Além do horizonte escrita por Arya Peregrine


Capítulo 16
Situações embaraçosas


Notas iniciais do capítulo

Galerinha mil perdões pela demora de novo, mas agora começou minhas aulas da Facul e meus horários estão uma loucura, além do mais comecei a tirar carta então tá complicado kkkkk
Mas eu prometo tentar postar um capítulo por semana Ok? Tenham um pouquinho de paciência comigo, como diria o Chaves... Ah e também agradeço a todos os comentários que recebi, saibam que eles sempre são bem-vindos.
Agora sem mais delongas, vamos ao que interessa!!!! Boa leitura pra vocês ^^



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Acordei aos pulos com Arya me chamando incansavelmente, confesso que enrolei bastante para levantar, porque ainda me sentia completamente cansada. Havia dormido muito tarde na noite passada por conta da minha curiosidade de ver a biblioteca, e esperava que Fahir não me punisse pelo atraso ao treino.

– Você está muito cansada – Arya relatou enquanto arrumava meu cabelo.

– Não consegui dormir – menti, não seria tola de contar sobre a minha invasão na biblioteca do rei.

– Hum, espero que isso não a atrapalhe no treino – Arya me alertou ao me ver bocejando pela segunda vez.

– Eu também... – Apenas concordei, eu ainda estava sonolenta.

***

Cheguei ao salão de treinamento um pouco atrasada. Fahir estava sentado em uma cadeira com um livro nas mãos, ele o fechou e olhou em minha direção quando me aproximei.

– Está atrasada – Ele disse levantando-se da cadeira.

– Desculpe, não dormi muito bem... – Respondi seriamente encarando-o.

– Bom, só espero que não durma durante o treino, agora vamos começar! – Fahir pegou o arco dourado e a aljava de flechas e me entregou – Não vamos sair daqui enquanto não acertar aquele alvo, entendeu? – Ele me encarou sério e eu assenti, percebi que as coisas não seriam tão fáceis para mim naquele dia.

Mirei a flecha no alvo e por um instante Logan me veio à mente. Fazia uma semana que não o via e senti certa preocupação. Me concentrei e atirei, mas a flecha não acertou o centro e sim a faixa a uns cinco centímetros de distancia dele.

– Muito bom! – Fahir me elogiou com um largo sorriso no rosto – Continue assim e logo ficará melhor que o Baranon.

– Assim espero Fahir! – Me senti um pouco mais confiante, talvez ter pensado em Logan me dera mais determinação em tentar acertar.

– Lance de novo! – Fahir ordenou – Concentre-se! Assim... – Ele se aproximou e ajeitou a posição do meu arco.

Novamente me concentrei tentando abafar um bocejo e respirando fundo lancei. Para minha surpresa a flecha acertou o meio do alvo e eu senti a adrenalina pulsar nas minhas veias e a sonolência aos poucos foi sumindo.

– Ora, finalmente Astrid! – Fahir bateu de leve no meu ombro e disse com um leve toque de provocação – Agora está agindo como uma verdadeira arqueira.

– Provarei minha capacidade... – Disse com ar de superior mirando outra flecha no alvo. Fahir apenas me encarou, com um sorriso irônico e braços cruzados.

Eu o ignorei e atirei a flecha sem pensar, mas a mesma acertou apenas a borda do alvo, ficando muito longe do centro.

– Acho que... Terei que voltar atrás com minha conclusão! – Ele disse em um tom sério disfarçado e depois abafou uma risada.

– Acho que não será preciso – Eu respondi cinicamente – Vou provar nem que demore o dia todo ou a semana toda...

– Ótimo então!– Ele apenas concordou com um leve sorriso.

Isso me lembra muito de Logan. Ele sempre me desafiava em algo e insistia até que eu provasse minha capacidade, pois do contrário eu teria que aguentar às suas provocações e sorrisos irônicos.

Logan! Onde estará ele agora?

****

Logan finalmente chegara até a cidade das montanhas a oeste da Grande Minéria, acompanhado de Marine e Fergus. A viagem não fora nada agradável e fácil, já que Marine reclamava de cansaço e dor nas costas pela cavalgada com poucas paradas, chorando a todo o momento lembrando-se da filha.

Eles haviam iniciado a viagem uma semana atrás, após a partida de Susana e Astrid para a Floresta das Trevas, e mal sabiam que Feng havia incendiado a casa na manhã seguinte a partida deles, após constatar que fora enganado.

