Zurezurê escrita por aa


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez gostaria de agradecer ao leitor Gabu por favoritar e comentar aqui. Isso é muito importante e me deixa muito feliz. Vlw, ai vai um cap novinho. Eu sei que você esperou muito por isso -q



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Capítulo 12: Mesmo nas trevas pode existir luz,

por isso é importante ter uma vela!


A biblioteca da Forgotten Souls estava imersa no silêncio, mais do que o comum para aquele lugar. Sobre o chão de mármore branco, diversos corpos de guardas estavam largados; não estavam mortos, apenas inconscientes. No centro daquela sala se encontrava alguém, que com um olhar curioso observava as estantes de livros. Sensei começou a andar por entre as estantes de madeira que estavam abarrotadas de livros, olhando para ambos os lados em cada corredor que parava. Seu rosto estava estampado com a mais pura fascinação. Aquele mago amava livros e tudo que eles poderiam ensinar. O fato de poder obter todos os livros raros que ali estavam, só aumentava essa emoção. Ele se chama Sensei, mas, na verdade, aprende mais do que ensina.

— Então é aqui que você estava escondido? — ele murmurou ao pegar um grosso livro de uma das estantes.

Esse possuia mais de três mil páginas. Nele estavam contidos todos os registros históricos da Cidade Mágica e do Mundo Mágico. Possuía até mesmo registros do Mundo Antigo — que era o que o mago procurava. Ele sentiu uma intensa vontade de abrir aquele livro ali mesmo e devorá-lo, mas se conteve, sabia que se o evento que ocorreu no seu último furto se repetisse, as coisas poderiam ficar mais complicadas, e ele talvez não desse conta. Ainda mais contra um grupo tão poderoso quanto aquele com o qual havia brincado.

Por fim, Sensei sacou uma das suas três varinhas mágicas. Essa é Mary, a varinha das portas. Ele a apontou para o lado e fez um suave movimento. Da sua ponta, uma espécie de fumaça azul começou a sair e tomar a forma de um objeto. Uma porta comum de madeira agora flutuava em sua frente. Ele a abriu, do outro lado pôde se ver uma sala com estilo rústico. Em seu centro havia uma poltrona marrom, que estava ao lado de uma lareira. As paredes não eram visíveis, pois haviam estantes de livros em todo o seu comprimento. O mago passou pela porta, ela se fechou e desapareceu.

— Ei, por que está nos ajudando? — Ebisu perguntou à Asuka, enquanto passavam por mais um corredor repleto de celas.

Todos os presos estavam com olhares depressivos e se mantinham em silêncio. Havia uma prática comum naquele lugar. Presos poderiam ser pegos a vontade para servirem de experimentos ou alvos de treinos. Então, cada alma que passava por aquele lugar, que não a de um guarda, era vista como um terrível monstro que podia tornar a sua existência ainda mais podre. Ficar em silêncio e tentar não irritar alguém, com certeza, é o melhor a se fazer.

Ebisu e Asuka andavam uma ao lado da outra, junto de Watanuki. O restante do grupo estava furioso e procurava freneticamente pelo causador daquilo, com exceção de Dex, que ria da situação. Eles já haviam sumido da vista dos outros três.

— Não leve para o lado pessoal, Ebisu — Asuka falou. — Eu apenas sou imparcial. Entendo você e seus motivos para querer matar o Malik.

— Mesmo assim, ele é da sua família — Ebisu contestou os motivos dela com um ar de desconfiança. — E se isso for uma armadilha, ela é péssima, porque tá muito na cara.

Asuka riu da ideia.

— Relaxa! Esse não faz o meu estilo. Eu sou o tipo que chega com tudo. Sutileza não é comigo. Não sou esse tipo de mulher. Nesse aspecto somos parecidas. Talvez seja por isso que me identifique com você. Mas Ebisu, vou lhe dizer, e espero que me escute. — Asuka virou o rosto, seu olhar parecia penetrar a alma de Ebisu. — Essa guerra entre você e o Malik tem bons motivos pra ocorrer. Os dois lados têm os seus motivos. Eu não tenho nada a ver diretamente, e não irei me envolver, também. Aconselhei o Malik a tomar medidas. Se você não desistir, se não perdoá-lo, ele terá que matá-la. É isso. O Rei Vermelho não pode ter inimigos!

— O quê?! — Ebisu não acreditava no que acabara de ouvir. — Se me entende, sabe que não há como perdoá-lo! — Seu tom começou a se elevar.

— Não seja barulhenta! — Asuka exibiu uma expressão de desaprovação. — Está parecendo com eles. Eu só lhe dei um conselho, não precisa se exaltar. Estou dizendo isso para o seu próprio bem. Se continuar assim morrerá em vão!

— E lá vamos nós — Watanuki comentou, para ninguém em particular.

— Eu não me importo em morrer — Ebisu proferiu, seu rosto estava sombrio. — Mas eu o levarei comigo! A vida sem ele é uma droga! Eu só me mantenho em pé para cumprir a minha promessa!

— Seus sentimentos são intensos. Mas na sua idade, o que não é?

