Segure minha mão escrita por NT


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oláá pessoas, tudo certo aí? Cheguei aqui trazendo mais m capítulozinho fofinha #ou não para vocês u.u
Preciso saber o que estão achando então vamos lá, mandem suas opiniões nessa budega u.u

Nos vemos lá embaixo ;)

PS: Alguém tem comida por aí? Batendo a fome :x


Boa leitura e divirtam-se!



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Capítulo 23 — Boate de férias

Luiza

Desci do carro e vi a Vic, o Kauã e o Gabriel ali sentados na frente da casa dele comendo pipoca e tomando suco. Minha primeira reação foi de surpresa, mas depois o clima ficou bem legal, meu pai começou a falar da minha personalidade e tal... e a gente se matou rindo da modéstia dele... Ele é tão humilde.

Depois eu e Vic fomos nos arrumar. Subimos, tomamos banho e ficamos conversando. Logo a campainha tocou, eram as meninas, mandamos o Pi ir para a casa do Gabriel e ele foi, subimos nós quatro e começamos a nos arrumar, eu escolhi um vestidinho preto, bem colado na parte de cima e mais solto abaixo da cintura, um tomara que caia, coloquei meu scarpin preto, enquanto as meninas usavam suas roupas, Vic colocou uma saia de cintura alta e uma blusa roxa combinando com seu salto da mesma cor, Lê usou um shorts de cós alto e uma blusinha tomara que caia, Pati foi a mais ousada, com um decote bem grande nos peitos e uma calça jeans skini, combinou legal com o salto vermelho e a calça preta, já que sua blusa também era vermelha. Nossas roupas nos deixavam muito bem, depois começamos a arrumar os cabelos e a maquiagem, já eram quase 22:00 horas quando ficamos prontas. Os meninos estavam na sala, descemos, meus pais tinham saído para jantar fora.

Sabe quando você vê uma coisa e fica literalmente de boca aberta? Pois é, exatamente assim que os três estavam enquanto descíamos as escadas.

— Amor! Assim eu infarto! — Kauã disse pegando a Vic e dando um beijo nela.

— Infartar? Nem me fala isso, eu estou quase tendo um aqui! — Lê deu um tapinha nele e eles se beijaram.

— Sim, sim, somos lindas e absolutas! — Pati brincou.

— Eu vou ficar de olho, porque vai estar cheio lá. — Kauã avisou Vic brincando.

— Nem me fale. — Pi concordou.

— Amor, seu bobo, eu tenho olhos só pra você! — Vic piscou.

— E eu também, para você. — Lê disse ao Pi.

— Vamos logo gente, porque eu estou solteira e vou dançar muito hoje! — Pati abriu os braços feliz.

— Olha, olha, eu vou cuidar de ti cunhadinha! — Pi brincou com ela.

— Só me faltava! — cuida da Lê que ela já enche seu caminhão... — Pati piscou.

— É, ela é muita areia mesmo! Vou ter que reforçar as rodas. — Pi riu.

— Está me chamando de gorda, abestado? — Lê deu um tapa nele.

— Não, estou te chamando de gostosa! — ele agarrou ela e os dois foram em direção a moto do Pi.

Enquanto rolava aquela conversa eu e Gabi nos encarávamos em silêncio. O que será que ele está pensando? Ele sorriu para mim e ficou o tempo todo com aquela cara de bobo, Pi e Lê saíram, depois Vic e Kauã, Pati foi saindo e eu passei pelo Gabriel também indo para a porta, ele veio atrás de mim.

— Lu... — ele chamou e eu me virei, nossos olhos se encontraram.

— O que? — Perguntei um pouco nervosa com seus olhos nos meus.

— Você está muito, muito linda. — ele disse e sorriu — e com todo respeito é claro, muito gostosa! — ele disse e eu corei, ainda bem que era noite, assim ele não viu.

— Eu sei. — brinquei, eu e ele rimos.

— Modesta como o pai... — ele balançou a cabeça.

— Não posso me achar então? — eu disse brincando.

— Com certeza, pode! — ele disse e pegou na minha mão.

— Ér... vamos lá... — eu disse tirando a mão e indo atrás da Pati que já estava encostada no carro da Gabriel.

