Ctem - Homens de Branco escrita por Anna_Rosa


Capítulo 12
O Fofinho




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Era apenas mais uma típica tarde de outono, as folhas caiam amarelando o chão, o vento cortava os dias com sua melodia, enfim, era apenas mais um dia norma, ou pelo menos, era para ser.

-Não acredito nisso! – exclamou uma mulher morena – Você só pode estar brincando.

-Não estou Tati, - respondeu um moreno – é verdade!

-Por essa eu não esperava! – comentou ela chocada.

-E falando nisso, ai vem ela.

-Oi Raffiane! – cumprimento Tati animada.

Raffiane achou estranha aquela aglomeração de comensais e resolveu se aproximar.

-Esta acontecendo algo que não saiba? – perguntou Raffiane erguendo as sobrancelhas.

-Não!! – responderam vários deles.

-Então...

-Nós é que perguntamos. – disse Tati sorrindo maldosamente.

-É Raffiane, - disse uma moça ruiva – justo você, como ele conseguiu?

-Eu... – disse Raffiane confusa – eu não entendi.

-Ah, por favor! – falou Tati – Você e o Gregory estão juntos, ele beijou você ontem.

-Isso... isso é,... de onde?

-Ele mesmo que contou! – comentou um moço de pele escura.

-Isso não é da conta de vocês. – respondeu Raffiane saindo bufando da sala, pensando: “eu vou matar o Gregoryo”.

No entanto, o mais interessante foi que, mesmo a mulher virando o BOSB de cabeça pra baixo, não encontrou Gregoryo em lugar nenhum. Ela já havia desistido de procurar quando um garotinho moreno chamou sua atenção.

-O que pensa que esta fazendo Potter!?

-Hãn... O que! – disse Tiago assustado derrubando algo.

-Tiago! – exclamou a mulher olhando pela janela – Aquilo é tinta?

-Nem era pra acertar eles, a culpa foi sua.

-Minha culpa? Você vai limpar aquilo, – disse ela apontando o estrago que a tinta havia feito no chão e em alguns comensais – e pedir desculpas.

-Pelo que? – indagou o menino indignado – A culpa foi sua...

-Ora Potter, onde achou a tinta?

-No porão – respondeu Tiago com cara inocente – ou acha que só você vai lá.

-COMO?? – gritou ela.

-Ora, achou que ninguém você e o G...

-CALADO! – repreendeu Raffiane – Se você pensar em repetir isso...

Mas um grito familiar seguido de um chingamento fez Raffiane e Tiago olharem pela janela. Gregoryo havia escorregado de costas na tinta.

-GREGORYO RAULD!!!! – berrou Raffiane saindo correndo em direção a entrada.

Gregoryo, ainda caído no chão, fez sinal a Tiago, perguntando o que estava acontecendo, o menino sorriu e teatralmente encenou alguém sendo decapitado.

-Você é um idiota! – gritou Raffiane – Ande, levante daí e venha comigo.

O homem levantou e a seguiu até a beira do rio que cortava os terrenos do BOSB, onde estavam longe de todos os olhares e pessoas.

-Como se atreveu! – começou Raffiane.

-Do que estamos falando? – questionou Gregoryo.

-Não se faça de bobo, você foi correndo contar pra todo mundo que me beijou!

-Contei só pro Luis, depois pro Rafael e ai pro Lucas. Ah, e comentei com a Narissa.

-O Tiago viu.

-O que? – disse Gregoryo, sua fisionomia estava seria, mas foi se tornando divertida aos poucos - Por mim tudo bem, eu nunca escondi de ninguém, acho até bom que todos fiquem sabendo...

PLAFT!!!!

Raffiane deu um tapa no rosto de Gregoryo com tanta força, que suas mãos ficaram marcadas no rosto do homem.

-Eu não sou mais uma pra sua lista, entendeu!

 

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

 

-Louca, é claro, só pode ser isso! – dizia Gregoryo quinze minutos mais tarde, esfregando o rosto ainda marcado, com tanta raiva que nem reparou na porta que abria.

-Precisa de alguma coisa? – perguntou Anna baixando o livro que lia na escrivaninha.

-Anna!! – exclamou Gregoryo surpreso – O que esta fazendo aqui?

-Esse quarto é meu. – respondeu ela observando o homem.

