I know I'm not the only one – Harmione

Part 1 de 3

“Você e eu fizemos um voto

Na alegria e na tristeza

Eu não posso acreditar que você me decepcionou

Mas a prova está no jeito como isso dói”

Quando a Guerra finalmente acabou,  todos achavam que suas vidas iriam,  finalmente,  tomar um rumo e que a paz finalmente iria acontecer.  Isto,  de fato aconteceu.  Pelo menos por algum tempo.  Logo novos problemas surgiram,  depois das festas e casamentos os arrependimentos surgiram e a personalidade,  juntamente a sanidade de Harry,  foi questionada por sua fiel esposa.

Hermione Granger,  a sabe tudo de Hogwarts,  contrariou a todos quando subiu ao altar ao lado de Potter e não de Weasley como todos imaginavam.  Eles viveram muito feliz nos primeiros dois anos mas depois de inúmeras tentativas da Granger de engravidar falhar,  Harry acabou mudando completamente.

Começou com algumas bebidas depois do trabalho,  depois alguns atrasos importantes e visitas constantes a casas noturnas e boates.  Logo as agressões verbais vieram.  Ele a culpava de tudo que acontecia na sua vida,  da guerra até as mortes.

Quando estavam em público,  ele aparentava ser como sempre.  A forçava a toca–lo mas jamais ela podia fazer isso sem permissão.  Todos que os olhavam questionavam sobre um possível herdeiro mas ele sempre se esquivava alegando ser muito cedo.  Harry queria controlar tudo e a todos.  Cada passo de sua esposa tinha que ser feito com ele e para ele.  Até mesmo largar o emprego ele a obrigou.

Essa era mais uma das noites em que Harry chegava completamente bêbado e cheirando a perfume barato de mulher.  Hermione estava no banho quando ouviu a porta do quarto bater.

Ela não gostava do rumo de seu casamento porém ela amava–o e antes de tudo ela era a melhor amiga dele.  Se não havia o abandonado na Guerra aonde milhares de vidas estavam em jogo,  não iria abandona–lo agora aonde o principal envolvido era ele e ela.

Devagar,  Hermione se secou e enrrolou–se no seu robe vermelho,  presente da família Weasley,  e saiu para o quarto aonde Potter já se encontrava na cama com suas roupas de trabalho ainda no corpo.  Ele estava na posição de quem havia acabado de se atirar e como caiu na cama ficou.

Chegava a ser estranho.

O grande Potter,  o Eleito,  bêbado e virado em um nada.  Entregou todos seus atos heróicos a uma garrafa de Uísque e afogou as mágoas na vagina de uma qualquer.

Quanto heroísmo.

—Tire os sapatos,  ao menos.  –Falou Hermione indo até o closet aonde vestiu seu pijama.  Hermione retornou ao quarto e para sua surpresa Harry já estava no banho.  Normalmente ele não costuma ir para o banho antes de pelo menos discutir com sua esposa.  Uma mania estranha,  porém,  algo rotineiro.

Harry saiu do banho apenas com uma toalha na cintura.  Seu peito estava arranhado e mesmo depois do banho Hermione ainda podia sentir a loção barata de uma qualquer.  Granger,  por sua vez,  estava deitada na sua parte da cama,  tapada as pernas e lendo um livro trouxa cuja a escritora era simplesmente a favorita da castanha.

—Sabe,  meu dia foi muito bom hoje.  –Harry falou enquanto se vestia e Hermione apenas murmurou algo virando a página de seu livro.  –Alguém ligou procurando por mim? –Questionou ele se sentando ao lado de Hermione na cama.

—Não sei,  não havia nenhuma ligação perdida quando voltei.

—Saiu hoje? –Perguntou ele e ela o ignorou.  Seu livro estava na parte do clímax.  –Granger, eu te fiz uma pergunta.  –Falou depois de um tempo.  Novamente ela não respondeu e logo ela sentiu seu livro sendo arrancado de si.

—Qual o seu problema,  Potter? –Perguntou ela se levantando e buscando seu livro que ele havia atirado longe.

—Eu te fiz uma pergunta!

—Sim eu sai,  havia combinado de almoçar com Ronald . –Respondeu com a voz mais calma que pode enquanto guardava o livro no criado mudo voltando para a cama em seguida.

—Já disse que não quero você com o Weasley.  –Ele disse e ela o encarou.

—Ele é nosso melhor amigo e nosso padrinho de casamento. –Apontou.

—Não confio nele.

Potter estava tão mudado que não confiava mais em ninguém,  nem mesmo em Ronald cujo nunca o havia abandonado nem dado motivo de desconfiança.  Ronald era o melhor amigo de Harry assim como de Hermione,  não havia fundação para nenhum argumento que Harry ousasse usar.  

Não só Ronald foi afastado de Harry e consequentemente de Hermione.  Várias pessoas que conviveram desde sempre com o casal agora eram,  praticamente,  ignorados e proibidos de chegar perto dos mesmos.  Segundo Harry,  todos ali tinham inveja dele e possivelmente queriam a sua queda.

Sim, o poder subiu a cabeça de Potter.

