Roderich bufou, fechando mais uma sacola cheia de lixo. Já era de tarde e por algum motivo ele estava na casa de Francis ainda, ajudando a limpar a bagunça (gigantesca) da festa da noite anterior. A bagunça havia sido tanta que eles estavam naquilo havia horas e só naquele momento chegavam perto de terminar. Ele devia ter ido embora com Elizaveta algumas horas atrás quando ela o chamara... Se ele não estivesse distraído se irritando com certo germânico, ele poderia estar em casa, tocando piano tranquilamente em vez de estar sendo usado de faxineiro por dois dos membros do trio mais irritante de todos. Agora Roderich dependia da pior pessoa possível para levá-lo para casa. Gilbert.

Segundo o mesmo, Roderich estava ajudando a limpar substituindo Antônio, que sumira no meio da festa por nenhum motivo aparente, deixando apenas os dois para limpar a casa do francês. E como eram apenas eles dois, eles precisariam de mais uma ajuda para dar conta de tudo aquilo. Então sobrou para ele. Quando Roderich perguntou o motivo de Antônio ter ido embora da festa tão cedo quando havia dito anteriormente que ficaria para ajudar, Francis e Gilbert apenas riram, com sorrisos maliciosos, dizendo para o austríaco continuasse a limpar a casa do francês para que eles pudessem ir embora logo. Roderich ajudou, e agora estava cansado de tantas embalagens, papéis, copos e bebidas que havia encontrado e jogado fora ou limpado. Além de ter precisado passar pano por maior parte do chão, ainda tendo que lidar com Gilbert sujando o chão que ele acabara de limpar. Ele suspirou, sentando-se no sofá, exausto. Ele merecia uma pausa depois de tudo aquilo, com certeza.

–Ei Roderich. Já que está aí sentado sem fazer nada, venha me ajudar a limpar o corredor do segundo andar. Estamos quase acabando. - disse Gilbert, rindo. É, o descanso dele teria de esperar. Roderich revirou os olhos e se levantou, seguindo Gilbert escada acima de má vontade, já vendo a bagunça que teria de arrumar e se cansando ainda mais só de imaginar a si mesmo limpando aquilo tudo. Como apenas algumas nações e amigos de Francis conseguiam fazer tanta bagunça? Ele precisava se lembrar de nunca mais ficar até tarde em festas...

–Por que você não me leva para casa logo? Eu não sou obrigado a ajudar vocês dois pela bagunça que fizeram noite passada. - reclamava Roderich.

–Pare de reclamar, Rod. Culpe o Antônio, aquele espertinho. - disse Gilbert. Eles limpavam o corredor, cansados da noite anterior, quando de repente Gilbert parou em um local aleatório do corredor sem motivo nenhum.

–O que foi agora, Gilbert? - perguntou Roderich, indo até ele irritado. Ele não pretendia limpar o resto sozinho, então era bom o albino começar a se mexer.

–Olhe para cima. - Roderich levantou o olhar de má vontade, só para encontrar um visgo encima dos dois, fazendo uma careta.

–Ah não. Nós não vamos recorrer aquela tradição idiota. - disse Roderich, se afastando devagar, já prevendo as intenções de Gilbert.

–Ah, vamos lá cara. É só um beijo, nada demais. - disse Gilbert, se aproximando com um sorriso malicioso.

–Eu não sou gay, afaste-se de mim! - respondeu Roderich, corando um pouco.

–Ah, vamos lá, pára com isso. Não é gay, é tradição. Não vai fazer mal algum. - disse Gilbert, prensando Roderich contra uma parede. Roderich já não conseguia evitar corar, de tão próximo que Gilbert estava. Ele sentia suas respirações misturadas, e não gostava nada da sensação. Bom, talvez um pouco, mas ele não iria dizer nada para aquele albino pervertido!

–G-Gilbert... O que...? - murmurou Roderich, confuso. Gilbert levou um dedo aos seus lábios, descendo-o para segurar o seu queixo, dizendo:

–Shh... Só vamos seguir a tradição... - e Gilbert uniu seus lábios.

Aproveitando-se do choque do austríaco, ele nem pediu com delicadeza antes de aprofundar o beijo. Ele apenas adentrou a sua boca com a língua de uma só vez, obtendo uma resposta tímida e perdida de Roderich. Gilbert teve vontade de rir. Ele não sabia beijar muito bem, então Gilbert estava conduzindo tudo. Bem, se ele não sabia beijar, era dever do albino ensiná-lo, certo? Depois de conduzí-lo no beijo por um tempinho, Roderich começou a corresponder com a mesma intensidade de Gilbert, para alegria do albino, que o segurava pela cintura apertando o local um pouco. Gilbert mordeu o lábio inferior de Roderich ao finalizar o beijo, provocando-o.

–S-Seu... Desgraçado... - reclamou Roderich, vermelho e passando as costas da mão na boca com uma expressão irritada.

–Não é gay, hã? Não pareceu muito hétero quando estava me beijando daquele jeito. - disse Gilbert, sorrindo provocativo para o austríaco.

–Cale a boca.

–Ora, acalme-se um pouco, Rod. - disse Gilbert, puxando-o para si pela cintura e sussurrando em seu ouvido: – Posso te dar um pouco mais disso mais tarde se quiser.

–Seu... - Roderich murmurou. Puxou-o pela gola da camisa e o beijou outra vez. Gilbert sorriu entre o beijo e novamente puxou-o para si, sendo puxado de volta pela nuca pelo austríaco. Não era gay, não é? Gilbert estava um tanto animado por Roderich estar se empolgando naquela brincadeira. O albino resolveu ir em frente para ver o quão longe conseguia chegar, passando uma mão para dentro da camisa de Roderich, acariciando suas costas, passeando por dentro da roupa do austríaco, não enfrentando reação do mesmo. Ele desceu a mão e começou a brincar com a barra da calça de Roderich, recebendo um tapa na mão e sendo empurrado para longe. Gilbert, um pouco vermelho, olhou para Roderich confuso e um pouco desapontado por ser interrompido. Este apenas sorriu divertido e disse:

–Mais tarde. Se você quiser. - e ele se afastou, descendo as escadas. Gilbert ficou paralisado por alguns segundos, então levou os dedos aos lábios e sorriu, correndo atrás de Roderich. Aquele maldito estava aprendendo a provocar... Gilbert estava gostando do rumo que aquilo tomava. Pelo jeito aquela seria uma longa noite...