-Seu? – disse ele olhando em volta, e dando um tapa na testa – É claro que é seu!

-O que houve em seu rosto? – perguntou ela seria – Brigou com a Raffiane outra vez.

-É ela brigou comigo, mas ela te conta mais tarde, acho...

Dizendo isso saiu do quarto muito vermelho, assim que ele fechou a porta, Raffiane pegou no trinco o encarando com uma cara muito feia.

-Raffiane, esse é o quarto da... – tentou avisar Gregoryo, mas a mulher simplesmente bateu a porta na cara dele.

-Oi Raffiane. – disse Anna sem tirar os olhos do livro.

-Mãe! – disse ela observando assustada o quarto – eu... quarto errado, já vou indo...

-Não – disse Anna ainda sem tirar os olhos do livro – pode ficar, Gregoryo disse que você quer me contar uma coisa.

-Hum... bom, o Gregoryo me beijou!

Anna baixou o livro e encarou Raffiane

-Eu sei – disse Raffiane – disse que nunca mais...

-Sei, mas foi por isso que bateu nele?

-Não, bati por que ele espalhou pra todo mundo. Eu odeio ele!

-Vou fazer de conta que acredito, até porque eu não te conheço nem um pouquinho mesmo.

-Não está brava comigo?

-Depende – disse Anna com um sorriso meigo – por causa do Gregoryo não, mas por fazer de conta que fiquei louca, talvez.

-Ah mãe – disse Raffiane sentando ao lado de Anna – Sabe que eu não te acho louca, só não queria contar nada pra eles.

Anna sorriu e Raffiane começou a contar animadamente o ocorrido.

 

* * * * * * * * * * * * * * * * * *

 

 Na manhã seguinte Gregoryo estava mais ranzinza do que nunca, reclamando de tudo e falando sozinho pelos corredores.

-O que será que ele tem? – perguntou Rosa à mesa do café da manhã.

-Que?! – exclamou Tiago – Vocês não sabem?

Os outros fizeram que não com a cabeça, Tiago chegou mais perto deles e falou rapidamente, aproveitando que estavam sozinhos.

-è que o Gregoryo contou pra todo mundo que agarrou a Raffiane no porão, ai ela bateu nele.

-O que? – exclamou Lily – Ele agarrou ela?

-Shhh! – disse Tiago – É agarrou, e ela deixou, eu ate tirei foto, AI!

Hugo havia chutado o primo para que vinha entrando alguém. O casal que entrou encarou as crianças, e sentaram-se no outro estremo da mesa, os meninos levantaram, ainda sendo observados pela dupla, e seguiram para o jardim.

-Por que ninguém me contou? – questionou Lily indignada, na verdade ela era a única que ainda não sabia da história, Rosa havia contado o ocorrido à Hugo.

-Não contei pra ninguém – disse Tiago – só to falando agora.

-Mas assim – perguntou Lily enquanto os outros se sentavam em baixo de uma arvore enorme –, foi romântico, ele se declarou pra ela? Deu flores?

-Ai Lily! – disse Tiago rolando os olhos – Isso é coisa pra se fazer em um pedido de casamento.

-Mas, - disse Lily – se ele não se declarou e não deu flores, o que ele fez?

-Agarrou ela né Lilyan!! – exclamou Tiago fazendo Hugo rir da expressão da prima – E sim, ela retribuiu, agarrou ele também.

-Não foi tão assim Tiago – disse Rosa subindo na árvore e sentando em um galho.

-Como sabe – disse Tiago – se num tava lá!

-Tava sim –disse Alvo – A gente também viu tá!

-Que droga! – exclamou Tiago se largando no chão – Por que eu não podia ser único.

-Por que você aumenta os fatos caro irmão – respondeu Alvo.

-Então Al – disse Lily enquanto Tiago emburrava a cara – conta como foi.

-Ele disse umas baboseiras pra ela...

-Tipo o que? – quis saber a menina

-Que ela tinha olhos lindos – respondeu Rosa –, que ele a amava desde sempre, essas coisas.

-Que romântico! – disse Lily com os olhos brilhando

-Que seja – continuou Alvo –, ai ele beijou ela e ela deixou. Foi isso.

-Você é um estraga prazeres – disse Tiago – podia ter deixado eu contar do meu jeito, mas não...