— Amém! estou vendo que sou a vela da noite! — Pati balançou a cabeça.

— Que nada... eu estava fechando a casa. — dei de ombros.

— Aham. — ela riu.

Ela entrou no carro do Gabriel, Pi e Lê já haviam saído de moto. Depois entrou a Vic e aí o Kauã, eu acabei indo na frente com o Gabriel.

— Gabriel, você sabe mesmo dirigir né? — Pati disse com medo.

— Se eu sei dirigir? — Ele deu uma risadinha — faça-me rir... sou profissional... — piscou.

— Definitivamente a modéstia do meu pai pegou nesses meninos hoje! — exclamei.

Todos rimos. Ele ligou o carro e fomos em direção a boate.

— Finalmente férias né gente? — comentei.

— Finalmente! — Pati disse.

— Eu já tinha cansado daquilo.. acordar todo dia as 6:00 horas da manhã...

— Mas agora é bom porque vamos acordar todos os dias das férias juntos! — Kauã disse e beijou a Vic.

— Chegamos gente, sãos e salvos. — Gabriel brincou.

— É, você até dirigi bem. — Pati disse.

Rimos e fomos encontrar Lê e Pi que já nos esperavam lá na frente.

— Credo, chegaram rápido. — ela disse um pouco assustada.

— Gabi na direção... — Kauã riu.

— Mas ele não dirige, voa então! Para terem chegado tão rápido! — Lê disse.

— Vamos entrar, gente? — perguntei ao pessoal.

Eles responderam juntos que sim. Entramos e a boate estava demais. Bombando mesmo. Fomos pegar bebidas.

— Querem o que? — Gabriel perguntou.

— Qualquer coisa com álcool! — Eu disse.

— Mas é uma bêbada mesmo! — Ele balançou a cabeça.

— Nem sou. — protestei.

Compramos uns drinks e fomos para a pista, ficamos dançando as músicas eletrônicas.

Uma música louca começou e eu fui para o meio da rodinha em que estávamos, comecei a dançar completamente livre, leve e solta, apesar de não ser exatamente meu tipo de música, eu queria me divertir.

— Uhu! — Gabriel gritou me incentivando.

— Daquele jeito! — gritei e continuei dançando, olhei rindo para o bar de drinks e vi o Bruno lá, mas não parei de dançar, pelo contrário, continuei e muito, afinal eu sou solteira mesmo e o Bruno não é nada meu.

O Gabriel chegou por trás encostando o corpo no meu e dançando comigo, eu deixei. Continuei dançando um pouco com ele, ele passou as mãos pela minha cintura enquanto eu dançava.

Depois paramos um pouco e fomos até o bar de novo. Bruno não estava mais lá, estava na pista com umas meninas agora...

— Lu, vamos no banheiro? — Pati me convidou.

— Vamos! — acompanhei ela.

Fiquei esperando ela do lado de fora porque estava lotado lá dentro. Nisso um cara parou do meu lado, ele era da escola, mas eu não sabia o nome dele.

— Oi gatinha. — Falou.

— Olá — eu disse simpática.

— Você estuda lá na escola né?

— Sim.

— Qual seu nome?

— Luiza e o seu?

— Marcos, prazer gatinha.

— Prazer... — Eu disse sorrindo enquanto ele apertava minha mão e me dava um beijo no rosto.

—Tem namorado?

— Não, não...

—E o Bruno?

— Ah, eu namorava ele, mas terminamos... não gostava dele...

— Que bom! Opa, quer dizer, que pena... — ele tentou disfarçar, eu tive que rir.

— Não, mas foi bom mesmo. — afirmei.

— Então, Luiza, já que você é solteira e eu sou solteiro... que tal a gente se consolar?

— Nossa, essa cantada foi feia, Marcos! — eu ri muito dele, normalmente eu mandaria ele tomar bem lá no meio com a cantada ridícula que ele me deu, mas como eu já tinha tomado algumas... dei risada.

— Talvez seja uma boa ideia! — eu disse isso e ele já me agarrou.

Ele me encostou contra a parede do banheiro e começamos um beijo muito quente, cheio de movimento. O Beijo dele era bom, muito bom. Continuamos.

— O que está acontecendo aqui?!

Me virei assustada, era a Pati rindo da minha cara.

