Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 87
Se não fosse amor - Cap. 44: Boas e más noticias.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia bonitas!!!!
Um dos capítulos que mais gostei de escrever, definitivamente, então espero que gostem!
Boa leitura!



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POV Sophie Trammer

Estava sentada em minha cama, olhando pela janela pensando em tudo o que tinha acontecido nas últimas semanas...

O casamento de Brian e Mabel foi perfeito. Eles optaram por se casar na igreja, já que a família de Mabel é muito religiosa, então eles quiseram uma cerimônia mais tradicional. Eu sei... Quem diria? Brian se casando e com uma cerimônia tradicional. Nós havíamos pensado em ceder nossa casa para fazer a recepção, mas depois pensamos em toda a bagunça e trabalho que isso seria e afinal, Matthew e eu viajaríamos apenas dois dias após o casamento deles e eu não ia conseguir viajar em paz se a casa não estivesse impecável. Escolhemos um clube para a recepção, para que toda a bagunça e qualquer problema que desse ficasse por lá mesmo. E foi uma grande festa. A cerimônia começou por volta de 19hrs, mas a festa só acabou quase 8hrs da manhã do dia seguinte, foi uma prova de resistência para mim, confesso, mas não dava para sentir cansaço com toda aquela animação de todos os convidados, todos os nossos amigos e familiares. Matt e eu éramos cercados o tempo todo por pessoas perguntando quando seria o nosso casamento.

De fato, em nossa viagem conversamos bastante sobre o que iríamos querer fazer. Matthew disse que queria ajudar e estar presente em todas as decisões, mas que queria que fosse tudo do meu jeito, da forma que eu mais gostasse. Levou um tempo para convencê-lo de que eu queria que as coisas fossem do nosso jeito, decisões tomadas por nós dois. E o que falar sobre essa viagem? Existe algo acima do termo ‘Perfeição’?

As praias incríveis, o resort em que nós ficamos hospedados era um completo sonho. Eu estava precisando desses dias de descanso, depois de todos os problemas que aconteceram nos últimos meses e até anos, eu me senti pela primeira vez, completamente calma e relaxada. Eu fiquei feliz ao colocar um biquíni e perceber que eu tinha voltado ao meu corpo de sempre, não estava mais magra, com um aspecto de doente e frágil. As pequenas marcas de cortes que eu tinha nas costas e braços por conta do acidente, agora quase não dava para se ver e a da perna, não estava mais tão feia como antes, ou pelo menos eu não a via mais tão horrorosa como a achava. Então, também pela primeira vez em muito tempo, eu me olhei no espelho e me senti bonita e confiante.

“Você só vai usar biquíni de agora em diante.” Matthew falou me olhando sentando em uma espreguiçadeira, a beira da piscina.

“E você só vai usar esses calções.” Disse rindo andando em sua direção, olhando sem pudor algum para seu abdômen e sentei em seu colo. “Aí que sol maravilhoso!” Fechei os olhos sentindo todo o calor penetrando em minha pele e Matt beijou meu ombro.

“Luke tem me mandado fotos de bolos, flores e decorações para o casamento desde cedo.” Ele disse com diversão.

“Ele mandou para mim também, até que eu desliguei o celular.” Falei e Matthew riu. “Nós sequer pensamos em uma data ainda, acho que primeiro a gente deveria decidir quando e depois pensar em como vai ser.”

“É... Você tem razão. Tem alguma data que você queira em especial?” Ele perguntou e me virei, sentando de frente para ele.

“Não consigo pensar em nenhuma... Você tem alguma data?”

“Nada que me venha a cabeça agora.” Ele disse pensativo. “Você acha que a gente deveria escolher alguma data que já tenha um significado pra gente? Tipo quando nos conhecemos, ou começamos a namorar, essas coisas...”

“Eu acho que não me importo muito com a data em si, acho que a gente podia escolher pela estação do ano. Por que não quero os convidados derretendo de calor no verão, ou congelando de frio no inverno.” Disse e ele concordou.

“Eu particularmente gosto do outono...”

“Eu também gosto... E você se mudou para cá no outono, não foi?”

“Isso.” Ele assentiu. “Então podíamos escolher algo entre setembro, outubro... O que você acha?”

“Acho ótimo.” Voltei a sentar em seu colo e pôs a mão em minha cintura. “E acho que vai ser bom ter esse tempo pra organizar tudo, eu não quero uma festa grande nem nada, mas quero algo bem organizado.”

“Não seria nossa cara fazer uma grande festa mesmo. Só nossos amigos e minha família já está bom demais.”