A cidade em que se encontravam ficava próxima a um grande lago e rodeada por montanhas. Era uma cidade pequena e isolada, sendo o lugar perfeito para se esconder. Algumas pessoas olhavam com curiosidade a chegada de três novos viajantes num lugar isolado como aquele, mas ninguém ousou pará-los para questionar suas origens.

– Não acredito que cavalgamos tudo isso para ficar num lugar como esse! – Marine olhava as pessoas e as casas com desgosto.

– Desculpe, mas aqui é o melhor lugar que temos para morar agora. – Disse Logan sério, embora também não aprovasse muito a ideia.

– E o importante é estar em segurança, minha cara Senhora. – Fergus tentou acalmar Marine tocando-a no ombro. Ela apenas sorriu desdenhosa e continuou cavalgando.

Pararam a cavalgada assim que chegaram a uma estalagem. Logan alugou um quarto para que pudessem passar a noite, já que não tinham muito dinheiro teriam que dividir o espaço apertado. Por sorte o dono da estalagem tinha um estábulo, no qual os cavalos dos três poderiam se abrigar, e isso sem cobrar um absurdo como Marine pensara antes.

– Vamos ter que ficar nesse cubículo? – Marine reclamava ao entrar no quarto.

– É só o que podemos pagar! – Logan a censurou seriamente – Creio que não vai querer voltar a dormir no chão duro de novo não é? – Ele a provocou cinicamente.

– Deus me livre! Haja costas para isso! – A mulher suspirava só de lembrar no sofrimento, de ter que acampar no relento e dormir no chão.

– Ótimo então sem reclamações! – Alertou Logan enquanto arrumava os alforjes no chão.

O quarto era pequeno e continha duas camas estreitas. No lado esquerdo à entrada havia um minúsculo banheiro e todo o lugar era iluminado por lamparinas penduradas na parede e outra disposta em uma cômoda entre as camas.

– Você e Fergus podem ficar com as camas e eu fico no chão. – Disse Logan.

– Obrigado meu Senhor! – Agradeceu Fergus.

– Ora, não há de que Fergus! É o mínimo que posso fazer para compensa-lo por tanto que já me ajudou. – Ele sorriu levemente assentindo ao agradecimento do velho – Agora precisamos descansar, pois em breve Gandalf retornará da Floresta e virá nos encontrar.

– Gandalf? – Marine arregalou os olhos surpresa – O mago dos fogos de artifício?

– Sim, ele mesmo. – Logan assentiu sério, ignorando a surpresa da mulher. - Mas... O que ele tem a haver com nós? – Ela questionou.

– Bem, é uma longa história... – O homem olhou fixamente para a janela lembrando-se de tudo o que o mago havia lhe contado semanas atrás.

– Poderia nos contar? – Perguntou Fergus que estava tão curioso quanto Marine pela história.

Logan hesitou por um tempo, aquela não era uma simples história e certamente encheria de dúvidas e preocupações a cabeça de ambos, assim como o mesmo relato contado por Gandalf lhe havia causado.

Depois de alguns segundos meditando em seus pensamentos, ele começou a relatar tudo o que o mago havia lhe contado sobre a origem de Astrid e a grande possibilidade dela ser uma cavaleira de dragão, também contou sobre o feitiço que Gandalf havia lançado em Astrid e nele mesmo para que escondesse as aparências élficas de todos, e que no fim da floresta amaldiçoada, como era conhecida popularmente, havia um grande reino élfico, no qual Astrid e Susana estariam em segurança sob a custódia do rei Thranduil.

– Está me dizendo que Astrid é elfa e que tem um dragão? – Marine lançou a primeira pergunta incrédula com a longa história.

– Estou. – Confirmou Logan olhando-a nos olhos.

– E... Que você também é elfo? E que tem um reino élfico e um rei? – Ela continuou com os olhos arregalados.

– Exatamente – O homem desviou o olhar da mulher para a janela – E agora Gandalf virá nos encontrar para que possamos encaminhar o dragão até a Astrid.

– Porque esse tal de Taurus, que é tio dela, quer o dragão para governar à todos? – Fergus finalmente criou coragem para perguntar.

