Long Road escrita por Rower


Capítulo 1
01 - Uma Autobiografia Tecnicamente Pensada


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Como é o primeiro capítulo não vou escrever nada de mais nas notas, apenas para deixarem seus reviews com suas opiniões :)



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Eu nunca fui bem nas aulas de redação. Aliás, eu nem sei como começar uma redação direito. Normalmente eu só chego e escrevo algo do tipo: “Era uma vez uma menina...” ou nas raras vezes que estou inspirada “ A tenebrosa tempestade assombrava os moradores da pequena vila...”. Mas acho que como estou escrevendo em um caderno/diário, isso não tem muita importância.

Vamos deixar bem claro que eu não acho necessário escrever em um caderno para não me sentir sozinha. Por que eu não me sinto sozinha. Eu até me acho bem soltinha e tal, mas creio que eu e minha mamãe não compartilhamos a mesma ideia.

– Filha, escreva nesse caderno todos os seus sentimentos. Se liberte, meu amor! – foram suas exatas palavras.

Eu espero que ela não esteja falando de nada relacionado a opções sexuais. Tipo que seria meio estranho. E além do mais eu não sou sentimental. Então, para não ferir os sentimentos da tal mulher que me deu a vida, decidi escrever uma autobiografia! Há! Genial. Espero que publiquem essa droga um dia.

Então vamos lá...

Existem muitas maneiras de se reconhecer um atleta na rua. Pode ser pelo biotipo, pelas roupas de treino ~ não muito comuns, diga-se de passagem ~, pelo cabelo meio limpo meio sujo, tomando sheik de proteína, correndo pois está atrasado ou batendo um pratão de macarronada.

É, a gente come pra caramba. E ama macarronada.

Primeiro de tudo eu vou deixar bem claro que até dois anos eu nunca, never, me imaginaria como uma atleta. A verdade é que eu não me imaginava fazendo absolutamente nada, a não ser trabalhando como uma bibliotecária ou talvez uma atendente do Burger King.

Tudo bem, talvez algo não tão ruim como uma atendente do Burger King, mas acho que deu para captar o que eu quis dizer. E olhe que não digo isso por que sou uma sedentária ou não tenho nenhuma aptidão para esportes. Na verdade eu sou o badalo das minhas aulas de educação física. Mas eu sou meio inútil... Não sei explicar.

E o mais estranho é que eu comecei nesse mundo esportivo/saudável/super cool por causa de uma tortinha de morango com chantili, que acidentalmente foi parar bem no meio da minha cara.

E o pior?

A torta tinha gosto de cêcê.

Em uma breve apresentação, meu nome é Genevive Maia, mas pelo amor do meu Santo Deus, não me chame de Genevive. O cachorro do meu treinador se chama Genevive. Eu sou Maia. Obrigada pela compreensão.

Sou remadora, estou no belo auge de meus 15 anos de idade e sou tipo que uma diva no anonimato.

Uma diva no anonimato que tem uma bela marca de top por ficar malditas duas horas seguidas embaixo de um maldito sol que queima a maldita pele.

True story.

E voltando ao “como eu vim parar nessa droga por causa de um tortinha”, acredito que lhes devo pelo menos uma breve explicação.

Tudo começou em uma manhã de março. Volta as aulas, eu com cara de bunda, professores chatos me chamando pelo primeiro nome e uma torta em promoção na cantina. Estava todo mundo, repito, TODO MUNDO, comendo aquele belo negocinho com chantili. E no meio de todo mundo há uma menina meio magrela (eu), que ao invés de estar atacando aquela belezura estava encarando uma maçã mordida.

Cara, como eu odeio maçã.

Foi então, quando eu achei que nada poderia piorar e o som mais terrível a ser escutado era a minha barriga roncando, o lugar das mesinhas no pátio ficou um silêncio incomum enquanto aquela maravilha era jogada aleatoriamente pra cima, caindo bem no meio da minha cara.

O barulho foi esquisitíssimo. Tipo como o de uma jaca caindo no chão.

Estranhamente, ninguém riu. Tipo, nenhum som. Aí meu amor, foi a deixa pra eu soltar a franga.

– Eu vou meter essa maçã no orifício anal de quem foi o filho de uma piranha mal amada que jogou essa tortinha maravilhosa na minha cara!

Ninguém se manifestou. E eu, cansada e com fome, fui lavar o rosto.

Há! Mas eu não desisti assim tão facilmente. Eu tenho meus – não tão – fiéis contatos e descobri que a tortinha tinha voado acidentalmente da mão de João alguma - coisa, um garoto dois anos mais velho que eu e um atleta de remo. Pelo que entendi um de seus amigos estava tentando impedir que ele ingerisse aquela “bomba” de doce e ele sem querer jogou para o alto. E ficou com medo de levar uma maçanzada da lindona de 52 quilinhos aqui.

Eu deveria ter deixado para lá. Eu realmente devia. Por que, meu amigo, o prejuízo é Queniano e eu ‘tô tendo que correr atrás dele.

Então lá fui eu, emburrada, exigir desculpas. E por precaução levei uma tortinha. Nunca se sabe. Se ele surtasse de raiva eu poderia jogar a torta em sua cara e sair correndo, o que seria o mais justo a se fazer.

Só que eu apareci lá no dia da folga dele e fiquei parecendo uma idiota no meio de um bando de remadores gigantes e fortões enquanto segurava uma torta. Isso me fez parar para pensar que eu devo ter batido com a cabeça, pois ele estuda na mesma escola que eu estudo, portanto eu iria ter que ver ele no dia seguinte.

E eu não sei como e nem o motivo, mas o tal treinador, um sujeito novo que não era tão novo, mas também não era velho, me chamou e me perguntou se eu nunca tinha pensado em ser remadora.

Mas é claro né! Quem nunca?

Brinks.

Não, eu nunca tinha pensado em ser remadora.

E o tal novo/velho me disse que gostou de minha coragem e que eu tinha de tudo para ser uma boa remadora.

Chegamos ao ponto! Eu simplesmente aceitei. Acho que se eu tivesse pensado melhor talvez não tivesse feito essa burrada aí, mas como eu normalmente não penso, eu fiz.

Há ha agora eu sou uma maluca viciada em remar, que toma sheik de proteína, anda por ai de macaquinho de laicra e que dorme nas aulas de física.

Ok, dormir nas aulas de física não é exatamente culpa do esporte.

Espero que não se assuste com esse ser mega rebelde que eu sou (aliás, não comente com ninguém, mas eu já comi o sanduíche reservado para o meu treinador) e caso seja um atleta também se identifique com esse cotidiano maluco.

Enfim caro leitor, bem vindo á isso.


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