Wrong Love escrita por Rayssa


Capítulo 14
Chapter 14


Notas iniciais do capítulo

Seguinte, demorei muito, eu sei, I'm Sorry, mas o meu tempo não tá fácil D: Estou postando agora e espero que gostem :D



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Oliver encarou o celular recém desligado com uma certa tristeza, sabia que o que sentia por ela era diferente e estava pronto para dar o próximo passo agora que sabia que ela não era lésbica. Mesmo tendo sido totalmente cortado em sua primeira tentativa, não iria desistir, ela nem sabia que ele iria chama-la para sair.

Um sorriso enorme estava em seus lábios quando saiu do carro e adentrou o restaurante.

Pode ver a sua irmã ao longe, conversando animadamente com o namorado. Seu sorriso aumentou ainda mais de proporções, era difícil vê-la tão sorridente e podia ver o quão feliz Roy a deixava.

– Boa noite. – saudou, antes de sentar-se.

– Oliver. – Roy cumprimentou, sendo seguido por Thea que sussurrou um "Ollie".

A conversa foi agradável na maior parte do tempo, apenas amenidades. Nomes como Moira e Robert ficaram totalmente fora de foco. E estava sendo apenas um simples jantar até a chegada da sobremesa.

– Eu os vi novamente! – exclamou Thea, lembrando-se repentinamente do acontecimento alguns dias atrás. – Eu estava voltando da minha corrida na praça central do Glades e passei por aquela cafeteria bem popular que tem lá e Tommy estava lá, sendo servido pela namorada! – a menina cruzou os braços.

– Ele me contaria se tivesse uma namorada Speedy, nós já conversamos sobre isso. – o homem revirou os olhos, até que uma lembrança chegou em sua mente.

A garçonete... Ele perguntou se ele estava interessado na garçonete e ele disse que era quase isso. E se Tommy já estivesse com ela naquela época? Mas, de acordo com Thea, ela não parecia nenhuma modelo e aquela garçonete era gostosa pra caramba.

– Diga o que quiser, eu vi os dois juntos e ele só teve duas amigas mulheres na vida, a Laurel e eu. – levantou as sobrancelhas. – Eles estão namorando.

– Se quiser, posso tentar descobrir. – avisou Roy. – Tenho uma amiga que trabalhar lá, ela pode saber de alguma coisa. – a menina com os olhos cheios de admiração.

– Ah, eu quero sim. – Oliver não prestava realmente atenção, sua cabeça estava em outro lugar, tentando resolver se ele tinha ou não uma namorada.

Fazia sentido, ele conhecia Felicity também, se ela era colega de trabalho da namorada dele, eles poderiam se conhecer e acabar se tornando amigos. Encaixava perfeitamente.

– Speedy, acho que dessa vez você está certa.

(...)

Caitlin estava na postura certa que ela havia lido na revista, observou o alvo, pronta para o ataque. Respirou fundo, analisou o peso da bola, respirou fundo, mirou, respirou fundo e...

– Vai errar. – sussurrou Barry, fazendo-a perder a concentração.

A bola caiu de sua mão antes do tempo e deslizou para a lateral da pista, fazendo a mulher fazer uma careta, ela era bastante competitiva e era uma droga no boliche.

– Eu disse. – afirmou.

– Pelo menos eu acertei algum pino. – acusou, virando em direção ao homem.

– Ui. – brincou Cisco.

– Nem vem Quimitosa, você é tão ruim quanto eu. – acusou.

– Esse apelido é meu, a propósito. – o dono do apelido levantou as mãos. – E você não sabe o significado. – lembrou.

– Ainda bem que não somos do mesmo time. – gargalhou, sentando entre o amigo e o namorado.

– Sempre que somos do mesmo time, acabamos fazendo merda e merda da grande! - comenta Barry. – Lembra quanto tentamos fazer uma casa de pássaros? – bateu o cotovelo nas costelas da mulher.

– Como posso me esquecer? Ainda tenho as farpas nos meus dedos. – revirou os olhos. – E a vez que decidimos fazer uma obra de arte? – um sorriso genuíno surgiu em seus lábios.

– Joe passou três meses para tirar a argila do carpete. – as risadas foram altas e maravilhadas.

– Eu ainda tenho a nossa poesia. – comentou Caitlin. – O Cisco ajudou nessa... – lançou um olhar fulminante para o amigo. – Tentando rasga-la. É uma linda estória sobre como o gato tem que comer o rato para que a cadeia alimentar se mantenha intacta.

