– eu gostaria de conversar com a Srta. Isabella Swan, por favor? - pedi ao porteiro do prédio, que logo abriu o portão para mim. Sentei-me na poltrona da sala de espera, e fiquei pensando no que eu deveria dizer àquela mulher.

“oi, não nos conhecemos, mas você hoje foi em meu escritório importunar minha sócia. Eu sou a namorada do Damon. E parece que você também. Isso é bem confuso.”

Não, eu não vou conseguir ter essa calma. Ela tinha deixado minha melhor amiga aos prantos, qual é! Isso não ia sair barato.

“vim saber quem é você e com que direito você vai no meu escritório falar merda pra minha sócia.”

É, talvez eu consiga fazer isso.

– não dá. - sussurrei, escondendo o rosto entre as mãos. Eu não queria descobrir a verdade, preferia dizer que minha amiga está louca. Vai ver é isso. Vick nunca bateu bem da bola, talvez esteja imaginando coisas…. Droga, cogitar duvidar da capacidade de julgamento da minha bela amiga advogada criminal está completamente fora de questão.

Me levantei, pronta para ir embora, e dei de cara com uma figura de longos cabelos ruivos, tez branca como a neve, olhos verdes e corpo escultural. Eu já tinha a visto antes. Em uma capa de revista. Ela é modelo. Não é de me admirar.

– posso ajudá-la? - ela falou, com aquela voz sedutora que me deu uma vontade enorme de sair correndo e chorar. Ela era o tipo de garota que Damon gostaria, isso se eu o conheço de verdade.

– deixe eu me apresentar. Sou Ângela Hale. Você foi em meu escritório mais cedo, falar com minha sócia, Vitória Petrova. - falei e estendi a mão para ela, que me olhou com receio antes de apertar. - acho que você sabe quem eu sou.

– sei. - ela respondeu, visivelmente intimidada. Isso me deu forças para continuar a olhá-la com altivez e segurança.

Nossa, eu estou intimidando a supermodelo.

– então, o que você tem a me dizer? - pedi.

– achei que você fosse chef de cozinha, e não advogada. - ela murmurou, olhando pra baixo, e aquilo me deu raiva, por um monte de coisas que percebi.

Essa tal de Isabella foi importunar minha melhor amiga de propósito; Ela não fez o dever de casa direito, o de conhecer conhecer exatamente com quem está lidando; Ela realmente tinha algo com o Damon; e era uma covarde por não me olhar nos olhos.

– e eu sou ambas as coisas. - respondi. - não entendo porque você não me olha nos olhos. Está com vergonha de algo?

– na verdade, sim. - ela murmurou e levantou o olhar, tentando sustentar o meu. Mas ela não me fitava por muito tempo.

– então me diga logo o que tem a dizer. - falei, cruzando os braços, e ela respirou fundo, assustada. - porque você não foi até o meu escritório importunar minha sócia por nada, certo? Porque eu não vim aqui pra deixar isso barato.

– tudo bem, eu vou dizer. É sobre Damon. - ela falou, com pressa, chacoalhando as mãos pra espantar alguma coisa.

– eu imaginei que fosse. - bufei, e ela me olhou nos olhos.

– Damon é casado. - ela soltou, e eu continuei a fitá-la impassível. Não sei nem de onde tirei força para tal, porque por dentro eu estava ruindo.

Então era pior do que Vick pensava. Não quero nem ver como ela vai ficar quando descobrir isso.

– como é? - sussurrei, a voz falhando.

– você ficou bem abalada. O que sente por meu marido? - ela pediu, e eu soltei um gemido que foi quase um soluço.

Não, eu não ia chorar.

– isso não interessa. Me explica essa merda agora. - rosnei, e ela assentiu.

– é bem simples. Meu nome é Isabella Swan Salvatore. Sou casada com Damon há 10 anos, e temos um casal de filhos. Tem certeza que você não sabia disso? - ela falou com ironia, e eu fechei as mãos em punho e fechei os olhos com força, procurando me controlar.

– se eu soubesse disso, não teria me dado ao trabalho de vir olhar nessa sua cara cínica, Isabella. - rosnei, e respirei fundo.

– a quanto tempo vocês estão juntos? - perguntou, e eu mordi o lábio com força e ódio.

– quase dois anos…. - sussurrei, e uma lágrima escorreu por meu olho. Enxuguei, certa a não chorar na frente dessa ruiva sem graça.

– você é bem o tipo dele, mesmo. - ela murmurou, olhando pro chão. - não é a primeira vez que ele faz isso, mas acho ele não tinha encontrado alguém como você.

– não vai ser a última vez que ele faz isso, mas pode ter certeza que, alguém como eu, ele nunca vai encontrar de novo. Porque você se sujeita a isso? Pode ter qualquer homem que quiser. - falei, confusa.

– porque o único homem que eu gostaria de ter, além do pai dos meus filhos, é Edward Cullen, o namorado da sua amiguinha sócia, a tal Petrova. - ela falou o sobrenome da minha melhor amiga com desdém, e eu dei um passo pra frente, decidida a avançar nela, mas me segurei.

– eu não sei quem você pensa que é, mas você não conhece nenhuma de nós, nem sabe do que somos capazes. Vou te dar um aviso: Vitória e Edward estão noivos, e vão se casar muito em breve. Não ouse se meter na relação deles, se não eu acabo com você, está me ouvindo? - rosnei, ela assentiu, assustada, e eu respirei fundo. - vamos fazer o seguinte: é a última vez que você ouve falar de mim, e esta é a última vez que eu ouço falar de você. Se você ou seu maridinho aparecerem na minha frente de novo, eu acabo com os dois. - avisei, e ela assentiu.

– o que você vai fazer? Vai matar Damon? - ela perguntou, e eu pude perceber que a ideia a agradava. Sorri, com pena dela.

– se você o quer morto, é melhor fazer por si mesma, porque a única coisa que vou fazer é dar um belo de um chute na bunda dele.