Eterno Verão escrita por kyre


Capítulo 4
A casa de praia - parte 2




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13 de Julho, 13:00 horas.

Casa dos Lee.

Mei começou a tirar das sacolas algumas das comidas que o pai dela havia trazido. Depois de esquentar, tudo estava com um cheiro ótimo. A mesa era bastante grande. Havia arroz, camarões ao molho, camarões fritos, peixe e lula frita (Mei havia fritado na hora para eles) e havia também sushi.

–Acho que é o suficiente pra gente almoçar, não acham? Meu pai não pode pedir muita coisa por que eu avisei ontem pra ele que iríamos passar o final de semana aqui. Então ele não teve muito tempo de conseguir uma variedade muito grande.

–Não se preocupe Mei. Tudo parece estar delicioso. – Falou Thai.

–Sim! Concordo. E tá com um cheiro tão bom. – Disse Yuri, colocando um pouco de arroz com o camarão ao molho no seu prato.

Thai adorava Sushi como ninguém. E adorava mais ainda os que o pai de Mei fazia. Mei serviu-se com peixe e lula frita com um pouco de arroz. Estava realmente tudo muito gostoso. Os três comeram até não aguentarem mais.

–Meu pai trouxe sorvetes como sobremesa. – Disse Mei, saindo em direção a geladeira. – E pedi o sabor preferido de vocês.

–Oba! – Exclamou Yuri. – Sorvete nesse calor ia ser ótimo mesmo!

–Sim. Também acho. Obrigado Mei – Disse Thai, estendendo a mão para pegar o seu que Mei estava lhe dando.

Quando acabaram de comer Mei disse:

–E então, vamos para a praia praticar mais surf?

–Vamos. –Falou Thai todo empolgado. – Vamos Yuri?

–Sim.

Chegaram na praia por volta das 15:00 horas. Entraram na água e começaram a praticar. Depois de um tempo os três ficaram sentados nas pranchas esperando as ondas virem.

–Mei, o que é aquilo daquele lado de lá? – Disse Yuri, olhando para um monte de terra mais a esquerda deles. Estava um pouco distante, mas dava pra ver como se fosse uma pequena montanha.

–Ah, é uma ilha deserta. Dizem que é extremamente linda. Mas muito perigosa, pois quando a maré fica cheia, é muito perigoso para voltar. Dizem que há fortes correntezas ao redor daquela ilha quando a maré fica cheia. Dizem que ainda há pessoas morando lá. – Disse Mei com um pouco de medo na voz. – Eu e meus primos nunca fomos lá.

–Parece ter muitas rochas naquela área. – Notou Thai.

–Sim, é verdade. Mas um motivo para não irmos lá. Ai vem uma onda boa. Primeiro as damas. Irei na frente.

Mais uma vez Mei deslizou sobre a superfície da água. Fez até algumas manobras. Era lindo observa-la surfando.

–Yuri, você não ficou curioso para ir naquela ilha?

–Um pouco, mas temos que lembrar o que a Mei disse. É perigoso.

–Eu gostaria de ir pra lá qualquer dia desses. Vamos juntos amanha? Se a Mei não quiser vir, vamos assim mesmo. Não me parece tão perigoso. E as histórias parecem lendas para manter turistas afastados.

–Sim! Amanha a gente vai lá. Olha, ai vem outra onda. Vai você, eu vou esperar a próxima.

–Certo .

Dessa vez Thai não conseguiu ficar de pé na onda até o fim. Ele caiu e a onda o arrastou até o começo da praia. Pareceu ser uma queda feia. Yuri não esperou a próxima onda vir e nadou com a prancha em direção a costa, preocupado com a queda de Thai.

–Meu Deus! Thai você está bem? – Disse Mei, preocupada.

–Estou. Só arranhei um pouco as costas.

–Vamos para casa. Precisamos cuidar disso para que depois não infeccione. Yuri já esta vindo, olha. – Disse Mei apontado para Yuri que estava nadando o mais rápido que conseguia para chegar onde eles estavam.

–O que houve? Thai você está bem? Se machucou? Está ferido?

–Calma Yuri. Foram só uns arranhões nas costas. Olhe. – Ele virou para que Yuri pudesse ver – Esta vendo? Não foi nada.

–Como não foi nada? Precisamos cuidar disso.

–Sim, foi exatamente o que eu disse pra ele. Vamos para a casa. Surfamos mais amanhã.

