Bad Girl II escrita por Sweet Girl


Capítulo 9
Capítulo 8




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His Pov

Patricinha irritante à vista. Droga!– pensei, quando vi Stefany se aproximar. Ela vinha sendo muito "atenciosa" desde ontem, quando me convidou para sentar à mesa com suas amigas - algo que estava tentando esquecer, porque Anika querendo me causar ciúmes era uma coisa simplesmente ultrajante!
– Oi, Could. - disse ela em sua voz insistentemente melosa. Meu estômago revirou por um instante, antes que eu pudesse me controlar e colocar um sorriso falso no rosto.
– Hey, Steffi - respondi - Está fazendo o que nesta área?
Ela riu - Bobinho, eu vim ver se você vai querer se sentar comigo e as meninas de novo.
Sentar-me novamente à mesa com Stefany e as amigas dela? Não sei, não. Ontem, quando ela fez o convite pela primeira vez, a ideia pareceu maravilhosa; uma oportunidade a mais de atormentar a Anika. Entretanto, a ruivinha conseguiu reverter a situação a seu favor, e quem saiu incomodado do almoço fui eu. E, como se não bastasse ter que aturar as provocações entre ela e Will, ainda tive que suportar o novo alvo dela durante todo o caminho até meu Centro Acadêmico. Teria sido uma excelente oportunidade para tentar fazer amizade com ele, se eu não estivesse tão agitado e fora de mim. Mas novas oportunidades surgiriam, e eu saberia aproveitá-las devidamente.
– Bem... - falei após pensar por um instante na proposta. Talvez eu devesse aceitar. Se não continuasse a impor minha presença, Anika pensaria que seria fácil me vencer, que ela precisaria de pouco para me tirar da jogada. Não podia deixar isso acontecer. Eu precisava deixá-la encurralada mais e mais. Só atingiria meu objetivo se conseguisse mexer com seu psicológico. Eu a afetaria de tal maneira que não lhe restaria outra alternativa a não ser ceder, retrocedendo em seu joguinho.
– Hey, pessoal! - Shantaw apareceu ao lado de Stefany, sorridente como sempre. Eu vinha tentando flertar com ela desde que cheguei, apenas para atingir a Anika porque elas eram amigas, mas Shaw parecia ser imune à mim. - Vamos logo para o restaurante, estou morrendo de fome!
– Onde está a Anika? - Stefany perguntou ao notar a ausência dela.
Shantaw suspirou - Ela tinha um trabalho importante para terminar, então comeu algo rápido em uma lanchonete e correu para a Biblioteca Setorial dela.
– Tudo bem, então é melhor nós irmos. Você vem também, Could?
Se a Anika não estaria lá, que sentido havia em eu estar? Era por causa dela que estava aqui, então não havia nenhum motivo para eu me sentar com as amigas dela, sem que ela estivesse lá.
Antes que respondesse, avistei Chad e Michael saindo da classe, e vi isso como uma chance perfeita para declinar o convite de Stefany.
– Na verdade, Steffi, hoje vou almoçar com alguns colegas meus.
– Nos vemos depois, então.
Após dizer isso, ela se encaminhou para o restaurante, seguida por Shantaw, e elas logo engataram uma conversa sobre um assunto qualquer.
– E aí, cara - Michael falou quando passou por mim. Chad e ele estudavam comigo, e eu estava tentando me enturmar com eles. A solidão era uma coisa horrível, com a qual eu não estava acostumado.
– Posso me juntar a vocês para o almoço? - questionei, esperando que a resposta fosse positiva. Odiava ficar sozinho durante as refeições.
– Claro - Chad respondeu, e eu os segui para o mesmo restaurante em que havia comido com as garotas no dia anterior.
Conversamos sobre assuntos aleatórios, geralmente coisas relacionadas à faculdade, mas logo o motivo sobre minha transferência para cá foi abordado. Eu já tinha uma história inventada, a mesma que disse para minha família quando revelei minha decisão, e foi ela que contei aos rapazes.
– Eu precisava de uma mudança de ares, conhecer novas pessoas - expliquei - Nascer e crescer em uma única cidade faz com que uma pessoa não tenha conhecimento de mundo. E, como, assim que me formar vou trabalhar na empresa da família, ficaria preso àquele lugar.
Só depois de ter dito isso pela segunda vez percebi o quanto esta afirmação era verdadeira. Eu não conhecia muitos lugares ou pessoas, e só estava me dando conta disso agora.
– Mas por que aqui? - Michael perguntou - Você poderia ter ido para qualquer lugar que quisesse.
Isto eu não poderia revelar à eles; a principal razão para toda esta mudança em minha vida: Anika.
– Nenhum motivo específico. - menti. - Mas, acho que o fato de não ser tão longe de casa ajudou na decisão.

