A Mudança de Ron escrita por willi santana


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que goste como eu estou gostando de escrever



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Tudo bem, você pode fazer isso, vai dar tudo certo Ronald.

Ele já tinha perdido a conta de quantas vezes tinha repetido aquela frase pra si mesmo. Ora, ela era sua esposa, não era tão difícil assim estabelecer uma conversa, e afinal, não era uma mudança tão radical.

Não era tão radical. Não, não.

Talvez só radical.

Levemente radical.

Ok. Era uma mudança e tanto. Mas não era assim uma coisa sem futuro oras! Ele não era um doidivanas sem responsabilidade, era um pai de família. Nunca faria algo que colocasse os seus em perigo.

Não mais.

Mas da mesma forma ele buscava o que lhe realizasse plenamente. Bem, de certa forma ele já tinha encontrado o alguém que o realizava, porém o algo era a questão. Por isso ele tenha certeza de sua decisão.... pelo menos ele estava certo que iria tentar.

O seu trabalho era fascinante. Ser auror era algo que ele sempre desejou, mas nunca se achou suficiente capaz pra ser. Com o fim da guerra e o reconhecimento de seu papel fundamental no combate ao Lorde das trevas, veio o convite, a oportunidade, e porque não a realização do seu sonho. Mesmo hoje, após mais de sei anos como efetivo do quartel dos aurores, o seu empenho era o mesmo em cada missão. Descobriu como aprimorar e aperfeiçoar sua perspicácia e criatividade, se tornando parte importante na formação das estratégias, um líder determinado e ouvinte, que sempre agregava ideias produtivas, além de um companheiro leal nas ações de cobertura. Há muito ele tinha deixado de ser visto como apenas o “amigo do menino que sobreviveu”, e sim como um auror de carreira promissora de início precoce. Só não mais precoce que a do seu amigo e cunhado Harry Potter.

Sim, o seu trabalho era fascinante. Repleto de adrenalina diária e realização a cada missão bem sucedida. Ron se sentia tão bem que sempre que avançavam num plano e ele se enchia daquele sentimento bom, ele ia à loja do irmão Jorge, e quase sempre tinha uma ideia para algum logro novo, ou um toque pra aperfeiçoar um logro antigo de sucesso. Havia se tornado uma rotina, assim como o sucesso de suas criações. E quando, passeando ‘distraidamente’ pela loja, ele via os sorrisos das crianças (e também dos adultos), ele sorria junto, recordando aqueles momentos de sua adolescência em que, mesmo brevemente, ele esquecia a guerra iminente, esquecia os perigos, esquecia a missão do seu melhor amigo e o brilhantismo de sua melhor amiga, e também os fazia esquecer, lembrando-os com graça, bom humor e um bom logro, que eles mereciam ser felizes. E então ele se sentia pleno.

Plenitude.

Certamente foi essa plenitude que o levou a ter essa ideia povoando seus pensamentos durante quase um ano, e a enfim, cogitar como acertada sua decisão. Não era uma decisão fácil. Mas também não era difícil se imaginar fazendo felicidade pelo resto da vida..... bem, talvez somente fazendo logros bastasse, mas, ora, uma coisa não acaba levando a outra?

Também não foi difícil falar sobre o assunto com sua família, depois da decisão ‘quase’ tomada. Jorge na verdade meio que adivinhou – ou será que foi Simas? –, quando num sábado depois de uma manhã de testes, ele comentou casualmente: “Ontem Simas esteve aqui. Ele queria ver as novidades e nos deu um bom faturamento, além de conversarmos um bocado entre uma escolha e outra.” Ron sorriu e lembrou da forte tendência do amigo a explosões. “Pelo jeito ele não mudou muito.” Jorge riu enquanto fechava o caderno de anotações. “Não, não. E se mudou foi pra melhor...Ah nós falamos de você também. Quando eu contei das melhorias que fez nas bolhas bufantes, ele perguntou se você tinha mudado de emprego.” Ron se escorou na pilastra mais próxima e não segurou a língua. “Ora, e se eu quisesse mesmo trabalhar com logros, não poderia?” Jorge deu de ombros, mas nos lábios tinha um sorriso torto. Por mim tudo bem, você leva jeito, e imagine só ter um auror como sócio?! Ron reprimiu uma gargalhada e levantou uma sobrancelha. “Eu ‘levo jeito’?” Jorge relaxou na cadeira “O que, vai abrir concorrência?” Ambos só puderam sorrir diante do olhar de cumplicidade que trocaram.

Mas, por incrível que pareça, a primeira pessoa com quem ele comentou seriamente sobre o assunto foi Gina. Eles sempre foram muito próximos, porém ele teve de admitir que a conversa o surpreendeu. Além da coragem de falar, com todas as letras, que estava pensando em trabalhar integralmente nas Geminilidades pra Gina, a resposta sarcástica que ele se preparou pra receber não veio. No lugar dela, depois de um longo olhar avaliativo, Gina simplesmente sorriu.

“Ah meu irmão, você é um auror maravilhoso, e sabe disso. Mas eu acho que já estava na hora de você tirar essas rugas de preocupação do rosto, de tantas noites de plantão e missões arriscadas, e ser mais você. Nada mais justo que fazer algo reflita o seu jeito de ser, Ron, porque nós dois sabemos que esse dom não foi dado exclusivamente aos gêmeos.” Surpreso, Ron assentiu, e os olhos brilhantes de Gina denunciaram o que ela estava pensando, e seu coração se encheu de esperança.

Porque, de onde estivesse, Fred aprovaria sua decisão.


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