Os três estavam caminhando de volta para a casa dos Lee quando Thai disse:

–Me desculpem por estar fazendo vocês voltarem.

–Thai, seu bem estar é mais importante para a gente do que o surf. – Disse Yuri.

–Exatamente. – Concordou Mei.

Thai estava corando mas lembrou em seguida de outro assunto.

–Mei, vamos à ilha amanhã? Eu e o Yuri queríamos ir lá.

–Não sei se é uma boa ideia. Mas se querem tanto ir, amanhã eu chamo o Will para nos levar lá. Ele nos leva com o barco dele.

–Sério? Mal posso esperar.

Quando chegaram na casa já era algo em torno das 19:00 horas. Mei foi buscar a caixa de primeiros socorros para limpar os arranhões das costas de Thai. Depois ela disse:

–Se importam se eu fizer Yakisoba? Acho que ainda tem um pouco de carne na geladeira e eu completo com camarão. Na dispensa tem os ingredientes para o Yakisoba.

–Eu iria adorar. – Respondeu Thai.

–Eu também. Vamos te ajudar. – Disse Yuri.

Quando terminaram de preparar o Yakisoba, Mei foi pegar os pratos para servir. Quando ela voltou, estava eufórica gritando:

–Yuri e Thai olhem o que eu achei!!

– O que é isso? – Perguntou Yuri.

–É sakê. – Respondeu Thai.

–Sim! Sakê. Vamos beber um pouco?

–Eu não bebo Mei.

–Que pena Yuri, assim sobra mais pra mim. – Disse Mei, rindo. – E você Thai?

–Acho que aceito um pouco.

–Não devíamos beber. Isso é para maiores de idade. Temos 16 anos.

–É só um pouco Yuri, não se preocupe. – Disse Mei, que foi logo procurando copos para por o Sakê.

O Yakisoba de Mei estava delicioso. Assim era de se esperar da filha de um super chef. Yuri tinha notado que a garrafa de sakê estava quase vazia. Mei havia bebido quase tudo. Thai tinha aceitado apenas um copo e quase não tinha bebido.

–Vamos fazer um brinde. – Disse Mei, com a voz um pouco pesada. – Um brinde a nós!

–Mei você está bem? – Perguntou Yuri, notando que o rosto de Mei estava um pouco vermelho.

–S-Sim. Muito boa. Quer dizer, bem.

–Mei, acho que você está bêbada. – Disse Thai, levantando da cadeira. – Você tem que tomar um banho pra melhorar isso.

–Eu concordo Mei. – Disse Yuri.

–Vocês... vocês parecem ser dois velhos! – Disse Mei levantando-se da cadeira e quando ela tentou andar, cambaleou e caio no colo de Yuri. – Está bem. Eu vou tomar banho. Mas... eu não estou bêbada viu? Olhem... não estou bêbada. – Mei falou rindo. – Thai, pegue minha toalha lá fora? É aquela azul.

–Certo. – Disse Thai saindo da sala de jantar, indo em direção a sala de estar para procurar a toalha que Mei havia falado.

–Yuri. Meu doce Yuri. – Começou a dizer Mei. – Eu gosto tanto de você sabia? Poderíamos ficar juntos... O que me diz?

–Está louca Mei? Ou melhor dizendo, está bêbada. Está falando coisas sem sentido. Somo apenas amigos, Mei.

Achei a toalha. Deve ser aquela que está em cima da mesa. Pensou Thai. Então ele pegou a toalha e estava voltando para a sala de jantar onde Mei e Yuri estavam.

–Eu quero ser mais que sua amiga, Yuri Nakamura. Quero ser sua namorada. Não entende? Eu gosto de você. Eu te amo.

–Para Mei! Você está bêbada. Com certeza amanhã vai se arrepender de tudo que está falando. Você... – Yuri fora interrompido pelo súbito beijo que Mei lhe dera.

–Mei, está aqui a sua toa... – Thai ficou paralisado com a cena que estava vendo. Ele não conseguia acreditar no que estava vendo. Ele deixou a toalha cair no chão. – E-Eu vou praticar um pouco mais de surf. – Conseguiu dizer com a voz trêmula, depois que Yuri e Mei olharam para ele.

–Thai! Espere, não foi nada disso que você viu. Posso explicar. Espere! – Disse Yuri, levantando da cadeira para ir atrás de Thai.

–Deixe Thai se divertir Yuri. Volte aqui. – Disse Mei.

–Você não entende não é Mei? Os sentimentos de Thai... você realmente não notou?