“É mesmo.” Concordei e coloquei os braços ao redor do seu pescoço. “Mas a gente vê todos os outros detalhes quando voltar para casa.” O beijei rapidamente. “No momento eu só quero aproveitar meu futuro marido e meus últimos meses como Srta. Trammer.” Falei e Matthew riu.

“Vai mesmo querer usar meu sobrenome? Tem certeza? Eu não vou ficar bravo se não quiser.”

“É claro que eu vou. Se eu vou casar quero ter todos os direitos de uma mulher casada!” Falei incrédula e ele sorriu.

“Sra. Davis.” Ele disse e beijou meu pescoço. “Só vou te chamar assim agora.”

“Você tem que ir se acostumando mesmo Sr. Davis.” Sorri e nos beijamos.

Foram duas semanas maravilhosas. Matthew precisava desse tempo longe do trabalho também, ele vinha trabalhando direto há muito tempo, merecia umas férias. A lua de mel de Brian e Mabel iria ser apenas no mês seguinte, que é quando ela teria férias do trabalho, então eles decidiram esperar e passar um mês fora, então tanto Matthew, como eu, ficamos tranquilos em viajar, sabendo que Brian iria ficar cuidando de tudo. Até Richard se propôs a ajudar se Brian precisasse de um suporte, o que era muito, extremamente e ridiculamente bizarro, mas eu não queria mesmo quebrar a cabeça pensando em como estaria a empresa sem nós dois e muito menos deixar Matthew ficar pensando em trabalho, afinal era uma viagem para nós, então por duas semanas, mais ninguém existia ou importava.

E agora eu estava aqui, em pleno domingo, esperando Matthew voltar do trabalho, já que ele teve que ir para uma reunião, mas viria para casa logo. Fui ao banheiro me certificar de que eu parecia estar bem, mesmo eu não estando, porque não queria preocupá-lo. Eu fiquei repassando todas essas ultimas semanas, porque tinham sido tão boas, tão felizes que eu não conseguia imaginar mais viver sem ser dessa forma, mas talvez tudo mudasse.

O grande problema é que já faziam três dias seguidos em que eu passava mal, além de me sentir um pouco fraca, até tonta ás vezes. Para a minha sorte, eu sempre conseguia disfarçar. Nas duas vezes que eu acordei me sentindo enjoada e com vontade de vomitar, Matthew ainda estava dormindo e ele tinha um sono pesado, além de que com o banheiro do nosso quarto de porta fechada, não dava para ouvir nenhum barulho vindo dele então ele não conseguiu me ouvir vomitando. Dessa última vez, eu acordei sozinha no quarto já que ele já havia saído para trabalhar. O que não saia da minha cabeça era que e se a cirurgia não tivesse dado certo mesmo? Se de alguma forma eles não viram uma possível sequela? E se eu não estivesse mesmo curada?

Eu já estava enlouquecendo a essa altura... Quando passei mal a primeira vez, pensei que poderia ter comido algo que não me fez bem ou algo do tipo, mas três vezes? Tinha alguma coisa errada e eu sabia o que era, só precisava ter a confirmação e sinceramente, não sabia como iria dar essa noticia de novo para Matthew, Luke e todos os outros, eu me senti voltando para o pesadelo, mas não ia mais adiar, iria no dia seguinte ao hospital falar com Ian e por um fim de uma vez por todas nessa história, encarar o problema logo de uma vez.

“Amor?!” Ouvi a voz de Matthew gritando por mim.

“Oi vida!” Gritei da porta do quarto.

“Vem almoçar, comprei daquele tailandês que você gosta.” Ele disse e quando lembrei da comida tailandesa, os temperos e todo aquele sabor forte, um enjoo começou a subir pelo meu estomago.

“Já estou descendo!” Gritei e saí correndo rapidamente para o banheiro, vomitando de novo.

Escovei os dentes e lavei o rosto, tentando me recompor e observei meu reflexo. Não vou aguentar passar por tudo de novo... De novo não...

Quando desci, Kenny, Luke e Matt já estavam comendo e quando me perguntaram se eu não queria comer, disse que tinha comido algo que não tinha me caído bem e que não estava com fome, mas deixei bem claro que não era nada sério, só um mal-estar no estomago normal. Fiquei conversando com eles mais um pouco e depois subi para o quarto com Cristal e Baby, deitei na cama vendo televisão e alguns minutos depois, Matthew surgiu com uma bandeja contendo uma sopa e um copo com suco. Eu realmente não estava com fome, mas o fato de ele ter ido fazer algo para mim era tão atencioso de sua parte, que eu fiz um esforço para comer tudo.