Depois que terminei de comer, disse aos garotos que precisava pegar uma livro na biblioteca e saí do restaurante. Tinha que ver a Anika, não iria deixá-la escapar tão facilmente. No entanto, quando estava passando por um dos corredores, ouvi uma conversa que me chamou a atenção e resolvi parar para escutá-la.
– Quem diria, hein, McCoy? Logo você está na seca há quase um mês por causa de uma garota. Nunca imaginei que veria esse dia - ouvi Jack dizer - Mesmo sendo a Anika...
Will, entretanto, riu do comentário.
– Quem disse que estou na seca?
– Então, vocês realmente já estão ficando? Caramba, cara, você está pegando a ruiva gostosa mesmo e não me diz nada? - ao escutar aquilo meu sangue começou a ferver nas veias. Era irracional pensar assim, mas eu queria ser o único a poder tocar na Anika. Apesar de tudo, meu corpo a reivindicava como minha, coisa que, claramente, ela não era. Não gostava nem de imaginar com quantos caras ela já devia ter transado depois de mim. Deviam ser muitos.
– Infelizmente, a Anika ainda continua fazendo jogo duro. Mas isso não quer dizer que eu não tenha procurado alguém enquanto ela fica de lenga lenga. Eu sei manter as coisas em segredo, quando quero. A espera pela ruiva vai valer a pena, só que não posso ficar frustrado, enquanto isso não acontece, não é mesmo?
– Will, Will. Você não toma jeito. - Jack disse, rindo.
– Você só diz isso, Jack, porque a Shantaw nunca dificultou nada para você.
Afastei-me dali, a fúria percorrendo minha corrente sanguínea. Cerrei os punhos, enquanto tentava controlar minha respiração. Anika pensava que Will estava envolto em sua armadilha, tão preso em seu jogo que não procuraria outras mulheres, no entanto, isso não correspondia à realidade. Aquele desgraçado estava enganando-a, querendo apenas desfrutar de seu corpo e descartá-la depois. Eu conhecia bem o tipo, já havia sido um deles.
Se não conhecesse os efeitos devastadores que ela poderia causar, cogitaria a ideia de deixar a Anika seguir em frente sem interrompê-la, porque aquele miserável merecia uma lição. Só que eu conhecia os efeitos, e já havia prometido para mim mesmo que não deixaria que ela fizesse aquilo com mais ninguém. Por isso, andei decidido até a biblioteca e entrei, deixando minha mochila na recepção, e pegando um bilhete para poder pegá-la depois.
Olhei com desinteresse para as estantes cheias de livros, e escolhi um aleatoriamente, não me importando em verificar o título. Observei as mesas, quase todas vazias, e encontrei quem estava procurando. A ruivinha parecia tão concentrada fazendo o tal trabalho, que até parecia uma estudante exemplar. Mal tirava os olhos da tela do laptop. E, por causa disso, não percebeu quando sentei-me em uma cadeira em frente a sua.
Abri o exemplar que havia pego e folheei algumas páginas, fingindo lê-las. Vi pelo canto do olho quando Anika notou que eu também estava ali e me ignorou. Esperei mais uns dois minutos e resolvi atacar.
– Que coisa mais feia, Anika, vai mesmo me ignorar?
– O que você quer? - ela perguntou, sem me encarar, em um tom de voz monótono.
– Bem... - fingi estar pensativo por um instante - Já que você afirmou que não me dará as respostas que quero, acho que vou importuná-la um pouco. - dei de ombros. - Não tenho nada melhor para fazer mesmo.
Quase que imediatamente, ela fechou o laptop, e, com um olhar furioso para mim, levantou-se da cadeira.
– Escute bem, Montgomery, pois não irei mais repetir. - Anika disse ao parar próxima onde eu estava sentado. - Não se meta em meus assuntos e fique bem longe de mim. Fui clara?
– Claríssima. - sorri debochadamente. - Mas, e se eu desobedecê-la, o que você vai fazer comigo, srta. Olsen? Me bater? Pode ser que eu goste! - pisquei e vi o quanto ela teve que lutar consigo mesma para manter o autocontrole.
– Vai. Pro. Inferno! - ela disse entredentes, antes de sair feito um raio de fogo para fora do prédio.
Acredite, eu já estive lá, Anika.– pensei tristemente, enquanto me levantava para ir embora também.

