Além de Neverland escrita por TheMagicPowder


Capítulo 3
Por enquanto, adeus


Notas iniciais do capítulo

Hey, fadinhas!
Bom, quando eu estava escrevendo este capítulo (e, humildemente, estava ficando muito bom) eu desabilitei o HTML sem querer e o texto sumiu :c Fiquei frustrada e não creio que essa nova versão ficou muito boa :c
Portanto, minhas fadinhas, eu peço desculpas e prometo recompensa-las com um capitulo 4 pra lá de especial, viu?
Beijos com pó mágico para vocês!



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“ – Pan ... Pan ... Pan...Vem me achar!

Sua voz preenchia minha cabeça a medida que eu fechava meus olhos, ainda sentado de frente ao lago.

– Peter Pan, você não vem atrás de mim?

– Por que fala comigo se estou acordado? Por que não me permite, ao menos, um momento de paz sem que a angustia por não te ter não tome meu coração por completo .Eu ainda preciso cuidar dos meus meninos perdidos, cara Tinker.

E ela ria.

Sua risada me embalava como a melodia de pequenos sinos, todos a tocar ao mesmo tempo. Aquilo mostrava-se como um alivio, alivio que transformava-se em dor. Não, não podia me afogar nesses sentimentos durante o dia, eu tinha que manter o controle, precisa cuidar dos meus irmãos e nada, nem ninguém, atrapalharia isso.

– Por que esta fugindo de mim, Pan?

– Não estou fugindo, minha cara, apenas aguardando a noite chegar para vê-la novamente sem que nada nos atrapalhe.

– Estou cansada, Pan

– Durma nos meus sonhos, minha pequena. ’’

Uma rajada de vento tirou-me do estado de torpor, abri os olhos e fitei meu redor na tentativa falha de entender o que havia ocorrido. Céus, ainda era dia! Como fora possível conversar com ela apenas com o fechar de olhos? Novas perguntas surgiam a medida que as respostas pareciam cada vez mais distantes.

Respirei fundo na tentativa de recuperar a calma, me inclinei e mergulhei no lago. Conseguia sentir a água cobrir meu corpo a medida que, por alguns instantes, retirava todo o peso que vinha carregando na alma. Sentia-me capaz de flutuar novamente, como se uma pena estivesse mais pesada que meu estado de espírito. Banhava-me de paz enquanto sentia a serenidade invadir o meu ser, tomando o lugar das preocupações.

Preciso de ar.

A volta da superfície trouxe a tona todos os sentimentos que o lago havia retirado.

Foco. Respire. Foco

Tempo demais se passou e eu devia voltar ao acampamento dos meninos perdidos. A caminhada de volta nunca me pareceu tão longa, os minutos pareciam se arrastar ate que, finalmente, eu conseguia ouvir o som de risadas.

Os garotos corriam uns atrás dos outros. Bom, na verdade, acho que todos corriam atrás de Poe, o caçula. Pequeno para sua idade mundana (acho que 9 anos), ele tinha cabelos castanhos e lisos, uma franja caia sobre os olhos cor de mel. Ao me avistar o pequeno correu em minha direção enquanto o restante dos meninos paravam onde estavam e fitavam a mim.

– Pan, pan, socorro!

Ele arfava muito.

– Mantenha o fôlego, Poe. – disse, assumindo o papel de irmão mais velho.

– Eles ... eles ... eles

– Poe, para de falar ou vai ficar com falta de ar. – Disse Nathan.

Após James, Nathan era o segundo mais velho. Os olhos azuis lembravam um mar em tempestade , sempre carregando um semblante serio. Sua postura rígida era impecável, contrariando os cabelos loiros sempre arrepiados. No geral, os mais novos evitavam Nathan por medo, enquanto aqueles que se aproximavam de sua idade o tratavam com respeito e ate certa submissão.

– Desculpe, Nathan. – choramingou Poe.

– Deixe eu adivinhar, corriam atrás do caçula por ... hmm.. ele roubou a comida de vocês de novo? – Falei em meio a risadas.