Todos riam e se divertiam com a cena, até mesmo Fiona que deveria estar jogando naquele momento, estava rindo dos dois amigos.

Porém, entre aqueles sorrisos, havia um que não deveria existir, um sorriso que queria desvanecer, apesar do homem se manter forte para estampar o sorriso largo, esse estava trêmulo e sua risada não tinha humor algum.

Para Ronnie aquela noite era quase seu inferno particular.

(...)

Oliver estava sentado no banco de couro de seu carro, encarando o retrovisor dianteiro, tentando gerar uma coragem inexistente para ir conversar com a sua ex-namorada. Não queria gerar esperanças que não se concretizariam, ele não iria voltar o namoro, tinha decidido.

Respirou fundo pela oitava vez e colocou a mão na chave.

Retirou-a rapidamente e fechou os olhos com força. O drama havia ido embora, por que tinha que voltar logo agora? Ele nunca fora uma pessoa muito sensata e agora tinha que ter uma conversa com uma Laurel fora de controle.

E o idiota do Tommy não atendia aquela bosta de celular! Ele não queria ir sozinho e Tommy seria a melhor companhia. Se ele pegasse aquela porra e atendesse. Estava quase ligando para Felicity, contudo, não queria estragar a noite dela.

Pegou mais uma vez o celular e discou o número do melhor amigo. Chamou várias vezes, até cair na caixa de mensagens.

– Tommy. ATENDE ESSA BOSTA! Preciso falar com você. – praticamente berrou no telefone e desligou.

Era provavelmente a quarta mensagem que mandava. Estava parecendo uma daquelas mulheres desesperadas que enchem a sua caixa de mensagens quando você não liga no dia seguinte. Ou um daqueles homens desesperados quando a mulher lhe dar um fora.

– Que se foda. – grunhiu, ligando o carro.

Ele tinha se comprometido com isso e agora iria resolver.

(...)

A música tocava mais alta que o normal no apartamento de homem. Algumas garrafas meio vazias estavam jogadas pela cozinha, outras meio cheias estavam espalhadas pela sala. Uma garrafa quase cheia de Bourbon estava em sua mão, na outra um cigarro que havia encontrado em suas coisas, era da época que ele e Oliver "brincavam" de irritar os pais, fumar não era muito a sua praia, usavam só por pirraça.

Ele podia ver o celular tocando, mas o ignorou.

Queria beber até esquecer o seu próprio nome, queria esquecer que seu melhor amigo estava indo reatar o namoro com a mulher que o próprio Tommy amava, porém nunca teria coragem de contar para ninguém.

Bebeu mais um gole de seu Bourbon e deixou na cabeceira de sua cama. Queria um gole de gim agora, só precisava lembrar onde ela estava. Era assim que pretendia passar a noite, bebendo.

Ao caminhar em direção a cozinha, encontrou o telefone preso a parede e tomou a decisão sensata de pedir uma pizza, estava com fome, ainda não havia jantado. O número da pizzaria estava no papel, também colado na parede.

Discou rapidamente e colocou o cigarro entre os lábios, tragando-o. Quase engasgou, contudo, conseguiu expelir a fumaça pelo nariz. Logo pode ouvir a voz do outro lado da linha e se prontificou em perguntar:

– Boa noite, vocês ainda estão fazendo entrega?

(...)

– Ei... – a mão de Cisco afagou o ombro de Felicity, enquanto Ronnie ia até a pista. – O que está pegando? – sussurrou baixinho, para que ninguém mais escutasse, um suspiro pesado saiu dos lábios femininos.

– Não é nada. – mordeu o lábio com força, contudo ele pode ver as lágrimas se formando nos olhos azuis.

– Se não quer falar, tudo bem. – sua mão deslizou até o braço da amiga. – Mas estou aqui sempre que precisar. – afirmou.

– Obrigada. – sorriu fraquinho, segurando o choro. Havia ficado tão feliz com a ideia de reencontrar os amigos e agora nada disso fazia sentido, não quando estava tão longe da pessoa que mais precisava dela.

– Quer ir para Central comigo amanhã? Acho que alguém tá precisando de um amigo. – deu uma leve cotovelada nela.

– Obrigada mais uma vez, mas eu acho que irei para casa amanhã, não decidi ainda. – o homem assentiu.

– Visitar a família no feriado? - a mulher nunca falava sobre a sua família, não gostava de tocar nesse assunto, contudo, naquele momento, com Cisco sendo tão gentil, ela se sentiu pronta para falar, pronta para que ele entendesse o motivo de tudo aquilo.

