Bad Girl II escrita por Sweet Girl


Capítulo 24
Capítulo 23 - parte 1




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Her Pov

  Qual o remédio para aplacar a inquietação que eu estava sentindo? Como eu poderia me livrar dessa sensação angustiante que havia se apoderado de mim? Por que tudo que acontecia de bom na minha vida tinha que desmoronar? Será que eu não merecia ser feliz?

Bati no volante do carro, descontando a raiva que sentia de minha situação. E, como se não bastasse a forma como eu me sentia, Helium, da Sia estava tocando no rádio, fazendo-me pensar em Could, e em como ele era tudo o que preciso quando estou para baixo, pois seu amor me eleva, me faz sentir bem, especial, alguém que merece ser amada, apesar de todos os erros que cometi.

Meu celular tocou enquanto eu estacionava o carro em uma vaga que acabara de encontrar. Era Shantaw.

— Acabei de chegar - falei, assim que atendi.

— Anika, por favor, me desculpa, mas surgiu um imprevisto e eu tive que ir pra casa mais cedo. Enviei um monte de mensagens para você avisando, mas como não obtive resposta, resolvi ligar.

Aquele não era mesmo o meu dia de sorte, hein? Primeiro, meu ex/ainda marido ressurge de um passado que pensei estar enterrado, e agora acabei vir à toa na faculdade, quando poderia ter ido direto pra casa, me atrasando mais na resolução do meu conflito. O que mais faltava acontecer?

— O que aconteceu? - Questionei, preocupada. Para ela ter saído praticamente correndo da faculdade, sem as aulas terem acabado, tinha que ser algo que requeresse sua atenção imediata.

— Minha irmã está aqui com a Sophie, e precisava que viesse ajudá-la com algumas coisas. Espero que não se importe de ela ficar no apartamento. Tudo bem para você?

Samantha, irmã de Shaw, vinha passando por alguns problemas com marido, que vinha se mostrando uma pessoa difícil e que não queria dialogar sobre os problemas que enfrentavam. Eu não sabia muito sobre o que eles estavam passando, pois Shantaw não gostava muito de comentar sobre a vida da irmã, e eu tampouco tinha tempo para ficar me inteirando sobre os dramas alheios. O fato era que ela queria pedir o divórcio e ele não estava aceitando muito bem a situação. Não gostava nem pensar em como isso iria afetar a filha deles no futuro.

— Não tem problema nenhum. Elas podem ficar o tempo que precisarem, eu estava inclusive pensando em ficar uns dias no apartamento do Cloud, então vocês vão poder ter mais privacidade. – Isso era mentira. Como eu poderia ficar na casa de alguém, quando não sabia em que pé estava nosso relacionamento? Mas Shaw não precisava saber dessa parte.

— Oh, não, Anika! Eu não sonharia em te desalojar assim! De forma alguma. Samantha vai dividir o quarto comigo, nós vamos no arranjar.

— Não, não. Eu faço questão que todos fiquem confortáveis. Além do mais, ficar na casa do meu namorado não é me desalojar. Eu já passo bastante tempo lá mesmo.

— Tem certeza?

— Tenho. – Confirmei, tentando fazer minha voz soar o mais crível possível. A verdade era que não tinha mais certeza de nada. - Vou desligar agora, nos vemos em alguns minutos. Preciso mesmo conversar com você. – Eu já estava com o dedo posicionado para finalizar a ligação, quando ela falou novamente.

— Não quer me adiantar nada pelo telefone? Eu ainda estou confusa sobre que enrascada você se meteu e que precisa da minha ajuda jurídica.

— É melhor conversarmos pessoalmente. É uma longa história.

— Tudo bem, então. – Encerrei a chamada e fiquei olhando para a tela do celular, tentada a ligar para o Could. Sei que ele havia dito que enviaria uma mensagem quando estivesse pronto para conversar, mas eu não sabia se conseguia ficar esperando no limbo até ele se decidir. Isso podia nunca acontecer.

Sem uma segunda reflexão, digitei seu número e coloquei o celular no ouvido, mas desisti logo em seguida e encerrei a ligação. Isso não era justo com ele. Could havia recebido uma bomba hoje, algo que não estava esperando, e eu não devia pressioná-lo. Se eu estava achando ruim ter que esperar? Bem, esse era o preço a se pagar por ter omitido partes importantes do meu passado. Tudo o que precisava agora era de paciência (algo que, sendo sincera, eu não possuía muito).

