Eu me sento na cama e ele me olha com os olhos marejados.

—Ei! Para com isso, você não vai chorar okay? Você é forte, vai fazer outros amigos e eu sei que você pode fazer outra namorada, ou até continuar com a Jennifer.

—Mas não vai ser a mesma coisa! Eu amo a Jenn!— Ele grita e eu olho para baixo.

Eu não era acostumada com isso, ele quase nunca gritava comigo. E eu acho que ele percebeu, porque ele me abraçou e pediu desculpa.

—Foi mal, é que com tudo isso...

—Não tem problema está bem? Só arruma sua mala, nós estamos nos mudando amanhã.

—Ta. Mas é você como ta?

—Muito mal, mas eu já to acostumada a perder amigos, eu só não queria perder esses. — Eu lembrei dos meus outros amigos de quando eu morava em Las Vegas, ou os de New York.

— Mas você não vai perder esses, nós vamos morar perto daqui. E você pode visitar eles quando vier aqui.—Ele disser abraçando.

—Vai ser mesma coisa com você.— Eu disse.

— Não vai não — ele parou de me abraçar e olhou para baixo— eu não vou poder ver minha namorada todo dia, e namorada não é como amigo. E da ultima vez que eu namorei a distância deu merda.

Eu me levantei e fui até a porta do quarto.

— Bom, arruma a mala que eu vou arrumar a minha okay?

—Okay maninha. — Ele disse se levantando da cama.— E desculpa por gritar com você, é que amanhã eu tenho que falar com a Jenn e minha cabeça ta doendo um pouco.

— Quer algum remédio?

— Não, deixa que eu pego. Vai arrumar a sua mala.

—Ta bom mano.

Saí do quarto dele e fui pro meu. Entrei e deitei na cama e fiquei um pouco lá, fui até o meu guarda roupa e tirei minha mala de cima dele e botei meus pertences lá dentro. Mas eu tive que pegar outra mala porque não coube tudo. E mais uma mala para meus livros e minha bolsa.

Não sei quantas horas fiquei ali, mas quando eu terminei já eram 22:19, Margareth ( a empregada ) tinha me chamado para o jantar, mas eu fiquei arrumando as malas.

Fui para o banheiro, tomei banho e coloquei um pijama que deixei fora da mala, junto com as roupas da escola para amanhã.

Deitei na cama e peguei no sono.

[...]

Acordei com o despertador tocando, levantei, desliguei aquela coisa do Capeta, e fui até o banheiro. Fiz minha higiene matinal e coloquei minha roupa e desci para tomar café.

— Oi filha. — Diz meu pai de terno e gravata tomando café. —Não te vi ontem na janta, estava em algum lugar?

Me sentei na cadeira ao lado da sua.

— Oi pai. Não, eu só não estava com fome e tinha que terminar de arrumar minhas malas.

Ele não fala nada só fica olhando para a caneca cheia de café em sua frente.

Peguei o leite e o Achocolatado e Margareth fez um misto quente pra mim.

—Quer carona? — Meu pai fala de repente — ou que ir de ônibus?

— Quero sim pai.— falo terminando misto quente e o achocolatado.

— Vamos?

— Vamos.

— Espera, onde está o Jake?

— Ele foi a pé mais cedo, falou que queria resolver alguma coisa.— Disse ele pegando a chave do carro

—Ata.

Eu sabia que ele estava falando da Jennifer.

[...]

Eu cheguei na escola e fui pra aula de biologia. Bati na porta e entrei. Fui para o meu lugar. Tiro meu caderno e o estojo da mochila e começo a copiar que a professora estava passando no quadro.

[...]

—Beh, o que aconteceu? Você está estanha.—Ela estava muito preocupada mesmo, ela nunca me chamava de Beh só de Bea.

— Eu preciso falar com você e com o...

— Oi meninas. — chegou Jack nos assustando.

— Oi, eu quero contar uma coisa pra vocês.

— Fala. — Incentivou Jack com um ficando mais sério.

—Meu pai e minha mãe estão se separando e eu estou indo para Bristol hoje.

—O que? Como assim? Não pode ser, tu não pode ir!— Gritou Jack

— Não pense que eu quero ir! Minha mãe está me obrigando!— Gritei de volta.

— Me desculpa, eu não devia gritar com você. Eu sei o que você está passando. — Disse ele de cabeça baixa. Eu sei que ele me entende, os pais dele se separaram quando ele ainda era uma criança.

— Você não pode ir.—Disse Brooke me abraçando com lágrimas nos olhos.

—Eu não queria ir, não mesmo.

Estávamos nós duas chorando, e eu sabia que o Jack estava se segurando.

— Vocês vão na minha casa às 17:00 para se despedir?

—Claro.— Falaram juntos.

— Obrigada. — Disse sorrindo.— Mas triste ou não eu ainda estou com fome.

— Nem a beira da morte você perde a fome!— Acusou Jack.

—Ei, eu preciso comer está bem? Eu não jantei ontem.

Eles me encararam meio estranho.

—Ta eu tomei café. Mas mesmo assim. Agora vamos trouxas.

— Ui, falou a bruxa.— Provocou Brooke, e ela sabe que eu sou Potterhead.

—Sou mesmo sabia!

— Aé? Então prove!

— Desculpe trouxa, é proibido fazer magia fora de Hogwarts.— Rebati com uma voz superior.

— Jogada de mestre Bea— falou Jack deixando Brooke com raiva— agora vamos comer.

Jack passa o braço pelo meu ombro e o outro pelo o da Brooke. E eu vi que ela suspirou, e eu shippo super os dois. E para uma shippadora profissional, isso foi demais.

[...]

Quando acabou a aula eu fui pra casa, almocei e fui para o quarto e deitei na cama. Quando eu acordei Jake estava do meu lado me sacudindo.

—Calma, acordei.— Olhei pra ele com uma cara de tédio. — Que foi?

— A tia pediu para eu te acordar, já é ...— ele olhou para o relógio e me respondeu—16:58.

— Já?— Eu o olhei com uma cara triste, e depois olhei em volta, para o meu quarto parando no seu rosto de novo.— Vamos maninho?

— Vamos maninha.

Nós descemos as escadas e fomos para a sala esperar nossa mãe descer. Eu escuto a campainha e vou atender.

—Oi Beh.— Era a Brooke e o Jack.

Eles me abraçaram por tempo, e logo eu escuto o barulho dos saltos da minha mãe na escada.

— Jake, Bea vamos?

— Vamos.

Eu olhei para Brooke e Jack e dei mais um abraço neles e entrei no carro, onde as malas já haviam sido colocadas pelos empregados. Minha mãe deu a partida e saímos de lá.

Depois de um tempo eu vi uma placa escrito " você está saindo de Newport " e " Bem-vindo á Bristol ". E eu sei que teria que começar tudo de novo mais um vez.