O Anjo e o Fantasma escrita por Sara Ferreira


Capítulo 8
Masquerade


Notas iniciais do capítulo

mais um capitulo! finalmente o baile de mascaras!



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Tinha chegado o tão esperado dia do baile. Todos estavam andando apressados de um lado para outro, com vestidos, fantasias e mascaras ou ajudando a preparar o salão para a festa. Louise não tinha vestido de festa, mas ela não se importava muito. Iria com um vestido simples mesmo. Quanto a mascara, emprestaria uma de Erik, afinal ele tinha uma coleção delas.

Não haveria ensaio, e Louise decidiu ficar em seu quarto. Mas algumas batidas na porta se fizeram ouvir. Era madame Giry.

– ola Louise! O que faz aqui? Venha ajudar a arrumar o salão - falou a Sra. Giry.

A contragosto, Louise a seguiu.

– você tem acompanhante para o baile? - perguntou a mais velha.

– tenho sim

– você e sempre tão quieta, mas fico feliz em saber que conseguiu um acompanhante. E quem e?

– Erik - respondeu a garota, divertindo-se com a decepção de madame Giry.

– eu achei que você tinha resolvido conversar com alguém que não seja o Erik - falou Sra. Giry. Louise riu.

Quando chegaram ao salão, madame Giry mandou Louise ir ajudar com a decoração. Louise não gostava de ficar no meio de outras pessoas, mas fez o que lhe foi mandado. Ela passou a manha inteira lustrando candelabros substituindo velas já gastas por novas, e tudo o que dizia respeito à decoração. Quando o trabalho ficou pronto, Louise regressou ao seu quarto.

Ao entrar no quarto, Louise se deparou com um vestido preto, de um tecido nobre, e detalhes em dourado. Tinha também uma mascara preta também com detalhes em dourado, e algumas penas no lado esquerdo. E junto a tudo isso tinha um pequeno bilhete, com uma letra hesitante e feita de bastõezinhos, que dizia: isso e para você. Use-o no baile. Com carinho, F.Ó. Louise pôs o vestido. Cabia-lhe perfeitamente! Era o vestido mais lindo que ela já teve. Foi muita gentileza de Erik conseguir uma roupa para mim, pensou a menina.

Ela tomou um demorado banho, e pôs-se a se arrumar para a festa. Ela não conseguia arrumar o cabelo revolto, e decidiu-se por deixá-lo solto. Ao final ela olhou-se no espelho. Estava realmente bonita.

Louise passou tanto tempo ocupada em se preparar que quando viu à hora do baile já havia chegado. Ela foi ate o salão. As decorações que ela ajudara a fazer tinham ficado lindas. Já tinha muita gente presente, todos dançando, conversando animadamente, já um tanto alegres, culpa do vinho. Louise foi até um lugar mais afastado, onde não havia tanta gente.

Todos estavam dançando e cantando a música Masquerade, que tinha tudo a ver com o momento. Os diretores se gabavam em dizer que o Fantasma os deixara em paz. Velhos tolos, riu Louise, que sabia que logo Erik apareceria. Todos estavam se divertindo, mas a música foi interrompida, e uma figura vestida de vermelho entrou no salão. Todos pararam, e deram espaço para o homem de vermelho passar. E Louise alegrou-se ao ver que era Erik.

– por que o silencio? Sentiram falta de mim, bom messieurs? – começou Erik – eu compus uma ópera a vocês, aqui está a partitura acabada, Dom Juan Triunfante! – falou Erik, jogando a partitura para os diretores, e desembainhando uma espada – carinhosas saudações a todos vocês, mas tenho algumas instruções antes de os ensaios começarem.

Erik andou até Carlotta, com a espada apontada para ela.

– Carlotta deve aprender a atuar, invés de usar o truque de se empavonar pelo palco, e nosso Dom Juan deve perder peso, não é saudável para um homem na idade de Piangi – ordenou Erik – e os meus diretores devem aprender que o lugar deles é no escritório, e não nas artes.

O Fantasma andou até o meio do salão, como se estivesse indo em direção de Christine, que ali estava parada.

– e agora, a nossa estrela, que interpretará minha ópera – Christine era a Prima Donna agora, e todos os olhares se voltaram para ela, mas Erik mudou o caminho, e foi em direção a Louise.

– Louise fará sua estréia como Prima Donna – algumas exclamações de espanto se fizeram ouvir – é do conhecimento de todos o talento dela para a música, e digo-lhes que também tem talento para o teatro. Para o bem de vocês, não duvidem dela.

Erik voltou para o meio do salão, e com um revoar da capa, desapareceu em meio a labaredas vermelhas. Todos olhavam para Louise. Ela voltou para onde estava antes de Erik aparecer, longe dos olhares curiosos. Christine ainda estava pasma, não acreditava que não iria atuar. E estava ainda mais espantada por seu Anjo ter a ignorado.

Louise achou que Erik ficaria ali com ela, mas ele foi embora. Ela estava pensando em se retirar para o quarto, quando um homem se aproximou. Ele usava uma roupa toda preta, com alguns detalhes em vermelho, e uma máscara também preta.

– quer dançar senhorita? – falou ele estendendo a mão para ela. Louise reconheceu aquela voz.

– Erik! – falou ela segurando na mão entendida dele, e se levantando.

Eles misturaram-se com as outras pessoas que estavam dançando. Para a surpresa de Louise, Erik dançava maravilhosamente bem. Ele a conduzia com suavidade pelo salão. Algumas pessoas olhavam com curiosidade para eles, e se perguntavam quem seria aquele cavalheiro, que acompanhava aquela garota que não falava com ninguém. Mal sabiam eles, que era o próprio Fantasma da Ópera que estava ali.

A festa seguiu noite adentro, e só terminou lá pelas tantas da madrugada. Erik levou Louise para o terraço. Aquele lugar era o preferido deles, pois alem de uma maravilhosa vista, o lugar oferecia uma tranqüilidade.

– você ficou linda com esse vestido, Louise – falou Erik.

– obrigada – agradeceu ela, corando – você também esta bonito

Erik se considerava horrível, mas resolveu não contradizer Louise.

– quer dizer que eu vou contracenar com Piangi? – perguntou Louise.

– infelizmente sim – na estréia Erik iria representar Don Juan, mas isso era surpresa.

– sabe Erik, hoje eu passei a ter certeza de algo que estou sentindo há algum tempo – falou a garota.

– o que? – perguntou ele.

– eu... Te amo – falou ela, corando intensamente. Erik ficou estarrecido, era a primeira vez que aquelas palavras eram dirigidas a ele.

– serio? Louise, eu não sou digno de ser amado – falou Erik, mas foi interrompido por um beijo de Louise.

Erik logo correspondeu ao beijo, que logo se intensificou, e só foi interrompido quando lhes faltou ar.

– eu também te amo, Louise – falou Erik.

Uma lagrima de felicidade escapou dos olhos dele. Louise a enxugou. Erik sentia-se o homem mais feliz e realizado do mundo ao lado de Louise.


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