Em Queda escrita por Um Alguém


Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a todos que estão acompanhando a história, mesmo que sem comentar. Obrigada a todos.
Espero que gostem :D



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ALICE


– Desculpa, Eathan. - disse quando saímos da montanha russa.

– O quê?! - perguntou ele com as mãos na cabeça.

– Desculpa! - disse mais alto. - Sinto muito por ter apertado tanto sua mão.

– Tudo bem. Minha mão está ótima se comparada com meu ouvido. Quase fiquei surdo. - reclamou ele com uma careta. - Nunca conheci alguém que gritasse tanto.

– Que exagero. - desdenhei empurrando-o. Ele riu.

– O que quer fazer agora? Espero que seja algo que não envolva altura. Não sei se vou aguentar você gritando de novo.

– Certo, vamos achar alguma coisa mais tranquila então.

Fomos em quase todos os brinquedos do parque. Nos bem bobinhos como carrinho bate bate, e nos mais tensos como a casa do terror. Fomos até na roda gigante. Mas mal notei a altura. Estava tão distraída conversando com o Eathan que nem senti medo. Comemos vários doces, pipoca (mais eu do que o Eathan).

Depois que saímos do parque ainda resolvemos dar uma volta. Passeamos na praça. Quando já eram dez horas da noite Eathan me acompanhou até em casa. Assim que chegamos notei a luz da sala acesa. Por algum milagre meu pai já estava em casa.

– Obrigado, Aly. - agradeceu Eathan ao pararmos enfrente a minha casa.

– Não tem o que agradecer. Eu meio que estava te devendo por todas as vezes que você me salvou. - disse-lhe com um pequeno sorriso.

– Mesmo assim, obrigado. - insistiu ele. - Agora é melhor você entrar. Já está tarde.

– Tem razão. - estiquei-me e depositei um beijo na sua bochecha. - Boa noite, Eathan.

– Tenha bons sonhos. - disse ele com um meio sorriso. - Depois virou-se para ir embora.

– Eathan. - chamei-o. Ele parou e virou de volta para mim. - Vou te ver de novo?

– Não sei. - respondeu ele pensativo. - Não sei.

E então ele foi embora, se afastando lentamente. Soltei um suspiro e entrei em casa, onde encontrei meu pai sentado no sofá digitando algo no notebook enquanto comia um sanduíche.

– Isso são horas, mocinha? Você tem aula amanha cedo. Por onde esteve? - perguntou ele fingindo estar interessado.

– Por aí.

– Por aí? Que tipo de resposta é essa? Estava com seu namorado, não é?

– Não. Estava com um amigo. - respondi impaciente.

– Amigo? Que amigo? Eu conheço?

– Ah, por favor, pai. Não finja que se importa.

– Ei, olha como fala. Eu sou seu pai, tenha respeito.

– Claro, claro. - ironizei indo para o meu quarto.

– Alice volta aqui! - ordenou ele tirando os olhos do notebook pela primeira vez. - Respeite-me!

– Claro, quando o senhor começar a agir como pai eu passo a respeita-lo como tal. - entrei no quarto batendo a porta com força e trancando-a.

Joguei-me na cama e coloquei os fones de ouvido. Tocava Heavy In Your Arms, do Florence And The Machine. Aumentei o volume afim de não ouvir meu pai reclamando na sala. Fechei os olhos, deixando a mente voltar para tarde no parque com o Eathan. E logo o sono veio.


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EATHAN

Flashback On


– Cara, o que houve? - perguntou-me Mason pela terceira vez já que eu não havia respondido nas outras duas vezes.

– Eu deixei ele morrer, Mason. - disse afinal. - Harry morreu e eu não estava lá para protege-lo.

– Onde você estava? Como aconteceu?

– Estávamos saindo do prédio dele. Ele esqueceu o celular e eu voltei ao apartamento para pegar. Quando voltei ele tinha tinha sido atropelado. - contei-lhe atropelando algumas palavras.

– Você não deve se culpar por isso, cara. Podia ter acontecido com qualquer um. - disse Mason tentando me reconfortar.

– É claro que eu devo me culpar, Mason. Meu protegido morreu!

– Eu sei, irmão. Fica calmo, vai dar tudo certo. Você nunca falhou nem fez nada errado, eles não vão te derrubar. Vai ficar tudo bem.

