Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 45
Se não fosse amor - Cap. 2: Descobertas.


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas!!!
Mais um capítulo para vocês e queria propor uma coisa: Acho que já está passando da hora de decidir como chamar nossos casais preferidos Rs Façam a junção de Matthew, Sophie e Ethan, Sophie. Vamos batizá-los formalmente agora! haha
Espero que gostem, beijão,
Suy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/576815/chapter/45

POV: Matthew Davis

Completaram-se cinco horas, desde que o médico veio falar conosco. O sol já estava nascendo, Megan e Marissa haviam chegado um pouco depois de nós no hospital, mas logo pedi que fossem para casa, não tínhamos novidades então não adiantaria elas ficarem ali esperando, principalmente com Marissa grávida, qualquer desgaste físico e emocional não eram bem vindos no momento. Estávamos todos exaustos, mais do que fisicamente, acredito que o psicológico nos afetava mais, a incerteza e a dúvida estavam me consumindo e ao observar os outros naquela sala, poderia afirmar que a eles também. Ethan continuava sentado de frente para mim e me dei conta, pela primeira vez desde que chegamos, de que ele estava chorando.

“Ela é muito forte.” Falei e seu olhar se voltou para mim. “Vai ser preciso mais que um simples acidente pra derrubar ela.” Eu não sabia o porquê de estar tentando aliviá-lo, mas parecia certo naquela hora.

“E nós? Será que somos tão fortes assim?” Ele riu amargamente. Pude notar que ele gostava dela realmente, ele estava muito abatido, assim como eu estava.

“Temos que ser, ela precisa de nós agora.” Disse calmamente e ele voltou a desviar sua atenção de mim. “Sabe que... Eu te invejo.” Falei e ele me olhou com confusão. “Ela é incrível, qualquer um que tenha o amor dela, é um cara de sorte.”

“Acha que eu tenho o amor dela?” Ele falou incrédulo. “Cara, você é mais bocó do que eu pensava...” Franzi a testa. Então era assim? Eu tentava ser legal e era esse tipo de tratamento que eu recebia? “Ela é louca por você.” Ele disse sério e eu fiquei alguns momentos digerindo o que acabara de ouvir.

“Mas, não é comigo que ela está.”

“Claro, queria que ela tivesse feito o que? Que se trancasse em seu apartamento esperando o dia que você ia largar a outra e ficar com ela?”

“Não, mas esperava que ela não se envolvesse com outro nesse meio tempo.”

“O que aconteceu comigo e com a Sophie não foi nada planejado. Eu de primeiro só a via como mais uma conquista pra minha lista, mas ela me mostrou ser muito mais que isso.”

“Eu estava conformado com essa história de vocês dois, mas você está me dando o empurrão que me faltava pra lutar por ela, sabe disso não é?” Se eu tinha alguma chance com ela, mínima que fosse, eu iria arriscar.

“Sei, mas também sei que ela não confia em você, ao contrário de mim. E sei que ela nunca esteve tão feliz com alguém, como está comigo. Então...” Ele deu de ombros. “Use suas armas, vou usar as minhas.”

“Não estamos no meio de uma guerra, estamos falando da Sophie.”

“Quem disse que não estamos no meio de uma guerra?” Ele falou ironicamente.

“Com licença...” Olhei para o lado e vi Dr. Harper se aproximando de nós. Luke e Kenny, que estavam em outra extremidade da sala se aproximaram também.

“E então?” Fiquei de pé e perguntei apreensivo.

“A cirurgia foi muito bem sucedida, podem ficar aliviados, o quadro dela é estável agora.” O médico disse sorrindo e a onde de alivio se espalhou pelo ambiente.

“Então nós podemos vê-la?” Luke perguntou sorridente.

“Não no momento.” Dr. Harper disse calmamente. “A Srta. Trammer sofreu fraturas nas costelas, quatro para ser mais exato, fraturou a perna em três partes e deslocou o ombro.”

“Nossa, só isso?” Kenny disse perplexo.

“É, eu sei que é assustador de ouvir, mas acreditem, o pior já passou. Porém, nós vamos mantê-la sedada.”

“Vão deixá-la em coma induzido? Mas, se a cirurgia correu bem, por que motivo?” Ethan perguntou e o desgraçado parecia entender do assunto.

“Essa é a parte complicada... A batida que ela sofreu na cabeça lhe causou um edema.”

“Edema? O que é isso?” Perguntei.

“É um acumulo de líquidos no cérebro, em outras palavras e resumidamente, é como um inchaço, ela deve ter sofrido um traumatismo craniano e isso resultou nesse edema.” Ethan explicou e Dr. Harper assentiu.