Todos caíram em gargalhada. Isto era o meu remédio, a felicidade de meus irmãos. Era gratificante saber que eu havia causado aquilo, que havia oferecido a cada um deles uma vida eterna e feliz, havia dado uma nova casa onde tudo era permitido, havia dado Neverland.

– Prestem atenção! – gritei.

Os meninos perdidos, um a um, voltaram-se para mim.

– O ultimo a chegar ao penhasco terá de pular nu!

Entao uma corrida toma proporções. Saio em disparada na frente, os meninos logo atrás de mim. Sinto fogo lamber meu peito enquanto rajadas de vento sopram minha pele, minhas pernas tensionadas correm o mais rápido que podem e uma vontade irracional de gritar surge.

– CORRAM, MEUS MENINOS, CORRAM!

Já consigo ver o penhasco e mais ao fim o seu término, deveria diminuir o ritmo da corrida mas não o faço. Serei o primeiro a chegar? Sim, mas quem se importa? Eu quero pular por que agora, mais do que nunca, sinto que sou só um menino perdido novamente.

A medida que enxergo o fim do penhasco acelero meu ritmo, corro o mais rápido que posso até que meus pés não tocam mais o chão e pulo de encontro ao vazio.

Estou caindo em queda livre e nunca me senti tão vivo.

Neverland se transforma em uma mistura de cores e sons, o mar se aproxima ate que mergulho nele. Logo após, meus irmãos começam a cair na água e junto nadamos ate a superfície. O restante do dia parece escorrer entre meus dedos e, quando me dou conta, a noite já caiu sobre nós.

De volta ao acampamento, James e Nathan começam a acender uma fogueira. Nós começamos a cantarolar junto a musica vinda dos tambores que tornava-se cada vez mais alta, alguns dançavam freneticamente e as risadas, de tão altas, tornavam-se ensurdecedoras. A atmosfera criada me carrega a um êxtase profundo, eu poderia me fundir a aquilo e sumir durante um século inteiro.

Me embriago a um ponto que é impossível perceber o que acontecia . A musica diminui e, como se a obedecesse, as chamas da fogueira vão cessando. Todos sabiam o que ia acontecer então, diferente de mim, não parecem surpresos.

Lucas, o mais rápido entre nós, retira uma mecha preta dos olhos cor de café, anda em minha direção e diz:

– Você sabe que seremos sempre gratos pelo que nos proporcionou, certo? Neverland esta acima do que qualquer um de nós, em nossa vida mundana, poderia desejar.

Não gosto do rumo da conversa.

– Sei.

Agora é Nathan quem fala:

– Pan, apesar disso tudo, você vem parecendo distante, pensamos muito a respeito e descobrimos o por que.

Senti meu corpo congelar nesse momento, olhei furioso para James que carregava um semblante tão confuso como era o meu, minutos atrás.

– Sabem?

Nathan continua.

– Sabemos. Voce vem procurando aventuras novas para nós e não consegue acha-las, angustia-se pois teme que enjoemos de Neverland.

Alívio, só consigo sentir alivio agora.

– É exatamente isso, Nathan.

O menino de cabelo cor de chumbo abre um sorriso.

– Ótimo! Já temos a solução para seu problema!

– E qual seria?

Os meninos se olham e é James quem diz.

– Vamos ao continente.

O mundo congela. Continente? O nome de Tinker surge em minha mente. O rosto angelical emoldurado pelos longos fios de ouro olham para mim, ela sorri enquanto sussurra:

– Venha ...

É isso, já sei onde encontrar a garota dos meus sonhos. Levanto-me e encaro meus irmão antes de dizer que sim, que nós iremos. Uivos de alegria preenchem a noite, James se aproxima e me arrasta para um lugar afastado do restante dos meninos.

– Você sabe o que isso significa não é, Pan?

Um sorriso pinta meus lábios. Sim, eu sei o que significa.

Eu encontrarei Tinker Bell.


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Notas finais do capítulo

Hey, fadinhas!
O tentarei colocar umas surpresinhas nos próximos capítulos entao, por favor, não percam!
Fadinhas do meu coração, que tal alguns comentários? hahaha
Beijos com pó mágico para voces!



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