Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Oii povo!! Tudo tranquilo? Boa leitura!



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– Você precisa vir comigo... O Cobra... Ele sofreu um acidente.

– O que? Como assim? - Karina se desesperou.

– Eu não sei... Me ligaram do hospital agora... Parece que ele tinha bebido e tava dirigindo... A culpa foi minha, Karina! Eu não... Eu não devia ter... - Conforme falava, os soluços vinham mais constantemente e mais lágrimas desciam pelo rosto da bailarina.

– Calma... Você não fez nada! A culpa é do irresponsável do Cobra, que bebeu e dirigiu... Mas, espera, o Cobra não tem carro! Será que ele... Não, ele não fez isso!

– Vem comigo, Karina, por favor!

– Claro, vamo bora!

No táxi em direção ao hospital, a lutadora tentava acalmar a amiga.

– Jade, entende, não foi culpa sua!

– Claro que foi, Karina! Eu devia ter ficado do lado dele, sabe? Quem sabe se eu insistisse um pouco mais e não simplesmente desistisse, ele largaria esses an... - Antes que terminasse, Jade travou. Mesmo não concordando com as atitudes do rapaz, não tinha a coragem suficiente para entregar tudo.

– Largaria o que, Jade?

– Deixa pra lá, Karina.

– Deixo porcaria nenhuma! Eu tenho cara de besta? - Karina se indignou. - Se fosse pouca coisa, você não sairia de casa, o Cobra não ia tomar essas atitudes e não ia parar em um hospital! Jade, o que tá rolando? O que o Cobra fez?

– É melhor você perguntar pra ele. Eu não tenho nada a ver com isso. - Respondeu Jade, baixando a cabeça.

– Ótimo! Então eu descubro sozinha! Agora... Vê se tenta parecer forte, tá? Do jeito que você tá vão pensar que quem tá passando mal é você! - Brincou Karina.

Mas a Jade não sorriu. Lembrou-se da última vez que tinha entrado em um hospital. Lembrou-se da última vez que alguém tinha lhe pedido para tentar parecer forte. Tinha sido o Ed, antes da última conversa que teve com a mãe. "Lamentamos informar, senhorita Jade, mas a sua mãe faleceu.", lembrou-se.

"Lamentamos informar, senhorita Jade, mas o Ricardo faleceu."

Ao pensar nessa hipótese, a bailarina começou a tremer. Percebendo a agonia da amiga, Karina acariciou os cabelos da Jade e ensaiou um consolo:

– Fica calma, Jade! Ele tá bem... Confia em mim! - Jade sorriu amarelo e as duas entraram no hospital.

Após aguardarem alguns instantes, o médico apareceu.

– Uma de vocês duas é a senhorita... - Ele mexeu em alguns papéis que tinha nas mãos. - Jade Gardel?

– Sim, sou eu. Como o Ricardo está, doutor?

– Ele está bem. No momento ele se encontra dormindo. - Ele respondeu, calmo.

– Tá, mas o que aconteceu? - Intrometeu-se Karina.

– Segundo ele nos contou, hoje pela manhã, ele alugou um carro e saiu sem rumo. Decidiu parar em um bar e bebeu algumas coisas. Depois, voltou para o carro e tentou voltar para casa. Infelizmente, acabou encontrando um poste no meio do caminho. - Jade levou a mão na nuca. - A sorte do rapaz foi estar usando o cinto de segurança. O resultado de toda essa aventura foi um belíssimo corte no supercílio. A situação já foi normalizada e o sangramento estancado. Se tudo ocorrer como imaginamos, amanhã mesmo ele já será liberado.

Jade suspirou, aliviada.

– E quado a gente pode falar com ele? - Perguntou.

– Assim que ele acordar. Se vocês tiverem como esperar... Mas uma de cada vez, certo?

– Certo. - As duas responderam em conjunto.

Meia hora depois, o médico apareceu novamente e chamou uma das duas para realizar a visita. Elas já tinham conversado antes e decidiram que Jade seria a primeira, portanto ela acompanhou o médico. Assim que entrou pela porta, viu Cobra com um grande curativo na testa e com as pálpebras um pouco caídas. Mesmo assim, ele tentou um sorriso e murmurou:

– Minha dama...

– Por que você fez isso, Cobra? - Jade sussurrou, chegando mais perto do garoto e acariciando os seus cabelos. - Por que você fez isso com você?

– Porque você não tava lá comigo. Desde que você saiu de casa, eu não dormi. A minha cabeça doía e eu tinha que fazer alguma coisa. Pensei em ligar pra você, mas faltou coragem, sabe? Então eu saí e... Bebi alguma coisa, talvez vodka... Eu não me lembro bem. Só me lembro que eu acordei aqui, com esse negócio na cara. - Jade riu.