-Contar o que Tiago? – perguntou Gregoryo surgindo do nada

-Nada!! – exclamaram os cinco

-Estavam falando de mim é?

-Claro que não! – disseram os cinco

-Sei!

-O que faz o senhor pensar que estávamos falando do senhor? – disse Rosa com cara de anjo

-Perguntem ao Tiago – disse o homem observando o menino que olhava para os lados como se “Tiago” não fosse ele.

-O que trouxe o senhor aqui? – perguntou Hugo

-Bom, – começou ele – como devem ter reparado, eu e a Raffiane brigamos – as crianças trocaram um olhar e Tiago deixou escapar um ‘por que será’,o que fez o homem fechar a cara -. Continuando, queria saber a opinião de vocês, o que acham de eu convidar ela pra jantar?

-Sim!!! – disse Lily

-Acho que não é uma boa... – disse Hugo

-Isso – disse Tiago sendo apoiado por Alvo – convida e ela te bate de novo!

-Depende do jantar – disse Rosa.

-Nossa! – disse Gregoryo atordoado com as respostas que vieram todas ao mesmo tempo – Como vocês são bons em dar conselho. – com isso saiu em direção a casa, virando-se no caminho – Desça dessa árvore Rosa, antes que você caia.

A ruiva fez cara de desentendida enquanto Tiago cochichou algo como: “Até parece que a culpa é nossa dele ter apanhado.”

-Eu ouvi isso Potter! – gritou Gregoryo – Devia ter mais cuidado com o que fala, pro seu próprio bem. – e voltou sua caminhada para o BOSB, deixando um Tiago perplexo para trás.

-Uuu... – disse Hugo – Senti um tom de ameaça nisso.

Tiago se conteve em mostrar a língua ao primo.

 

*********************************

 

-Posso entrar? – disse Gregoryo abrindo a porta do quarto de Raffiane.

-Não! – respondeu a mulher – Mas você já entrou.

-É já... – disse ele sem graça – Mas, bom, eu vim te convidar pra jantar.

-Como? – questionou ela levantando do sofá – Jantar? Depois de tudo, mas nem...

-Calma! – disse Gregoryo vendo que os meninos tinham razão – Não só nós dois, o Luis, a Ketlin, a Anna e Narissa também.

-Onde? – perguntou ela friamente

-No ‘Varinha de Mármore’- disse ele vendo um meio sorriso se formar no rosto dela.

-Mas é muito difícil conseguir uma reserva lá... – falou Raffiane parecendo aceitar o convite.

-É, é sim – respondeu Gregoryo – mas eu já tenho uma reserva, pra hoje à noite.

-HOJE! – exclamou ela – Mas eu nem... meu cabelo... com que roupa... Tá bem, a gente vai!

Gregoryo sorriu vitorioso e permaneceu, por um momento, encostado à parede, observando Raffiane abrir as varias portas do guarda-roupa e começar a procurar a roupa certa. Ele já ia saindo quando ela falou:

-Você já tinha falado com todo mundo né? Já estava tudo certo?

-É claro! – respondeu ele – Só esperávamos pela sua resposta.

A mulher sorriu empolgada e voltou-se para as roupas por um momento

-Gregoryo! – chamou ela antes que ele fechasse a porta – Arrume aqueles pirralhos direito, quero causar uma boa impressão.

Por essa ele realmente não esperava, mas seria legal dar aquela noticia as crianças. Entretanto, havia coisas mais importantes a se fazer: convencer os outros a aceitar o convite.

 

**************************

 

-Num acham que essa casa está quieta de mais? – perguntou Lily enquanto jogava Snap explosivo com Tiago.

-Quieta de mais! – concordou Hugo pulando da árvore em que brincava com Alvo e Rosa – Que será que estão fazendo?

-Do jeito que são desocupados – disse Alvo rindo – Nada!

-É – concordou Rosa ficando de ponta cabeça em galho alto da árvore – devem... ahhhh! – algo havia puxado a menina, a fazendo cair.

-Eu disse que ia cair dessa árvore. – falou Gregoryo rindo com a ruivinha nos braços.

-Eu não cai! – respondeu a menina cruzando os braços enquanto os outros riam – O senhor me derrubou.

-Os cinco, já pra dentro! – disse o homem colocando a ruivinha no chão.

