Em Queda escrita por Um Alguém


Capítulo 18
17º


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo só para vocês, anjinhos :)



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ALICE

O vidro quebrou, se estilhaçando por todo lado. Um dos garotos parado perto da janela caiu e o sangue começou a manchar o tapete. Uma flecha cintilante entrara rasgando o ar e atingira o garoto bem na testa. Quando seu corpo desabou sem vida no chão tudo desandou. Mark começou a gritar com os caídos, que começaram a correr pela casa.

Rael ainda apontava a arma para mim, mas nem sequer me olhava. Ele parecia alarmado. Eu diria até desesperado. Mark gritava com ele. Eu ouvia os gritos, mas não conseguia distinguir o que diziam. Tudo foi tão rápido. A porta da frente foi aberta em um rompante. Eathan e Mason entraram correndo. Bem a frente deles havia dois caídos esperando-os. Eathan deixou Mason para trás cuidando dos caídos e correu na minha direção. Rael ficou meio sem reação, olhando de mim para Eathan. Por fim ele tirou a mira da arma de mim e apontou o revólver para o Eathan. Mas ele não teve tempo de atirar.

Eathan acertou um soco no rosto do Rael fazendo-o cair de costas no chão. Depois ajoelhou sobre ele, desferindo vários golpes seguidos. O rosto do Rael estava ficando deformado. Eu estava desorientada com tudo aquilo. Mas pelo canto do olho vi Mark xingar, depois sair correndo. Sabia que não podia deixa-lo fugir.

Levantei-me apressada e saí correndo atrás do Mark. Quando cheguei a cozinha ele já havia saído pela jnela quebrada. Com cuidado para não me cortar nos cacos de vidro, saí pela janela também. Do lado de fora vi Mark correndo desesperado. Peguei uma pedra no chão e corri atrás dele. Quando estava a uma distância considerável arremessei-lhe a pedra, que atingiu o meio das suas costas.

– Resolveu juntar-se aos vencedores, querida? - perguntou ele vindo na minha direção.

– Vencedores? Você é um frouxo. Está fugindo!

– Perder uma batalha não significa perder a guerra.

– Não haverá guerra nenhuma. - disse-lhe austera. - Isso acaba hoje.

– Tem razão. Acaba hoje.

Ele abriu um sorriso torvo e agarrou meu pescoço com as duas mãos. Maravilha, meu próprio pai ia me estrangular. Não. Ele não era meu pai. Nunca foi.

– Sinto muito, querida. - disse ele altivo. - Mas de um jeito ou de outro você precisa morrer.

Meus pulmões ardiam cada vez que eu tentava respirar. O ar não entrava. minha visão estava turva, com pontos pretos dançando diante dos meus olhos. Tentei arranhar o Mark, mas não tinha forças para isso. Eu estava esmaecendo. Segundos. Provavelmente eu só tinha mais alguns segundo de vida. E mesmo assim não conseguia ver um filme da minha vida vida com todas as coisas boas que me aconteceram. Só conseguia pensar que eu morreria pelas mãos de um cara maluco que fingiu ser meu pai.

O mundo sumia ao meu redor, obliterando-se. Foi quando eu vi. Vi através do véu de confusão, dor e escuridão. Eathan. Ele aparecera rápido como um raio. A adaga fulgurante na sua mão afundou na clavícula do Mark, que imediatamente me soltou. Caí lânguida no chão de terra. Ouvi vagamente Eathan dizer algo, mas minha consciência escapava de mim e eu não conseguia entender nada. Um segundo depois Eathan ajoelhou ao meu lado, me puxando para si.

– Está tudo bem, Aly. Tudo bem. Eu estou com você. Vai dar tudo certo. - sussurrou ele com a boca encostada na minha orelha. - Eu te amo, Aly. Você é minha. E nada de ruim vai te acontecer, eu prometo.

Eu queria responder. Queria dizer-lhe que também o amava. Mas não podia. Meu corpo não me obedecia. Minha mente afundava cada vez mais em um mar de inconsciência.

– Aly... - foi a última coisa que ouvi.

____________________________________________

EATHAN

Uma torrente de emoções me corroía. A raiva, o medo, o desespero, o impulso, a ferocidade. Uma emoção se sobrepujando a outra.

