Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 50
Se não fosse amor - Cap. 7: Complicações de uma noite sem fim.


Notas iniciais do capítulo

Olá meninaaaaas!
Mais um capítulo para vocês, espero que gostem.

Obrigada pelos reviews,
Beijoooos,
Suy.



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POV Sophie Trammer

Todos estavam conversando e rindo sem parar, eles estavam me atualizando sobre o que eu perdi enquanto estava ocupada demais dormindo. Eu estava tentando não falar muito, por que ainda sentia minha garganta doer bastante quando falava, era como se eu estivesse sempre com sede, ardia e incomodava, então eu só falava o necessário. Luke começou a contar como travou uma árdua batalha com o Baby, tentando salvar as suas peças de roupas das garras do meu terrível cachorro que precisava ser adestrado com urgência. Luke fazendo toda a encenação da cena, era a coisa mais engraçada que eu já tinha visto na vida, eu tentava não rir muito, por que minhas costas estavam doloridas, mas era impossível.

“Eu encontrei com Dr. Harper...” Ouvi a porta se abrindo e uma voz deliciosamente familiar. “É verdade que...” Kenny, que estava de pé ao meu lado, saiu da minha frente e vi Ethan em pé me olhando perplexo. Ele sempre foi grande assim, ou está maior do que era? Sorri ao vê-lo, ele suspirou aliviado e veio andando rapidamente em minha direção, ele me abraçou cuidadosamente e eu o apertei com toda a força que eu tinha, mas não era muita. Ele me beijou suavemente e voltou a me abraçar, quando abri os olhos, vi Matthew fuzilando nós dois e comecei a me sentir extremamente desconfortável e sem graça.

“Vamos deixar o casal a sós um pouco não é?” Luke disse percebendo a tensão no quarto. Todos começaram a sair e Matthew foi o primeiro a deixar o quarto. Desculpa bonitão...

“Como você está? Tá se sentindo bem, tá doendo alguma coisa?” Ethan disse me olhando preocupado.

“Estou bem...” Esbocei um sorriso e ele sorriu mais abertamente.

“Que saudade de ouvir sua voz...” Ele segurou minha mão e a beijou.

“Senti sua falta também!” O avaliei mais de perto. Tudo bem, não estou ficando doida, esse cara tá mais forte... “Você está diferente.” Cerrei os olhos.

“Estou a mesma coisa de sempre.” Ele disse com diversão.

“Não, você está maior. Definitivamente maior!” Disse rindo. “Começou a tomar bomba é isso?” Debochei dele.

“Só voltei a treinar mais pesado, nada demais.” Ele deu de ombros. “Precisava arranjar alguma coisa pra passar o tempo enquanto minha namorada não resolvia acordar.” Ele beijou minha testa.

“Ah, sua namorada tentou e muito acordar logo, acredite.” Falei e senti o desconforto na garganta, coloquei minha mão em cima do meu pescoço.

“O quê? Dói quando fala?”

“Um pouco... É só uma secura na garganta o tempo todo. Pode pegar água para mim, por favor?”

“Claro!” Ele se levantou.

“É um copo branco com um canudo... Acho que está em cima de alguma mesa.” Falei e ele voltou, sentando ao meu lado na cama e colocou o canudo em minha boca, levantando um pouco minha cabeça para que eu pudesse beber.

“Mais?” Ele perguntou e eu fiz que não com a cabeça. “Nunca mais, nunca, brinque de tentar morrer de novo, ouviu? Você está proibida de fazer isso!” Ele disse tentando se fingir de sério.

“Pode deixar capitão, não vai se repetir, eu prometo!”

“Bom soldado!” Ele riu e isso me fez lembrar de uma coisa...

“Ethan...” Comecei a falar pensativa.

“Que foi?” Ele franziu a testa.

“Não... Nada. Acho que estou lembrando de um sonho que tive com você.”

“Andou sonhando comigo enquanto estava desacordada?” Ele sorriu triunfante. “Como foi?”