Os três pararam de andar. Asuka se virou para Ebisu e fez um movimento inesperado. Tanto a garota, quanto Watanuki foram pegos de surpresa. Asuka a abraçou. O mago dos ventos se preparou para sacar a sua faca, mas quando viu do que se tratava, sorriu, baixou a sua guarda e seguiu andando na frente.

— Me desculpe — Asuka deitou a cabeça de Ebisu em seu ombro. — Tanto tempo se passou, mas isso continua preso ai dentro. Você não se abriu com alguém, não é? Tenho certeza de que ele é um bom amigo, mas não a entende. E ele também não é uma garota.

Ebisu tentou se afastar de início, percebeu que ela não recebia aquele tipo de afeto de ninguém. Seus pais não estavam mais ali para ela. O que estava acontecendo era tudo o que queria, mas de forma alguma poderia baixar a guarda para uma pessoa que futuramente seria a sua inimiga. Então bruscamente ela se desvencilhou do abraço.

— Eu não direi nada a você. Talvez no futuro sejamos inimigas! Não posso baixar a guarda.

— Ai, ai, complicado — Asuka estava com o olho direito fechado, enquanto exibia uma expressão que demonstrava com exatidão que ela sabia que teria problemas com o que acabaria de fazer. — Então só me resta lançar a Magia da Promessa.

— O quê? — Ebisu ficou cética ao ouvir aquele nome.

— Você já ouviu falar, não é mesmo?

— Sim, mas... ninguém nunca se dispôs a usá-la comigo.

— Então devo ficar feliz de ser a primeira — Asuka disse ao se aproximar dela.

Watanuki observava tudo com um singelo sorriso. Asuka pegou a mão esquerda de Ebisu com a sua direita. Seus dedos se entrelaçaram. Os grandes olhos de Ebisu observavam aquilo com a fascinação e curiosidade de uma criança. Uma criança, era exatamente isso que ela era. Você não passa de uma criança vivendo em um mundo de adultos, foi o que Asuka pensou.

— Vamos iniciar aqui a nossa Magia da Promessa.

Elas soltaram as mãos, Asuka colocou a sua palma sobre o coração dela, que ficou corada com aquilo. A sua companheira riu da sua expressão.

— Relaxa, eu não estou abusando de você ou fazendo qualquer outra coisa pervertida.

— E-eu... — Ebisu virou o rosto para o lado oposto ao qual Watanuki estava. — Eu não pensei que estivesse.

— Certo, certo, agora olhe nos meus olhos. — Os olhos negros de Asuka possuíam um brilho como o de algo raro, indescritível.

As orbes verdes de Ebisu focaram nas de Asuka. O rosto pálido daquela mulher contrastava com a escuridão dos seus olhos e a vermelhidão dos seus lábios. Aos poucos o seu sorriso foi se desmanchando, dando espaço para uma face inexpressiva.

— Está é a minha promessa: prometo não atacá-la, a menos que coloque a vida do Rei Vermelho em risco, nesse caso a enfrentarei, mas farei todo o possível para não matá-la. Não contarei as confissões que confiar a mim a mais ninguém. Farei de tudo para mantê-la viva. E acima de tudo... serei sua amiga!

A última palavra fez o coração de Ebisu acelerar. Asuka conseguiu sentir com a sua mão, um instante depois uma fraca luz vermelha brilhou, penetrando o coração da garota. Ela se sentia a mesma, nada havia mudado.

— Pronto — Asuka falou. — Agora essa promessa está marcada em nossos corações. Se eu tentar quebrá-la, meu coração arderá. E se eu negar essa dor, ele explodirá. Essa é a minha promessa e eu a manterei. Mas agora é a sua vez! — Asuka pegou a mão de Ebisu e a colocou sobre o seu coração.

Tão grande e tão macio, peitos grandes são incríveis!, Ebisu estava corada e com uma expressão pervertida.

— Você — Asuka estava com um olhar de desconfiança — está tendo pensamentos pervertidos, não é?

— D-de jeito nenhum! — Ela tentou disfarçar a sua alegria.

— Entendo — Asuka sorriu. — Agora faça a sua promessa.

— Claro... Esta é a minha promessa: prometo não atacá-la, a não ser que não tenha outro meio. Serei sincera com você. Se me confessar algo, não contarei a ninguém. Não importa o que aconteça, sempre estarei disposta a te entender, porque a partir de hoje somos... amigas.

Uma fraca luz vermelha brilhou sob a mão de Ebisu. As suas promessas estavam consumadas. Agora elas eram fiéis uma à outra, e isso não poderia ser desfeito. Só há uma forma de quebrar uma Magia de Promessa. Naquele lugar onde as almas perdem a esperança, a luz surgiu. E a alma de Ebisu se tornou mais feliz, porque agora ela não estava totalmente sozinha. Agora, além de escuridão ela enxergava duas luzes que brilham intensamente. Seus nomes estão marcados em seu coração: Watanuki e Asuka!


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Notas finais do capítulo

Sei que foi mais curto que os anteriores, mas se eu adicionasse qualquer coisa, iria estragar esse clima tão lindo.
Não se preocupem, não está virando novela. Os próximos dois caps serão os finais desse arco, então esperem por muitos mistérios e violência explicita, é claro.