Wrong Love escrita por Rayssa


Capítulo 1
Chapter 1


Notas iniciais do capítulo

Pessoinhas, seguinte, isso é um teste. Se vocês gostarem, o que eu torço do fundinho do meu coração ♥, eu vou continuar, se não, eu apago e seremos todos felizes por resto da vida sem essa fic, belezinha? Então, por favor, comentem dizendo o que acharam :DDD



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Um som irritante incomodava e muito a mulher. Remexeu para um lado. Para o outro. E aquele som continuava ali. Parecia um toque de celular e, definitivamente, não era o seu. Isso já estava passando dos limites!

Abriu os olhos e deparou-se com o celular dele irritando-a.

- Que toque horrível. – resmungou. – Ollie... – chamou baixinho, sem sucesso. – Oliver. – chamou de novo e mais uma vez, sem sucesso. – CARALHO OLIVER! – empurrou o homem que quase caiu da cama.

- PORRA! – grunhiu. – O que é? – passou a mão sobre o braço.

- Seu celular.

Só então notou o toque. Pulou da cama e correu até a mesa. Toque irritante! Não poderia mais deixar Tommy escolher seus toques de celular, era insuportável o quão imbecil ele poderia ser. Ao olhar no visor, percebeu o nome que ali estava escrito e teve vontade de voltar para a cama junto com a mulher que ele não lembrava o nome. Diana, talvez.

- Oi baby. – sua voz era rouca.

- Oliver Queen, não me diga que você ainda estava dormindo. – instantaneamente, Oliver olhou no relógio.

07:30, merda!

- Não! – resmungou. – Estou morrendo de sono, isso sim. Mas, estou a caminho. – admitiu.

- É bom mesmo, combinamos de nos encontrar as sete Oliver! Você deveria ser mais responsável! – ralhou.

- Laurel, estarei ai em poucos minutos, só, espere. – e desligou rapidamente. – Você pode ficar ai se quiser. – disse para a mulher. – Pode tomar café-da-manhã com Cisco, ele adora companhia. – caminhou até o guarda-roupa, pegando uma roupa básica e bem passada.

- Não se preocupe Senhor Queen. – brincou a menina, enquanto ficava de pé, mostrando o corpo nu. – Não vou estar aqui quando você voltar, não sou esse tipo de garota. – e então, o nome dela voltou com tudo a sua cabeça.

- Eu sei Deenise, por isso que você é uma das melhores. – piscou antes de quase correr até o banheiro.

(...)

- Tem certeza que não vai querer carona? – sua colega de quarto perguntava mais uma vez, toda manhã era isso.

- Tenho sim. – admitiu. – Não me incomodo em pegar o ônibus. – foi a última coisa que disse, antes de passar pela porta quase saltitando.

Era um dia feliz para a mulher. O semestre estava começando e finalmente voltaria a vê-lo. Sentia falta de todos, passar quase três meses com a sua mãe não era fácil. Porém, ele, especificamente, era o mais importante de todos.

Seus passos eram rápidos, tinha tanta coisa para fazer e hoje ainda era o seu dia de volta as aulas. Estava animada em voltar ao trabalho. Iria dar uma olhada em Roy, com certeza. Queria saber como ele estava.

- Felicity, corre! – ouviu uma voz conhecida e logo notou que o ônibus estava parado.

Não teve problema algum em correr, seus tênis eram extremamente confortáveis. E logo estava subindo, ao lado de sua grande amiga Caitlin, com que sempre pegava ônibus. Essa parecia um desastre de cansada.

- Caitlin, o que aconteceu com você? – perguntou quando já haviam sentado.

- Webb! – exclamou. – Mal voltou as aulas e aquela garota já começou a gritar de madrugada! – cruzou os braços, irritadiça.

- Sério? – seu olhar era de pena. – Eu realmente não sei o que aquela garota tem.

- EU SEI! – sua voz foi mais alta do que queria, por isso, arregalou os olhos e colocou a mão sobre a boca. – Enfim, ela é louca. Penso que um belo dia irei ser encontrada com uma faca enfiada no meu coração. – Felicity gargalhou.

- Até parece. – deu uma leve cotovelada na amiga. – Senti sua falta.

- Você sentiu a minha? Imagina eu! Aqueles garotos fizeram da minha vida um inferno, foi terrível! – riram juntas.

(...)