Coloquei o celular de volta na bolsa e afastei a tentação de mim, jogando-a no banco traseiro. Eu não ia ceder e tentar ligar novamente, pelo menos não até chegar em casa. Estava me preparando para dar a partida no carro, quando uma batida na janela me chamou a atenção. Virei-me e dei de cara justamente com uma pessoa que, se pudesse, não dirigiria mais a palavra.

— O que você quer? - Indaguei em um tom de voz que deixava claro minha irritação, quando baixei um pouco o vidro.

— Tem algo que eu precisava falar com você - Inimaginável a cara de pau deste ser humano. Realmente, o que pensava que ainda tínhamos para conversar?

— Não temos nada para falar, Will. Pensei que as coisas tivessem ficado claras da última vez que nos falamos.

— Da última vez que nos falamos eu não sabia realmente quem você era.

Espere, o quê?! MAS QUE DIABOS! O que ele pensava que sabia? O quê?

Sabe quando eu me questionei sobre como a situação poderia piorar? Bem, taí uma resposta.

Destravei o carro e saí, querendo saber do que ele estava falando. Minha mente saltou para a pior alternativa, mas podia ser qualquer coisa.

— Bem e quem eu sou? - Tentei soar intimidadora, contudo, não sei se alcancei meu objetivo. A forma como ele me olhava não me agradou nenhum pouco. Como se pudesse enxergar minha alma?

— Você, Anika, é uma das garotas com quem fiquei no passado. A menina ruiva, desengonçada, que só precisava que um cara fizesse uns elogios, antes de ceder. Foi tão fácil, que eu nem me dei ao trabalho de querer repetir. - Ele riu. - Quando que eu iria imaginar que aquela garota ia se transformar num mulherão? Por isso demorei pra te reconhecer. Porque você é praticamente outra pessoa.

Na verdade, eu sou outra pessoa. Você matou a menina que eu era. Acabou com toda a doçura que havia em mim.

— De onde diabos você tirou esse absurdo? - Negar sempre foi uma de minhas estratégias, nunca escondi. Foi a minha vez de rir. - Realmente, Will, você não tinha outra forma de tentar chamar a minha atenção? Precisava inventar isso?

 - Negue o quanto quiser, Anika. Eu sei que é verdade. Não existem duas Anikas ruivas e com olhos penetrantes como os seus. Só não sei por que você resolveu vir atrás de mim, se não queria repetir a dose. Por que se dar ao trabalho?

— Eu não tenho tempo para perder discutindo algo tão sem noção. Se era só isso que você tinha para me falar, então já ouvi. Agora estou indo embora.

Ele não tentou me parar, como em conversas anteriores, apenas ficou me observando entrar no carro e dar a partida.

— Essa conversa não acabou. Está só começando, querida Bad Girl.

Engoli em seco ao ouvi-lo me chamar assim, meu corpo todo arrepiado. Por que ele me chamara assim?

Enquanto saía do estacionamento da faculdade e manobrava para a rua apenas um pensamento dominava minha mente: Por que agora? Por que tudo estava desmoronando justo agora?

— Pensei que ele não fosse parar de falar nunca, caramba! – Freei com força, meu coração tão acelerado que pensei que fosse sair do corpo. Atrás de mim, carros começaram a buzinar. Olhei pelo espelho retrovisor central e vi Stefany sair do chão do carro e se sentar no banco de trás, despreocupadamente, como se fosse a coisa mais natural do mundo ela estar ali. Como ela entrou no meu carro? O que essa maluca está fazendo aqui?

— O que diabos você está fazendo dentro do meu carro, e como você entrou aqui?! – Esbravejei.

— Anika, queridinha, se eu fosse você, prestava atenção no trânsito, sabe. – Ela fez um gesto em direção à rua. – Vamos ter muito tempo para conversar, não se preocupe.

— Você é louca! Eu vou parar o carro e você vai sair.

— Se eu fosse você, não iria contra mim. – Como se estivesse pegando um objeto qualquer, ela tirou uma arma de dentro da bolsa. Arregalei os olhos e segurei o volante com força. A louca estava armada, era só o que me faltava! Pelo pouco que conhecia sobre armas, aquela era uma Glock 17, e uma coisa dessas podia comportar entre 17 e 19 projéteis! MAS QUE PORRA!— Sabe, eu te dei tantas chances para facilitar as coisas, bastava ter saído do meu caminho, mas não! Você tinha que me mostrar que podia pegar quem quisesse, inclusive quem eu queria. Por que você não podia ter se contentado com o Will? Por que tinha que ir atrás do Could? – Ela balançou a cabeça, perdida nos próprios pensamentos. – Por que, hein, vadia?! – Eu não estava prevendo a pancada que ia receber na cabeça. Eu queria poder colocar a mão em cima do machucado, mas ela havia encostado a arma na minha cabeça. – Melhor acelerar essa porcaria, não quero que escureça. Anda logo! – E bateu de novo em minha têmpora com o cabo da arma.