“Temos outro médico aqui?”

“Ex capitão do exército.” Ele respondeu calmamente. Para de se mostrar cara, na boa...

“Mas, quanto tempo ela vai ficar assim?” Luke disse exasperado.

“Não posso dizer com certeza, mas vamos deixá-la assim por algumas horas e monitorar esse edema, quando houver a diminuição dele, ai sim, podemos cessar com o sedativo.”

“O que devemos fazer agora então?” Perguntei.

“Eu queria sugerir que fossem para casa, descansem, ela não vai ter alterações no quadro tão cedo e como a cirurgia está recente, não podemos liberar as visitas. Qualquer novidade, as enfermeiras entram em contato com vocês, podem ficar tranqüilos.”

“Eu não quero ir embora.” Luke disse olhando para Kenny.

“Eu sei que não, mas o Dr. Harper tem razão. Ela vai acordar em breve e ai sim, vai precisar da nossa companhia, ou você acha que ela agüentar ficar muito tempo dormindo?” Kenny esboçou um sorriso e Luke suspirou derrotado.

“Só vamos para casa, tentar dormir um pouco e voltamos, podemos ficar esperando por noticias aqui, não podemos?” Perguntei para o médico.

“Sim, podem ficar a vontade.” Ele disse e assentimos.

“Bem, eu preciso ir até a boate... Não sei com que cabeça vou conseguir pensar em outra coisa que não seja ela, mas...” Ele suspirou. “Enfim, vou deixar vocês em casa primeiro.”

“Eu posso deixá-los, se quiser. É caminho pro meu condomínio.” Disse. Que ironia, eu ajudando Ethan.

“É melhor irmos com ele Ethan, sua boate é do outro lado da casa da Sophie, só vai te atrapalhar.” Kenny disse, Ethan pensou por um momento e assentiu.

“Obrigado.” Ele me agradeceu e saiu.

“Então, vamos não é?” Falei, Luke e Kenny foram de mãos dadas ao meu lado. “E as coisas para o casamento, como estão?” Perguntei quando entramos no carro.

“Estão indo como o planejado... A Sophie cuidou de tudo.” Luke sorriu. “A festa seria daqui a 6 meses, acha que ela vai estar recuperada a tempo?” Ele me olhou com os olhos cheios de lágrimas e eu engoli em seco para não chorar também.

“Ela vai, eu tenho certeza. Mas, se ela não estiver 100%, nós adiamos a data. Não vai ter festa sem ela.” Kenny disse do banco detrás, colocando a mão no ombro de Luke.

“Incrível como não notamos o tamanho da importância das pessoas pra gente, é preciso que algo assim aconteça para percebemos o quão nos importamos com ela.” Disse, mais como um pensamento e todos ficaram em silêncio por um minuto. “E pensar que se não tivessem nos interrompido, talvez as coisas teriam tomado um rumo diferente ontem.”

“Como assim interrompido?” Luke me perguntou sem entender nada.

“Nós estávamos conversando, ela disse que queria me contar alguma coisa, mas que eu ia odiá-la por isso... Uma história sem pé nem cabeça. Minha mãe nos interrompeu e logo depois disso ela foi embora e... Bem, o resto vocês sabem.”

“Ela não chegou a falar nada, ou sobre o que era?” Luke ficou tenso de uma hora para outra e eu podia jurar que ele sabia do que Sophie estava falando.

“Ela só me disse que eu precisava saber de algo e que ela era meio evasiva ás vezes, que por isso eu ia me chatear.” Ele desviou o olhar de mim e eu tive certeza. “Você sabe do que ela estava falando. Não sabe?” O encarei e ele ficou em silêncio. Encostei o carro e parei. “Luke...”

“Pode ser que eu saiba, ok?!” Ele admitiu. “Mas, isso é coisa de vocês dois, eu não vou me meter.”

“Você já está metido. Eu preciso saber o que ela ia me dizer, só Deus sabe quando ela vai acordar e eu tenho que saber o que houve.”

“Ai Deus...” Ele falou pensativo. “Tudo bem, mas eu não vou falar nada, só vou mostrar. Tire suas conclusões.”

“Mostrar?” Repeti confuso.

“Quando chegarmos em casa eu mostro.” Ele disse e fomos o resto do caminho em silêncio.

Chegamos ao condomínio de Sophie e quando fui entrar na portaria, fui barrado, pra variar.

“Desculpa Sr. Davis, mas são ordens superiores.” Um dos seguranças disse e Luke revirou os olhos impacientemente.

“Eu estou liberando a entrada dele.”