“Está melhor?” Ele disse sentando ao meu lado quando terminei de comer e estava terminando de beber o suco. Fiz que sim com a cabeça e quando terminei de beber, ele retirou a bandeja da cama, a colocando em cima da mesa e deitou comigo, enquanto eu recostei-me nele.

Eu tinha que ser forte por todos, quanto mais rápido eu confirmasse o diagnóstico, mais rápido eu lidaria com isso. Na manhã seguinte, falei que ia ao shopping fazer umas compras, mas na verdade fui para o consultório de Ian. Quando cheguei ao hospital, conversei com a recepcionista que havia me dito que ele já estava com o horário lotado, pedi para ela falar com ele que era Sophie Trammer, que ele com certeza iria dar um jeitinho de me receber. O único problema é que não sabia se Eleanor estava trabalhando hoje ou não, e eu com certeza não queria dar de cara com ela ali, como eu ia explicar o fato de eu estar procurado Ian escondida de todos?

A recepcionista desligou o telefone e me pediu para ir ao consultório de Ian, que ele iria me receber. Fui rapidamente para lá, todo o tempo olhando para os lados, me certificando de que não iria encontrar nenhum rosto conhecido. Finalmente entrei no consultório, me sentindo aliviada por um lado, por não ter esbarrado em Eleanor, mas em pânico com medo da noticia que iria receber.

“Olá Sophie, que surpresa!” Ian disse indo me cumprimentar.

“Ian, mil desculpas vir assim sem marcar um horário com você, eu sei que você é muito ocupado, mas é realmente urgente.” Disse sem conseguir conter meu nervosismo.

“O que houve?” Ele perguntou preocupado e acenou para a cadeira, para que eu me sentasse e ele sentou em seguida.

“Já tem uns dias, eu venho sentindo algumas coisas... Alguns sintomas, que eu sentia antes. Você sabe, antes de me operar e tudo mais. Eu só... Eu estou realmente em pânico. Acha que pode ter ocorrido algo errado e eu não estar curada mesmo?”

“Bom...” Ele falou pensativo. “Não é provável, o tumor foi retirado... O que você está sentindo?”

“Uns enjoos, tonturas, desanimo...” Falei e ele cerrou os olhos.

“Olha, isso pode ser sintomas de outras doenças. Alguma virose, ou até mesmo uma anemia.” O ouvi com atenção. “Vamos fazer um exame de sangue e tomar uma decisão a partir daí, tudo bem?” Concordei em silêncio. “Eu vou com você até o laboratório.” Ele levantou e também me levantei.

“Você sabe se a Eleanor está trabalhando hoje? É que não disse em casa o que estava acontecendo e se eu esbarrar nela aqui...”

“Ela ficou de plantão ontem a noite, então não está aqui, pode ficar tranquila.” Ele falou e eu respirei mais aliviada.

Entrei no laboratório e Ian deu algumas instruções para a enfermeira. Ela deveria dar prioridade ao meu exame e enviar para ele os resultados o mais rápido possível, o problema é que levavam, pelo menos, uma hora para ficar pronto, então seria uma hora de puro tormento.

Meu celular tocou algumas vezes, e em sua maioria em Matthew, mas eu não queria atender naquele momento, não queria ter que mentir e como faltavam apenas alguns poucos minutos para o resultado do exame sair e eu ter um posicionamento de Ian, resolvi esperar. Se meus exames de sangue dessem normais eu já sabia que era algum problema neurológico então. Nada de viroses ou anemia.

A espera que parecia interminável, finalmente acabou. Ian foi até o corredor me chamar e eu entrei de novo em seu consultório.

“Eu vi aqui que me enviaram o seu resultado, só vou imprimi-lo e já vamos saber o que você tem.” Ele explicou e eu assenti. “Vejamos...” Ele pegou as folhas, as analisando com a testa franzida. “Me parece tudo normal aqui Sophie...” Ele disse e eu senti uma dor no peito, só podia ser o maldito tumor me atormentando. “Exceto por...” Ele parou de ler e sua expressão suavizou. “Ah, meus parabéns!” Ele sorriu e eu o olhei sem entender nada.

“Parabéns por estar morrendo?” Perguntei perplexa.

“Muito pelo contrário, por estar gerando uma vida.” Ian falou guardando os papeis dentro de uma pasta com a logo do hospital.

“Como assim?” Falei ainda confusa e ele me olhou ainda sorrindo.

