Meu nome é Alice, sou filha única e só conheço a família da minha mãe. Sou alta de mais para minha idade e sou estudiosa, o que faz muita gente me chamar de nerd. E por causa dessas características desde pequena sofro bullying. Nunca fiz muitos amigos, mas desde que me mudei pro interior do Rio de Janeiro consegui me firmar em um "pequeno grupo" de amigos, somos muito próximos e eu sei que neles posso confiar.

– Ei olha lá. É a giranerd!!!- gritou o Leonardo, eu já estava cansado dele, ele era primo de um garoto que estudou comigo anos atras, então ele espalhou toda a minha história pelo colégio. - Ué cade seus óculos secretaria? Cuidado pra não acertar ninguém aqui de baixo, girafa.- Já estava cansada disso, peguei e sai correndo pelo portão da escola, eu sabia que a Cristine guardaria meu material em seu armário e depois me daria as matérias das aulas de química e de matemática Algébrica.

Não fui pra casa pelo fato de ter chances da minha mãe estar lá... Fui correndo em direção à praia, mas em parte do caminho senti alguém me agarrar e tapar minha boca. Só lembro de ter acordado em um quarto escuro no meio do nada, eu estava com as mão e os pés presos tentei gritar, mas o medo não permitiu. Desabei a chorar.

– Ih oh lá quem acordou...- Disse um cara, não consegui vê-lo mas eu sentia que ele estava lá. - A minha nova putinha.

– Eu não sou puta- eu murmurei- ME DEIXA SAIR!- eu gritei com medo do que ele iria fazer comigo.

– Olha só a putinha é respondona...- Ele se aproximou a ponto de eu poder ver sua silhueta e sentir seus pés.- Sabe o que eu faço com meninas assim?? - E do nada só senti meu rosto latejando... aquele monstro havia me agredido, eu não disse nada apenas fiquei quieta e pensei em como eu sairia dali. Mas fui tirada desse pensamento quando ouvi outra pessoa entrando no comodo e senti esse troglodita filho da puta rasgando meu uniforme.

– Paulo, peguei outra agora pouco. E já estou preparando ela para você.- disse o filho da puta... então tudo se encaixou na minha mente... eles eram... eram estupradores. Tentei me debater, mas não tinha como... eu estava amarrada.

– Andre pode deixar que agora esse brinquedo aqui é meu. - Disse ele para o outro. Pude sentir que ele se aproximava de mim. - então novata como é seu nome? - ele me perguntou, mas eu não respondi. Ele me deu um tapa na cara, não tão forte quanto o do tal Andre. - EU TE FIZ UMA PERGUNTA!- Gritou ele bravo.

–Alice- murmurei. No mesmo momento ele tirou minha roupa de baixo e me jogou no fino colchonete que estava ali no chão do quarto. Forçou minhas pernas, eu estava com tanto medo que não tinha força para lutar. - Para!!! Me deixa sair!!- Mas ninguém me ouviu e ele nada fez.

~Quebra de tempo~

Acordei novamente naquele quarto escuro, agora infelizmente eu já sabia o que estava acontecendo. Mas hoje acordei ouvindo uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar. Era a voz do... do... Puta Que o Pariu!!! ERA A VOZ DO LEONARDO!!! O que ele estava fazendo aqui?? Será que era uma pegadinha dele? Não ele não iria tão longe...

– Me deixa ver ela!- ele gritou irado. - Eu quero ver a Alice!

– Então você quer ver a novata?- perguntou um homem, imaginei que fosse o Paulo, troglodita que... que me... me estuprou na noite anterior. E em meio de risadas ele disse - até parece pirralho aquela preciosa agora é minha!

– Meu pai é policial e eu liguei para ele quando vi esse babaca sequestrando ela. O meu pai disse que ia rastrear o número, mas eu achei melhor seguir vocês. - O Leonardo retrucou. - Ele sabe o que eu sinto por ela e ele não vai deixar barato pra vocês!

–LEO!!!!!!!!- eu gritei com todas as minhas forçar. - LEOO!!!!!! - ele era um babaca, mas era minha única esperança.

– Alice!!- ele gritou e no mesmo instante a porta caiu. Ele acendeu a luz do comodo e eu fui pega no colo. - Desculpa...- ele disse triste.

– Pelo que Leonardo? Você está salvando minha vida...

– Pelo fato de que se não fosse por mim, você não teria fugido da escola...- ele me deu um beijo na testa e disse completando - Imagino que você ouviu o que eu disse para ops dois trogloditas... - e então corou.

– Sim eu ouvi... - disse timidamente.. - Sério que você, o popular, de cabelo castanho e olhos claros, atleta. Sente algo por mim?

– E tem como não sentir? Você é a ruiva, alta, que vive na basa dos livros e não depende dos outros para nada. -Ele me olhou e essa foi a minha vez de corar.- A sua cara de raiva me encanta, mas ontem quando você fugiu da escola eu me preocupei, vi que eu havia chego nos limites e corri atras de você.- ele parou de falar e me colocou no chão. Tadinho estava cansado de me carregar. Sentamos e ele colocou o rosto no meio das mãos. - Eu podia ter impedido, mas fui covarde e não sabia o que fazer. Eu podia ter te livrado das dores e do medo que você sentiu, mas eu fui um babaca idiota- Disse ele e eu pude perceber que ele estava chorando.

– Leo, você não tem culpa. Eu é que não devia ter fugido.- disse abraçando ele.

– Alice... Você é a principal vítima nessa história... - então ouvimos sirenes e tudo virou uma confusão. O Leo pediu para ir comigo na ambulância. Não sei o motivo, mas eu era vítima e tinha que ir lá. Aff.

Depois já no hospital minha mãe e meu pedrasto estavam a minha espera. Fui interrogada e o Leo também. Por causa do momento em que o troglodita me jogou no chão eu acabei tendo o braço quebrado. Os dois que me agrediram foram presos, junto com mais 3 pessoas. Outras 5 garotas foram resgatadas...

Agora 3 meses depois eu estou aqui, sendo entrevistada por uma revista como se eu fosse A heroína, já cansei de dizer que o Herói foi o Leo. Infelizmente estou grávida, mas me recuso a fazer o aborto, estou com uma vida em mim. Estou namorando com o Leo, que já disse que assume o bebê com a maior alegria só que eu me recuso a por esse peso em suas costas, e minha vida mudou em 180°. Foi muito dificil ter que ver os dois na minha frente de novo, mas eu junto com as meninas tivemos que fazer o reconhecimento o que deu a eles uma prisão perpetua, não entendi a divisão de anos, mas sei que levaram por estrupo, contrabando de menor e mais um motivo la, mas graças ao apoio do leo e dos meus pais (Mãe e padrasto) consegui lidar e superar tudo isso.