-Por quê? – quis saber Tiago – Ainda ta claro, olha.

-Eu sei, - disse Gregoryo, o sorriso aumentando em seu rosto – é que vocês precisam se arrumar.

-Arrumar?! – exclamou Hugo – Pra que?

-Vocês vão m um jantar com a gente.

-Jantar?!

-É, – disse o homem com sarcasmo – um momento em que sentamos à mesa durante a noite para comer.

-Sabemos o que é um jantar.

-Quando o senhor diz “a gente” se refere a quem?

-Nós – respondeu ele – eu, vocês, a Raffiane, a Anna, o Luis e a Narissa. Andem vocês duas, a..., bom, não vou estragar a surpresa subam, os três venham comigo.

As crianças trocaram um olhar desconfiado, mas obedeceram, ate porque, não tinham opção.

-Por que temos que nos arrumar? – questionou Rosa perto do quarto – Ninguém vai mexer no meu cabelo!

-Larga de ser chata – disse Lily abrindo a porta – Vai ser di... vertido.

-Esquece o cabelo – disse Rosa olhando o monte de maquiagem e produtos de beleza – contanto que aquilo fique longe de mim!

-Que bobeira Rosa – disse Raffiane, agora com cabelos lisos – aquilo é o que te deixa mais bonita.

-Não quero ficar mais bonita! – respondeu a ruivinha.

-Ah, mais eu quero! – disse Lily mexendo nas maquiagens – Eu posso pegar qualquer coisa?

-Não exatamente, eu vou arrumar você, - e virando para Rosa – minha ta te esperando no quarto.

A menina sorriu aliviada, e saiu do quarto.

 

             * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

 

Uma hora mais tarde Gregoryo já estava impaciente na sala, ao lado de um Luis muito calmo.

-Gregoryo, sente e se acalme – disse Luis – ela já não disse que ia. E você Weasley, nem pense em fazer isso e sujar essa roupa.

Hugo que se preparava para sentar no chão encarou Luis assustado e optou pelo sofá. Todos os presentes na pequena sala estavam muito bem vestidos, usando terno e gravata. Luis usava um terno preto, com camisa branca e gravata escura, Gregoryo estava com um terno azul marinho, muito elegante, camisa verde pastel e gravata clara, Tiago estava de cinza chumbo, seus cabelos rebeldes quase domados, a camisa azul clarinha e gravata escura, Alvo usava terno verde garrafa, o que realçava seus olhos verdes, a camisa era branca e a gravata clara e Hugo usava um terno mais claro, cinza com gravata quase da mesma cor e uma camisa amarela clara.

Gregoryo já estava quase indo atrás de Raffiane quando ela e as outras apareceram na porta, todas também bem vestidas, Raffiane usava um vestido longo, prata, com decote comportado e uma echarpe por cima, cabelos soltos e sapatos altos, Anna usava um vestido azul claro, sapato baixo e um casaquinho da cor do vestido, o cabelo quase todo solto, Narissa usava um vestido no joelho, amarelo, sapatos altos e um rabo de cavalo, Lily estava com um vestido semi-rodado, cor-de-rosa com florzinhas no babado, sapato de salto anabela e alguns cachos no cabelo enfeitado com uma tiara, e Rosa usava um vestido rodado, verdinho claro com estrelinhas na alça e no babado, um casaquinho de lã branca por cima,sapatinho de boneca e meia calça, o cabelo todo cacheado com dois cachos presos com uma fita verde.

-Vamos? – perguntou Raffiane dando o braço à Gregoryo.

O Varinha de Mármore era lindo, exibia um jardim bem cuidado, espaço amplo, piso azulejado, paredes em tons claros, mesas grandes e ornamentadas. Enfim, ninguém podia negar, Gregoryo tinha bom gosto, e quanto à comida servida no local, essa era deliciosa, entretanto, por ser um local refinado o homem comeu muito pouco. A noite parecia perfeita, ate Gregoryo, na volta ao BOSB afirmar:

-To morrendo de fome, num comi quase nada!

-Eu não acredito – disse Raffiane – jantamos no Varinha de Mármore e você não come direito!

-Fiquei com vergonha, tava todo mundo comendo pouco.

-O Gregoryo tem razão – disse Narissa – eu também to com fome.

-Ah! Só vocês mesmo! – exclamou Raffiane indignada.

