Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!! Desculpem a demora, acontece que os últimos dias foram corridos... Mas enfim o capítulo saiu e eu espero que vocês não esqueçam de comentar!! É só um minutinho a mais gasto por uma coisa muito importante pra mim!!
Boa leitura!! =D



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– John?! - Surpreendeu-se Cobra.

– Ricardo... - Concluiu John.

– Cobra?! - Assustou-se Jade. - O que você tá fazendo aqui?

O lutador estava paralisado. Ela... Ela tá... Não. Não pode ser.

Já a bailarina sabia o que iria acontecer. Ele iria se fazer de um coitado arrependido, iria dizer algumas palavras fofas e a chamaria de "minha dama", fazendo com que ela se derretesse por inteira, se esquecesse dos motivos do término e voltasse correndo para os seus braços musculosos. Aquilo só não aconteceria se ela tomasse uma atitude. E foi isso que ela resolveu fazer.

Sem aviso prévio, ela se posicionou ao lado do John e envolveu o pescoço dele com um dos braços, fingindo uma intimidade própria de casais. Automaticamente e um pouco confuso, o bailarino enlaçou a cintura da morena com um dos braços enquanto continuava com o outro na porta, aumentando ainda mais o romantismo da cena.

Cobra ficou ainda mais surpreso. Primeiro, sentiu o sangue ferver. Depois, sentiu uma vontade incontrolável de socar a cara daquele britânico metido a besta e dizer, em alto e bom tom, que ninguém além dele tinha o direito de ficar naquela posição com a Jade. Por fim, caiu em si e se sentiu um perfeito idiota. Aquela cena era ridícula e ele estava fazendo o papel de bobo. Porém, ainda estava plantado na porta da garota e precisava de explicação para isso.

– O que você tá fazendo aqui, Cobra? - Repetiu Jade, tentado parecer que não havia sentindo nada com a aparição súbita do rapaz. Sem muito sucesso.

– Eu... Eu vim pra... - Pensa, Cobra! Pensa! - Eu vim pra convidar vocês pra o campeonato. Achei que seria bom, tanto pro Muay Thai quanto pro espetáculo, que vocês estivessem presentes. Daria mais... visibilidade, mídia. - Foi o melhor que ele conseguiu fazer. - É daqui a dez dias.

Jade ficou processando as informações. Então ele não tinha ido até ali para tentar uma reconciliação? Burra, Jade! Você é uma burra!. Agora, porém, era tarde demais para desmentir a situação.

– Ah! Eu não sei... A gente anda muito ocupado ultimamente, né John? - Após alguns mínimos instantes de silêncio, ela cutucou o pescoço do rapaz, fazendo com que ele despertasse.

– Sim! - Exclamou, mais alto do que o necessário. Ao ver o olhar mortal que Cobra o lançou, ele tentou se explicar. - Quer dizer... Os ensaios... Eles andam bem intensos.

– Intensos... - Resmungou o lutador, contrariado. - Bom, o convite tá feito. Agora eu vou deixar vocês sozinhos... Tchau! - Dizendo isso, ele se virou e pegou seu rumo, sem esperar por uma resposta.

Jade se desvincilhou do John e voltou para a poltrona, totalmente abalada. John fechou a porta e sentou-se na poltrona ao lado.

– Quer conversar?

– Não. - Respondeu Jade, seca.

– Mas uma explicação você tem que me dar! Foi impressão minha ou você acabou de me usar, fingindo que a gente tinha alguma coisa? Pra quê? Pra deixar o Ricardo com ciúmes? Vocês não tinham se separado? - Despejou John, de repente.

– Quer saber? O Cobra fez coisas ruins que me machucaram, mesmo que indiretamente. Mas ele foi muito importante pra mim, então eu não vou esquecer ele do dia pra noite! - Desabafou Jade. Ela já estava precisando fazer isso a algum tempo e John foi o sorteado para ouvir. - Ele pode até não ser nenhum príncipe britânico com olhos verdes... Ele é só vagabundo teimoso, cheio de problemas e com um péssimo passado. Eu só preciso entender que não é mais o meu vagabundo. - Ela fez uma pausa, tentando normalizar a respiração. - O fato de gostar muito dele me machuca.

– Eu nunca te machucaria. - John aproximou-se um pouco e pegou a mão da Jade nas suas. - Eu não sou o Ricardo.

– É exatamente esse o problema. - Jade suspirou, soltou suas mãos das do John e foi na direção da porta, abrindo-a. - Seria tão mais fácil se você fosse o Cobr... Digo, Ricardo. Olha John, você é lindo. De verdade. - O garoto sorriu. - Gentil, amável, educado, cavalheiro... Eu juro, que se eu pudesse escolher alguém pra gostar... seria você. Mas...