- BARRY ALLEN! – a voz da mulher ecoou pelo quarto, fazendo o menino pular de susto.

- O QUE? – sobressaltou-se, colocando a mão sobre o peito. –Iris! Droga, o que houve? – perguntou coçando os olhos.

- Você tem ideia de que horas são? – o homem levantou as sobrancelhas. – CINCO PARA AS OITO! Você tem que estar na aula de Toxicologia Forense em CINCO minutos! – bufou.

Iris jogou algumas roupas em cima dele.

- Você é um anjo. – agradeceu, enquanto corria até o banheiro.

- Barry Allen, sempre atrasado! – murmurou a mulher, fazendo seu caminho de volta.

Iris West estava bastante animada aquela manhã. Hoje, depois das aulas, teria suas primeiras aulas de defesa pessoal. Seu dia se tornaria mais corrido, porém, valeria a pena, estava cansada de não fazer nenhuma atividade física.

O homem tomou banho o mais rápido que podia, correu até a cozinha e pegou uma maçã, não tinha tempo de comer mais nada. Iris já esperava por ele na porta, por isso, apenas a seguiu até o carro. Esse seria um grande ano, ele já sabia disso.

(...)

Tommy detestava acordar cedo, mas tinha que fazer isso todo dia, e isso sempre deixava o seu humor ácido pela manhã. Dirigi irritado, comprava o café irritado, tomava o café irritado e entrava, cheio de livros, irritado.

Seus passos eram pesados e mal podia ver as coisas a sua frente. Aquele maldito professor havia pedido para que eles levassem cinco livros, cinco livros de 500 a 700 páginas. Ele podia espancar a cara daquele homem, se soubesse lutar, porém não sabia, e se sentia um idiota por isso. Não bastava ser apaixonado pela namorada do seu melhor amigo, tinha que viver a sombra de seu melhor amigo.

Oliver sempre teve mais dinheiro, sempre foi mais bonito, mais inteligente, mais cobiçado, mais simpático, mais divertido, mais musculoso, mais jeitoso com as mulheres, mais equilibrado, e sempre conseguia tudo o que Tommy queria. Não que ele quisesse ter a vida de Oliver, não, não queria. Amava o amigo e estaria sempre ao lado dele, fazendo o papel de melhor amigo. Se ele ao menos tive...

Tudo foi ao chão.

Não sabia exatamente no que havia batido, só sabia que havia batido e que teria que recolher tudo de novo. Isso era tão injusto. Por que ele não podia ter um pouquinho mais de cuidado por onde andava, pisava ou sei lá.

- Oh droga! – uma voz feminina exclamou. – Sou tão desastrada, como posso ser tão desastrada? – murmurou chorosa.

Tommy pode ver o cabelo escuro bagunçado no rabo de cabalo, contrastando com a pele alva. Seus olhos azuis, por trás dos óculos, mostravam indignação, e suas mãos ágeis começavam a organizar os livros dele. Um sorriso surgiu nos lábios dele, isso era no mínimo cômico.

- Você está bem? – perguntou, segurando o riso.

- Estou! – afirmou. – Oh, desculpe-me por isso. Eu tenho que aprender a não esbarrar em todo que está a minha frente. – ela tinha um ar nerd e era incrivelmente fofa.

- Sem problemas. – admitiu. Ajudou-a a recolher seu próprio material. – Obrigado. – murmurou levantando-se e ela o seguiu, ainda segurando o seu material.

- Eu te ajudo, deve ser horrível carregar tudo isso sozinho. – ajudou-o.

Começaram a caminhar até a sala de contabilidade, em um silêncio confortável para duas pessoas que acabaram de se conhecer. Não demorou muito e eles estavam lá. Ela entregou os livros e sorriu amigavelmente.

- Obrigado novamente. – admitiu.

- De nada. – sussurrou, antes de virar.

- Ei... – o homem chamou, fazendo com que ela virasse em sua direção. – Eu sou Tommy, Tommy Merlyn. – apresentou-se.

- Felicity Smoak. – sorriu, antes de sair.

Ele estava um tanto fascinado com a garota. Ela era tão... boa e isso era tão incomum.

(...)

- Sara! – a voz feminina doeu em seus ouvidos.

De novo não!

- O que você quer Nyssa? – resmungou, caminhando ainda mais rápido.

- Quero saber o porquê de você não retornar as minhas ligações! – a voz era frustrada.