– Felicity. – antes que ela pudesse falar, Fiona a tirou de seu momento. – Sua vez.

Ela olhou de relance para a mulher e pode ver o olhar duro em sua direção, porém, não se deixou levar por isso. Sem abrir a boca, levantou e foi até as bolas, tirando uma.

Mediu o peso da bola e se posicionou. Seus olhos cheios de lágrimas pelas lembranças da ligação, tudo o que ela havia escutado. Respirou fundo, impedindo que as gotas escorressem pelo seu rosto.

Levantou seus muros novamente, não permitindo que ficasse triste por isso, ela não havia escolhido isso, era um acordo do qual não podia fugir e era uma mulher adulta, tinha que aceitar isso, era sua obrigação.

Com determinação, lançou a bola.

Estava tão presa em pensamento que não notou o que acabara de acontecer até escutar os gritos atrás de si.

Logo sentiu o par de braços agarrar os seus ombros, era Caitlin. Seus olhos correram para os pinos, todos derrubados, um strike. Olhou para o placar e pode ver o motivo da felicidade alheia.

Pulou junto com as mulheres, e observou a melhor amiga se gabar para o Barry. Gargalhou, brincou, gritou e se gabou. Graças ao seu strike, elas haviam ganhado. Ouviu Fiona sussurrar um "desculpe-me" em seu ouvido e ignorou aquilo, estava tudo bem.

Mesmo que não estivesse nada bem, eles não precisavam saber de nada.

– Estou morto de fome. – comentou Barry.

– Você sempre está com fome broto. – resmungou Cisco. – Mas também estou, perder da fome. – brincou.

– Tem uma lanchonete aqui perto, vamos? – perguntou Fiona.

– Claro. – afirmou a mulher de cabelos negros.

– Tô dentro. – confirmou Cisco.

– Nós também. – Caitlin apontou para Ronnie.

– Então vamos! – afirmou Barry, porém, seus olhos foram em direção ao casal que estava sussurrando, algo estava errado ali e ele sabia.

(...)

– Vai sair? – a mulher levantou o olhar, que antes estava direcionado para garrafa de vodca.

– Aniversário do Bruce, nós vamos comemorar. – sua voz era cheia de malicia.

– Foi pra isso que você comprou aquela lingerie preta? – Laurel as sobrancelhas, um sorriso malicioso em seus lábios.

– Não sei do que você está falando. – assobiou. – Eu não sei se volto hoje, sabe como é. – deu de ombros. – Mas, qualquer coisa, só ligar. – piscou para amiga.

– Pode deixar Malia, ligo sim. – a garrafa foi tirada de sua frente pelas mãos da outra mulher.

– Isso vai comigo. – afirmou. – Nada de bebida para você. – repreendeu. – Até mais.

Dinah assentiu e deixou que a mulher saísse, apenas observando.

Assim que a amiga trancou a porta, começou a sua nova busca, precisava beber alguma coisa, não iria aceitar ficar sozinha, em uma sexta-feira à noite, trancafiada em seu apartamento, sem beber alguma coisa.

Procurou dentro dos armários, sobre e sob os mesmos. Geladeira, fogão, sala, banheiro... Sabia que Malia havia escondido as garrafas que ela comprara ontem, só precisava descobrir onde. Entrou no quarto da amiga, olhou embaixo da cama, do colchão, nas fronhas, nas cabeceiras, até chegar ao guarda-roupa.

Mal abriu as portas e viu uma garrafa de vinho tinto atrás das blusas. Agora tinha algo melhor para fazer do que rodar o quarto feito uma barata tonta. Puxou a garrafa e a levou até a cozinha.

Estava terminando de se servir, quando batidas na porta soaram pelo ambiente.

Segurando a taça em uma mão e a chave em outra, foi até a porta. Não se deu muito ao trabalho de perguntar quem era, o índice de assaltos naquele bairro era quase nulo. Porém, nada poderia surpreendê-la mais do que o que ela encontrou atrás da porta.

A taça que estava em sua mão foi ao chão, sujando todo o ambiente de vinho, incluindo a parede, suas pernas e os sapatos dele.

– O-Ollie? – sua voz saiu tão baixa que ela não teve certeza se saiu.

– Laurel. – cumprimentou. – Podemos conversar?

(...)

"Sinto que estpou fazendo algo errrado.