“Foi besteira... Eu estava desacordada ainda, mas conseguia te ouvir e você começava a me contar umas coisas...” Fiquei séria e sua expressão ficou tensa. “Você dizia que ia voltar pro exercito.” Ele se contorceu desconfortavelmente. “Foi só sonho, não foi?”

“Mais ou menos...” Ele falou receosamente.

“Ethan... Você voltou pro exercito?”

“Eu recebi um convite pra treinar novas equipes.”

“Então você voltou...” Desviei o olhar dele. Eu não queria acreditar nisso, depois de tudo que ele passou por anos, ele ia simplesmente aceitar voltar como se fosse o emprego mais maravilhoso do mundo.

“Não, eu não aceitei. Quero dizer, ainda não aceitei. Eu queria conversar com você primeiro sobre isso.”

“Você sabe o que eu acho.”

“Eu sei, mas vamos ter oportunidade de conversar direito. Quero poder mostrar meu ponto de vista e quero ouvir o seu, mas por enquanto, vamos deixar isso de lado, está bem? Você passou um mês dormindo e agora que acordou, não quero perder tempo com essas coisas sem importância.”

“Então... Eu sou mais importante que o exercito?” Sorri.

“É mais importante que qualquer outra coisa.” Ele disse sorrindo. “Até por que, seria você contra um monte de macho suado e fedorento... Não é uma escolha muito difícil de se fazer.”

“Agora eu estou um pouco ofendida...” Fiz beicinho, ele me beijou e apoiou seu queixo na mão.

“Ainda não estou acreditando que você está aqui, na minha frente, conversando comigo... Acho que eu estou em choque ainda, a ficha não caiu.” Ele falou sério.

“Eu não vejo a hora de poder sair daqui e retomar minha vida. Um mês trancada aqui dentro... Acho que eu que estou em choque por ter passado tanto tempo aqui, achei que tinha passado uma semana e eu descubro que se passaram quatro.”

“Eu sei, eu imagino que é complicado lidar com isso, mas para a gravidade do seu acidente, você até passou pouco tempo.”

“Sério?” Repeti confusa.

“Sim, eu pesquisei sobre, li vários casos de acidentes com machucados e fraturas semelhantes aos seus, é um verdadeiro milagre que você tenha acordado em tão pouco tempo. A sua vontade de viver falou mais alto. Quero dizer, a vontade de viver ou a teimosia, ainda não descobri qual dos dois.” Ele riu.

“E o que você aprontou nesse um mês que eu estive ausente? Eu espero que nada, do contrário eu corto seu pinto fora. Com a boca.”

“Você me assusta ás vezes, sério.” Ele tentou não rir. “O que eu iria aprontar meu Deus? Só fui do trabalho pra esse hospital e do hospital pro trabalho. Hoje foi a primeira vez em uns quatro das que eu fui em casa e só por que eu precisava tomar um banho, já estava ficando feia a situação, estava vendo a hora me expulsarem daqui por estar cheirando igual a um defunto.”

“Na verdade...” Cheirei mais fundo. “Você meio que está fedendo ainda.” Ele arregalou os olhos e começou a se cheirar. “Eu to brincando seu besta.” Comecei a rir, logo parando quando minhas costelas protestaram, implorando para que eu ficasse quieta.

“Bom ver que seu senso de humor maléfico está intacto...” Ele disse irônico.

“É sério que ficou esse tempo todo sem ir em casa?”

“Sim. Eu e todo mundo... Viramos hospedes daqui praticamente...”

“Eu não sabia...” Disse sem graça. “Eu sinto muito por isso, nunca quis incomodar nenhum de vocês e...”

“Espera, como assim?” Ele interrompeu.

“Como assim que vocês todos pararam suas vidas por minha causa, isso não é justo!”