Luis ria descaradamente com a cena quando Rosa puxou a manga de seu paletó, o homem encarou a ruivinha, os outros quatro sorriam com um brilho nos olhos, ele se abaixou para ficar da altura da menina que cochichou algo em seu ouvido.

-Quer que eu o que?! –Exclamou ele ficando em pé rapidamente.

-Shhhhhh! – fez Tiago – Não grita!

-É – disse Hugo risonho – pede vai, o senhor é esperto, forte, inteligente, corajoso e também, o senhor vai gostar de lá.

-Por favor... – disse Alvo com cara de suplica.

-Tá, mas vão ficar me devendo essa! – respondeu Luis – Ei, vocês três, tem uma lanchonete mais a frente, o que acham de irmos ate lá?

Os três olharam desconfiados para Luis, mas foi Anna quem respondeu.

-Acho que é uma ótima idéia, fica muito longe?

-Não! – disse Tiago – É logo ali, olha.

O menino apontava para um letreiro meio apagado onde se podia ler: “Fofinho”. O lugar nem de longe tinha a beleza do Varinha de Mármore, mas era aconchegante e quentinho, haviam varias lareiras espalhadas pelo cômodo, suas mesinhas de madeira antiga e polida com as cadeiras estofadas e o piso de madeira, davam ao local um ar antigo, mágico, um ambiente totalmente bruxo.

-Que lugar engraçadinho! – disse Narissa ao entrarem na lanchonete

-E tem um sonho maravilhoso, – disse Lily – vamos sentar mais lá no fundo.

-Isso, - disse Luis esfregando as mãos – perto das lareiras.

-E do chocolate – disseram Alvo e Rosa rindo.

Ainda era cedo, mas o local já estava quase vazio, o pequeno grupo se acomodou em uma mesa espaçosa entre duas lareiras.

-O que desejam? – perguntou uma jovem muito bonita a quem Raffiane olhou com cara feia.

-Um sonho médio de chocolate e creme. – disse Tiago ao que Hugo concordou com a cabeça

-Eu quero um pequeno – disse Lily – de creme coberto com chocolate e granulado.

-E um médio – disse Alvo – de chocolate branco e brigadeiro coberto com chocolate e muito confete.

-Nos kits infantis? – perguntou a jovem anotando o pedido, eles concordaram – E os senhores?

-Uma porção de mini sonhos de chocolate e creme, – disse Anna – um grande de doce- de- leite, um pequeno de creme e... Gregoryo?

-Eu quero um super, de creme, chocolate e brigadeiro, com muito granulado e também um pouco de confete.

-Um super?! – exclamou Rosa, sendo acompanhada pelo olhar abobalhado de Hugo – o senhor tem certeza?

-É claro Rosinha, - respondeu o homem – eu to com fome.

-Mas o super – disse Hugo, Tiago apenas ria – é tipo, super!

-Não me interessa, pode anotar um super, moça.

As crianças ainda tinham um olhar pasmo, quando uma bandeja flutuante fez seus olhinhos brilharem.

-Chocolate!! – disse Alvo radiante

-Como? – questionou Narissa ao ver a bandeja se aproximar

-Elfos! – disse Luis com simplicidade – Ouvi dizer que o chocolate é feito aqui mesmo por eles.

-É sim – respondeu Lily – e são muito bons.

-Desejam um chocolate senhores? – perguntou o Elfo

-Sim!! – disseram as crianças atacando a bandeja, seguidas pelos adultos – Obrigado!

Momentos depois a moça chegou com os sonhos, e foi nessa hora que toda a atenção se voltou para a mesa deles, o sonho do Gregoryo precisou ser trazido por outro funcionário, pois tinha o tamanho de uma forma de bolo grande.

-E... esse ai é o meu? – perguntou ele muito vermelho, Raffiane o fuzilava com o olhar.

-Sim senhor, se não conseguir come-lo, nós embalamos para viagem!

Gregoryo fez um grunhido indistinguível, o que a jovem entendeu como um sim sorriu e saiu.

- Ei, Gregoryo! – chamou Luis – Aposto que não consegue comer o sonho todo.

-É claro que consigo – respondeu o mais jovem – eu to com fome.

-Então aposta! – provocou Luis

-Ok! – aceitou Gregoryo se ajeitando na mesa – O que você quiser.