O que houve? Você está bêbado?

eU NAO DEVERIA IR ATRAS DA LAUREL.

Tommy, onde você está?

A caminhp da cassa dela

Não faça nada, preste atenção. Quando você chegar, fique parado em frente ao prédio. É muito importante, confie em mim. Você foi de táxi, né? Não importa, quer dizer, importa, mas... Grrrrrr, só não faça nada de estupido.

So porque e voce felicite.

Obrigada"

Após um longo suspiro, a mulher desligou o celular e enfiou na bolsa, não podia acreditar que ele estava bêbado e indo atrapalhar a conversa de Oliver e Laurel, não podia deixar isso acontecer.

– Pessoal... – todos passaram a olha-la. – Mil desculpas, queria muito poder ficar, porém, surgiu um imprevisto. – sussurrou.

– Sem problemas Gacker. – brincou Cisco.

– Você vai como? – perguntou Barry preocupado. – A gente está no Glades, é super perigoso pegar ônibus a essa hora. – afirmou o homem. – Se quiser, eu te dou uma carona. – a mulher abanou as mãos.

– Você acabaria enfiando o carro em algum poste. Eu pego um táxi. – começou a se levantar.

– Você nunca vai conseguir um táxi a essa hora. – Fiona puxou as chaves de seu bolso e jogou para a mulher que quase não conseguia pegar. – Usa o meu carro.

– Eu não acho uma boa ideia, não sei quanto tempo vai demorar. – afirmou constrangida.

– O Bar e o Cisco me dão carona, não é garoto? – passou os braços para os ombros deles.

– Só se você dirigir. – Barry e Cisco falaram ao mesmo tempo.

Os olhos de Caitlin estavam queimando de ciúmes sobre a ruiva. Ela sonhou tanto em ser a namorado de Ronnie, agora que finalmente era, faria tudo para estar no lugar daquela mulher. Os ciúmes era tanto que uma ideia desagradável passou por sua cabeça.

– Você me entrega amanhã. – a mulher piscou rapidamente.

– Muito obrigada Fiona. – os cabelos escuros bateram sobre o rosto de Cisco quando ela inclinou o corpo para abraçar a mulher. – Vejo vocês depois. – mandou um beijo para todos e recebeu suas despedidas.

Saiu discando o número de Sara, precisava descobrir onde Laurel morava.

(...)

Após Oliver ajudá-la a limpar o chão e recolher os cacos, a mulher ofereceu uma taça de vinho que ele prontamente recusou e eles sentaram sobre o sofá da sala, prontos para conversar.

– Sobre o que quer falar? – apesar de tenta soar normal, era clara a esperança em seu olhar.

Oliver fechou os olhos, não queria dá-la falsas esperanças, esse era seu maior medo entre todas as coisas.

– Eu estou preocupado com você. – aquilo, definitivamente, não era o que Laurel gostaria e esperava ouvir.

– Oh... – franziu o cenho. – Por que? – seu tom era de completo ultraje.

– Você tem um vício Laurel e nós somos amigos a muito tempo para que eu não possa notar. – respirou fundo e tocou a mão da ex-namorada. – O que está acontecendo com você?

Os olhos da mulher se encheram de lágrimas, seu corpo segurando o tremor e seus lábios segurando a vontade de jogar todo o seu orgulho no lixo. Foi inútil.

– Eu ainda te amo Ollie. – afirmou. – É meu alívio, sinto sua falta o tempo todo – as lágrimas escorreram por seu rosto. – Saber que você está muito mais feliz sem mim, faz a dor ser ainda maior. – a voz era rouca, assustada e impulsiva.

– Laurel, eu não estou mais feliz porque estou sem você. Estou mais feliz pelo fato de eu ser livre. A culpada não foi você. – sua outra mão foi até o rosto da mulher. – Eu amei você, amei de verdade. Porém, começamos a namorar muito novos, 16 anos ainda é uma época de crescer, amadurecer e envelhecer. E nós tomamos rumos completamente diferentes. Eu ainda te amo, só não da mesma forma que antes, te vejo como uma amiga. – havia uma certa sintonia entre os dois, ela podia sentir algo sair de seus ombros. – E você não me ama, você ama o cara que conheceu há 6 anos atrás e ele e eu somos pessoas completamente diferente.

Parte de si desejava discordar do homem a sua frente, dizer que o amava por quem ele era e aquela parte era o seu orgulho, como ele já estava no lixo, ela podia admitir a verdade, poderia ser sincera e concordar.