“Sophie, tudo o que fizemos foi de muito bom grato, disso você não precisa ter dúvidas. Acho que falo por todos que nunca vimos isso como um incomodo, muito pelo contrário, queríamos ficar aqui o tempo todo por que mal podíamos esperar pra ver você assim, como está agora. Acordada, consciente... Viva.” Ele segurou minha mão. “Sabia que seu coração parou lá no local do acidente?” O olhei surpresa.

“Não... Eu não sabia disso... Você estava lá?”

“O engomadinho do seu amigo estava, eu vim direto para cá. A questão é que quando o seu coração parou, o nosso parou junto. Você sequer nota o quão você é amada por todas essas pessoas que estavam aqui, esperando ansiosamente por algum sinal de melhora, mínima que fosse... É até uma ofensa ouvir que você acha que era um incomodo pra gente, quando na verdade qualquer um de nós faria o que fosse preciso pra não ter que ver você em um hospital.”

“Eu sei... Acho que só estou sem graça, por que não sei como vou poder agradecer o que vocês fizeram. A partir de um determinado momento eu conseguia ouvir vocês, eu os sentia aqui do meu lado, mas eu não conseguia me mover, era como se meu corpo todo não me obedecesse sabe?” Ethan assentiu. “Era desesperador para mim, por que eu queria falar com vocês, queria abraçar vocês, mas ao mesmo tempo que era uma tortura, também era o que me fazia continuar lutando pra voltar.”

“E voltar para mim, eu espero.” Ele sorriu.

“Claro que sim.” Sorri também. “Eu vejo isso que aconteceu comigo como uma nova oportunidade, eu quero aproveitar mais minha vida, quero me dedicar mais a você, ao Luke principalmente...”

“Isso é bom amor, não sabe como fico feliz em ouvir isso.” Ele beijou minha testa. “O seu fisioterapeuta vai vir amanhã.”

“Eu soube, mal vejo a hora de começar logo com isso, vou sentir realizada quando conseguir sentar pelo menos.”

“É, mas vamos devagar mocinha. Tiveram umas costelas fraturadas e a sua perna vai passar um bom tempo imobilizada...”

“Mas como eu vou andar de salto com esse negócio feio na perna?” Olhei para a bota preta.

“Eu acho que você vai precisar aposentar os seus saltos, pelo menos por enquanto.”

“Que pesadelo, meu Deus...” Cobri meu rosto com as mãos.

“Calma amor, só por uns meses, você vai sobreviver a isso.” Ele começou a rir.

“Mas eu vou ficar uma anã perto de você! Como eu vou alcançar te beijar, me diz?” Falei com diversão.

“Pra isso existem os namorados fortes para colocar as namoradas anãs no colo.” Eu comecei a rir e ele me beijou.

“Mas que fique claro que eu não sou pequena, você que é muito grande.” Disse entre o beijo.

Ainda ficamos conversando um pouco, matando a saudade de jeito que estava dando para matar, depois de um tempo, comecei a me sentir realmente cansada e bocejei.

“Ai.” Coloquei a mão em minha boca. “Não sabia que bocejar podia doer tanto...”

“Acho que isso é o sinal de que alguém precisa dormir um pouco...” Ele sorriu. “Teve um dia cheio hoje, precisa descansar.”

“É...” Desviei o olhar dele, receosa.

“O que foi?” Ele virou meu rosto em sua direção.

“Se eu te contar uma coisa, promete não rir de mim?”

“Claro que não vou rir...”

“Tô com medo de dormir.” Disse sem graça e ele me olhou confuso. “Estou exausta faz tempo, mas tenho medo de fechar os olhos e não conseguir mais abrir e voltar para aquele pesadelo.”

“Eu entendo que isso te deixe assustada, mas nada vai acontecer com você.” Ele pôs a mão em meu rosto e o alisou. “E grande parte da sua melhora vai vir com boas noites de sono muito bem dormidas.” Ele esboçou um sorriso. “Você vai acordar se sentindo melhor, precisa descansar.”

“É, você tem razão... É só besteira minha.” Tentei sorrir.