Quando finalmente consegui derrotar todos os caídos com quem lutava fui procurar a Aly. Mas não a achei. Corri até o Mason e o ajudei a finalizar seus oponentes. Minha esperança era que ela estivesse com ele. Mas não estava. Encontramos Scarlet do outro lado da campina recolhendo algumas de suas flechas .

– Por favor, me diz que a Aly está com você. - disse-lhe desesperado.

– Não, não está. Alguns caídos a levaram. - contou Scarlet apontando para a casa no meio da campina.

– O quê?!

– Eu vi quando a pegaram, mas não pude ajuda-la.

– Merda! - gritei exasperado andando de um lado para o outro. - Merda!

– Vamos pega-la. - disse Mason com firmeza.

Em poucos segundos traçamos um plano. Mason e eu fomos para a porta da frente. Scarlet se posicionou atrás de uma árvore. Ela ia atirar uma flecha em alguém dentro da casa para servir como distração, depois correria para a porta dos fundos. Não vi quando ela lançou a flecha, mas ouvi o barulho da janela quebrando e a histeria de instalando na casa.

Contamos até três e arrombamos a porta. Separei um segundo para analisar tudo. Dois anjos caídos a poucos passos de nós. Alice no chão com Rael apontando-lhe uma arma. Mark, o pai da Alice, gritando. Outros caídos correndo para a porta dos fundos. Meio segundo. Plano. Ignorar os caídos, salvar a Aly. Matar o Rael. Meio segundo.

Passei correndo pelos caídos a minha frente deixando Mason encarregado de acabar com eles. Rael estava com medo. Eu temos era quase tangível. Eu corria na direção dele, e tudo que ele fazia era olhar. Estava apavorado. Parou de apontar a arma para a Alice e apontou-a para mim.S e eu fosse mais devagar ou se a distância fosse maior ele teria atirado. Mas ali naquele momento, ele não teve tempo.

Acertei um soco bem no meio do rosto do Rael. Coloquei tanta força no soco que sentia minha mão latejar. Ignorei. Caí sobre ele cobrindo-lhe se socos e mais socos. Seu sangue respingava em mim. Ele resmungava e protestava, lamuriando-se a cada golpe. Quando parei de bater mal dava para ver seu rosto. Em uma descrição rápida, ele estava péssimo. Peguei minha adaga presa ao cinto e posicionei-a na sua testa.

– Não tenha medo da morte, pois nela encontramos a vida. - e cravei-lhe a adaga.

Seu corpo estava inerte e mórbido sob o meu. Levantei-me e olhei ao redor, procurando a Alice. Ela não estava lá. Mason passando uns maus bocados com os caídos que enfrentava. Ouvi Scarlet xingar alguém a um cômodo de distância. Queria ajuda-los, mas precisava achar a Alice. Corri para fora da casa, dando a volta no lugar. E encontrei a Aly. Vi a cena de longe. Mark a estava enforcando com as próprias mãos.

Ele tinha um olhar psicótico vendo a própria filha morrer. E então eu entendi. Era ele o tal Destruidor. O caído que queria começar uma guerra contra os anjos era o Mark. Ele mandara o Rael matar a Aly e agora ele mesmo estava executando essa ordem.

Segundos. Era tudo que dispunha. Só precisei de dois segundos para chegar até o Mark e enfiar-lhe a adaga na clavícula. Ele soltou a Alice, que desabou sem forças no chão. Já com Mark no chão apoiei um joelho na sua barriga. Mirei seu coração com a adaga.

– Não tenha medo da morte, pois nela encontramos a vida. - disse mais uma vez. A adaga afundou em seu peito e quase instantaneamente a vida sumiu dos seus olhos.

Ajoelhei-me ao lado da Alice puxando-a para o meu colo e a abraçando. Ela estava com a respiração entrecortada e pesada. Seu rosto estava vermelho, o pescoço com a marca das mãos do Mark.

– Está tudo bem, Aly. Tudo bem. Eu estou com você. Vai dar tudo certo. - sussurrou ele com a boca encostada na minha orelha. - Eu te amo, Aly. Você é minha. E nada de ruim vai te acontecer, eu prometo.

Ela abriu a boca como se fosse dizer algo, mas nenhuma palavra saiu. Ela estava em choque. Havia passado por muita coisa.

– Aly... - suspirei. Sua expressão se suavizou e eu soube que ela havia desmaiado. - Eu sinto muito por tudo isso. De verdade.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando. Bjssss



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