Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Oii gente!! Em primeiro lugar, muuiitoo obrigada Hanna, pela recomendação! Deixou o meu dia mais feliz! hahahah
Em segundo lugar, peço que não deixem de comentar! É realmente importante! Boa leitura!



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– Como você está? - Repetiu o dançarino.

– Bem... E você? - Atordoada, Jade tentava dar seguimento a conversa.

– Bem. Obrigado por perguntar. - Ele sorriu.

– Ótimo! Apresentações feitas, vamos aos ensaios! - Como assim? Já? - O coreógrafo está esperando na sala que foi reservada para os ensaios de vocês. John, você sabe o caminho, não é? - O bailarino confirmou. - Conduza a senhorita Gardel até lá. - O senhor se afastou e John começou a andar com a dançarina até a sala.

– Então, você é brasileira, não é? - Era notável que ele não queria parecer antiquado, somente queria conversar.

– Sim. Rio de Janeiro. E você? O seu sotaque não é americano...

– Verdade! Eu nasci em Oxford, na Inglaterra, mas me mudei pra Las Vegas junto com a minha família ainda adolescente. Quantos anos você tem?

– Dezessete. - Ela ia continuar, mas foi interrompida.

– Só? - Ele fez uma cara de surpresa.

– Sim, mas eu faço dezoito daqui a dois meses. - Era verdade. Lembrar aquilo fez Jade lembrar também que era o seu primeiro aniversário sem a Lucrécia. Sem os seus poucos amigos por perto. Será que o Cobra lembraria? – Por quê?

– Você parece tão... Adulta. - Ele a observou por alguns instantes. Não podia negar que ela era linda, porém foi outra coisa que lhe chamou atenção. - Você está nervosa, não é?

– Não! - Respondeu Jade, um pouco rápido demais. O que ela menos precisava era fazer o papel da novata insegura. - Estou ótima!

– Por favor, não tente se enganar. Nem me enganar. - Apesar da frase dura, ele continuava sorrindo. - Fingir que não está nervosa é apenas um trabalho a mais para você.

– Tudo bem. - Jade desistiu. - Acontece que é a minha primeira vez em uma companhia desse porte. Aqui tudo é tão... Elegante e formal! - Ele pareceu não ter entendido. - Quer dizer, ficam me chamando de senhorita o tempo todo... É estranho! E eu me sinto tão sozinha aqui dentro!

– Você está certa! É realmente tudo muito estranho, principalmente para alguém tão jovem... Mas pode contar comigo! Eu sei o que é estar na sua posição. Pode ter certeza que em mim, sempre que você precisar, irá encontrar um amigo. - Ele estava sério, porém doce ao mesmo tempo. De uma forma inexplicável, ouvir aquilo fez a dançarina se acalmar. Estava pronta para agradecer, quando ele continuou: - E é como amigo que eu vou te dar um conselho: tente parecer um pouco mais calma na frente do nosso coreógrafo. Ele é um russo bem rígido e o nome dele é Dimitre. Já realizei outras apresentações sob os cuidados dele e acredite: ele não é um amor de pessoa. - Jade pensou por alguns instantes. Belo incentivo para uma iniciante!

– Obrigada! Você parece tão experiente e dá conselhos com tanta sabedoria... - Eles sorriram. - Quantos anos você tem?

– Vinte e um. - O queixo da Jade despencou.

– Sério? Você me enganou direitinho!

– É.... Eu comecei bem cedo. - Ele parou em frente à uma porta e Jade fez o mesmo. - Aqui estamos! - Ele sorriu e voltou a falar, quase em um sussurro: - Lembre-se: segurança!

– Até que enfim! - Resmungou um senhor de meia idade, com uma barba, porém bem cuidada. Dimitre. - Vai me dizer que você se perdeu, John?

– Não, senhor. - Ele tinha uma capacidade incrível de ficar sempre sorrindo. - Apenas aproveitei para criar um pouco de intimidade com a minha nova parceira! - Jade o olhou, confusa. Porém Dimitre pareceu gostar do que ouviu.

– Ótimo! Um trabalho a menos! E você deve ser a senhorita Jade, certo? - Segurança, segurança, segurança...

– Sim! - Estendeu-lhe a mão com o melhor sorriso que pôde no rosto. - É um prazer conhecê-lo! Espero que façamos um ótimo trabalho juntos!

– Eu também, minha filha! - Ele a olhou por alguns segundos, antes de concluir: - Você é bonita! - Jade ficou feliz. Talvez ele não seja tão ruim assim! – É uma pena que apenas beleza não forme uma grande bailarina! - Um belo tapa na sua cara, Jade! – Troquem de roupa para que nós possamos começar logo! Chega de atrasos! - Jade foi em direção ao camarim, pensando que aquele seria um longo e cansativo dia. Estava certa.

