Louise agarrou-se a Erik durante a queda. Ela fechou os olhos e somente sentiu o ar passar rapidamente em torno deles, e aquela sensação de que o estomago esta afundando e o pulmão sendo contraído. Com um baque, eles aterrissaram na Casa do Lago.

– você esta bem Louise? - perguntou Erik preocupado.

– acho que sim - respondeu ela.

– nós temos que sair daqui, logo eles descerão até aqui.

– pra onde?

– eu tenho uma casa no interior da França, podemos ficar lá ate as coisas se resolverem. Você quer ir para lá comigo?

– sim- respondeu Louise. Depois daquela apresentação, tudo o que ela queria era ficar com Erik - preciso arrumar minhas malas

– não se preocupe com isso, suas malas estão ali - falou Erik apontando. Louise olhou, e suas malas estavam realmente ali.

– não acredito que você já fez as minhas malas! - falou ela rindo - e se eu não quisesse ir com você?

– daqui a pouco essa ópera vai estar em chamas, e você teria que sair rapidamente, e levaria sua mala não é?

– acho que sim - falou a garota rindo.

Erik pegou as malas de Louise, e outra mala que Louise supôs que fosse a dele. Ele pediu que ela o acompanhasse. Eles saíram da ópera, que como Erik havia falado, estava em chamas. Havia um cabriolé ali perto, e Erik e Louise subiram nele.

– será uma viagem longa, Louise. Eu sugiro que durma - falou Erik.

Louise aconchegou-se em Erik, e logo estava ressonando, e Erik acariciando os cabelos dela. Ele ainda sentia o gosto do beijo, que ela dera no final da apresentação. Isso vai deixar os franceses de queixo quando, pensou Erik. Ele nunca havia se sentido assim, feliz e amado. E agora não deixaria ninguém lhe tirar essa felicidade.

A paisagem foi mudando, as casas tornando mais raras, e substituídas por florestas e campos, à medida que eles afastavam-se da cidade. Apos um longo tempo andando por estradas de terra, a diligência parou em frente a uma casa de dois andares, com um imponente portão de ferro

– Louise, acorde. Nós chegamos - falou Erik suavemente para acordar a garota.

Louise levantou-se um pouco tonta, e Erik a ajudou a descer do cabriolé. Ele pegou as malas, e pagou o cocheiro. O fantasma pegou uma chave grande e de aparência antiga do bolso, e com ela abriu o portão.

– bem vinda ao seu novo lar, Louise.

– e linda! - exclamou a garota, encantada.

A casa tinha dois andares, e uma pequena torre, o que dava a ela uma aparência de um castelo. Havia um jardim com flores, e um caminho de pedra que ia da entrada ate a porta da casa. O dia estava quase amanhecendo, e o sol que estava aparecendo no horizonte ganhava tudo com uma luz alaranjada.

– eu projetei essa casa. Eu a fiz com o propósito de que se algum dia eu precisasse sair da ópera Populaire, eu teria para onde ir - contou Erik.

– mas e a Casa do Lago?

– eu não acho que eles irão destruí-la. Mas por precação eu já tirei todas as minhas coisas importantes de lá.

Ao terminar a frase, Erik abriu a porta para que Louise entrasse. Era uma sala, com vários candelabros, pinturas, e livros. Lembrava a Casa do Lago, embora não tivesse paredes de pedra bruta.

– e lindo aqui!

– fico feliz que tenha gostado. Vamos quero lhe mostrar seu quarto

Erik guiou Louise para andar de cima. Havia um longo corredor cm algumas portas. Erik abriu uma delas. Louise ficou encantada com o que viu. Era um quarto com paredes brancas, uma cama de dossel com lençóis azul escuro, tinha também um armário grande, e uma escrivaninha.

– esse e o quarto principal, e será seu.

– nem sei como lhe agraceder Erik - falou Louise, pondo-se nas pontas dos pés e o beijando.

Erik levou Louise para mostrar a ela o lado de fora da propriedade. Abraçando a garota pela cintura, o Fantasma a levou para fora. o terreno da casa era enorme. Do lado esquerdo, havia um estábulo, com dois cavalos. Louise encantou-se com eles. Erik arriou os cavalos, e ajudou Louise a montar em um deles. O fantasma mostrou a ela as pequenas plantações que ali havia, e apresentou os cridos que trabalhavam ali.

– esse é Giovane, e esta é Marie - falou ele cumprimentando um homem baixo com cabelos já grisalhos, e uma mulher loira e também baixa. - eles são de confiança, eu os conheço há muito tempo. Alem disso, são muito cuidadosos e se dedicam a tudo o que fazem - contou Erik.

Eles cavalgaram ate o fim da propriedade, que era dividida por um riacho que passava ali. Com a ajuda de Erik, Louise desceu do cavalo, e sentou-se na grama macia. Erik sentou-se junto a ela.

– o que você acha que ira acontecer com a ópera? - perguntou Louise.

– talvez eles a reformem - respondeu ele - enquanto isso creio que podemos viver com o dinheiro que tenho guardado. Afinal eu ganhava 20 mil francos por mês - riu ele.

Louise riu junto com ele. Ela era grata por tudo o que Erik fazia por ela. E a garota compensava isso dando todo o seu amor a ele, pois sabia que era exatamente isso que ele mais necessitava. Ele necessitava ser amado mais que dinheiro ou qualquer coisa. Como que para provar isso, Louise o abraçou, e beijou-o. Erik retribuiu o beijo com paixão.

– te amo Louise - falou ele

– também te amo Erik - respondeu Louise com outro beijo.

Erik nunca iria se cansar de ouvir aquelas palavras, ditas com sinceridade. Ele amava Louise como nunca havia amado alguém, e tinha plena certeza disso. Ele havia tomado uma decisão. Só faltava o consentimento de Louise.