— Pati, sua cadela! Quase me matou do coração! — falei.

— Mas é, eu vou no banheiro um minuto e você já está ai se agarrando! — ela disse rindo.

— Nem é... eu sou solteira, eu posso. — Dei de ombros.

— Verdade... só eu que estou de vela hoje... que saco... — ela fez cara de triste.

— Ah, amiga, esse aqui é o Marcos, ele estuda lá na escola, Marcos essa é a Patricia...

— Oi, pode me chamar de Pati! — ela sorriu e eles se cumprimentaram com um beijo no rosto.

— Oi Pati, está sozinha então? — Marcos perguntou sorrindo.

— É, eu e minha amiga! — ela disse e levantou o copo de drink dela, nós rimos.

Marcos fez sinal para um menino e ele apareceu ali.

— Meninas, esse aqui é o Edu, Edu, essas aqui são Luiza e Patricia, mas pode chamar de Pati. — ele piscou.

— Oi meninas... prazer... — Edu me deu um beijo no rosto e depois na Pati.

— Prazer. — sorri.

— E quanto prazer! — Pati disse, nós rimos dela que o olhava de cima abaixo, assim como ele para ela.

Eles foram conversando e logo rolou um beijo, mas um beijo que até eu de olhar fiquei sem ar.

— Então Lu... me dá seu telefone? — Marcos perguntou para mim.

— Claro, é: 687568423

— Qualquer coisa me liga. — ele anotou o número dele no meu celular, depois de ter agendado o meu.

— Ok. — respondi e chamei a Pati — Pati, vamos voltar para lá? A gente já está a mais de meia hora nesse banheiro.

— Ah, é verdade... tchau, Edu. — Ela se despediu.

— Tchau... — nos viramos para ir, mas Edu segurou o braço de Pati.

— Te vejo hoje ainda? — ele perguntou.

— Claro! Qualquer coisa você me encontra na pista ou no bar! — ela sorriu e ele também. Saímos.

— Eita, que clima foi aquele? — Perguntei para ela.

— Não sei! Eu sei que foi muito, muito bom! — ela estava com os olhos brilhando.

— Nossa, está apaixonada é?

— Se estou eu não sei, mas que o beijo dele foi diferente de qualquer outro... Ah, isso foi! Estou morrendo de calor até agora. — ela riu.

Voltamos para o bar e estava só o Gabriel lá sentado olhando para o nada, fiquei até com pena dele.

— Oi, Gabi! — Falei abraçando ele, eu estava bastante bêbada aquela hora.

— Ah, oi... — ele disse sorrindo.

— Cade o resto? — Pati perguntou.

— Na pista. — ele apontou com sua cerveja.

— Porque não foi lá dançar também? — Eu perguntei.

— Eu ia ficar lá de vela... — ele deu de ombros.

— Vamos para lá agora então. — Falei.

— Vamos. — ele disse.

— Vamos! — Pati pulou do banquinho do bar.

Nos juntamos ao resto do pessoal e ficamos dançando, eu vi que o Bruno só ficava me cuidando e ainda não tinha beijado nenhuma garota, vi o Carlos também, com algumas meninas, e ele beijou uma lá, mas tudo bem, eu não senti nada com aquilo, eu só tinha dado um beijo nele e nem sabia porque, afinal eu nem conhecia ele.

Continuei dançando com a galera e o DJ colocou uma música quase romântica e fez os casais se aproximarem e ficarem no maior love, Pi e Lê começaram a se beijar, Kauã e Vic também, Edu chegou por ali e agarrou Pati, Gabriel estava com as mãos na minha cintura porque estava dançando comigo antes, quando a música lenta começou eu parei de dançar e nós ficamos mudos.

Ele olhou nos meus olhos, eu correspondi o olhar, foi passando sua mão delicadamente no meu rosto e se aproximando de mim, segurou meus cabelos com carinho e começou a me beijar devagar, eu só acompanhei o ritmo do beijo e da música, o momento estava me levando ao som de Painted on my Heart da banda The Cult. Aquele som embalava nosso beijo e me fazia chegar até onde nunca tinha chegado, me fazia esquecer tudo e qualquer coisa ao meu redor.