– Ficar tudo bem?! Isso antes ou depois de eu perder minhas asas?! Isso antes ou depois do Harry morrer?!

Flashback Off


– O que há, lindinho? Por que essa cara? - perguntou Mary sentando ao meu lado em um dos banquinhos de madeira da praça.

– Acha que se eu não fosse amigo do Harry ele ainda estaria vivo? - perguntei-lhe meditativo.

– Talvez. - respondeu ela ponderando. - Ainda se martirizando por causa disso?

– Sempre. - fiz uma pequena pausa observando algumas pessoas ao longe. - Acha que vou cometer o mesmo erro com a Alice? Acha que se eu me tornar amigo dela não vou conseguir protege-la?

– Talvez. - repetiu Mary . - Mas talvez não. Não tem como saber.

– Acha que esse é um risco que vale a pena?

– Me diz você, vale a pena correr o risco de deixa-la morrer e de perder as asas só para virar amigo dela? - retrucou.

– O importante não são minhas asas e sim a vida dela.

– Está disposto a arriscar a vida dela?

– Nunca. - pontifiquei decidido. - Por nada.

– Então faça só o seu trabalho e a proteja. - sugeriu Mary levantando-se. - Esqueça qualquer tipo de relacionamento com essa garota. - dito isso ela foi embora.

Fiquei na praça por mais algum tempo, refletindo. Depois fui para casa da Alice. Entrei no seu quarto pela janela que dava para os fundos. Ela dormia tranquilamente com um pequeno sorriso brincando em seus lábios.

– Não, Aly, você não vai mais me ver. - sussurrei no silêncio. E então fiquei invisível.



Algumas semanas se passaram. Eu continuava lá com a Aly o tempo todo, mas ela não me via. Não apareci mais para ela. Ela sofrera alguns acidentes. Acidentes repetitivos, na verdade. Ela foi assaltada bem umas duas vezes, além de quase ser atropelada e quase ser estuprada. Passei a defende-la invisível mesmo. Isso era bem mais difícil do que simplesmente aparecer e acabar com o problema. Mas estava dando certo.

Mason tem me ajudado a proteger a Aly e eu o ajudo a proteger o Kyle. Tudo tem corrido bem, a tirar pelo fato que eu sinto falta de conversar com a Aly. Era meio triste lembrar que a última vez que falei com ela fora num dia tão bom. Gostava de lembrar daquele dia no parque de diversão.

Aly e Ralf haviam terminado o namoro. Na verdade, ela terminou com ele. Ralf ficou desolado. Ele apareceu na casa dela bem umas duas vezes para fazer declarações de amor de madrugada. Por fim, Aly acabou cedendo e aceitou voltar a namorar com ele. Achei meio... Errado. Ela não parecia estar feliz. Notavelmente ele gostava mais dela do que ela dele. Mas por algum motivo ela continuava com ele.

Aly também estava tendo problemas com o Mark, o pai dela. Ele quase não estava em casa, como sempre, mas quando aparecia a briga era certa. Aly e o pai pareciam fogo e pólvora. E cada vez ele ficava mais distante (como se já não fosse distante o suficiente).

Com todos esses acidente estranhos e um certo desanimo com relação ao namoro, Aly passava a maior parte do tempo vago dela em casa. Tessa e Sarah apareciam para fazer-lhe companhia. Hoje, por exemplo, além da Tessa e da Sarah, Rose e Kyle também apareceram. Estavam todos no quarto, incluindo eu e Mason.

– Você está muito para baixo. - comentou Sarah indo até o rádio e ligando-o. Lips Are Movin, da Meghan Trainor começou a tocar.

– Por isso viemos te animar. - completou Tessa puxando Aly para o meio do quarto e começando a dançar.

Rose, Kyle e Sarah também entraram na dança. Aly pareceu um pouco surpresa, mas contente, e começou a dançar com eles. Mason e eu estávamos sentados no parapeito da janela. Quando a música começou, ele rapidamente levantou-se para dançar.

– O que está fazendo, Mason? Ficou louco? - pergunta idiota essa, hein?

– Vem também, Eathan. Isso é ótimo! - disse ele empolgado. - Só falta a pipoca!


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar ;)



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