Obscuro escrita por GabiLavigne


Capítulo 4
Capítulo 3 - Explodir


Notas iniciais do capítulo

Primeira postagem de 2015 eeeeeh! *Solta os fogos* Olá pessoal desculpem por ter tomado o chá de sumiço, mas é que a inspiração está um caso sério esse ano. Sei que o capítulo está meio vago, mas irei aproveitar a inspiração de hoje para fazer o capítulo de amanhã :3 Quero agradecer em especial a quem está tirando um tempo para ler minha história, significa muito para mim



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Uma onda de tensão apossa-se de todo o meu corpo e a adrenalina se impulsiona na tentativa fútil de cobrir o desespero. Assim que Wisa pronuncia aquelas duas palavras, parece que desabo. Não por fora, mas sim interiormente. Tento respirar com dificuldade, enquanto as mãos que me contém se apertam. Uma das mãos grandes se fecha em volta de meu pescoço e a intensidade de seu movimento me faz soltar um ruído desconcertante.

Esse será o meu fim.

Mas quem são eles? Eu não sei. Tudo que consigo notar através da minha visão turva é a determinação estampada no rosto de Wisa. Essa traidora. Ela é má, não por obrigação, mas sim por escolha. O ódio flui em mim, anestesiando meus pensamentos frágeis. Quero me agarrar à vida. Não posso ter fugido apenas para ser morta aqui. Não permitirei que isso aconteça.

Paro de lutar. Prendo a respiração, apesar de estar sem ar para respirar de qualquer forma. Deixo apenas que tudo pareça se esvair, sinto a pressão aumentar e a fraqueza apoderar-se de mim. Algo está diferente, pois não me sinto indefesa. Tudo que sinto enquanto o ar que necessito se esvai, ou a vida parece deixar-me não é desespero ou dor. O sentimento que se torna presente é algo forte e poderoso, algo que ao invés de se apagar se acende e está pronto para explodir. Para livrar-me das amarras que me prendem a uma eternidade sem liberdade.

Tudo que sinto é o meu verdadeiro eu.

O eu que tanto detesto.

E então se ilumina. Um brilho negro cobre toda a minha pele pálida e tudo parece escurecer apenas para que eu brilhe. Assustada sinto como Wisa se afasta. Nada mais me importa. O brilho aumenta e já não há limites, o brilho sou eu e eu sou o brilho. E esse energia que se materializa...

Explode.

Algo fora do meu controle parece arrancar todas as minhas emoções do meu profundo ser, para expor a minha verdadeira natureza. Ela vêm à tona em forma de força e com um grito, que não sei como fui capaz de libertar, as mãos que me prendiam se soltam bruscamente e tudo ao redor se quebra, ofuscado pelo brilho que emana do meu ser. O ser que anseia por destruição.

Por um segundo não sinto nada a não ser o calor que se liberta de uma fonte que não consigo reconhecer. Gritos mergulham pelo ambiente, mas não sei de onde eles vêm, tudo que ouço é um enorme estrondo. E então minha visão se apaga.

A escuridão me reconfortar, porém não pretendo aceita-la. Preciso acordar. Preciso fugir. Mas como se me dói respirar? Todo o meu corpo está mergulhado em uma dor incômoda e quando apalpo o local sobre o qual deito, sinto cacos de vidro perfurando minha mão. Respiro fundo para acolher coragem e abro os olhos. A paisagem do que antes fora um estabelecimento qualquer se distorce. Estilhaços descansam por toda parte e em frente à minha expressão de espanto, tudo que me encara de volta é o cenário de uma completa destruição.

Fui eu. Sinto na maneira como a sensação se espalha pelo meu corpo, a sensação que gostou da destruição, que anseia por outra maneira de irradiar maldade.

Tento não debater sobre a explosão que ocasionei e olho através das janelas, encontrando a escuridão da noite. Preciso sair daqui, essa é a prioridade, porém antes preciso verificar uma coisa.