- Porque eu estou sempre ocupada, tipo agora. – ralhou. – Tenho aula e nós não somos mais nada para você querer saber qualquer coisa da minha vida. – bufou, adentrando a sua sala.

Nyssa encarou a porta entristecida, isso era muito frustrante.

(...)

Caitlin encarava o suco de laranja sobre a sua bandeja, praticamente dormindo acordada, quando duas pessoas sentaram ao seu lado.

- Credo Caitlin, você passou a noite na balada por acaso? – a mulher fuzilou Barry com o olhar.

- Webb. – respondeu Felicity, sentando-se ao lado de Barry.

- Gritos novamente? – ela assentiu.

- Eu sou fascinado por essa garota, na boa. – todos os olhares se voltaram para Cisco. – O que? É sério! Preciso saber o porquê dessa gritaria. – a expressão de Caitlin era de surpresa e irritação.

- Se quiser, fique a vontade de perguntar e troca de dormitório comigo.

- Eu faria isso com prazer! – grunhiu. – Eu sou impressionado com isso. – apontou para o casal que adentrava o refeitório.

Oliver e Laurel sorriam abertamente, de mãos dadas e acompanhados de Tommy, que tinha um olhar entristecido.

- O que tem o casal maravilha? – perguntou Barry, dando uma mordida na fatia de pizza.

- Não é o casal. – resmungou. – É ele. Oliver Queen. – suspirou pesadamente. – Ontem à noite, Deenise estava lá novamente, eu ouvi os gemidos a noite e ela saiu do quarto como a roupa que nasceu. – negou com a cabeça. – E agora parecem um casal maravilha.

- Você não deveria falar essas coisas na minha frente. – disse Felicity. – Como espera que eu encare a irmã dela todo dia, sabendo o que Laurel tem um grande par de chifres? – a menina afastou a bandeja, não queria mais comer.

- Não vai querer? – perguntou Barry e recebeu um aceno negativo com a cabeça. – Ótimo. – ele atacou o prato dele.

- Ei, calminha ai! – Caitlin repreendeu. – Você não acha que tá comendo de mais?

- Nem pensar. – tomou um grande gole do refrigerante. – Eu não tomei café da manhã, estou morto de fome.

- Quer que eu te compre um cupcake? – perguntou Felicity, dedicada.

Felicity era apaixonada por Barry desde o dia que o conheceu, na lanchonete.

- Não invente! – reclamou a outra mulher.

- Desde quando você virou nutricionista? – perguntou Barry, olhando irritado para a menina. – Seu negócio é químico. – resmungou.

- Certo, você realmente quer que eu explique toda a química dessa coca que você está tomando nesse segun... – calou-se imediatamente.

Todos os olhares foram na direção que ela olhava. Lá estava Ronnie acenando, a garota retribuiu o aceno à medida que Barry e Cisco gargalhavam, apesar do segundo não saber se queria realmente rir.

- Vocês são grandes idiotas. – resmungou a garota, voltando a cabeça para a mesa, seu rosto avermelhando.

Felicity suspirou pesadamente, não gostava de ver os garotos rindo da paixão de Caitlin, pois esse era o motivo de ela não conseguir dizer nada a ela. Não que ela fosse uma garotinha, não era, a mulher tinha total controle sobre a sua vida, só não queria ser ainda mais ridicularizada do que foi no ensino médio.

- Acho que vou para sala. – murmurou Felicity, levantando-se.

- Nah, fica mais. – disse Barry, puxando-a para sentar.

- Ei, na verdade, eu tenho algo para te mostrar, está na minha sala de física atômica, quer ver? – a mulher queria sentar e conversar com Barry, porém, sua curiosidade era maior.

- Claro. – fingiu dar de ombros e o seguiu.

(...)

Oliver não aguentava mais escutar a voz de sua própria namorada. Certo, isso era um pouco dramático, todavia, ela falara tanto sobre casamento nessas últimas semanas e não percebia que ele sempre mudava de assunto. Definitivamente, Oliver não queria compromisso sério.

- Tommy! – o homem cortou a namorada. – Você tá afim de ir no verdant essa noite? – perguntou.

- Não sei cara. – suspirou. – Tenho muito que estudar.

- As aulas começaram agora, não deve ter tanta coi... – Tommy o interrompeu.