Her Pov

Meu coração batia descompassado no peito, e meu sangue corria furiosamente nas veias, quando coloquei os pés na calçada. Como ele ousava me desafiar daquele jeito?! Aquele ser dos infernos!
Tentei controlar meus ânimos, inspirando e expirando pausadamente, enquanto caminhava pelo Campus, sem nem olhar para os lados. Como se não bastasse a péssima noite que tive, com aquele maldito sonho erótico que não me permitiu mais dormir, Could ainda vinha me atormentar no lugar em que estava me escondendo dele.
Como eu pude me apaixonar por ele um dia? Could era, definitivamente, um idiota!
Urgh!
Amar alguém assim era uma droga. Eu preferiria mil vezes nunca ter conhecido este sentimento estúpido, e se pudesse apenas removê-lo do meu coração, eu faria. Minha vida era muito mais descomplicada antes.
Exasperada com a situação em que me encontrava, fui para para minha próxima classe antes mesmo de o horário do almoço terminar. Não me importava em ser a primeira aluna à chegar para a aula de Ciência política, só queria ficar um tempo sozinha.
Sentei-me em uma das cadeiras do fundo, onde ninguém notaria minha falta de atenção à aula e respirei fundo tentando controlar as lágrimas que haviam se formado em meus olhos, mas foi impossível evitá-las, o que fez com que eu me sentisse uma idiota por estar chorando, de novo, por causa do Could. Desde ontem à noite eu estava me sentindo mais vulnerável, como se, de alguma forma, o sonho houvesse me deixado exposta. Odiava essa sensação. Aliás, odiava veementemente, com todo o meu ser. Não queria me sentir como a garota de 15 anos outra vez; a menina ingênua, que uma dia caíra nas graças de Will. Eu não era mais aquela garota patética; era uma versão melhor de mim mesma, que conhecia as amarguras da vida.
Balancei a cabeça tentando dissipar a direção que meus pensamentos haviam seguido, e em seguida sequei qualquer vestígio de lágrima em meu rosto. Abri uma apostila qualquer, para que quem entrasse ali pensasse que eu estava concentrada na leitura. No entanto, mal tive tempo de iniciar o fingimento e meu celular vibrou com uma nova mensagem de texto.
Se escondendo de mim, gata? Ainda não te vi hoje.
Com todo o tumulto emocional em que estava envolvida, acabei até me esquecendo de Will, e isto era algo que eu não podia fazer; pelo menos enquanto minha vingança não estivesse completa. Maldito Could Montgomery por me fazer desviar da minha rota!
Dia cheio, muitos trabalhos.
Após responder, aguardei por alguns minutos, mas ele não escreveu nada de volta, me deixando apreensiva. Droga, droga, droga. As coisas estavam saindo do meu controle e Could só estava há três dias na cidade! Eu precisava recuperar as rédeas da situação, e logo.
Conversas paralelas interromperam minha linha de raciocínio, e olhando ao redor percebi que a maioria dos meus colegas já estava na sala. Se eu não soubesse o quanto ele era displicente, pensaria que Will não havia respondido a mensagem por já estar na classe.
Para fugir da minha mente conflituosa, prestei atenção às aulas que tive de assistir antes que pudesse ir para casa. Esse foi o meio que encontrei de enganar o rumo dos meu pensamentos, pelo menos por algum tempo. Quando cheguei ao estacionamento, no entanto, para minha total surpresa, avistei Will encostado no capô do meu porsche.
– Aí está você! - ele sorriu quando me aproximei - A bateria acabou. - ergueu o celular desligado como forma de explicar o fato de não ter respondido minha mensagem.
Uma onda de alívio me envolveu instantaneamente. Nem tudo estava perdido. Eu só precisava esquecer que Could estava na cidade, me focar somente na vingança, e tudo ficaria bem.
Como se eu fosse conseguir fazer isso!
Tinha quase certeza de que ele continuaria fazendo de tudo para me atormentar, e quem garantia que o sonho havia sido coisa de uma noite só? Com aquele desgraçado constantemente ocupando meus pensamentos, a tendência era aquilo se repetir.
– Ah, que pena! - fingi um tom de voz triste. - Você poderia ter me distraído de uma aula chata de Ciência política.
O sorriso dele aumentou.
É isso aí, garota! Ele está caindo no papo.
– Bem... eu poderia reverter esse seu tédio agora, e pessoalmente.
Revirei os olhos.
– Não conte com isso, Will.
– Eu sou paciente, Anika. - Will sussurrou em meu ouvido - O desafio vai valer à pena, e antes que reaja mal outra vez - ele se afastou de mim para poder me olhar nos olhos - Você não vai ser só mais um nome para minha lista de conquistas.
– O que isso quer dizer? - estreitei meu olhar, cética.
– Na hora certa você vai saber. - Com isso ele se virou e saiu, em direção ao seu próprio carro.
Interessante...
Seria um home run para Anika Olsen?
Eu esperava que sim.