– Mas você não pode. - O garoto também levantou-se, pegou seu casaco e foi na direção da porta, parando na frente da Jade. - Você gosta mesmo dele, não é? - A garota afirmou, sentindo algumas lágrimas brotarem diante da constatação. - Eu espero que você seja muito feliz, porém tenha em mente que eu não vou ficar toda a vida te esperando. Eu tentei... - Ele virou-se e deu dois passos, antes de ouvir:

– Eu também espero que você seja muito feliz, John. - O bailarino se voltou para Jade. - Você merece.

John sorriu, meio triste, como resposta e retomou o seu caminho. Jade fechou a porta e desabou na cama, exausta. Tinha passado por muita coisa naquele mísero dia e precisava dormir. Pena que o sua imaginação não sabia disso. Será que o Cobra não se importa mais?

***

Cobra saiu do apartamento desolado. Assim que a porta se fechou atrás de si, o lutador desferiu vários socos na parede do corredor, ficando com receio que alguém reclamasse. Mesmo assim não parou. Estava com raiva demais e precisava descontar em alguma coisa. Ou melhor, em alguém. Bailarino dos infernos! Filho da mãe!

Sorte ele ainda não ter um carro. Sabe Deus o que poderia ter acontecido no caminho até o apartamento, que o Cobra acabou fazendo a pé mesmo. Quando chegou em casa, foi bombardeado pelo falatório da Karina.

– Cobra, que cara é essa? O que aconteceu? Você e a Jade discutiram? Eu avisei que ela tava magoada, que era melhor deixar pra depois... Mas o cabeça dura me escuta? Claro que não! Deu no que deu, bem feito! Agora aprende a me ouv...

– A gente não brigou. - Disse Cobra, calmamente, sentando-se no sofá. - Ela já tava ocupada com outra pessoa.

– O que? - Surpreendeu-se a lutadora.

– É isso mesmo, Ka. A gente terminou faz dois dias e ela já foi correndo pros braços daquele bailarino metido a besta. Bem que me disseram que ela era "atirada".

– Você lembra que eu disse que a fila da Jade já deveria tá gigante? Que as coisas que você fez, seja lá o que foi, serviu pra que ela gostasse menos de você? - Cobra afirmou, desconfortável com a conversa. - Então. Não é ela a atirada, e sim você aquele que marcou bobeira.

Karina saiu da sala antes que o Cobra revidasse. Deixou ele remoendo suas palavra e formando um novo pensamento. Ela seguiu em frente? Ótimo! Eu também vou seguir! A partir de agora, só o campeonato me interessa!

***

Durante todo o dia seguinte, Jade se arrastou no ensaio. Ela pensava se ele estava bem, se continuava usando os malditos anabolizantes, se seguia se destruindo aos poucos...

Enquanto isso, Cobra estava treinando enlouquecidamente. Nunca tinha batido com tanta força naquele saco de boxe. Tentava, na medida do possível, manter a bailarina fora da sua mente, mas era complicado. Um segundo que se descuidasse e lá estava ela de novo. "A gente anda muito ocupado ultimamente, né John?", lembrou-se. Com a raiva transbordando em seu corpo, Cobra deu mais um soco no saco de boxe, seguido de três chutes. Teria dado mais golpes se Mike não tivesse chegado.

– Calma, Rick! Guarda um pouco pro campeonato!

– Esse é só o começo, treinador! - Respondeu Cobra, sem nem olhar na direção do Mike.

– Se você diz... Enfim, vim aqui só te lembrar do exame amanhã... - O lutador ficou nervoso e o treinador percebeu. - Tá tudo bem, né?

– Claro, Mike! Tudo bem! - Cobra tentou parecer confiante. - Vai dar tudo certo!

***

No dia seguinte, Cobra acordou-se e foi direto para o laboratório, colher a amostra de sangue.

Durante o caminho, pensou em tudo o que estava fazendo. Havia perdido a dignidade e a garota com quem, de uma maneira torta, estava dividindo a vida. Tudo isso para ganhar massa muscular para, possivelmente, ganhar um campeonato. Refletiu se valia a pena. Não importa... É tarde.

Chegando no laboratório, informou seu nome na recepção e foi avisado que seria atendido dentro de alguns minutos. Para passar o tempo, o lutador se dirigiu para as cadeiras da sala de espera. Ao seu lado, ele percebeu algumas revistas. Como não tinha nada para fazer, pegou a primeira da pilha e começou a folhar suas páginas.

Até que seus olhos pararam em uma reportagem. Reportagem essa que ele preferia não ter visto.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!



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