- O filho da puta do professor de contabilidade quer fazer um debate sobre o assunto de cinco livros gigantescos próxima semana e eu preciso saber o assunto. – sua voz era quase suspirada.

Tommy nunca fora o tipo estudioso, entretanto, com a morta da mãe, no ano anterior, não encontrava mais o mesmo conforto nas festas. Sentia-se mais à vontade fazendo qualquer outra coisa que não fosse beber e dançar.

- Você quem sabe. – deu de ombros. – Eu e Laurel vamos estar lá. – apesar de contrariada, Laurel concordou, não queria perder a pose de casal modelo.

(...)

- Isso é muito legal. – a voz de Felicity soava fascinada. – Pode ter certeza que eu vou pagar essa cadeira próximo semestre! – seus olhos brilhavam com todo o projeto.

- Você sabe que física molecular não está em sua bolsa, não é? – ela assentiu.

- Eu arrumo um jeito de pagar. – murmurou. – Você tem ideia de que isso poderia triplicar a velocidade de um processador?

- Bom dia. – a voz chamou sua atenção.

- Até mais Cisco. – beijou a bochecha do amigo, antes de sair "correndo" de lá.

- Senhor... – a voz do professor chamou atenção do homem.

- Ramon, Cisco Ramon. – apresentou-se.

- Senhor Ramon, quem é aquela garota que estava com você, agora a pouco? – o homem franziu o cenho, assentando-se.

- A que acabou de sair? – o homem assentiu. – Felicity Smoak, por que? – o professor negou com a cabeça.

- Tenho a impressão de conhece-la de algum lugar.

(...)

- Você não deveria tratar a sua namorada assim. – ralhou Tommy. – Ela te ama e você a trata como uma prostituta.

- Tommy. – chamou, parando no meio do correndo. – Eu já te expliquei mil vezes que eu preciso que ela termine comigo, eu não posso terminar nada.

- Caralho, eu sei! – exclamou irritado. – Mas ela é uma pessoa, trata-la mal não é a única forma.

- Você tem noção de quantas vezes eu já a trai descaradamente e ela não procura saber? – perguntou Oliver. – Você tem noção de que ela passa cada segundo do seu dia planejando o casamento que eu ainda não fiz a proposta e que se não acabar logo, eu vou ter que fazer?

Tommy encarou o amigo assustado, não sabia que Laurel queria casar tão cedo. Isso era muito para processar, ele teria que aceitar, mais uma vez, que ela escolheu Oliver, mesmo ele sendo o maior filho da puta como namorado.

- Puta merda Oliver. – levou a mão ao rosto, chocado.

- Eu estou fudido. – admitiu.

- Você não quer se casar, é diferente. – resmungou.

- Eu não amo Laurel Lance a muito tempo, o fato de eu querer me casar é só um plus.

(...)

Iris esperou durante 10 minutos e Barry não apareceu, não poderia esperar mais, hoje era um dia importante para ela. Enviou uma mensagem de texto para Barry e deu a partida no carro. Não gostava da ideia de não dar carona ao garoto, ele era seu melhor amigo.

Dirigiu com pressa, teria aula com a primeira turma, tinha que trabalhar depois de tudo, e precisaria de um banho. Não demorou a chegar na academia, apesar de ficar no Glades, enquanto a Universidade de Starling – uma das maiores e melhores universidades do país – ficava na parte nobre da cidade. Tinha um ponto positivo ai, seu trabalho também era ali perto.

Mal chegou na academia e já correu para se trocar.

- Moço, onde é a sala de defesa pessoal? – perguntou a uma recepcionista.

- É a primeira sala da direita, subindo a escada.

Iris subiu as escadas rapidamente e começou a se alongar com o resto do pessoal.

- Bom dia turma. – a mulher levantou o rosto e ficou surpresa com o rosto que encontrou.

- Eddie? – perguntou.

O homem sorriu, também surpreso, e acenou para a garota.

- Bom ver você novamente Iris.

Eddie fora, por anos, o parceiro de seu pai – que era policial – e ele passava todo o natal com a família West. Surpresa era pouco para o que ele estava fazendo ali, quer dizer, ele deveria morar em Central City, não?

(...)

- Obrigada pela carona. – agradeceu. – Vejo você amanhã Iris. – fechou a porta do carro e adentrou o prédio de dormitórios.

Seu celular começou a tocar.