– Isso mesmo! – Logan andava de um lado para o outro mirando o chão, enquanto Marine e Fergus o olhava inquietos – Quando eu jurei proteger a criança daquela elfa eu não sabia o motivo que me obrigava a isso, nem mesmo quando cheguei até a Floresta das Trevas Gandalf havia me contado toda a verdade, apenas repetiu o pedido da elfa para proteger Astrid... – Ele fez uma pausa – Agora eu entendo a gravidade da situação e o quão importante é a vida de Astrid, assim também o quão em risco ela está por isso.

– Ela sempre foi meio... Diferente – Comentou Marine – Sempre criando confusões com suas manias de aventuras... Também sendo meia elfa... Elfos são imortais, Logan? – Ela questionou confusa.

– Sim, nós elfos somos imortais, ou seja, não morremos de velhice, mas morremos somente se feridos gravemente ou sofrermos grande desgosto. Podemos viver eternamente até que convenhamos ir até as terras sagradas de Valinor, onde só nossa raça é permitida entrar.

– Nossa que situação mais embaraçosa – Marine suspirou e bocejou – Não consigo te imaginar como elfo, Logan. - A mulher o observou atentamente.

– Não tem muitas diferenças, apenas as orelhas pontudas, pele sem manchas e cabelos mais sedosos. – Logan deu uma leve risada com a própria resposta – Agora sugiro que descansemos!

– Bom descanso pra vocês. – Marine bocejou pela segunda vez e se jogou quase adormecida na cama.

– Bom descanso Marine – Os homens disseram em uníssono.

***

P.o.v Astrid

Depois de treinar a manhã toda com Fahir fui almoçar com a Susana. Arya e Lori haviam preparado uma mesinha para nós, em uma varanda muito bonita, cheia de flores e com uma bela visão da floresta, e haviam trazido uma bandeja com pães, legumes e sucos.

– Não te conto Astrid – Susana começou a falar animada – Hoje de manhã eu vi o Baranon e ele me chamou pra passear pelo jardim que fica perto do rio.

– Hum, parece que você finalmente achou um príncipe – Respondi em provocação – Só não vai beijá-lo e transforma-lo em sapo viu?

– Ai como você é insensível garota – Ela torceu o nariz, irritada – Não é a toa que o Rei prateado te persegue, ele já é chato então só pode gostar de gente chata como você.

– Ora quem fala – Me defendi – Você é a chatice em pessoa e cheia de frescuras, se Baranon gostar de você, minha irmã, então não o deixe escapar, porque achar outro vai ser mais difícil que encontrar agulha num palheiro. – Não segurei uma risada e após beber um gole de suco quase me engasguei.

– Isso fica rindo de mim, daqui a pouco morre engasgada – Susana riu da minha cara e mostrou a língua feito criança.

Terminamos o almoço em silêncio após a conversa fiada e Susana me disse que iria aprender a fazer vestidos com a Lori. Eu não treinaria aquela tarde, pois Fahir tinha que avaliar alguns de seus aprendizes em um teste final de habilidades, então estaria livre para fazer o que eu quisesse.

Decidi andar um pouco pelo jardim que Susana havia passeado com Baranon, afinal fazia dias que eu não tinha um tempo livre só para mim, já que eu passava a maior parte do dia treinando com Fahir, conversando com Susana ou Arya e ás vezes com a Estátua Prateada, quando eu era chamada no salão real ou quando eu o encontrava pelo palácio.

Me sentei em um banco que ficava próximo ao jardim e de frente para o rio, e fiquei observando borboletas girarem no ar enquanto sentia o perfume de dezenas de flores e ouvia o canto de pássaros. Aos poucos fui me deixando levar pelo cansaço e cochilei, afinal não havia dormido muito na noite passada.

– Astrid? – Ouvi alguém me chamar e abri os olhos. Era Légolas que estava ali.

– Ah, Boa tarde Légolas! – Disse me levantando do banco – Acabei cochilando um pouco...

– Deve ter treinado muito hoje de manhã não é? – Ele deu um leve sorriso.

– Sim um pouco... – Respondi meio sem jeito.

– Gostaria de treinar com espadas? – Ele me perguntou – Posso te ensinar agora se quiser.

– Claro! Pode ser então – Fiquei surpresa com o convite, mas como não tinha nada para fazer aceitei, afinal Légolas era muito legal e não me encarava como o Thranduil, apesar de ter o cabelo e olhos tão lindos quanto os dele.