“Durante meses a fio eu tive minhas dúvidas

Negando toda lágrima

Eu queria que isso tivesse acabado

Mas eu sei que ainda preciso de você aqui”

—Eu não te reconheço mais.  –Falou Hermione quando Potter começou a beijar seu pescoço.  Sem clima nenhum,  ele pôs as mãos nela acariciando–a.  Logo ele já estava tirando a roupa dela com carinhos meio bruscos.

—Sabe Hermione,  eu ainda quero aquele filho.  –Ele disse quando ambos já estava nús em meio a penetração.  –Mas só quero ele se você for a mãe.  –Completou dando um beijo carinhoso na testa de Hermione seguida por um carinho na bochecha da castanha.

E Hermione sorriu.

Ela tinha que aproveitar os poucos momentos em que o Harry antigo aparecia.  Era esses momentos que a fazia continuar ao lado do moreno.

Na manhã seguinte,  assim como todas as outras,  Harry acordava sozinho.  Hermione já estava de pé preparando o café e ele apenas se vestia e seguia para a cozinha.  Ligava a tv e tranquilamente bebia seu café lendo o jornal.  Todos os dias eram assim, u m ciclo que nunca era quebrado.

Nunca foi quebrado.

Até aquela manhã.

Harry acordou sozinho,  como de costume,  mas diferente dos outros dias,  a casa estava totalmente vazia.  Fazia cerca de três meses que ele não tocava Hermione e de certa forma,  a castanha estava feliz com isso.  Potter procurou Hermione por todo lado e quando constatou estar sozinho na casa , ele surtou.  Ligou para todos os conhecidos após não conseguir entrar em contato com a Granger.  Todos ficaram alvoroçados.  Hermione não eram de fazer isso,  sumir sem deixar um bilhete ou avisar alguém.

Após umas três horas,  Hermione adentrou na casa sorridente e se espantou ao encontrar Harry junto aos Weasleys reunidos na sala.

—O que que está acontecendo aqui? –Perguntou ela assustada.  Potter assim que a viu a olhou como se fosse a matar ali mesmo,  na frente de todos.

—Aonde você estava,  Granger ?–Questionou ele se levantando e indo em direção a elas.  Ao ver as sacolas de compras em sua mão ele riu . –Estávamos aqui,  completamente surtados pelo seu desaparecimento e você estava fazendo compras?!

—Harry eu…–Hermione sorriu e então olhou para os Weasleys. –Eu não quero soar grossa mas,  precisamos de privacidade sobre esse assunto.  Ligo para vocês amanhã.  –Os Weasleys acentiram e se despediram.  Já sabiam que o casal iria discutir,  já sabia que Harry iria se tornar violento porém sabiam que se ficassem iria ser bem pior.

Para Hermione.

Hermione suspirou e subiu para o quarto largando as sacolas de compras por cima da poltrona e sentando na cama retirando seus sapatos.

—Aonde estava Granger?–Perguntou Potter entrando no quarto.

—Fui ao médico.

—Mentirosa!

“Você diz que eu sou louco

Pois não tem ideia de que eu sei o que você fez

Mas quando você me chama de 'amor'

Eu sei que não sou o único”

—Perdão?–Questionou ela se levantando.  O que ele estava insinuando?

—Acha que eu não sei das coisas? Não sou estúpido! Sei que está tendo um caso com alguém e estava com ele hoje, não estava?!–Gritou Potter assustando Hermione que teve que piscar algumas vezes para processar o que estava acontecendo ali.

Decidida a não entrar em uma discussão,  Hermione apenas o lançou um olhar para Potter e se direcionou ao seu closet.  Logo ela sentiu a presença do marido no local.

—Posso saber pelo menos quem é ele? –Questionou Harry massageando os ombros de Hermione.  Ironicamente,  ela já havia perguntado isso a ele mas depois de um tempo,  e de perfumes diferentes,  notou que seria inútil, cada dia era uma diferente.  –Posso saber se ele é melhor que eu na cama?

—Eu não estou tendo um caso com ninguém. –Falou ela de forma decidida e logo foi virada ficando cara–a–cara com Harry que sorriu de canto.

Um sorriso um tanto sujo que não combinava com as feições do rapaz.

—Fui ao médico hoje. –Repetiu ela e Harry se curvou pressionando os lábios no pescoço da castanha e abrindo os botões da camisa social preta que ela usava.  –A notícia que trago são boas.

—Boas? Posso pensar em mil coisas muito mais boas do que notícias de um médico. –Ele disse assim que a camisa dela caiu de seus ombros.

—Nós conseguimos Harry, há um pequeno Potter crescendo em mim.  –Ela disse e Harry a olhou espantado se afastando um pouco da castanha que sorria.  –Nas sacolas há algumas roupinhas que não me contive e tive que comprar.  Eu sei que é muito cedo para definir o sexo mas. . .

—Tem certeza que está grávida?–Perguntou ele e ela acentiu sorrindo nem se importando de ter sido interrompida.

Harry soltou o ar pelo nariz e virou–se de costas passando a mão pelos cabelos pretos e desgranhados.  Por um momento Hermione pode ver a exitação passar nos lindos olhos verdes do homem.

Afinal, ele queria esse filho, não queria?

“Você tem estado tão indisponível

Agora,  infelizmente,  eu sei porquê

Seu coração é inalcançável

Mesmo assim,  o Senhor sabe que você possui o meu”