– Esse negócio se chama "curativo". - Cobra concordou lentamente com a cabeça e Jade voltou a ficar séria. - Por que você deu o meu número?

– Porque eu ainda penso que no final, você ainda é aquela que vai me ajudar. Te incomodei?

– Tá tudo bem. - A bailarina respondeu. - Cobra, isso já foi longe demais! Você precisa parar!

– Jade, eu não posso...

– Pode sim, Cobra! É só você querer! - Ela sorriu e pegou o rosto do garoto entre as mãos. - Você já sabe o vai acontecer se você não parar, não é?

– Você vai ficar longe de mim. - Respondeu, simplesmente.

– Também, mas você vai acabar com a tua carreira, Cobra! Aquela que você tanto quer, lembra?

– Eu sei, Jade... Mas eu.. Eu preciso. - O lutador estava irredutível. - Eu já tô tão perto... O campeonato já tá aí! Se eu desistir agora, vou passar por caloteiro! Talvez eu não tenha outra chance. - Ele estava triste.

– Então... É isso que você quer? - Cobra engoliu em seco. - Tem certeza?

– Tenho. - Um sussurro fraco saiu da boca do lutador. Ao invés de parecer firme e decidido, ele parecia mais uma criança teimosa. Talvez fosse mesmo.

– Tá bem... - Ela enxugou uma lágrima antes que ela caísse em seu queixo. Em uma despedida, ela acariciou o rosto do menino com as mãos e depositou um beijo em sua testa. Ainda sem se afastar, mais lágrimas rolaram pelo seu rosto e ela não se deu ao trabalho de disfarçá-la. Cobra ficou ainda mais culpado.

Idiota, idiota, idiota! Você é um idiota egoísta, Cobra!, se recriminou.

– Se cuida, tá? - Ela foi se afastando da maca onde o rapaz se encontrava. Cobra ficou com vontade de chamá-la de volta, mas não teve coragem de fazer isso. Se a Jade tinha que ir, que fosse logo e logo seguisse em frente. Quando ela chegou na porta, olhou pra trás. Deu um sorriso fraco e pediu: - E tenta não parar em um hospital.

A garota pensou ter vistou uma lágrima no olho do Cobra, mas não ligou.

Então ela foi embora, de novo. E, de novo, levou consigo um pedaço do lutador.

***

Ao chegar na sala de espera, Jade ainda chorava e Karina automaticamente a abraçou.

– O que o Cobra fez? - Jade não respondeu, apenas chorou. - O que o Cobra fez, Jade?

– Você já ouviu dizer que nós somos a soma das nossas decisões? - Karina afirmou. - Pois é. O Cobra tomou as suas decisões e eu não faço parte delas.

– Como assim? O Cobra terminou com você? - A lutadora ficou confusa.

– Não... Se fosse por ele, eu acho que a gente ainda tava junto, mas eu não consigo.

– Por que? - Karina tentou.

– Desiste. Se alguém vai te contar alguma coisa, é ele. Eu já me envolvi mais do que eu queria com essa história. - O médico apareceu. - Vai lá, agora é a sua vez.

Se despediram e a Karina foi em direção ao quarto. Pensou ter visto Cobra chorando, mas ele conseguiu disfarçar antes que ela fizesse qualquer pergunta. Sem rodeios, ela perguntou:

– O que você tá fazendo? E por que você tá fazendo?

– Do que você tá falando, garota? - Cobra revidou, irritado.

– Eu tô falando do fato que fez você se afastar da garota que você ama, idiota! A Jade não ia sair de casa por qualquer coisa!

– Isso é coisa minha.

– Ah, tá. Sabe o que a Jade disse pra mim uma vez? - Cobra negou. - Ela disse que, quando a gente gosta muito de alguém, por mais que a gente queira, simplesmente não consegue ficar longe.

– Viu? A gente ainda se acerta... - Falou Cobra, tentando mais convencer a si mesmo.

– Você já parou pra pensar que talvez isso que você tá fazendo, seja lá que diabos for, pode fazer com que a Jade não goste tanto assim de você? - Cobra ficou pensativo. - Pensa bem, cara! Você pode tá deixando uma pessoa muito especial ir embora. Fica esperto! Do jeito que a Jade é, a fila já deve tá grande!

Cobra automaticamente pensou no John. Além de machucado, culpado e triste, o lutador ficou preocupado. O que você foi fazer, infeliz?!


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Notas finais do capítulo

Não tenho criatividade para as notas, mas comentem, certo? Certo!
Um beijo!



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