Classe dos Guerreiros - Ascensão da Noite escrita por Milady Sara


Capítulo 8
A Mais Perigosa Missão


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, se eu fosse um calendário seria uma pra lá de bugado, sei que prometi o captulo pra sábado, mas cheguei em casa mais tarde do que tinha previsto e isso bugou tudo!
Enfim, postando logo agora pra não dever mais nada.
Boa leitura!



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No dia seguinte à graduação...

Seth havia terminado de reler todas as cartas sobre sua mesa e conferir todas as suas anotações. Reviu cada traçado e ponto no mapa para ter certeza de cada um e cruzando as últimas informações que recebera, desenhou um círculo na região noroeste do mapa.

Contemplou sua obra com um sorriso vitorioso no rosto, finalmente havia conseguido. Reuniu as cartas em um bolo e enrolou o mapa. Com todos aqueles papéis debaixo de seu braço ele correu para fora da biblioteca, ansioso para falar com Marin.

A mestra da Classe Hélio estava em seu quarto, novamente olhando todos os seus vestidos. Era incrível como ela tinha tantas roupas que sequer usava. A cama estava repleta das peças de roupa e ela segurava um longo e amarelo, tentando saber se ele seria adequado para o baile.

– Marin? Marin? – ouviu Seth chamar do lado de fora do quarto.

– Aqui! – gritou ela, e Seth entrou no quarto afoito.

– Eu os encontrei! – exclamou.

Marin arregalou os olhos e jogou os vestidos para o chão, deixando a cama livre para Seth estender o mapa nela e explicar como tinha chegado àquela conclusão.

– Canopus... – murmurou a mulher de cabelos brancos passando os dedos pela cidade à noroeste que o círculo de Seth abrangia. Olhou para uma fotografia deles dois junto com Cassandra que ela tinha na cabeceira da cama, tirada no dia de sua graduação. – Vamos vingar você, não se preocupe.

~*~

Osíris havia assumido uma forma de gato preto e estava escondido em meio à pelagem da mesma cor do bisão. Sentia-se quente e camuflado enquanto Fox e Victor gargalhavam despreocupados.

– Aquela batalha foi realmente hilária... – disse Victor enxugando as lágrimas que saíam de seus olhos depois de tantas risadas.

– É... – falou Fox, nostálgica. – Mas e aí... Como vão Dália e Raul? Sinto muito a falta daqueles dois às vezes. – perguntou, referindo-se a outras quimeras.

– Bem... – Victor pareceu hesitante.

– Victor?

– Sim...?

– Aconteceu alguma coisa? Dália e Raul estão bem?

– Devem estar...

– Como assim devem estar? – ela estava ficando impaciente.

– Eles sucumbiram, Angie.

– O-o quê? Não, isso não é possível... Eles nunca... Não pode ser.– o choque tomou conta de seu rosto.

– Desculpe, mas foi o que aconteceu. – disse olhando para seus pés. – Estão com os cavaleiros agora, ou como você os chamou: Noctem. – Fox arregalou os olhos.

– Minha nossa...

– Corre um boato de que foi o Raul quem matou o garoto Torin em Io. – continuou ele. – Espalharam uma história de que era um demônio, mas ao que tudo indica era ele. – a mulher permaneceu calada. – Isso me assusta muito. – disse ele apertando mais as rédeas. – Sabe... Eles não eram como você, eram como eu, não tinham nada de especial... Eram até mais fortes do que eu. E se até eles sucumbiram aos chamados, é só uma questão de tempo até que...

– Não. – interrompeu a amiga. – Isso não vai acontecer tá? Você tem muitos cigarros ai, tem suas próprias técnicas e é tão forte quanto eu, Raul ou qualquer outro! – ela agarrou a cabeça dele e aproximou-a de seu rosto. – Você. Não. Vai. Sucumbir. – falou pausadamente. – Entendeu?