- Alô? – atendeu sem olhar quem era.

- Fel? – a voz de Barry fez seu coração bater mais forte.

- Oi Barry. – disse animada, enquanto pegava a chave do quarto em sua mochila.

- Eu preciso de um conselho. – ela sorriu feliz e continuou procurando. Esse era um dos motivos por não ser muito fã de mochilas, nunca encontrava coisas pequenas.

- Diga. – encontrou e se preparou para colocar a chave na porta.

- Como eu faço para contar para a Iris que estou apaixonado por ela? – a chave caiu de sua mão e sua vista escureceu.

Só podia ser piada! SÓ PODIA SER BRINCADEIRA.

- Você deveria pergunta a Caitlin. – sua voz saiu ácida. – Eu não sou boa com essas coisas, você sabe, sempre falo a coisa errada, na hora errada. – e desligou.

Certo, isso havia sido infantil. Mas, quem se importa?

Pegou a chave e tomou uma decisão, definitivamente, não iria ficar em casa.

(...)

Apesar de dançarem juntos, os olhos de Oliver passavam por todas as outras mulheres da balada e isso estava começando a dar nos nervos de Laurel. Tentou, de todo jeito, trazer a atenção do homem para si, contudo, foi impossível.

- Oliver! – praticamente gritou. – Eu. Estou. Aqui. – o homem suspirou pesadamente, sabia o que estava por vir.

- Eu sei. – murmurou.

- Não é o que parece. – ele sabia que estava no caminho certo. – Quer saber, estou cansada, vamos pra minha casa. – Oliver levou a mão a testa.

- Malia não gosta de mim. – resmungou. – Você sabe. – suspirou pesadamente. – Eu fiz com que sua irmã terminasse com Nyssa e Malia é a irmã de Nyssa.

- Pode ser em sua casa também, eu não ligo. – fingiu dar de ombros.

- Eu divido o apartamento com um Nerd, não vou incomodá-lo, o garoto precisa estudar. – a mulher ficava cada vez mais irritada.

-POR QUE VOCÊ COMPRA UM APARTAMENTO, COMO O TOMMY? OU MELHOR, ACEITA DOS SEUS PAIS? – seu rosto já ficava vermelho.

- Porque eu não quero! Em um dormitório, eu não tenho que ter trabalho com nada e em um apartamento, eu vou ter mil coisas para me preocupar. – era verdade, mas esse não era o único motivo.

- Em um apartamento seu, nós poderíamos ficar mais tempo juntos Ollie. – colocou os braços sobre o pescoço do homem. – E quando nos casarmos, você vai ter que assumir esse tipo de responsabilidade.

- Eu sei. – colocou as mãos sobre as dela. – É por isso que não quero me casar tão cedo. – tentou fazer um afago, mas ela puxou as mãos.

- Você sempre é tão cretino. – irritou-se. – Eu vou embora, estou cansada, tenho muito que fazer amanhã.

(...)

Pegar o ônibus para ir até o Glades nunca era uma boa opção. Passara o caminho inteiro morrendo de medo de ser atacada, não tinha nenhum conhecimento de como se defender ou coisa do tipo, contudo, não tinha outra opção, não tinha carro ou dinheiro para um taxi.

Encarou a boate e encarou a si mesma, ela não estava nenhum pouco bem vestida, porém, queria companhia e sabia que não iria incomodar Caitlin, ela precisava dormir, assim como não iria até o dormitório de Cisco para ele rir de sua cara. Então, não tinha mais ninguém.

Adentrou ao local, olhando atentamente ao redor e notou as belas roupas que as mulheres usavam, sentindo-se sua autoestima baixar ainda mais. Por que não conseguia ser bonita como as outras garotas ali presente?

Seus olhos bateram na garota que ela procurava. Essa estava atrás do balcão do bar, servindo algumas bebidas que ela não fazia ideia do que eram. Praticamente correu até o balcão, e sentou-se, esperando que a mulher a notasse. O que não demorou.

- Felicity! – exclamou Sara, surpresa. – O que faz por aqui? – um sorriso estava em seu rosto, Sara sempre quis conhecer melhor a colega de dormitório.

- Sofrendo, chorando, morrendo, esse tipo de coisa. – resmungou, colocando os cotovelos sobre a bancada e apoiando o rosto nas mãos. – Por favor, me serve algo forte e que eu possa pagar. – sua cara era bem entristecida, notou a loira.