Meus olhos correm pelo chão e pelo espaço à minha volta. Os meus agressores desapareceram, não os vejo em lugar algum e isso me causa arrepio. O que eram aquelas coisas? O desespero de enfraquecer a seus toques ainda me causa arrepios. Examino um pouco mais o local e encontro Wisa, contorcida ao lado de um monte de cacos de vidro. Aproximo-me cautelosamente e ajoelho ao seu lado. Quando seus olhos castanhos se abrem a fúria nela renasce.

– Você... – murmura enfraquecida.

– Cale a boca – revido determinada e ofegante – Onde ele está?

Por um minuto a Dríade franze a testa, confusa. No instante seguinte sua expressão endurece e relutante ela comprime os lábios. Agarro os seus braços, que parecem tão frágeis que temo que quebrem como galhos.

– Não tenho tempo – digo apressada – Me conte onde ele está.

A feição dura de Wisa prevalece e então ela se esforça para sussurrar algo.

– Morra.

Cerro os dentes e me levanto com um gemido de frustração. Furiosa olho para baixo, para ela.

– Eu vou descobrir – inclino a cabeça e continuo em um tom ameaçador – E quando eu ter o que quero, voltarei para acabar você.

Wisa apenas pisca os olhos e penso que seu cabelo verde perde a cor, mas logo volta ao normal. Ignoro a sensação de fracasso e deixo o estabelecimento, caminhando desconfiada sob a luz do luar.

Agora me restam apenas 6 dias.

Não possuo moradia nesse mundo tão estranho, então vou em direção à praça central da cidade em que me encontro e desabo sobre um dos bancos de cor desbotada. Enquanto fito a lua enorme que designa o fim do dia, adormeço.

Não tenho tempo o suficiente para recuperar-me. O sol já se infiltra em meus olhos e sou obrigada a sair da praça sob os olhares de desprezo que os humanos lançam em minha direção. Tolos. Não entendem. Passo a mão pelos meus cachos azuis e tento retirar as sujeiras emaranhadas neles. Ergo-me do banco e caminho alguns passos encarando o chão. O que farei agora? Como farei algo para mudar o meu destino se tudo que tenho é um banco para dormir na praça? Isso não está certo. Tudo está mais complicado do que parecia ser e agora estou sem rumo.

Mãos agarram meus ombros e meu coração acelera. Me encontraram. O desespero aflora novamente como uma chama que luta para permanecer acesa. Porém não é algum agressor, é apenas o garoto ruivo dos olhos ternos. Suspiro irritada e tento desvencilhar-me de suas mãos.

– Calma – diz e me solta enquanto o fuzilo com um olhar nada agradável – Você quase ia se bater contra mim novamente.

– Ah – murmuro indiferente, ansiosa para que ele me deixasse prosseguir.

– Nossa, você não parece nada bem. – conclui o garoto parecendo divertido.

A irritação apenas cresce e liberto outro suspiro impaciente.

– Obrigada pela novidade – retruco.

– Você não tem onde morar? – indaga e me surpreendo com tal pergunta.

– O que? Mas como...

– Vi você dormindo no banco da praça. Não foi muito amistoso. – fala e reviro os olhos, cruzando os braços de modo desafiador.

– Eu estou bem.

– Certo – responde erguendo os braços – Eu só perguntei, porque caso estiver interessada, meus pais estão alugando um quarto.

Ergo as sobrancelhas e liberto um sorriso sombrio. Então ele quer me oferecer um lugar para dormir? É interessante o fato de ele estar querendo abrigar uma das fadas obscuras mais poderosas na própria casa. Ele mal me conhece. Mas por que não? É melhor que dormir na praça e com certeza deve haver mais privacidade para fazer o que eu preciso.

– Certo. Quanto eles cobram? – indago tentando manter o tom duro da minha voz sobre controle.

Um sorriso surge no rosto dele.

– Falaremos sobre isso depois. Aproposito, meu nome é Jaden.

– Prazer – sorrio de maneira perturbadora – Meu nome é Dafir.


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Notas finais do capítulo

Fim! Dessa vez não irei demorar, é sério! Se é que alguém ainda lê a história rs Bem, toda vez que eu for demorar eu avisarei antes.

Beijos e até o próximo!



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