Não posso tentar descrever um beijo que não tem descrição, posso dizer o que senti naquele momento, senti tanto amor, tanto desejo, tanta coisa misturada ao mesmo tempo, enquanto ele me beijava e deslizava sua mão com carinho pelo meu corpo, eu sentia prazer, sentia aquele calor que só amor de verdade traz, eu o amo, é inútil negar. Ele nunca irá sair do meu peito, mesmo que tente tirá-lo, ele vai ficar “pintado no meu coração” para sempre, como diz a música. Nada vai tirar, ou me fazer esquecer ele, nada se compara a isso, ao sentimento que tenho quando ele cola nossos lábios, nada se compara a mistura de nossos corações, ao desejo que ambos sentimos. Quem beija desse jeito não pode estar brincando. Quem coloca tanto amor, tanto desejo, tanto carinho em um beijo não pode sentir algo diferente quando esse carinho é recíproco.

Eu te amo Gabriel,

Eu te amo. É assim que posso descrever nosso beijo. O que me completa.

Enquanto o Dj recolocava outra música mais agitada, eu e Gabriel permanecemos com nossos lábios unidos.

— Meu Deus, que beijo foi esse? — Lê chegou se pendurando na gente, assim como nós ela estava bêbada.

— Eu... eu... — eu não conseguia dizer nada, só olhava para aqueles olhos escuros e profundos de encontro aos meus.

— Desculpa, Lu... — ele falou meio envergonhado. — eu não sei... foi mais forte..

— Eu sei. — Eu disse entendo que estávamos sentindo a mesma coisa.

— Vácuo para a Lê aqui... — Ela disse, nós dois voltamos ao normal e olhamos para ela.

— Hã? O que foi? — perguntei ainda meio tonta por causa daquele beijo.

— Que beijo, gente! — a Pati se juntou a Lê.

Logo estavam todos ali tirando comigo e com o Gabriel, acabamos rindo junto com eles.

— Foi a música gente, nada a ver... — falei me esquivando.

— É, nada a ver... — Gabriel me ajudou.

— Pode ter sido a música, mas tem alguém que não gostou muito de ver esse beijo... — Kauã disse fazendo sinal com a cabeça para que olhássemos para o bar.

Me virei e vi o Bruno olhando para a gente com uma cara fechada.

— Bruno... — falei fazendo careta para mim mesma.

— Mas vocês não terminaram? — Gabriel me perguntou confuso.

— Sim! — respondi rapidamente. — terminamos.

— Então fica tranquila.

— É que eu nunca vi aquele olhar nele... até me deu medo. — eu disse enquanto Gabriel me pegou pela cintura.

— Eu te protejo! — ele disse rindo e eu ri também, mas, no fundo, gostei muito do jeito como ele me abraçou e como disse aquilo.

— Me protege como, seu fracote? — Eu brinquei com ele pegando nas bochechas.

— Fracote? — Ele segurou minha mão e fez eu apertar seus músculos. Uau, que calor.

— Isso aí é por causa da camiseta. — Falei como se não estivesse impressionada.

— Não seja por isso... — ele ergueu a camisa e começou a requebrar na minha frente ao som da música enquanto pegava minha mão e esfregava pelo seu tanquinho definido.

— Cristo, segura! — Eu falei alto e ele me olhou rindo, eu ri também. Caramba, eu estava muito bêbada para fazer aquilo.

Tinha tanta gente lá e a maioria era da escola, algumas meninas, correção, todas as meninas me olhavam mortas de inveja, o cara mais lindo da escola ali se esfregando em mim e eu aproveitando é claro.

— Vou pegar um drink, porque estou morrendo de calor. — Eu avisei o Gabi, já que o resto estava na maior agarração, vi que Bruno não estava mais no bar e achei melhor assim. Fui até lá.

— Um drink de limão com vodka. — pedi.

O garçom me entregou.

— Obrigada.

Me virei e fiquei encostada no balcão do bar enquanto via a Cecilia chegar perto do Gabriel.

— Vadia. — falei para mim mesma, meio tonta.

— Quem é vadia? — um cara chegou do meu lado e me perguntou.

— Te interessa? — falei estressada ao ver Gabriel pegando ela pela cintura.

