Meu nome é Rosalie Vitorinn, e sou uma vampira. Nasci com o fardo de ser uma bruxa e, mesmo com todos ao meu redor dizendo que a bruxaria era um presente divino, nunca a considerei uma benção. A bruxaria é algo que pode acabar com a vida de uma pessoa.

Vivi coisas que poucas pessoas suportariam. Vi a morte de muito perto e quase fui levada por ela. Mas para a minha infelicidade, continuo viva. Petrificada devido a falta de sangue. Vivendo com a dor a cada momento. A vontade de rever meu amado é a única coisa que me mantém sã, pois eu sei que ele está a minha procura.

~~*~~

Sinto o gosto metálico do sangue inundar minha boca. Pouco a pouco sinto meu corpo mais leve. Arrisco movimentar minhas mãos e sinto a rigidez sumindo. Abro os olhos com dificuldade e puxo o ar para dentro de meus pulmões.

Estou... liberta? penso.

A claridade do aposento incomoda meus olhos, mas isso não me importa. Coloco minhas pernas para fora de meu antigo ataúde* e meu olhos pousam em uma donzela, que está com o pulso sangrando. Consigo ouvir a pulsação de seu sangue, e meu rosto se transforma.

- Rosalie... - meu nome é pronunciado.

Meus olhos se direcionam para o outro lado do aposento, e reconheço o rosto de meu cunhado. Sorrio involuntariamente. É bom finalmente ver o rosto de alguém conhecido. Ponho-me de pé e vou até ele.

- Elijah...

Ele aparece ao meu lado repentinamente, segura uma de minhas mãos e passa seu braço ao redor de minha cintura e eu estremeço com seu toque. Ele não deveria me tocar. Isso é errado.

- Rosalie, você ainda está muito fraca. Acalme-se... - ele diz com a voz tranquila.

Ele me põe sentada em uma espécie de mesa cheia de panos e bastante macia. Olho novamente para a donzela, e vejo uma gota de seu sangue cair no chão. Sinto minha garganta começar a arder. Elijah entra em minha frente, doravante*, impedindo-me de ver a moça. Ele segura uma espécie de bolsa que contém sangue dentro e a oferece a mim.

Pego o estranho objeto e percebo que há uma espécie de graveto oco e flexível. Levo minha boca até a ponta do graveto e sugo o sangue para dentro de minha boca. O sangue é frio, mas deve satisfazer minha sede.

Logo termino de beber todo o sangue da "bolsa" e percebo que Elijah está sentado a minha frente, encarando-me. Devolvo o olhar inquisitivo. Há milhões de perguntas rodeando minha mente, mas não sei o que devo perguntar primeiro.

Antes que eu tenha a chance de pensar no que devo dizer, Elijah pergunta:

- O que aconteceu com você?