“Está grávida Sophie.” Ele assinou o exame e me entregou.

“Grá-grávida?” Gaguejei e ele assentiu. “É impossível...” Falei com desdém.

“Você é noiva, presumo que você que o Matthew tenham uma vida sexual ativa...” Ele disse com diversão.

“Sim, mas...”

“Está tomando algum anticonceptivo?”

“Sim, quero dizer... Eu tomei, por anos, mas quando fiquei doente parei de tomá-los.”

“Então não é impossível você estar grávida.” Ele riu.

“Você não está entendo...” Expliquei para ele toda a minha situação.

Contei toda a história da minha primeira gravidez e de como eu tinha ficado com problemas de fertilidade por causa disso e ele me ouviu atentamente.

“Eu não posso dizer com certeza, por que não li o laudo do seu histórico médico, mas pelo o que você me disse, de fato é muito difícil engravidar no seu estado. Você mesma já sabia que as chances são mínimas, mas elas existem. Eu era obstetra, antes de mudar para a neurologia e acompanhei casos como o seu. Muitas mulheres faziam tratamentos e mesmo assim não conseguiam engravidar, mas é possível sim, só é muito difícil disso acontecer...” Ele parou e sorriu. “Considere o seu bebe um milagre Sophie.”

“Um milagre...” Sussurrei olhando para o exame. “É sério mesmo? Eu estou grávida?”

“É muito sério.” Ele riu. “Inclusive, eu ia gostar muito de fazer o seu acompanhamento. Em casos assim a gravidez é bastante delicada, precisa de muitos cuidados e eu quero cuidar disso tudo.”

“Claro... Tudo bem, eu acho...” Falei anestesiada ainda. “Então... Bem... Eu vou indo.”

“Certo, eu vou pedir para as meninas da recepção para marcar todas as consultas do seu acompanhamento e elas te ligam informando as datas. Vamos cuidar desse pequeno ou dessa pequena que está crescendo aí.” Ele apontou para minha barriga e eu esbocei um sorriso.

Despedi-me dele e quando por fim, entrei no carro e aí a minha fica começou a cair.

Grávida... Meu Deus... Grávida! Coloquei minha mão sobre a barriga. Como Matthew vai reagir? E se ele não quiser um bebe agora? E se ele me abandonar igual Connor fez e... Parei me recriminando pelo os meus pensamentos. Matthew não iria agir igual Connor, ele sempre quis ser pai, ele não ia me abandonar, isso sim que era impossível... Não era?

Dirigi a caminho de casa e para minha sorte, não tinha ninguém tinha chegado ainda, então eu tinha mais alguns minutos sozinha para pensar em como dizer isso para Matthew. Eu podia ser direta, ou eu podia enrolar... Não, enrolar não... É muito pior. Pensei em todas as perguntas e questionamentos que ele poderia fazer para mim e já adiantei todas as respostas que eu iria dar. Eu trabalho com negociações, eu sei convencer as pessoas, eu posso fazer isso!

“Olha só quem resolveu aparecer!” Ouvi a voz de Matthew e gritei de susto.

“Você nunca aprendeu mesmo a bater nas portas né?” Falei o recriminando e ele riu.

“Eu não sei se te disseram, mas essa aqui é minha casa também. Eu não preciso bater para entrar.” Ele falou com ironia. “Onde você estava? Fiquei preocupado, te liguei várias vezes e você não atendeu.” Ele tirou o paletó colocando na poltrona.

“Vem aqui...” O puxei pelo braço e o sentei no sofá e sentei na mesinha de frente para ele. “Eu tenho que te contar uma coisa.”

“Tudo bem, o que foi?”

“Eu não estava me sentindo bem esses dias...” Matthew franziu a testa, agora me olhando sério. “Eu tive alguns enjoos, vomitei algumas vezes e...”

“Como não me contou?” Ele me interrompeu.

“Eu sei, eu deveria ter contado, eu só estava com medo de a cirurgia não ter dado certo, de eu ainda estar doente de alguma forma e só de pensar nisso foi horrível. Então eu fui ao hospital hoje...”

“Ao hospital?” Ele me interrompeu de novo, mas dessa vez com mais raiva. “Foi ao hospital ao invés do shopping? Mentiu para mim Sophie!”

“Eu menti, mas me escuta, por favor. Só me escuta.” Implorei e ele bufou. “Eu falei com o Ian, ele fez um exame de sangue em mim para tentar saber o que eu tinha.”