— Nossa, você não estava assim antes.. — ele riu e eu virei para ver quem era.

— Ah, Marcos, desculpa... achei que fosse outra pessoa..

— Hum.. desculpo se você for boazinha e me der mais um beijo... — ele disse se aproximando de mim.

Olhei para o Gabriel e vi que Cecilia iria agarrar ele, ela foi chegando mais perto e mais perto, quando os lábios dos dois iam se tocar ele virou o rosto e fez ela dar um beijo na bochecha dele. Eu agradeci por não ver ele beijando outra, eu não sei o que deu em mim, mas depois do beijo que acabamos de dar eu não conseguia tirar ele nem por um segundo dos meus pensamentos.

— Desculpa, Marcos... agora não dá... — eu disse beijando a bochecha dele e voltando para a pista.

— Ei! — ele chamou e eu virei. — Posso te ligar qualquer hora dessas?

— Ficamos assim, se eu quiser, eu te ligo, pode ser? — eu disse e sorri, claro que eu ia me fazer de difícil né, e eu nem queria que ele ficasse no meu pé, então achei melhor assim.

— Olha que vou pensar que você não gostou do meu beijo... — ele disse chegando perto de mim.

— Não é isso, Marcos, eu só não quero te dar esperanças caso não tenha a intenção de corresponder depois. — eu sorri e ele entendeu.

— Você é especial sabia? — ele olhou em meus olhos, eu desviei o olhar, mas agradeci sorrindo, voltei para a pista.

— Ceci! — falei fazendo ela se afastar do Gabriel, ela não sabia que eu gostava dele, e eu confesso que estava com ciúmes de vê-la dançar com ele.

— Lu! Oi! — ela disse e me deu um beijo no rosto, não somos o que se chama de amigas, somos o que se chama de conhecidas...

— Oi... é, então Gabi, eu vou ali um minuto e você troca sua parceira de dança? — perguntei fingindo estar triste, ele ficou preocupado na hora, eu senti.

— Não, Lu! Não é isso! — ele já ia começar a se explicar.

— Relaxa, Gabi, eu estou brincando! — eu disse rindo e ele riu também.

— Ah, mas agora você pode liberar ele né, Lu? Afinal eu estou sozinha, ele está sozinho... e tinha um carinha lindo te dando mole lá no bar... como você e o Gabi são só amigos... podia deixar ele para mim... — ela disse inocentemente, mas eu odiei ouvir aquilo, porém, eu não podia fazer nada...

— Eu acho que isso é com o Gabi né, Ceci... — eu disse e nós duas olhamos para ele.

— Estou sendo disputado por duas! Que maravilha. — ele disse rindo da minha cara e eu fiquei P da vida com aquele tonto lá, é mesmo um idiota.

— Quer saber, mudei de ideia! É todo seu, Ceci! — eu disse e me virei para voltar ao bar.

— Espera, Lu! Tem para vocês duas! — ele disse brincando e agarrando eu e a Ceci pelas nossas cinturas.

— Desculpa, mas eu não sou assim. — falei e saí dali, confesso que fiquei um pouco chateada, por mais que ele tivesse dito aquilo de brincadeira, era nessas horas que eu me lembrava o quão insuportável ele era.

Fui para fora da boate e sentei no murinho em frente ao salão, dois minutos depois de eu ter saído lá de dentro o Gabriel apareceu ali na porta e veio sentar ao meu lado.

— Se importa se eu fumar? — ele me olhou com a maior cara de inocente do mundo.

— Aff, seu idiota, vai fuma! Enfia esse cigarro no seu... — ele me interrompeu.

— Eu estava brincando, Lu! — ele disse e riu da minha cara. — Acho que estou conseguindo parar, com tudo.

— Você já disse isso — Falei lembrando das outras vezes.

— Eu dou muitas mancadas né?

— Não tem noção do quanto...

— Mas você também dá mancadas feias sabia? — Ok, agora eu olhei incrédula para ele, qual a mancada que eu dei que se compara as dele?!

— Qual por exemplo?

— Namorar com o Bruno por exemplo... — ele disse calmo.

— Eu acho que tenho o direito de namorar quem eu quiser, não é? — encarei ele.

— É. — ele olhou para o chão. — Mas... mudando de assunto, por que saiu da boate? — Ele voltou a olhar para mim.