“Mas, com todo respeito, é a Srta. Trammer que libera as entradas.”

“A Srta. Trammer está em coma no hospital.” Luke falou. “E esse rapaz não é uma assassino, é ex namorado dela que ela não permite mais entrar por que é uma louca, agora faça o favor de deixar este senhor entrar, por que eu passei a noite em claro num hospital, com a minha melhor amiga na beira da morte e eu não vou agüentar mais nenhum estresse!” Ele gritou. Kenny, o segurança e eu o olhamos espantados.

“Eu não sabia sobre a Srta. Trammer...” O segurança disse e suspirou derrotado. “Sabe que vai me colocar em problemas...”

“Eu lido com o seu ‘problema’ depois e na verdade, vou ficar muito feliz quando tiver que lidar com o seu problema.” Luke ficou cabisbaixo. O segurança saiu da nossa frente, permitindo que eu passasse.

Subimos os três, entramos no apartamento e era incrível, tudo cheirava a Sophie e lembrava ela. Baby veio correndo e pulou em cima de mim. Como esse cachorro cresceu tanto? Fiquei brincando com ele um pouco, fazia um bom tempo que eu não vinha aqui, desde que ela teve um surto psicótico proibindo que eu subisse, na hora eu lembro que fiquei puto de raiva, mas agora... Eu sentia vontade de sorrir com essa lembrança.

“Eu vou tomar um banho e deixar vocês conversarem à vontade.” Kenny disse entrando em um dos quartos e Luke se voltou para mim.

“Vem.” Ele disse, Baby e eu os seguimos para dentro do quarto de Sophie. Ele adentrou em seu closet e voltou com um envelope nas mãos. “Antes de te mostrar o que tem aqui, eu só queria explicar primeiro o que houve.” Ele começou a falar e eu sentei na cama de Sophie, Baby se deitou ao meu lado. “Ela achou muito esquisito a volta da Lindsay e o fato dela te querer loucamente de volta.” Ele me entregou o envelope e eu o abri, com medo do que iria achar ali dentro.

O envelope tinha, nada menos, que fotos. Várias fotos da Lindsay na Califórnia. É, agora eu entendo por que ela disse que eu iria ficar bravo...

“Então era isso? Ela simplesmente contratou alguém pra seguir os passos da Lindsay?”

“Ela não chegou a contratar...” Luke disse, ainda visivelmente tenso. Ah, claro...

“Black. Óbvio...” Apoiei a testa na mão digerindo tudo isso. Isso era mais do que ser evasiva, era a própria definição de invasão de privacidade. “Bom, se só tinha isso para me mostrar...” Levantei e nem me dei ao trabalho de ver o resto das fotos. Essa implicância da Sophie com Lindsay já estava passando dos limites.

“Matthew, vê o resto das fotos, por favor. Se ela tentou te dizer isso, é por que ela queria que soubesse.” Franzi a testa sem entender.

Voltei a pegar todas as fotos, as passando uma a uma, procurando pelo o que Luke queria que eu achasse. O telefone começou a tocar, ele pediu licença e saiu. Passei impacientemente as outras fotos, quando finalmente vi o que eles queriam que eu soubesse, eu só não queria acreditar no que estava vendo. A raiva me subiu por completo, peguei o resto das fotos que estavam em cima da cama e sai do quarto. Luke estava falando no telefone ainda, quando se assustou com a forma como eu estava.

“Aonde você vai?” Ele perguntou.

“Aonde você acha que eu vou?” Falei exasperado e saí batendo a porta.

Desci rapidamente, entrei em meu carro e saí dirigindo para a casa dos meus pais. Eu nem sabia o que ia fazer quando chegasse lá, mas eu precisava encarar Mason. Cheguei em casa, parei o carro e nem fiz questão de estacionar descentemente, o que eu tinha pra fazer ali seria rápido. Peguei o envelope com todas as malditas e quando entrei, estavam Lindsay, minha mão, Marissa e Megan na sala.

“Matt? Não esperávamos você aqui...” Marissa falou confusa.

“Filho, você está bem? Está agitado!” Minha mãe disse e eu olhei para Lindsay.

“É ótimo que esteja aqui.” Falei secamente e ela sorriu. “Cadê Mason?” Olhei para minha mãe.

“Está no jardim, na piscina, mas o que foi que aconteceu?” A ignorei e sai andando em direção ao jardim, todas vieram me seguindo.

“Mason!” Gritei por ele, que se virou em minha direção. Ele se levantou da espreguiçadeira e tirou os óculos escuros.