– Eu estava vivendo um inferno na terra. – gargalhou, entre as lágrimas. – Nem eu sabia como ainda me submetia a ser sua namorada. – sua voz era anasalada.

– Me desculpe. – a sinceridade nas palavras de Oliver a fizeram chorar ainda mais.

Não era um choro de tristeza, era um desabafo de sua alma, seu pedido de socorro sendo atendido. Oliver poderia não ser o amor de sua vida, mesmo ela ainda estando cega de amor por aquele homem, esse amor devia ir, pois essa pessoa não existia mais.

– Você é uma mulher incrível Dinah, sempre foi. – sussurrou baixinho. – Foi a sua força de vontade em fazer o bem que me fez a amar. Você é uma pessoa que merece brilhar, que merece ser grande e vai ser. – o homem se afastou, afagando o seu rosto. – Só que eu não sou o homem que vai estar ao seu lado, segurando a sua mão. Você merece alguém melhor. – um suspiro pesado saiu dos lábios dela.

– Eu sempre achei que a gente iria voltar, eu tinha certeza, até ver você conversando tão animadamente com a ex-namorada da Sara, um dia após a gente terminar e eu comecei a duvidar. – voltou o seu olhar para as suas coxas. – Eu estava certa. – um quase sorriso apareceu em seus lábios. – Apesar de tudo, você é um bom homem Oliver. – levou as mãos as mãos dele. – Temo por você. A sua felicidade baseada na liberdade, não durara para sempre e não acho que você vai saber lidar quando cair por alguém que não sente o mesmo ou que não deseja sentir. – fez um leve afago nas mãos dele. – Sempre pode contar comigo, como amiga, obviamente.

– Obrigado. – ele puxou a mão da ex-namorada e levou aos lábios, depositando um beijo ali. – Eu também estou sempre aqui, como amigo.

(...)

– Até amanhã. – beijou a bochecha de Helena e começou o seu caminho em direção ao carro.

A cabeça da mulher estava uma bagunça. Se não bastasse uma ex-namorada psicopata, houve a esquisitíssima ligação da Felicity e para completar estava começando a desejar desenfreadamente sua colega de trabalho. Era tão errado. Seu corpo a desejava e seu coração estava começando a cair por alguém que deveria ser apenas uma amiga.

Adentrou o carro e deu a partida, começando a dirigir no automático, sem prestar muita atenção.

Estava preocupada com Laurel, toda aquela estória da bebida estava a deixando cansada. Também estava de olho em Felicity, ela precisava de apoio depois do que aconteceu e ela ficou extremamente feliz por Oliver ter feito um papel tão importante, contudo, ela podia ver os olhares que eles trocavam sempre que se encontravam, sabia dos sentimentos que rondavam os dois.

E ainda tinha Nyssa, esse era o maior problema no momento, quando ela finalmente encontrou alguém que a fizesse sentir tudo aquilo de novo, não podia estar com essa pessoa por conta da vaca que ameaçou matar sua suposta namorada. Oliver tinha tanta razão, tanta razão e ela havia sido tão burra por demorar a escutá-lo.

As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, à medida que seu cérebro voltava no tempo.

Lembrou de quando era apaixonada por Oliver, seu primeiro amor, e Laurel ficou com ele. Sua mente vagou até o dia que se envolveu com o seu professor de francês e depois descobriu que ele era casado e tinha um casal de filhos gêmeos. O capitão do time de futebol americano que a trocou por uma de suas melhores amigas. Seu primeiro interesse amoroso feminino, Shado que a ensinava a lutar e a seduzia por diversão nas horas vagas, quase foi espancada por um Slade furioso quando ela a beijou. Em seu primeiro ano da faculdade, se tornou obcecada por um cara que era gay.

Sua vida amorosa sempre foi horrível, mas nunca imaginaria que se apaixonaria por uma psicopata, Nyssa, seu maior relacionamento. Desde o início fora avisada de que ela não era uma pessoa de confiança, porém ela fora estupida e continuou assim mesmo.

Nem sabia ao certo quando havia mudado o caminho e ido para a casa de seu pai, o único lugar onde se sentia segura.

Estacionou no espaço que ele separou para as filhas, enxugou as lágrimas e saiu do carro. Podia chorar essa noite, mas só quando estivesse sob os braços protetores de seu pai, como uma garotinha de dez anos de idade.

Adentrou a casa, usando a chave que ficava sobre a moldura da porta.