— Porque eu quis. — disse seca.

— Nossa, fazia tempo que você não vinha com uma patada assim.

— Desculpa. Mas você que é um idiota. — Eu disse e ri para mim mesma.

— Eu? Mas o que eu fiz? — Ele perguntou sem entender.

— Fica se esfregando com aquela Cecilia lá e ainda quer ficar agarrando eu e ela! — eu disse, mas me arrependi de dizer.

— Espera aí... Isso é ciúmes? — ele disse sorrindo.

— Ciumes? Só me faltava essa, eu com ciúmes de você, se enxerga, Gabriel! — respondi disfarçando, acho que colou.

— Ciuminho de mim? — ele pegou nas minhas bochechas.

— Já disse que não! — me levantei e ia sair andando, mas ele segurou minha mão e me fez parar em sua frente, ele estava sentado no muro e eu parada em pé na frente dele, nossos olhos se encontraram e nossos lábios se desejaram.

— Vem aqui, vem. — ele me abraçou pela cintura e ficamos nos olhando nos olhos.

— Você não devia brincar com o que as pessoas sentem, sabia?

— E quem disse que eu estou brincando? — ele levantou e parou na minha frente ainda me encarando.

Iniciamos aquele beijo que só nós temos, aquela sintonia perfeita, aquele calor que se acende quando nossos olhos se encontram, é como se tudo ao nosso redor sumisse e nada mais importasse, ele me ergueu em seus braços e ficou me segurando assim até pararmos o beijo.

— Viu que eu não sou fracote. — Disse sorrindo e me fazendo sorrir também.

— É só fortinho então. — Eu ri, ele segurou minhas mãos, naquela hora a galera saiu ali para fora. — Acho melhor ficar entre nós dois o beijo, Gabi...

— Aqui estão os dois! — A Vic chegou e rapidamente soltei minhas mãos das do Gabi sem eles verem.

— Amém! Estávamos preocupados! — Lê disse.

— Fujões! O que estavam fazendo aqui sozinhos? — Pati falou mordendo o lábio e rindo em seguida.

— A Luiza passou mal e achou que tinha que vomitar. — ele olhou para mim e eu entendi a mentira, apesar de preferir que ele dissesse que o bêbado era ele...

— É... aí o Gabi veio aqui comigo... vocês só pensam besteira mesmo.

— Mas o que a gente é para pensar quando dois da turma fogem e vão parar fora da boate, onde não tem ninguém e pá... — Pi zoou.

— Que não tem ninguém o quê... olha aí, está cheio de gente... — apontei para um e outro casal, até ver a Sandra e a turminha de “amigos” do Gabriel.

Diogo chamou o Gabriel e ele fez sinal que já ia.

— Não acredito. E ele ainda diz que está tentando parar — falei para mim mesma. Gabriel não ouviu e foi lá falar com o Diogo.

— O Gabriel ainda anda com eles? — Edu perguntou puxando assunto comigo.

— Lu, o Edu falou contigo! — Pati mexeu a mão no meu rosto.

— Oi? O que? Desculpa nem ouvi...

— Ele ainda anda com aqueles caras? — Edu repetiu.

— Pois é. Parece que não cria vergonha na cara... — eu falei estressada. — Gente, estou indo embora! — me levantei do muro e fui indo para a rua chamar um táxi.

— Espera! Vai com a gente, Lu! — Vic chamou.

— Não galera, não se preocupa... Voltem para lá curtir a noite... eu estou meio mal mesmo... — eu disse porque queria ir embora, mas não queria acabar com a noite da galera.

— Tem certeza? — Vic chegou perto de mim.

— Sim amiga, curte aí! — eu disse e dei um abraço nela. — Tchau gente! — gritei já indo para a rua pegar um táxi.

— Tchau! — O pessoal respondeu.

Já estava fazendo sinal para um táxi e o Gabriel me chamou:

— Lu! Espera! — Me virei e olhei para ele, eu sei que ele não tinha feito nada de mais além de falar com o Diogo, afinal foi tudo numa rodinha quase do lado da nossa e ele não tinha fumado nem pegado em qualquer coisa que seja, só que eu estou cansada de ver ele com aqueles caras que só querem o mal dele, ou melhor, só usam ele para ganhar os malditos rachas, duvido que algum deles alguma vez serviu de ombro para falar sobre o pai do Gabi ou qualquer coisa que fosse.