“O que é?” Ele disse arrogantemente. Aproximei-me dele e sem pensar duas vezes, lhe dei um soco na cara.

“Matthew!” Marissa gritou.

“O que deu em você?” Meg disse ficando de frente para mim.

“Sai da minha frente Megan.” Falei e ela obedeceu, ela sabia que quando eu a chamava de Megan, era melhor acatar as ordens calada.

“Você está ficando louco?” Mason falou passando as costas da sua mão na boca, onde saia um pouco de sangue.

“Você que está ficando louco. Não podia se controlar não é? Não podia agir como um irmão normal, tinha que ir pra cama com ela!” O empurrei e ele me olhou em choque.

“O que está acontecendo aqui?” Meu pai apareceu e todos ficaram em silêncio. “Eu perguntei o que está acontecendo aqui!” Ele repetiu.

“Matthew socou Mase, sem motivo algum!” Minha mãe disse confusa.

“Isso é verdade Matthew?”

“Em parte, sim. Mas, não o soquei sem motivo algum.” Olhei com desprezo para Mason e depois para Lindsay. “Acontece que acabei de descobrir que durante dois anos, essa senhorita me fez de palhaço. Enquanto planejava uma vida comigo, ela dormia com o meu irmão.” Lindsay tentou abrir a boca para se explicar, mas nada saiu.

“Isso é impossível!” Minha mãe falou incrédula.

“Veja com seus próprios olhos.” Entreguei o envelope em suas mãos. Ela abriu e viu as fotos de Lindsay e Mason se beijando. “Como você pôde?” Ela perguntou para Lindsay.

“Não culpe só Lindsay.” Meu pai falou. “Mason, o que você fez foi inaceitável!”

“Eu não sei por que ele está fazendo tanta questão! Nem juntos mais eles estão!” Mason falou e se meu pai e Marissa não tivessem me segurado, eu teria partido pra cima dele de novo.

“A questão é que você não teve o mínimo de respeito por mim Mason. Poderia ter dormido com qualquer uma, mas claro, como era minha noiva, tinha um gostinho a mais pra você não é?” Disse com desdém.

“Matthew, não foi assim que as coisas aconteceram...” Lindsay disse, lágrimas desciam dos seus olhos, mas eu só conseguia sentir desprezo por ela. Me soltei de meu pai e Marissa e respirei fundo.

“Eu fiz tudo por você Lindsay, tudo o que estava ao meu alcance e o que você me deu em troca?” Cerrei os dentes. “Achou que ele ia casar com você e te dar o sobrenome da família? O único trouxa a esse ponto era eu mesmo. E agora, se você tiver um mínimo de dignidade ainda, você vai sumir da minha vida. E quanto a você Mason...” Olhei para ele. “Faça bom proveito dela, é toda sua.” Falei e saí em direção à porta.

“Matthew? Matthew, aonde você está indo? Você não pode sair assim de casa desse jeito...” Minha mãe veio me seguindo e eu parei me virando pra ela.

“Sabe mãe, a cada dia que passa, eu vejo que não tem mais espaço pra mim nisso que vocês chamam de lar. E eu não podia ter tomado uma melhor decisão, quando quis vir para Nova Iorque.” Falei e fui embora.

Entrei no carro e sai dirigindo sem saber para onde, só precisava me afastar de tudo aquilo. Parei em um acostamento, encostei a cabeça no volante e fiquei em silêncio com meus pensamentos. Eu pouco me importava agora com quem Lindsay ficava ou não, isso era problema dela, mas meu próprio irmão e pior, quando estávamos juntos ainda! Mason e eu éramos muito unidos quando crianças, não nos desgrudávamos, depois que crescemos e começamos a seguir carreiras e vidas diferentes, era como olhar para um estranho dentro de casa, embora toda essa confusão estivesse acontecendo, eu me sentia aliviado, por que tive a confirmação de que eu estava seguindo o caminho certo.

Fui para meu apartamento, tomei um banho, comi algo descente e tentei dormir, sem muito sucesso. Minha cabeça ainda estava a mil, eu estava inquieto, decidi voltar para o hospital, lá eu tinha mais esperanças de ter noticias da Sophie do que sozinho em casa. Quando cheguei, vi Ethan conversando com Kenny, andei em direção aos dois.

“Eu não tenho mais 10 anos de idade, eu sou capaz de tomar minhas próprias decisões.” Ouvi Ethan falando impacientemente.

“Eu tenho certeza disso, mas ela vai querer te matar quando souber, você tem plena consciência da briga que está entrando não é?” Kenny disse mais calmo que Ethan.

“Com licença, atrapalho?” Disse.

