Classe dos Guerreiros - Ascensão da Noite escrita por Milady Sara


Capítulo 21
Vencedores


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores, sim semana passada não teve capítulo, mas hoje temos uhuuuuul!



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Os primeiros passos de Caleb foram pesados, como se a gravidade tivesse ficado mais forte, mas logo conseguiu se mover normalmente e correu para o Salão dos Genus. No caminho, o Capitão passou por ele em alta velocidade, saindo da mansão.

Pensaram em segui-lo, mas Irma ainda estava em algum lugar, ela sim era o verdadeiro perigo. Chegando ao Salão, puderam ver a succubu enforcando Marin contra uma parede, o rosto da mestra sangrava e ela se debatia.

Então, da parede formou-se uma mão, que socou o rosto de Irma, a fazendo soltar a mulher de cabelos brancos que tossiu recuperando o fôlego, mas acabou por desmaiar no chão. Olhando para a porta, a criatura viu quem havia feito a parede lhe bater: Caleb. Um Caleb que não deveria estar vivo e que tinha algo de diferente, algo que ela não sabia dizer exatamente o que era.

Caleb correu até a inimiga e acertou um soco em seu rosto, apenas porque ela não havia tentado se esquivar. Irma virou o rosto de volta, com um olhar curioso arranhou o rosto do garoto, que logo se curou e como se estivesse se divertindo, ela abriu um sorriso.

Caleb havia transformado as mãos em garras de ouro e se curava rapidamente dos ferimentos que a inimiga lhe causava, fazendo estacas saírem do chão avulsamente. Mas Irma desviava rapidamente dele, e se recuperava tão rápido quanto.

Ambos se arremessavam contra paredes, quebravam ossos, usavam toda a força disponível, mas a luta não parecia pender para nenhum lado.

— Você não consegue, não é? – perguntou ela ficando de pé em uma estaca que ele havia invocado.

— O que?

— Me ferir. Não de verdade. Você não quer me matar, porque acha que sua amiguinha ainda está aqui. – e pulou, pousando na sua frente. – Mas ela se foi há muito tempo.

Não sabiam se Irma tinha conhecimento do que era uma fusão corpórea ou se tinha apenas dado um golpe de sorte com aquelas palavras. O fato, é que os quatro se desestabilizaram, podiam sentir um escapando do outro, então num gesto de desespero, Caleb afundou no chão, como tinha acontecido para se salvarem dos destroços.

Os quatro estavam confusos, divididos. Lena e Drica estavam convencidas de que o melhor era matar Irma de uma vez, arrancar seu coração e salvar a todos. Mas Hunter e Caleb não conseguiam, era o rosto de uma amiga, eles nãos seriam capazes.

Uma discussão se iniciou, outra pessoa poderia assumir o comando, alguém que conseguisse fazer o que era preciso, Caleb não queria ceder o controle de si mesmo e acabar se perdendo totalmente, Hunter achava que havia outra escolha, tinha que haver uma cura. Estavam quase entrando em colapso, iam se separar, quando bem no centro do círculo que formavam com suas mãos em suas mentes, outra alma apareceu.

Ela flutuava, os cabelos flamejantes tremeluzindo, parecia estar prestes a sumir, estava ali e ao mesmo tempo não estava. Era Mia, a verdadeira Mia.

Consegui.— suspirou ela, a voz apenas um sussurro se perdendo a distância.

— Mia... – os quatro disseram juntos, estabilizados devido à surpresa.

Eu tenho que ser rápida, ele... Ele me mantém presa demais, foi difícil alcançar vocês.

— Você tá viva... – disse Lena.

Não... Não estou, minha alma tá presa. Só vim porque eu precisava falar com vocês, senti a dúvida sobre me matar ou não.

— Dúvida? – indagou Hunter. – Mia você tá viva em algum lugar, temos que te achar!

Não!— a voz dela ficou mais baixa, como se estivesse perdendo a conexão. – Precisam mata-la... Se... — ela pareceu pensar um segundo. – Se arrancarem o coração, minha alma volta pro meu corpo e... Eu volto a vida... Ela não sou eu, não têm que ter medo.

