tinha sobre a mesa, o mesmo liquido que a Stef me deu. Volto para perto da Vih e entrego o copo, ela bebe de uma vez e, assim como eu, faz uma careta
– Nossa, está tudo girando – ela diz e parece verde se eu fechar um olho
– Normal – eu digo – você precisa de um banho frio – olho para a Stef e ela concorda
– A Isa está terminando o banho dela, assim que ela vir, eu te chamo, você não se importa se a Vitoria banhar primeiro né Daniel? – Stef me pergunta
– Claro que não, pelo contrário, é melhor mesmo tomar banho, eu tenho que ir. Está ficando tarde. Ah Vih, já são 11 horas da manhã
A Vih dá um pulo, talvez assustada com a hora, devia ter um compromisso
– Eu tenho que ir, me arrumo em casa – Vih diz e pega suas coisas espalhadas no local
– Espera, eu vou com você – digo, mas a Vih não escuta
– Tenho que ir, ótima festa Stef, beijos – e ela sai... sem desculpa alguma
Stef coloca a mão na cabeça
– Ótimo, primeiro o Thi agora a Vih – ela olha para mim – se você sair por essa porta eu te mato
– Calma Stef – eu levanto minhas mãos em rendição – a gente vai resolver isso ok?
Ela volta para o sofá. Eu a sigo e sento do seu lado. Ela suspira.
– Não pensei que fosse acabar assim, a festa tinha um ótimo objetivo. Agora todos estão drogados, desaparecidos e sei lá mais o que – ela fala e faz gestos com a mão. Ela parece atordoada. Não parece a garota que eu beijei ontem a noite
Eu acaricio seu rosto, talvez só por acariciar mesmo, mas não era meu plano atual, eu realmente queria mesmo é reconforta-la e beija-la. Uma garota vem do corredor, com os cabelos molhados e uma outra roupa, acho que o nome dela é Isa
– Meu Deus, eu precisava desse banho – ela diz e nos olha – eu estou atrapalhando alguma coisa
– Não – sim, penso
– Não, não – Stef diz e solta um riso nervoso
– Mesmo assim, obrigado Stef. Eu amei a festa. A gente vai encontrar o Thiago, eu vou passar na casa dele antes de ir para minha – ela diz e se dirige para a porta
Stef levanta e vai para a porta também, ela abre e se despende da Isa, ela parece preocupada, todos parecemos. Ela volta e senta no sofá
Vai Daniel. Você é o cara, você consegue, é só levantar o braço e passar ao redor do dela. É simples, levanta o braço. Isso. Agora coloca ao redor dela... quase lá... pronto.
Ela olha para mim, e sorri, aquele mesmo sorriso que eu tento lembrar dessa noite. Eu não sei, mas... o sorriso dela continua em mim, é a única coisa que me lembro da noite anterior
– Eu precisava disso – ela diz e se encosta em mim, eu solto o ar que eu não sabia estar prendendo.
– Eu também – respondo

P.O.V. Thiago
Depois de eu ter acordado e tentado ir para casa, mesmo ainda com o efeito da bebida e acompanhado da Hannah, fui deixa-la em casa. Não entendi porque ela me tratou como um mero ficante, quando a deixei ela me tratou super indiferente, como se minha presença ali, ou não, não mudasse nada. Acho que até mudava. Incomodava, ok, eu fiquei irritado e a xinguei muito. Qualquer cara nas minhas condições faria o mesmo. Dei meia volta e fui para casa, admito que minha irritação não passou, me tranquei no quarto e tomei um banho demorado. Nicole teve a noite dela, eu queria ser amado como ela e o David se amam, mas isso não existe. Não mesmo.
Preferia que aquele bonde tirasse meu coração, ou a parte do meu cérebro que é destinada as emoções. Não me resta mais nada, não vou criar expectativas. Todos morreram para mim.

Continua...