Victor olhou fundo naqueles olhos que conhecia tão bem, era possível ver a certeza neles, ela tinha certeza que ele conseguiria resistir. Involuntariamente, lembrou-se de quando os dois viviam juntos e deu um leve sorriso.

– Entendido.

– Ótimo. – ela disse largando-o.

Seu tempo juntos estava quase acabando, não demoraria muito para que chegassem a Askella. As horas seguintes passaram rápido, e logo chegaram ao seu destino. Victor parou a carruagem ao lado de uma estrada de pedras que ia em direção há uma cidade grande e barulhenta.

Osíris fez um comprimento com a cabeça para o rapaz e pulou do bisão assumindo sua costumeira forma branca. Fox se demorou um pouco mais colocando sua bolsa em seu ombro e quando desceu de onde estava, ficou na ponta dos pés enquanto Victor se abaixava para darem um leve beijo. Ambos sorriram ao se separarem, e seguiram seus caminhos.

Descendo pela estrada de pedras, Fox e Osíris podiam cada vez mais ouvir os barulhos da cidade.

– Então vocês são amantes? – perguntou o gato pulando no ombro da quimera, que deu de ombros.

– A gente fica às vezes, mas evitamos nos apegar. Decidimos faz muito tempo que não é bom ficarmos juntos, pelo menos por enquanto.

– Compreendo. – ele enrolou-se no pescoço dela. – Por que ele chama você de Angie?

– É um apelido.

– Não parece ser um apelido vindo de Fox.

– Porque não é. Vem do meu nome de verdade, que você não vai saber qual é. –antecipou ela - Agora é melhor ficar quieto, Askella é uma cidade comercial, lotada de gente, um gato falante chama muita atenção.

– Não tanto quanto uma jovem descalça. – ronronou ele. – Mas por que não damos a volta?

– Esta noite vamos ficar em uma pousada, se vamos chegar perto dos caras maus eu preciso me manter no controle. Então pra não desperdiçar cigarros, vou precisar fazer uma coisa.

– Do que se trata?

– Shiu! – fez para que o gato se calasse, pois estavam entrando na cidade.

A mulher parecia saber exatamente para onde ir. A cidade era realmente cheia de pessoas, mas Fox conseguia passar por elas despercebida apesar de estar descalça e com um gato enrolado em seu pescoço.

Entraram em um prédio rosa feito de pedra e foram até a recepção e sem falar muito, conseguiram um quarto. Subindo alguns andares chegaram ao lugar onde passariam a noite, não passava de um cômodo com um banheiro, uma cama e uma penteadeira.

– Importa-se se eu não ficar? – perguntou Osíris pulando para o chão, enquanto Fox apoiava sua bolsa na cama procurando algo. – Preciso encontrar alguns conhecidos, volto ao amanhecer.

– Vai nessa. – disse ela tirando dois incensários da bolsa. – Só fecha a janela, por favor.

Com um miado, Osíris pulou para o parapeito do prédio e fechou a janela, antes de examinar a rua abaixo de si. A janela dava para a entrada da pousada, o que o ajudou a se localizar antes de correr para longe.

Sozinha, Fox usou o tapete que havia no quarto para tapar as frestas debaixo da porta. Fechou as cortinas e pôs os incensários na penteadeira antes de colocar os incensos que Marin preparara ali. O Sol estava se pondo.

Com um suspiro ela tirou suas roupas e acendeu os incensos. Respirou fundo e sentou-se no chão encostando-se à parede e abraçando seus joelhos. Faria aquilo pelos menos quatro vezes para poder ficar o máximo de tempo que pudessem sem fumar.

E sem poder esquecer-se de seus antigos amigos, se permitiu chorar.

~*~

Os recém-graduados Guerreiros foram até o escritório de Marin, ela e Seth não haviam aparecido para jantar e Li os tinha comunicado que os mestres queriam vê-los.

O pequeno escritório de Marin estava cheio agora, o que a encabulou um pouco na hora de passar suas mensagens.