“Eu fico aqui com você se isso te faz sentir melhor.” Ele se levantou da minha cama e sentou em uma poltrona que ficava do lado. “Vou ficar até você acordar.”

“Está bem...” Sorri. “Obrigada.” Ele pegou minha mão a beijando e eu fechei os olhos.

A velocidade com que eu peguei no sono só serviu para provar o quão realmente cansada eu estava, eu precisava me policiar e fazer tudo certo para conseguir me recuperar o mais rápido possível.

Estava em pé, em uma avenida escura e sozinha. Como eu vim parar aqui? Comecei a andar, completamente desnorteada, sem saber exatamente para onde ir. O vento soprava levemente e tudo estava silencioso, avistei de longe um carro parado. Meu carro! Graças a Deus! Senti-me aliviada, poderia ir para casa agora, mesmo sem saber que lugar era aquele, eu ia me virar... Eu conhecia a cidade relativamente bem, então uma hora ou outra eu iria reconhecer onde estava. Entrei em meu carro e comecei a dirigir, olhava para os lados tentando descobri que lugar era aquele, mas além da escuridão, haviam árvores por todos os lados e era mais difícil ainda para que eu tentasse reconhecer aquilo, nunca tinha andando por esse caminho. Meu celular! É claro... Comecei a procurar dentro do porta-luvas, pelos bancos e no chão, se eu conseguisse encontrá-lo poderia ligar para alguém e pedir ajuda, ou poderia no mínimo ver pelo GPS como eu poderia sair dali. Em um segundo de distração, quando voltei meus olhos para a estrada, vi alguém andando em direção ao carro, o desviei tentando evitar um acidente, mas meu carro derrapou pela avenida e capotou. Estava de cabeça para baixo, sangue por todo meu corpo e tentei, mas sem muito sucesso, não entrar em pânico. Olhei para o lado e vi uma luz vindo em minha direção. Ah não... De novo não! Gritei desesperadamente e quando abri os olhos, vi um teto branco. Olhei para o lado e reconheci onde estava, no meu quarto no hospital. Calma Sophie, foi só um sonho... Um péssimo sonho, aliás. Comecei a controlar minha respiração, meu coração parecia que iria sair de dentro de mim. Cadê o Ethan? Ora ‘Cadê o Ethan’... Ele deve ter precisado sair, não tem obrigação de ficar de guarda-costas toda a noite.

Fiquei olhando para o teto, esperando o sono voltar e comecei a sentir umas pontadas em minha perna. Isso é normal? Eu não sabia até que ponto minhas dores eram de rotina ou não, eu estava desacordada e mesmo quando comecei a recuperar minha consciência, eu não lembrava de ter sentido dores, acho que eles me davam remédios para que eu não pudesse sentir. As pontadas na perna começaram a ficar mais fortes, insuportáveis na verdade.

“Luke!” Tentei gritar, mas minha voz não tinha forças suficientes pra isso ainda. Lembrei-me que a enfermeira tinha me dito sobre um botão ao meu lado, para quando eu precisasse delas.

Comecei a apertá-lo desesperadamente e em poucos minutos duas enfermeiras entraram correndo em meu quarto.

“O que houve?” Uma delas perguntou se aproximando de mim.

“Minha perna!” Falei e elas começaram a examiná-la com cuidado, pois ainda estava imobilizada.

“O que aconteceu?” Matthew disse e entrou no quarto junto de Ethan, Kenny, Luke e Brian... Minha gangue de sempre.

“Vá chamar o Dr. Harper, agora!” Laisa disse para a outra enfermeira, que assentiu e saiu correndo rapidamente.

“O que está acontecendo?” Ouvi a voz de Ethan.

Senti meu nariz escorrendo e quando passei a mão para limpar, vi que era sangue. Olhei desesperada para Laisa, que se aproximou examinando o meu rosto.

“Será que dá pra responder alguma coisa, pelo amor de Deus!” Luke gritou.

“Ela está tendo uma hemorragia interna.” Ela olhou para ele e se voltou para mim.