— Você vai se curar? – perguntou Caleb estendendo uma mão para ela.

Isso não importa.

— Importa sim. Não vou ferir você...

Caleb, não é hora para isso! Ela está lá em cima com a mestra, vocês tem que voltar e mata-la!

— Não vou ferir você. – ele alcançou o rosto dela, mas quase não podia senti-la, ao contrário das outras vezes em que tinha tocado sua alma, não sabia como ela estava se sentindo ou seus pensamentos. – Não depois de perceber. – Mia arregalou os olhos enquanto sumia.

Façam.— e a alma sumiu.

Os quatro se olharam e chagaram ao seu consenso, os rapazes convencidos apenas pela pequena esperança de trazer Mia de volta.  Caleb subiu para o Salão, onde Irma o esperava. Ela parecia ter estado aguardando.

— A garota falou com você não é? – disse de modo profundo. – Agora vai lutar de verdade?

Em resposta, mãos brotaram do chão e do teto e teriam esmagado a succubu se esta não tivesse desviado. O mesmo se repetiu várias vezes até que ela quebrou uma das mãos com um chute e avançou para Caleb, ele se esquivou dos ataques enquanto transformava sua mão em ouro novamente. Irma estava irritada, agitada, queria mata-lo, cortar sua cabeça e banhar-se em seu sangue.

Quando ela tentou lhe acertar outro soco, Caleb puxou seu braço para cima com uma mão, e com a outra, socou seu tronco, bem onde ficava o coração. Seu braço a atravessou.

Irma cuspiu sangue e tentou em vão respirar. Ela lhe lançou um olhar raivoso enquanto tentou arranhá-lo, não causando dano nenhum, estava ficando fraca. E no momento em que suas garras e presas sumiram e os olhos dourados deram lugar aos castanhos, a fusão corpórea foi desfeita, a alma de Mia tinha retornado ao corpo.

Caleb sentou-se no chão tirando seu braço de Mia e a colocando em seus braços. Ela não estava se curando. Por que não estava se curando? O rapaz a olhou, e a cigana deu um fraco sorriso.

— Não... – ele sussurrou enquanto os outros chegavam.

— Caleb, ela... – Lena pronunciou, mas se interrompeu. Os três sentaram ao lado de seu líder.

— Você não pode morrer de novo... – disse ele. – Não posso perder você duas vezes...

— Mas... – a morena forçou-se a dizer. – Podem se despedir com queriam... – eles se entreolharam.

— Você salvou minha vida. – disse Drica. – Eu só queria agradecer... – um corte apareceu no rosto da ruiva. – Queria poder te curar, mas... – outro corte, dessa vez na testa. – Estou mais esgotada do que naquele dia...

— No fim, acho que não sabemos o que dizer. – falou Hunter enquanto Lena começava a chorar. – Bem que eu gostaria, mas... Só é doloroso perder você de novo... – ela sorriu novamente, era possível ver seus olhos se apagando, os Videntes estavam certos afinal, ela queria apenas poder ter força o bastante para avisá-los, mas sentia muito... Sono. Seus olhos estavam pesados. Caleb a abraçou mais forte e encostou suas testas enquanto as lágrimas brotavam em seus olhos.

— Eu...  – gaguejou ele, na esperança que apenas ela ouvisse. – Eu amo você, meu anjo. – pensou ter ouvido um leve riso, mas quando abriu os olhos, Mia já havia fechado os seus.

Sem se importar com o que pensariam, ele apenas a abraçou mais forte. Estava sujo de sangue... O sangue dela... Jamais se perdoaria por isso. Por mais que ela tivesse pedido, era doloroso demais, a tinha matado.

Alguns segundos depois, Marin começou a acordar, e foi acudida pelos jovens.

— O que aconteceu? – perguntou a mulher de cabelos brancos focando seu olhar em Caleb abraçado ao corpo morto de Mia.

— Tudo. – disse Drica colocando o braço da mestra ao redor de seu pescoço.


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Notas finais do capítulo

Comentários, plis ~



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