“Sim.” Ethan me olhou com raiva.

“Não.” Kenny o fuzilou com os olhos e voltou sua atenção para mim.

“O Luke veio com vocês? Queria falar com ele.”

“Sim, ele está no refeitório Matthew.” Kenny disse educadamente, eu assenti e saí. Esbarrando em Luke no caminho.

“Eu estava em pura aflição por sua causa!” Ele falou. “O que você fez?”

“Nada demais... Podemos conversar um minuto?”

“Claro, podemos. Mas, o que foi isso?” Ele disse apontando para minha mão, que estava mais vermelha do que deveria.

“Posso ter dado um murro no meu irmão, apenas uma hipótese.” Dei de ombros.

“Eu poderia até te dar uma lição de moral, mas eu realmente acho que foi bem feito.” Ele saiu andando em direção há alguns bancos, sentou e eu sentei próximo à ele.

“Fazia tempo que ela sabia disso?”

“Fazia um tempo já, uns 2 meses.”

“Por que ela não me contou? Eu tinha direito de saber dessa história Luke, ela tinha que ter me contado.” Falei sem conseguir disfarçar a raiva que eu sentia. Eu não queria sentir isso por ela, principalmente por ela estar no estado em que estava, mas eu não podia negar que eu tinha ficado bastante chateado com isso tudo.

“Ela queria contar Matthew. Assim que ela descobriu isso, me ligou desesperada por que não sabia o que fazer. Mas, teve medo da sua reação. O próprio Black a aconselhou a pensar bem no que fazer e acredito que quando você disse a ela que não queria mais nada com a Lindsay, não fazia mais sentido revirar esse passado, entende?” Luke explicou e eu tinha que admitir, fazia sentido.

“É... Acho que entendo. Pensando agora com mais calma, assim que ela soube disso, poderia ter me contado para fazer com que eu me afastasse de Lindsay, mas ela não fez.”

“Ela só age igual a vilã às vezes, mas ela é boazinha na maior parte do tempo.” Ele esboçou um sorriso encostando a cabeça na parede pensativo. “O que eu vou fazer da minha vida se acontecer alguma coisa com ela Matthew?”

“Sabemos o quão cabeça dura ela é Luke, você vai ver, ela vai melhorar rápido!” Tentei tranquilizá-lo.

“Queria ter metade da esperança e confiança que você tem...”

“Não é confiança nem esperança... É desespero mesmo. Não quero pensar no que pode acontecer com ela, por que também não ia agüentar perder ela assim.”

“Quando eu assumi para os meus pais, sobre minha opção sexual, ela estava lá comigo. E quando meu pai quis começar a gritar e brigar, ela fez um discurso épico e no final mandou ele calar a boca, por que ela sabia de mais coisas que ele.” Ele começou a rir me fazendo rir também. “Ela só tinha 17 anos e brigou de frente com o meu pai, pra me defender.” Ele secou uma lágrima que caiu.

“É, parece algo que ela diria.” Olhei para o lado e vi meu pai com Megan, vindo em minha direção. “Pai?” Levantei e andei até ele. “O que aconteceu?”

“Aconteceu que você esmurrou seu irmão e saiu deixando um caos em casa, apenas isso.” Ele disse e eu me senti envergonhado por ter causado tudo isso.

“Eu sinto muito, perdi a cabeça. Foi muito imprudente da minha parte.” Falei, Megan ficou ao meu lado e segurou minha mão.

“Eu que sinto muito, não consigo entender onde errei com Mason. Sempre tentamos dar a mesma atenção para vocês, nunca deixamos de dar algo para um que não pudéssemos dar para todos.”

“Pai, não tem nada a ver com o senhor. Sabe a admiração que tenho por você.” Coloquei a mão em seu ombro.

“Eu sei filho.” Ele assentiu. “Viemos ver como está a Sophie, Meggie não sossegou enquanto não conseguiu que eu viesse deixá-la.”

“Eu estou preocupada, tenho direito de estar, não tenho?” Ela colocou uma mão na cintura, se fingindo de ofendida.

“Tem Meggie, claro que tem.” Beijei sua cabeça. “Infelizmente pai, não temos novidades. Ainda está sedada e não temos idéia de quando vão suspender esses sedativos.”

“É uma pena Matt... Pegou a todos de surpresa, inclusive Richard.” Meu pai disse e eu franzi a testa.

“Richard? Você contou para ele?”

“Querendo ou não, ele é o pai dela, precisava saber. Aliás, ele está vindo para cá agora mesmo.”

Argh, que maravilha. Só esperava que Richard não causasse mais problemas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!