Hemorragia interna? Ah não... Isso não vai acabar bem...

POV Matthew Davis

Apoiado na parede, fiquei observando através da janela a cidade que agora se iluminava por completo com as luzes dos prédios. Nova Iorque realmente nunca dormia, já eram quase 20hrs da noite e era possível ouvir o barulho de buzinas infernais que berravam a todo momento. O soldadinho parecia que ia morar lá dentro daquele quarto, Luke pediu que os deixássemos um pouco a sós, mas já estava demorando demais e eu estava impaciente.

“E por que você está querendo saber disso agora?” Passei próximo de Brian, que estava conversando com Luke e o ouvi falar.

“Só por curiosidade mesmo...” Luke respondeu.

Fiquei parado em uma distância relativamente boa, mas que ainda me deixava ouvir o que eles estavam falando.

“Eu sei lá... Quem entende o Richard? Acho que não quis mais depois da Sophie.” Brian disse calmamente. “Eu só não sei por que isso é importante.”

“Não é importante, eu só parei para pensar e percebi isso, mas esquece, foi só por perguntar mesmo...” Luke deu de ombros. Que raios de conversa é essa?

Quando ia me aproximar deles para perguntar, na cara de pau mesmo, Ethan saiu de dentro do quarto.

“Finalmente...” Cruzei os braços e Ethan me fuzilou com os olhos.

“Não sabia que tinha um prazo pra poder ficar com a minha namorada.” Ele fez questão de enfatizar bem a palavra ‘minha’, ignorei o que ele falou pra evitar maiores estragos.

“E como ela está? Está bem mesmo né?” Luke perguntou.

“Sim, ela dormiu. Eu só sai pra comprar alguma coisa pra comer, esticar um pouco as pernas.”

“Então é melhor não entrarmos agora, vamos deixar ela dormir um pouco.” Kenny disse e nós assentimos.

Ethan passou por mim e esbarrou de propósito. Eu ri ironicamente da situação.

“Cuidado soldadinho.” Virei ficando de frente pra ele. “Até onde eu saiba você não é de ferro.”

“Tá querendo dizer o que?” Ele cruzou os braços.

“Que é melhor olhar por onde anda, por que da próxima vez que encostar em mim, vai dar problema pra você.”

“E você vai fazer o que? Ir descontar sua raiva de mim no espelho do banheiro?” Ele riu irônico.

“Prefiro descontar minha raiva na sua cara mesmo.”

“Já chega vocês dois” Luke disse ficando entre nós.

“Qual é cara? Vai perder o controle justo agora?” Brian disse ao meu lado. “Deixa isso para lá, só ignora.” Eu assenti. Brian estava certo, já vinha aturando Ethan todo esse tempo, não era agora que eu ia perder a cabeça. Apenas o ignore...

“Acha que eu vou perder meu tempo com isso ai?” Olhei para Ethan com desprezo. “É questão de tempo até sua irmã enjoar e perceber que esse cara é causa perdida.” Dei de ombros e virei para ir sentar.

Senti alguém me puxando pelo ombro, quando virei, Ethan acertou em cheio meu olho esquerdo. Antes que alguém pudesse se aproximar de mim, fechei o punho e acertei seu queixo.

“Vocês estão ficando loucos?” Kenny gritou. “Isso é um hospital, se vocês não se respeitam, respeitem quem está em um desses quartos lutando pela vida, a propósito, temos uma amiga fazendo exatamente isso agora!” Ele terminou de falar.

Brian me puxou pelo braço me fazendo sentar e Luke afastou Ethan de mim. Eu estava só esperando algum segurança aparecer e expulsar nós dois dali... Por sorte, como era uma ala particular e privada, não tinham tantos seguranças como na emergência do hospital, mas com certeza tinham câmeras de segurança e em algum lugar do prédio, alguém teria visto aquela cena ridícula. Duas enfermeiras apareceram e eu esperei que elas fossem reclamar conosco, mas pelo contrário, elas ignoraram todos nós e correram para dentro do quarto da Sophie. Olhei para Luke e ele tinha a mesma expressão de confusão que eu... O que está acontecendo?