— Que? — perguntei, o pessoal ainda estava ali perto de nós.

— Eu te levo embora... — ele disse.

— Não, Gabi, não precisa, eu vou de táxi mesmo... E você tem que levar a galera depois.

— Pi! — ele chamou e o Pi veio até nós.

— Fala cara. — ele disse.

— Fica com meu carro e me empresta a moto?

— Você sabe dirigir moto? — Pi perguntou.

— Claro, mané! — ele deu uma risada e os dois se trocaram as chaves.

— Cuida da minha magrela! — Pi disse.

— Cuida do meu parceiro! — ele brincou e os dois fizeram um toque de mão. — deixa lá em casa amanhã e pega a moto lá dai, pode ser?

— Fechou. — Pi assentiu e voltou para o pessoal.

— Vamos? — Gabriel disse me entregando um capacete.

— Eu não vou andar de moto contigo, Gabi! Imagina, se você voa de carro, eu vou morrer de moto. — eu não me aguentei e comecei a rir, ele riu de mim, muito mesmo e depois me olhou nos olhos, calmo.

— Fica tranquila, nunca vou deixar você se machucar.

Eu fiquei sem jeito...

— Confia em mim. Pega aí... — ele me entregou o capacete e eu coloquei, depois ele subiu na moto e eu subi atrás me agarrando em seu corpo. Que sensação deliciosa.

Andávamos entre os carros numa velocidade alta e aquilo me deu um pouco de medo, confesso, mas, mesmo assim, eu me sentia segura com ele. Não demorou muito, chegamos.

— Pronto. Vivinha da Silva! — ele disse depois que eu desci e lhe entreguei o capacete.

— É, nem foi tão ruim assim.

— Claro, eu sou foda.

— E se acha.

— Eu posso.

— Pode nada.

— Mas eu sou gostoso...

— É nada... — fiz uma careta para ele, estava se achando de mais já.

— Não sou?

— Não provei. — Dei de ombros.

— Vem provar então. — ele disse e me puxou contra a moto.

Outro beijo. Outra viagem. Cada toque dele em mim me causava arrepios do dedo dos pés a raiz do cabelo.

— Lu... Caramba, eu... — ele ia pedir desculpas outra vez. Calei-o com outro beijo.

— Você se desculpa demais, Gabriel. — falei no fim do beijo, virei as costas e abri o portão de casa, entrei e fechei-o sorrindo. — Boa noite, Gabi.

— Boa noite, Luiza. — ele respondeu ainda sorrindo em cima da moto, entrei, fechei a porta e subi para o meu quarto, abri a janela e ele já tinha guardado a moto, estava na sacada dele esperando eu sair na minha.

— A lua. — ele disse me fazendo olhar.

— Logo será cheia. — eu disse observando que ela estava na fase crescente.

— É. Está vendo aquela estrela lá? — ele apontou para uma estrela que parecia ser a maior da noite.

— Sim.

— Se chama “Luiza”. — ele disse e me olhou.

— Para de brincar seu bobo!

— É sério. — ele disse continuando sério.

— Mesmo? — perguntei curiosa — quem deu esse nome a ela?

— Eu.

— Você? — Perguntei achando ter ouvido errado, ele tinha mesmo dito “eu”, que lindo! Mas ele estava bêbado, então eu sabia que devia ser uma trova de menino...

— É. Boa noite, Luiza. — ele disse sorrindo e se apoiando na sacada.

— Boa noite. — eu disse entrando para o meu quarto e sorrindo.

Deitei na cama e fiquei pensando no Gabriel e no que ele tinha dito, apesar de ambos termos bebido, eu tinha consciência do que dizia e do que fazia, tinha consciência dos nossos beijos aquela noite e das palavras que trocamos. Mas será que ele também falava o que sentia ou era só um joguinho para me conquistar, afinal, garotos como ele são exatamente assim...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado *-----* Não esqueçam de comentar e me fazer uma pessoa feliz caso estejam gostando *-*
Recomendações e favoritamentos são super bem-vindos