–Notei o que?

–Nada, esquece. Vou atrás dele.

–Eu também vou. – Quando Mei andou não menos que 1 metro, ela caiu.

–Você está completamente bêbada. – Disse Yuri. – Vou te colocar no sofá e vou atrás do Thai.

Quando Yuri terminou de colocar Mei no sofá ele saiu correndo atrás de Thai. Mei adormeceu em questão de segundos. O coração de Yuri estava muito apertado e ele quase não conseguia respirar direito. Estava correndo o mais rápido que conseguia para tentar alcançar Thai. Quando ele chegou na praia viu Thai entrando no mar.

–THAI! THAI! – Gritou Yuri inutilmente.

Então Yuri também entrou no mar. Ele está sem prancha. Para onde ele está nadando? Não me diga que ele vai para a ... Meu Deus... não... Yuri continuava a seguir Thai que nadava um pouco mais a frente dele. Eles estavam indo para a ilha.

Quando Yuri chegou na ilha, encontrou Thai sentado no chão, chorando. Yuri se aproximou e disse:

–Thai, me escute por favor.

–Seu mentiroso! Você gosta dela também e nunca me disse nada! Eu fui sincero com você! E você me fazendo de idiota esse tempo todo!

–Eu não gosto da Mei, Thai. Você não viu o que aconteceu. A Mei estava bêbada.

–EU VI VOCÊS SE BEIJANDO! – Gritou Thai.- Eu vi, Yuri.

Yuri se aproximou ainda mais de Thai, que logo levantou e empurrou Yuri que caiu de costas na areia da praia. Thai foi para cima dele e com o punho fechado socou o rosto de Yuri. Lágrimas escorriam dos olhos de Yuri que não conseguia dizer nada por um momento.

–Fala alguma coisa, seu mentiroso! – Disse Thai, furioso levantando mais uma vez seu punho para bater em Yuri.

–Eu te amo.

Quando Thai ouviu aquilo seu mundo girou. Ele viu os dois se beijando e agora estava ouvindo da boca de Yuri algo totalmente inesperado. Então começou a chover.

–Yuri ... o-o que v-você acabou de dizer?

–Eu não gosto da Mei, Thai. Nunca gostei. Você nunca notou não é? – Disse Yuri olhando para o lado, com um fio de sangue escorrendo da sua boca.

–Não. Eu não sabia. Como saberia? – Disse Thai, saindo de cima de Yuri e ficando deitado na areia.

–Me desculpa Yuri. – Disse Thai, que estava começando a chorar. – Desculpa, eu não queria ter...

–Não se preocupe. Eu entendo. Imagino como você deve estar se sentindo. Eu me senti assim quando você me disse aquilo sobre a Mei hoje de manhã.

Thai se levantou e deu um abraço em Yuri. E os dois começaram a chorar. A chuva estava ficando mais forte.

–Temos que voltar. O mar esta ficando agitado por causa da chuva. – Disse Yuri enxugando as lágrimas do rosto.

–Certo. Vamos voltar.

Os dois entraram no mar e começaram a nadar em direção a praia. O mar estava com muitas ondas. A chuva só estava ficando cada vez mais forte. Foi então que uma onda muito grande atingiu Thai e Yuri. Thai subiu para pegar fôlego e gritou por Yuri. Alguns segundos depois ele foi atingindo por mais uma onda. Engolindo bastante água, Thai começou a entrar em desespero. Estava tudo muito escuro, ele não conseguia ver nada, ele não conseguia subir para a superfície de novo. A correnteza estava puxando ele. Com muito esforço, conseguiu se livrar da correnteza e subir para a superfície.

–YURI! YURIIIIIIII! CADÊ VOCÊ? – Gritou Thai.

Yuri estava tentando subir para a superfície quando foi puxado por um redemoinho que ficava próximo a ilha. Ele não conseguiu chegar a superfície para pegar ar. Ele não conseguia ver nada. Tentou nadar desesperadamente para pegar fôlego, mas foi inútil. E então Yuri não conseguia mais nadar. Estava inconsciente.

–YU... – O grito de Thai foi interrompido por uma onda que o atingiu e o arrastou em direção a costa. Quando ele tentou subir mais uma vez, outra onda veio e o arrastou para mais perto da costa, fazendo com que Thai batesse a cabeça em uma coluna rochosa que havia ali perto. E então, Thai fechou os olhos com a dor que estava sentindo e desmaiou.


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