– Bom... – começou ela. – Vocês com certeza ficaram se perguntando o que seria de vocês agora que se graduaram.

– Geralmente depois da graduação, - continuou Seth. – nós saímos pelo mundo, fazendo o que bem entendermos a não ser que recebamos alguma missão oficial de um mestre. Ajudar seres mágicos, viajar... Mas claro, temos um pequeno problema que impede vocês de saírem da nossa aba de vez, o mesmo que nos fez termos que apressar seu treinamento.

– E como eu e Seth temos um baile para ir logo mais, então vocês terão que resolver esse nosso problema. – continuou a mulher.

– Eu finalmente localizei os Noctem. – declarou o mestre, deixando todos surpresos. – Ao que tudo indica estão a noroeste daqui, e a nova missão de vocês é encontra-los. Não derrotá-los, por mais que tenham evoluído ainda é perigoso demais, mas vocês podem atrasá-los ou qualquer coisa assim. Enquanto isso eu vou avaliar outras informações sobre um porto onde eles podem estar transportando suprimentos.

– Vocês não acham que deveriam nos informar das missões um pouco antes de elas acontecerem? - sugeriu Hunter, recebendo em troca um dos tapas a distância de Marin.

– Para de reclamar garoto, - falou o mestre. – não sei se vocês se lembram da Liara, a minha mestra, mas ela me avisava das missões na hora de partir.

– Ele tem razão. – completou Marin. – Sem contar que isso é o que podemos chamar de missão de emergência. Vocês partem amanhã à noite então se certifiquem de dormir até bem tarde amanhã, como vocês não podem levar os alces é melhor estarem dispostos.

~*~

– Acho que estou com medo. – disse Lena quando ela e as outras estavam deitadas.

– Por quê? – perguntou Mia sem abrir os olhos.

– Sei lá... Ir assim até os inimigos... Parece que estamos indo direto para as mãos deles.

– Se chama ataque surpresa. – resmungou Drica. – Agora vai dormir, você ouviu a mestra, vamos andando dessa vez.

Lena se calou, mas não pôde deixar de sentir um mau pressentimento quanto àquela missão.

~*~

Caleb caminhou até o Salão dos Genus na ponta dos pés, o vento frio batendo em seu peito nu o fazia estremecer. Abrindo a porta lentamente pôde ver Hunter se sobressaltar lá dentro.

– Caleb! – ficou de pé num salto. – Eu estava, er...

– Relaxa cara. – disse o outro. – Eu sei que você vem aqui quase toda noite.

– Sabe? Como?

– Somos só eu, você e o Derek no quarto, é fácil perceber quando você não está lá. – foi em direção ao cubículo de Melanie. – Você vem aqui para vê-la não é?

– Sim. –confirmou o mais baixo. – Como o Derek está?

– Se fazendo de durão, mas está tão ansioso quanto nós.

– Por que veio aqui? – perguntou enquanto os dois ainda fitavam Melanie.

– Eu gosto de ver os que vieram antes de nós antes de uma missão. Além de ter me lembrado da Liara depois de o mestre falar dela. – disse olhando para uma mulher de meia idade e cabelos roxos dois cubículos acima do de Melanie. – Hunter... – perguntou percebendo um lenço marrom na cintura da amiga morta. – A Mel era cigana?

– Quê? Ah! Está falando desse lenço?! Eu também já tinha reparado que parece com o da Mia, mas não dá pra ver direito, está muito para o lado das costas. – explicou. – Pode ser algo que ela simplesmente achou, sei lá... É mais uma coisa sobre ela que nunca vou descobrir. – finalizou melancólico.

– Ei! – disse Caleb olhando-o de frente e segurando seus ombros. – Nós vamos vinga-la! Ok?! Eu prometo isso pra você!

– Valeu, Caleb. – respondeu Hunter com um leve sorriso forçado.


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Notas finais do capítulo

E é isso ai povo, nos vemos sábado!