“Então é isso? Vamos voltar para tudo aquilo de novo? Você internada quase morrendo e eu morrendo junto de te ver daquele jeito?” Ele disse com tanta tristeza nos olhos, que me fez sentir culpada por ele estar assim. Segurei sua mão e respirei fundo.

“Matthew, eu estou grávida.” Falei e ele arregalou os olhos.

“Você o quê?” Ele perguntou chocado.

“Eu estou grávida, Ian confirmou com o exame de sangue.”

“Mas como? Você? Grávida?”

“Eu sei, eu fiquei tão chocada quanto você. Mas a verdade é que não era impossível eu engravidar, apenas muito difícil. E eu não tenho tomado pílula desde que operei a perna, nossa vida sexual... Convenhamos... É bem mais ativa que o normal.” Tentei conter meu riso, mas Matthew ainda me olhava sério. “Enfim, é uma gravidez que vai exigir alguns cuidados a mais, mas é real. Ian disse que era um milagre.” Sorri sentindo meus olhos enchendo de lágrimas, por que agora eu conseguia ver o quão especial isso era. “Eu sei que não estava nos planos, definitivamente não estava, mas olha, eu já pensei em tudo. Eu posso adiar minha volta para a empresa, posso ficar trabalhando de casa como venho fazendo e o Ian disse que quer acompanhar minha gravidez, eu vou fazer tudo certinho, do jeito que ele mandar e eu sei que eu posso fazer isso, porque quando eu soube que tinha um pedacinho de você e de mim aqui dentro...” Coloquei a mão na barriga. “Tudo mudou Matt.” Disse e ele continuou me encarando calado. “Por favor, fala alguma coisa ou faz alguma coisa. Você quer sair correndo? Porque eu sei que é assustador e...” Antes que eu pudesse terminar a frase, ele se levantou e me puxou, me abraçando.

Consegui respirar aliviada pela primeira vez desde que ele tinha chegado em casa. Ele apoiou sua testa na minha e vi que ele estava chorando.

“Obrigado, obrigado, obrigado.” Ele falou e me beijou na boca, na bochecha, na testa, no nariz e no pescoço, me fazendo rir e ele sorriu também. “A gente vai ter um bebe!”

“Sim, a gente vai ter um bebe.” Coloquei a mão dele em minha barriga. “Tem um mini Matthew, ou uma pequena Sophie aqui dentro.” Disse e sequei suas lágrimas com minha mão.

Ele se ajoelhou na minha frente e começou a beijar minha barriga enquanto eu alisava seus cabelos.

“Eu acabei de saber da sua existência e já te amo, como isso é possível?” Ele falou para minha barriga rindo.

“Eu tenho certeza que ele já ama o futuro papai dele.” Disse e ele ficou de pé, voltando a me beijar e me pegou no colo, nos sentando no sofá, onde ficamos curtindo a novidade.

Eu sentia uma alegria que eu nem sabia que era capaz de sentir, eu tinha mesmo um milagre dentro de mim e eu não via a hora de poder ver o seu rostinho e de pegá-lo no colo.

“Imagina quando sua barriga começar a crescer...” Matthew falou animado.

“Você quer dizer quando eu ficar parecendo uma bola ambulante?” Disse com diversão.

“Isso mesmo.” Ele me beijou. “Mas vai ser uma bola ambulante linda.” Nós dois rimos. “E quando você vai se consultar?”

“Ian me disse que as recepcionistas vão me ligar para dizer as datas das consultas.”

“Eu vou em todas, não importa o dia.” Ele disse e nos beijamos. “Só um minuto...” Matthew falou tirando o celular do bolso. “É o Brian, depois eu atendo.”

“Atende logo amor, deve ter sido algo na empresa.”

“Mas eu não quero falar de empresa agora...” Ele riu e eu beijei seu rosto.

“Nosso bebe ainda vai estar aqui quando você terminar de falar ao telefone.” Falei, ele cerrou os olhos e atendeu o celular.

“Oi Brian, espero que seja algo importante por que... Como é?” Ele falou sério. “Mas quando isso aconteceu? Onde ele está agora?” Matthew disse e eu comecei a ficar preocupada. “Eu estou com ela sim, a aviso, pode deixar. Obrigado.” Ele desligou o telefone e me olhou receoso.

“O que foi? O que aconteceu?” Perguntei impaciente.

“É o Richard... Ele sofreu um enfarte hoje cedo.” Ele disse e eu congelei.


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Notas finais do capítulo

O tão esperado e desejado baby da Sophie, finalmente! haha
Gente, PVMV tá acabando... Não quero me despedir! :(



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