“O que aconteceu?” Perguntei entrando no quarto, seguido pelos outros. As enfermeiras estavam examinando sua perna e ignoraram nossa presença.

“Vá chamar o Dr. Harper agora!” Uma das enfermeiras disse.

“O que está acontecendo?” Ethan perguntou ao meu lado e novamente não tivemos resposta.

Olhei para Sophie e vi sangue em seu rosto. Meu Deus! Cutuquei Luke para que ele visse, por que não queria falar nada e deixá-la em pânico, ele olhou para mim apavorado quando percebeu o que estava acontecendo. Ela passou a mão em seu rosto e eu vi sua expressão de medo quando viu que seu nariz estava sangrando.

“Será que dá pra responder alguma coisa, pelo amor de Deus?” Luke gritou e todos estávamos desesperados por respostas.

“Ela está tendo uma hemorragia interna!” A enfermeira respondeu voltando sua atenção para Sophie. “Eu preciso que vocês saiam do quarto, imediatamente.”

“Não vamos sair daqui até ter certeza de que ela está bem!” Brian falou.

“Por favor, vamos precisar fazer procedimentos, acreditem é melhor que não vejam.” Ela disse e Sophie colocou a mão em seu braço a olhando assustada. “Fique calma, tudo vai acabar bem.” Ela tentou acalmá-la.

“Eu... Eu não consigo respirar...” Sophie sussurrou e Dr. Harper entrou no quarto, passando reto por nós e ficando ao lado dela.

“O que houve?” O médico perguntou para Laisa.

“Hemorragia e dificuldade para respirar.” Ela respondeu.

“Tire todos daqui.” Ele disse.

Nós demos meia volta e saímos do quarto... Honestamente, se ele não tivesse pedido para sairmos, ainda assim eu o teria feito, por que não queria ver aquela cena, era demais para agüentar. Todos ficamos em silêncio, a tensão chegava a ser palpável. Ouvimos um grito vindo de dentro do quarto, era ela. Não dava pra imaginar a dor que ela estava sentindo, sentei no chão ao lado da porta, cabisbaixo. Ela precisando de ajuda enquanto Ethan e eu perdíamos tempo lidando com coisas fúteis... Sophie merecia mais do que isso e eu tinha que aceitar, que se era com ele que ela queria ficar, isso não era da minha conta.

Olhei para Luke, que agora chorava junto ao Kenny e desviei meu olhar para Brian. Ele apontou para meu olho, quando encostei nele o senti doer. Ah, mas que maravilha... Levantei afim de ir ao banheiro e acenei com a cabeça chamando Brian para vir comigo. Ele se levantou e me seguiu.

“Ela vai querer matar nós dois quando souber disso.” Disse olhando meu reflexo no espelho, meu olho vermelho e que provavelmente em algumas poucas horas iria estar roxo.

“Acho que devemos nos preocupar primeiro em se ela vai conseguir sobreviver a isso.” Brian falou mais como um pensamento.

“Nem ouse pensar assim, ela vai ficar bem.” Disse tentando me convencer de que isso era verdade.

“E Richard sequer serve para dar as caras aqui e ver como a filha está... Essas coisas me deixam mais puto ainda com ele.” Brian disse com a mandíbula cerrada.

Quando ia abrir minha boca para concordar, lembrei da conversa dele com Luke.

“Escuta...” Comecei a falar. “Ouvi você e Luke conversando sobre Richard um pouco antes disso tudo... Sobre o quê vocês estavam falando?”

“Ah, uma conversa meio sem nexo.” Brian deu de ombros. “Ele veio me perguntar se eu sabia o porquê de Richard não ter tido mais filhos... O que tem a ver isso? E eu lá sei o que se passa pela cabeça daquele demente?”

“É, acho que ninguém sabe.” Disse e fiquei pensativo.

Por que Luke queria saber disso?


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