— Stefany...

— Cala a boca! – Gritou. – Cala a boca e dirige! Só quem vai falar aqui sou eu, e tenho muitas coisas para dizer.

Continuei dirigindo, as lágrimas embaçando minha visão. Minha cabeça estava doendo, latejava de uma forma quase insuportável. Enquanto isso, Stefany permanecia com a arma apontada para mim. Pelo menos o metal frio não estava mais encostado em minha pele.

— Você me perguntou como eu entrei no seu carro, não foi? – Ela recomeçou a falar após alguns instantes. – Nunca imaginei que seria tão fácil! – Riu, de forma histérica. – Veja, você se acha tão esperta e foi enganada. Will só precisou dizer as palavras certas. E você não me notou em momento algum, escondida atrás do carro ao lado do seu. Pobrezinha, tão ingênua. Assim que você se distraiu, eu entrei e esperei impacientemente que Will terminasse seu discurso. – Era difícil me concentrar no trânsito ao meu redor, com a dor excruciante que sentia e o falatório sem fim daquela maluca. - Agora, vire à esquerda nesta rua – Fiz o que ela pediu, agindo no piloto automático. – Estamos indo para a estrada, você sabe o que fazer a partir daqui. – Virando-se para olhar pela janela traseira, ela observou por um momento, depois voltou a me encarar, com um sorriso maníaco nos lábios. – Você sabia que não estamos sozinhas, não é? Will está nos seguindo de perto. Está vendo o carro dele logo ali? – Olhei de relance para o outro lado, e realmente vi o carro dele, que agora estava lado a lado com o meu na pista dupla.

Eu estava lidando com dois loucos. Como faria para sair dessa situação?

— Você não imagina o que nós planejamos para você – Stefany voltou a tagarelar. – Por mim, me livraria de você agora, mas Will quer ter um pouco de diversão antes. Não sei o que ele viu em você, tão sem classe, se veste como louca e nem é bonita! Não sei o que todos eles veem em você! – Segurando meu queixo com força, ela me fez encará-la. – Me diz o que você tem que eu não tenho?! O QUÊ?!

Aquela era minha chance para agir. Aproveitando que ela estava com a arma apontada para o outro lado, peguei o volante apenas com uma das mãos e usei o outro braço para dar-lhe uma cotovelada no estômago.

— SUA IDIOTA! – Ela veio para cima de mim, puxando meus cabelos. Tentei me libertar, mas não consegui.

— Stefany, me solta! Eu vou perder o controle do carro! – Gritei, enquanto tentava tirar suas mãos de mim, me mexendo de um lado para o outro.

— EU NÃO ME IMPORTO! – Sem ver para onde estava indo, acabei mudando para a outra pista e batendo na lateral do carro do Will.

Se ela não ia me largar, eu ia precisar me arriscar para conseguir me libertar. Voltei a segurar o volante com as duas mãos e pisei no acelerador, logo estávamos a 160 Km/h e passei a dirigir em ziguezague, para que Stefany perdesse o equilíbrio e fosse para longe de mim. No entanto, Will resolveu que não ia assistir nosso confronto passivamente e começou a empurrar meu carro com o seu, como se tentasse me tirar para fora da pista. Pisei no acelerador novamente, para deixá-lo para trás, só que nesse momento Stefany se desequilibrou e tentou se firmar segurando em minha cabeça, de forma que tapou meus olhos e eu não conseguia ver para onde estava indo. Colidi em alguma coisa, pois o carro foi jogado para o lado e ouvi o som de metal rangendo. De repente, não estávamos mais no solo. Stefany me soltou e foi jogada para frente, batendo no vidro dianteiro. Gritei alguma coisa, algo incompreensível, minha cabeça foi jogada para frente e também bati no vidro. Não tive tempo de ter um segundo pensamento, pois tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

Me perdoe pela demora. Minha vida tem andado uma loucura. Quando vi que já tinha se passada mais de dois meses sem enviar a atualização e eu só tinha escrito a primeira parte do capítulo, vi que seria injusto fazer vocês esperarem eu conseguir escrever a segunda para poder postar. Espero em breve estar postando a segunda parte do capítulo, que é a continuação pelo ponto de vista do Could



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