O silêncio da casa foi cortado por um sussurro baixo e rouco, um pedido que fez a mulher sentiu seu coração tremer. Sabia que vinha da cozinha e apesar de não ser claro, sabia que era seu pai.

Sara correu o mais rápido que suas pernas permitiam, forçando os saltos contra o chão. E ao chegar lá, pode ver o seu pai, trêmulo, desesperado, respirando com dificuldade e uma das mãos sobre o coração.

– Papai? – sua voz era de quebrar o coração, assim como cada parte de si.

(...)

Felicity praticamente saltou do carro e caminhou em direção ao homem sentado sobre a calçada do prédio de luxo. Seu olhar era tão desolado, que a reprovação que a mulher sentia se tornou em pena.

– Você está bem? – estendeu as mãos para que o homem as aceitasse.

– Como posso estar quando ninguém me ama como amam ao Oliver? – Tommy segurou as mãos da mulher e, com a sua ajuda, levantou. As feições do homem eram tão tristes que ela pode sentir o grande buraco em seu coração.

– Você está sendo dramático. – sussurrou, estava completamente surpresa com essa reação.

– Não estou Laurel. – suas sobrancelhas se levantaram, sentindo uma leve comicidade nessa situação. – Você está linda, quer dizer, você é linda, sempre foi. – a mão dele deslizou pelo rosto da mulher.

– Eu não sou a Laurel. – mordeu o lábio. – Felicity, lembra? – ele balançou a cabeça, tentando colocar tudo em ordem.

– Claro, lembro. – após um breve momento de lucidez, um sorriso mórbido tomou conta dos seus lábios. – Você também vai me trocar? – se estava surpresa antes, ficou ainda mais.

– Por que eu faria isso? – perguntou curiosa.

– Todas as minhas amigas se apaixonam pelo Oliver e elas sempre me trocam por ele. – um sorriso triste tomou conta dos lábios dela. Havia uma melancolia nos olhos dele, uma inveja guardada por anos, algo que ele lutava com todas as suas forças para que não existisse e que foi preciso beber até seus pés não saberem como mantê-lo de pé para tomar posse.

– Tommy. – sussurrou. – Eu nunca te trocaria. Você é uma das pessoas mais divertidas que eu já conheci. – ela puxou o braço do homem, que bambeava em suas mãos, e colocou em seu ombro, para leva-lo até o carro.

– Promete? – pediu baixinho.

– Prometo. – confirmou, um sorriso verdadeiro.

Tommy estava tão entorpecido pela bebida e pelo momento que não pensou no que estava fazendo, apenas levou a mão livre ao rosto feminino e colou os lábios nos dela, algo tão inesperado que Felicity não soube o que fazer.

Haviam quase quatro anos que ela não beijava ninguém e era bom sentir aquela maciez outra vez, todavia não sentiu nada em seu coração, apenas um leve torpor pela surpresa. Estava totalmente paralisada com a situação.

Alguns poucos metros atrás do "casal", um homem assistia a cena com o ódio fervilhando em suas veias e um olhar quase assassino. Não era da moça morena que Thea falara, era da própria Felicity. Por isso ele tinha tanta certeza que ela não era gay, por isso ninguém sabia que eles eram amigos e por isso ele estava tão distante.

Traição, era a única palavra que realmente sentido.

Oliver Queen se sentia traído.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo não está pronto, mas algumas falas estão por vir - não necessariamente do próximo capítulo-, então, que tal um joguinho?
Descubram quem vai falar cada frase a baixo, pls :D
"Eu tenho absoluta certeza de que essa é a Felicity e mais certeza ainda de que ela não está com Tommy."
"Ele vomitou em mim, antes que você pense algo errado."
"Acabou, não estamos mais juntos."
"Velho hábitos demoram a nos deixar, não é mesmo Oliver?"
"Isabel? O que você está fazendo aqui?"
"Nós não podemos ficar juntas, nunca poderemos, eu não sou boa para você."
"Ele é o pai do Cooper, na verdade, pode ser um filho da mãe de vez em quando, mas cuidou de nós como ninguém mais."

Alguma ideia?
A previsão do próximo capítulo é para no máximo dia 12 de março - porque é meu aniversário -, espero postar nesse dia só para poder dizer "O aniversário é meu, mas o presente é para você" até porque, TALVEZ, tenha sex scene, btw. TO BRINCANDO, não vou dizer isso, mas, sou zoada, quero postar dia 12 kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Gostaram do capítulo? Sejam sinceroooos, beijooos ;*