- Felicity, o que houve? – começou a preparar o drink que ela sabia, seria forte o bastante.

- Acabei de descobrir que o cara que eu gosto, gosta de outra. – sua voz era chateada.

- Um Cosmopolitan* por conta da casa. – entregou. – Isso é bem chato, porém, acontece o tempo todo. – admitiu. – E você é jovem e bonita, não tem pra que se remoer.

- Você parece o Dig falando. – sussurrou mais para si, do que para a Sara. – De toda a forma, isso não adianta, eu gosto dele! É com ele que eu quero estar e ele está apaixonada por uma mulher linda, inteligente e independente. E eu sou...

- Uma mulher linda, inteligente e independente. – a garota negou com a cabeça e tomou um longo gole da bebida que desceu queimando em sua garganta.

- Credo! – tossiu. – Isso é forte mesmo. – Sara reprimiu uma gargalhada.

- Eu acho que você precisa de...

- Sara! – a voz de Oliver as interrompeu. – Uma dose de Scotch. – pediu.

- Só um segundo. – sussurrou para a garota deprimida e foi pegar a bebida.

Sara tinha uma grande destreza com a garrafa, foi tão rápida que Felicity se imaginou no lugar da mulher. Talvez derrubasse bebida em si, ou quebrasse o copo. Não. Definitivamente, faria os dois.

- Aqui está. – entregou ao quase cunhado e voltou-se para a garota.

- Não precisa dizer nada. – disse, bebericando a bebida. – Eu vim aqui só atrapalhar o seu trabalho. – choramingou.

- Qual o problema aqui? – perguntou Oliver, aproximando-se mais.

- Ollie, agora não. – alertou. – Não vê que ela está em uma situação complicada?! – a pergunte era retórica, porém, Oliver sorriu largamente.

O homem deu uma bela olhada na garota. Ela usava um tênis preto, tão surrado que ele suspeitava que o pontinho branco fosse um pequeno rasgo, uma calça jeans velha e uns dois tamanhos maiores que o seu, uma camiseta enorme com o símbolo da universidade, uma mochila velha e cheia de botões nas costas. Seu cabelo era escuro demais para a cor de sua pele, também parecia que não via um pente a semanas, seus óculos ocupavam mais da metade da cara da garota. Aquele era exatamente o tipo de garota que ele passava longe.

Porém, haviam aqueles olhos. Grandes olhos azuis profundos que contrastavam com sua pele perfeita e branca. Talvez, com alguns ajustes, ela ficasse uma mulher bem mais descente. Não parecia ser gorda, nem nada do tipo.

- Tem um cara nessa história, não é? – perguntou com um sorriso sarcástico.

- Como você sabe? – ele deu de ombros, havia apenas blefado. – Tudo bem. – sussurrou tristemente. – Eu gosto de um garoto e ele está apaixonado por outra garota, uma garota bem bonita e bem legal. – sua voz foi ficando cada vez mais baixa.

- Eu vou ser direto...

- Oliver, não! – ralhou Sara. – Você nã... – a mulher foi chamada novamente, e saiu em direção ao bar.

- Foda-se o que Sara acabou de dizer. – suspirou. – Entenda uma coisa. Homem não gostam de mulheres que não se importam com a aparência. Você quer chamar a atenção dele? Então se vista como uma mulher, não como o irmão mais novo que pegou as roupas emprestadas dele. – os olhos azuis se arregalaram. – Você é bonita, porém, precisa mostrar que não é um molequinho. – o homem virou o copo de whisky e saiu da mesa.

A garota ficou lá, parada por um tempo, bebericando de sua bebida até Sara voltar.

- Sara... – chamou cabisbaixa. A mulher levantou a cabeça enquanto enxugava um copo. – Você acha que me visto como um homem? – um suspiro alto saiu dos lábios da mulher, que colocou o copo sobre a bancada.

- Acho que você deveria investir um pouco de tempo em você. – sorriu gentil. – Você tem tudo para ser linda. – Felicity encarou as mãos por um tempo, até que a mão delicada e de unhas bem pintadas de Sara encaixou-se sobre a dela. – Vamos, meu serviço terminou, eu te dou carona.


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Notas finais do capítulo

*É uma bebida doce que tem uma quantidade de álcool razoável, não sendo muito forte.
O que acharam???