O que eu estou pensando? Cala a boca pensamento, sai daqui...

Légolas tirou uma de suas espadas para mim e me entregou. Ela era média e muito leve, era toda prateada e continha algumas pedras rubi incrustadas no cabo, fazendo meus olhos brilharem com tamanha beleza.

– Ela parece pesada, mas é leve e é feita do mais puro aço e prata. – Légolas comentou ao perceber que eu contemplava a espada, e eu corei de nervoso.

– Agora vamos começar! – Ele se pôs em posição de ataque e eu repeti a sua postura. Ele me atacou de leve, mas eu não consegui prever o ataque a tempo.

– Preste atenção, você já estaria morta se eu fosse um inimigo. – Ele me alertou com um sorriso discreto.

– Pode deixar! – Assenti a dica e ataquei pela esquerda, mas Légolas aparou meu golpe com facilidade.

– Bom! Mas da próxima vez seja mais rápida e use um pé de apoio, pois dependendo da força que lhe é desferida você perde o equilíbrio.

– Entendi – Respondi e novamente me coloquei em posição de ataque. Fixei meus olhos na espada de Légolas, a fim de prever a direção que ele a movimentaria. Ele esperava eu atacar primeiro, então durante alguns segundos apenas ficou me olhando atentamente. Eu o ataquei pela direita e novamente fui aparada, rapidamente movi minha espada para ataca-lo nos pés, mas mais uma vez Légolas se defendeu.

O baque das espadas forçava meu punho, apesar de não estarmos usando muita força, a falta de costume e habilidade com a arma me prejudicavam. Eu continuei atacando-o continuamente, mas todos os golpes que eu executava eram aparados.

Fiquei com falta de ar, mas tentei uma última vez atacá-lo. Girei minha espada com a intenção de desarmá-lo, porém acabei falhando e Légolas com um golpe sutil e rápido retirou a espada de minhas mãos e apontou a lâmina em direção ao meu rosto.

– Sempre mantenha a espada firme em suas mãos – Légolas disse me encarando com um sorriso irônico – Do contrário estará vulnerável aos golpes inimigos.

– Acho que quase morri pela segunda vez – Comecei a rir e Légolas abaixou a espada e a embainhou.

– Sim, mas você tem habilidade e se continuar treinando vai conseguir técnica e agilidade!

– Obrigada, você é muito rápido Légolas, aposto que é o melhor dos espadachins – Eu o elogiei tentando ser gentil, afinal também sei ser legal com as pessoas ao contrário do que Susana pensa.

– Não sou o melhor, acho que talvez o segundo, mas não o primeiro. – Ele respondeu sem jeito ainda sorrindo.

– E quem seria o primeiro? – Questionei curiosa entregando a espada para Légolas e ele demorou um pouco para responder.

– Meu pai, Thranduil... – Fiquei surpresa com a resposta, não conseguia imaginar Thranduil lutando como Légolas, e senti uma enorme curiosidade de ver o Rei lutar algum dia.

Légolas me acompanhou até o corredor do salão de quartos, então eu o agradeci pelo treino e fui para o meu quarto. Chegando lá encontrei uma Arya parada feito estátua me encarando curiosa.

– Onde você estava Astrid? Procurei-te até agora. - Ela perguntou ainda curiosa.

–Estava treinando com Légolas... – Respondi séria me jogando na cama.

– Hum com Légolas? – Arya me olhou cinicamente querendo me irritar.

– Sim, eu estava sentada lá no jardim aí ele apareceu e me chamou para treinar, agora por favor Arya preciso descansar um pouco... – Bocejei e quase dormi em seguida.

– Não vai nem tomar um banho? Está toda suada. – Ela perguntou me cutucando para que eu levantasse.

– To cansada... acho que não... – Bocejei mais uma vez.

– Levanta menina! – Arya me arrastou para o banheiro e lá a banheira estava cheia com água morna me esperando.

Me joguei nela e espreguicei na borda quase dormindo, após alguns minutos saí e Arya ajudou a pentear meu cabelo. Depois de arrumada, comi pães e frutas e caí em um sono profundo.

– Boa noite Astrid! – Arya disse antes de sair.

– Boa noite Arya – Respondi e voltei ao sono.


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Notas finais do capítulo

E aí gente o que acharam do treinamento da Astrid e o Légolas? kkk Deixem seus comentários e até semana que vem com o próximo capítulo.



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