-Certo, se você perder arruma toda a bagunça dos pirralhinhos que estão no meu quarto, e limpa o jardim durante a semana toda.

-Feito, – disse Gregoryo apertando a mão de Luis – e se eu ganhar?  

- Depois pensamos nisso! – disse Luis sorrindo vitorioso.

As crianças se divertiam mostrando à Anna os brinquedos que vieram nos kits, Narissa conversava animadamente com Raffiane que volta e meia encarava Gregoryo, Luis o observava divertido.

-Troca comigo Tiago? – pedia Alvo ao irmão – Por favor, você nem gosta tanto assim de dragões!

-Gosto sim, além do mais, eu já tenho um pomo de ouro.

-Mas Tiago...

-Eu troco Al – disse Hugo brincando com seu bonequinho que voava de verdade – mas tem que ser no BOSB.

-Valeu Hugo! – agradeceu Alvo – viu Rosinha, agora vamos poder brincar com seu amasso, meu futuro dragão e o pufuso da Lily, se ela deixar é claro.

-Nem vem – respondeu Lily – esse pufoso vai pra minha coleção.

-Desisto! – disse Gregoryo encostando-se à cadeira – Não vai mais, você venceu Luis.

-Venceu o que? – perguntou Raffiane desconfiada

-Nada não Raffiane... – disse Luis sorrido maldosamente

-Eu não quero mais... – disse Gregoryo com cara de choro, metade do sonho ainda no prato – eu vou lá pagar!

-Deixa que a gente paga – disse Hugo sorrindo – o senhor já pagou o jantar.

-Ta maluco menino! – exclamou Raffiane

-Não – respondeu Tiago – nós só queremos pagar, anda Rosinha, vai lá pagar.

A menina olhou indignada para o primo, mas levantou e foi em direção ao caixa, Gregoryo acompanhou a ruivinha, afinal precisava pedir para a moça embalar seu sonho para a viagem.

-Porque mandou sua prima pagar Tiago? – perguntou Anna intrigada

-É que o dinheiro todo está com ela...

-Ele está... dando mole... para aquele... atirada!! – exclamou Raffiane fazendo pausas entre as palavras – Eu vou ate lá!

Anna, Narissa, Luis e as crianças observaram Raffiane ir ate o caixa.

-Demora tanto assim para pagar Gregoryo? – perguntou ela sinicamente

-Então Rosa – perguntou a moça – essa mulher é sua...?

-Tia! – respondeu Rosa categórica

-Tia? – exclamou Raffiane surpresa, a menina lhe lançou um olhar típico de uma Weasley – Cla... claro, tia!

-Mas suas tias... eu nunca vi vocês...

-Ah, é que ela é uma tia mais distante...

-Aqui! – disse Gregoryo entregando o troco à menina – Seu troco, vamos?

-Então é o senhor mesmo quem faz as poções, e elas funcionam bem? – perguntou a moça

-Claro, funcionam perfeitamente. Se quiser posso fazer uma pra você, é só escolher a cor...

-Não, obrigado, meu marido é um excelente possionista!

-Vamos pra casa! – disse Luis empurrando Gregoryo, Raffiane parecia que ia cuspir fogo como o dragão de Tiago.

-Eu te odeio Gregoryo! – Raffiane praticamente gritou no caminho de casa

-É então porque ta morrendo de ciúmes? – perguntou ele com um enorme sorriso

-Ahhhhrr! Não me enche! – disse ela, mas sorriu pra ele

Gregoryo correspondeu o sorriso e continuou andando ao seu lado, os mais velhos rolaram os olhos.

-Vocês precisam de um psiquiatra! – exclamou Alvo

-Psiquiatra cuida de loucos seu bobo – disse Hugo – eles precisam de um psicólogo!

-Ou dos dois! – disse Rosa sorrindo

E assim, eles seguiram pela noite fria, tranqüilos, sem imaginar as confusões que ainda os aguardavam.


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Notas finais do capítulo

Olha eu aqui de novo...
Desculpem a demora - e que demora - para postar esse capítulo, a culpa é da minha escola!! Brincadeira, um pouco é, mas eu tava ajeitando uma fic, do Harry Potter tambem, que vai virar teatro...
Enfim, espero que gostem, ficou bem grande...
Comentem, poooor favoooor!!



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