*** * ***

No decorrer dos dois dias seguintes, o meu nível de agitação praticamente explodiu. Encontrar autocontrole suficiente para lidar com Could-pedra-no-sapato-Montgmomery era algo praticamente impossível, mas eu estava me esforçando. Ele encontrava brechas em qualquer momento do dia para lembrar-me de sua desagradável presença, e usava de seu flerte com Stefany como uma forma de me atingir. Sinceramente, se já não fosse sexta-feira e ainda tivesse que encontrar com ele, eu iria enlouquecer.
Como se isso não fosse suficiente, nem dormindo eu encontrava a paz. Os sonhos eróticos com Could continuavam, e estavam cada vez mais ousados, fazendo-me ansiar por algo que não teria mais. Não com ele. E o pior é que não poderia nem fingir encontrar satisfação, porque sempre era interrompida na melhor parte. Não mais por Clarisse, já que agora trancava a porta do quarto, mas havia algo que me impedia de desfrutar da experiência completa. Como se fosse algum tipo de punição por todas minhas atitudes más. E isso era tão, tão frustrante!
– Adivinhem quem viaja hoje à noite para a Espanha? - a voz de Stefany tirou-me de meus pensamentos. Eu estava almoçando novamente na mesa das garotas, até porque não havia razões para ficar me escondendo se Could arranjava uma maneira de me encontrar e acabar com minha tranquilidade.
– Não me diga... Você? - Lindsay perguntou com um revirar de olhos.
– Não sua bobinha. Meus pais. - ela sorriu como o Gato de Cheshire. - O que significa que vou ter a casa só para mim no fim de semana.
– E... ? - Shantaw indagou, querendo saber o que parecia ser tão óbvio.
– E eu posso dar a festa na piscina que estava querendo há tempos. E usar meu biquíni Vix novo. Vai ser demais! - os olhos dela brilharam de entusiasmo. - Vocês todas estão convidadas, é claro.
– E quem mais vai? - Marie perguntou.
– Só mais algumas pessoas. Tenho que convidar alguns gatinhos, não é? - vi quando seu olhar pousou em Could, algumas mesas à distância.
– Ótimo! - disse Shantaw - Vê se não esquece de convidar o Jack, viu?
– Claro que não, Shaw. - e virando-se para mim, sorriu de modo malicioso. - E, não se preocupe, Anika. Will também irá.
– Que bom. - sorri sem entusiasmo.
Mas também, como poderia me animar diante da perspectiva que essa tal festa traria? Eu seria obrigada a ter que lidar com Could e Will em um mesmo ambiente, que ainda por cima, exigia o uso de poucas roupas. Isso era a receita certa para desastre. Cabia apenas a mim agir de modo que não prejudicasse os planos para a vingança, e, ao mesmo tempo, tentar manter minha sanidade no processo.
Se eu conseguiria o que pretendia? Taí uma resposta que eu gostaria de ter.


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