***

Enquanto isso, Cobra estava prestes a começar a chutar um saco de porrada de novo, quando seu treinador Mike chegou ao seu lado.

– Ricardo, nós precisamos conversar. - Mike era um cara legal, mas sabia falar bem sério às vezes.

– DR, treinador? - Ele riu. O treinador não entendeu e ele resolveu não voltar ao assunto. - O que houve?

– Eu já vi que você não gosta de treinar na academia, que prefere treinar os golpes específicos de Muay Thai, mas você precisa, Rick. - Ele chamou Cobra pelo o apelido, e isso irritou o lutador. Esse apelido ridículo, de novo, não...

– Mas treinador, se eu focar nos golpes de Muay Thai, automaticamente eu vou ganhar músculos. Isso é meio lógico. - Revidou, já um pouco incomodado com a conversa.

– Ricardo, você precisa de massa muscular. Rápido. Campeonatos importantes estão chegando e nós estamos querendo te colocar para lutar, mas para isso, você precisa estar forte. - Tá me chamando de fraco, idiota? – Não adianta fazer essa cara, Rick! Você não está mais em uma Academia de pequeno porte no Rio de Janeiro! Isso aqui é um dos maiores centros de formação de lutadores do mundo! Olha em volta! - Cobra vez isso por alguns instantes, enquanto ouvia: - Se os atletas daqui já são duas vezes o teu tamanho, imagina os teus adversários!

– O que eu tenho que fazer? - Indagou Cobra, falando baixo.

– Treinar. Se alimentar bem. Você tem toda uma estrutura na sua volta, tem talento, você só precisa ter foco! Você quer ou não quer ser campeão?

– É o que eu mais quero, treinador! - Respondeu Cobra, frio.

– Então é melhor começar começar a levantar peso, fazer treinamento das pernas. Se continuar assim, do jeito que tá, todo mundo vai pensar que você é o Ricky Martin! - Mike riu, mas Cobra não achou a mínima graça. Antes que ele pudesse revidar, o treinador já estava longe.

Cobra se virou para o saco de porrada e começou a chutá-lo incessantemente. Perdeu a noção de quanto tempo ficou ali, descontando cada resquício de raiva que dominava sua mente nos seus movimentos. Só parou quando ouviu:

– Ricardo, não é? - Um rapaz bem mais alto que Cobra, muito forte e com cara de poucos amigos estava posicionado atrás do lutador.

– Sim... E quem é você? - Indagou Cobra, desconfiado.

– Benjamim. - Cobra ficou esperando uma continuação por algum tempo, até que ela veio. - Eu tô aqui por dois motivos. O primeiro é que eu e você somos os únicos que ainda estão aqui, então a gente precisa ir embora.

– Tá. E...

– E eu ouvi a sua conversa com o Mike. - Ótimo, um cara do tamanho de um armário ouviu meu treinador me chamando de fracote! Que maravilha! - E eu sei como te ajudar.

– Como? - Cobra ficou confuso.

– Com isso. - Benjamim tirou do bolso um frasco com vários comprimidos dentro e o entregou para Cobra.

– O que é isso? - Perguntou o brasileiro, pegando o frasco das mãos do Benjamim.

– É um remedinho que vai te ajudar a ganhar músculos rápido. Não é disso que você precisa? - Cobra prestou atenção no que estava acontecendo e logo se deu de conta de que aquilo era uma furada.

– Isso é anabolizante, cara? - Perguntou, já alterado. - Tá querendo que eu seja pego no doping? Quer me ferrar, otário?

– Eu só quero te ajudar! - Ele continuava inacreditavelmente calmo. - Eu uso desde que eu cheguei aqui, há dois anos, nunca fui pego em nada. Pode ficar tranquilo!

– Eu não quero isso! - Atirou o frasco na direção do Benjamim e foi pegar as suas coisas para ir embora. Quando passou na frente do garoto, ele botou o frasco dentro da mochila do Cobra e disse:

– Se não quiser usar, tudo bem, mas não precisa me devolver. Fica contigo. - Ele sorriu. - Eu sou teu amigo, cara. Só quero te ajudar.

Cobra não respondeu, apenas pegou seu rumo em direção ao apartamento, já bem estressado. Benjamim observou Cobra saindo, pensando: Esse aí já era! Um a menos!

***

Jade estava saindo do banho quando Cobra chegou. Karina, como sempre, havia chegado antes e já estava grudada no computador, conversando com Pedro.

– Oi vagabundo! - Jade foi toda sorridente na direção do Cobra e lhe deu um selinho.

– Oi Jade. - Ele respondeu, seco. Foi na direção da cozinha e não encontrou nada pronto. - Você não fez comida, Jade?

– Não, Cobra. - Eu não acredito que ele não lembra que hoje foi o meu primeiro dia na Companhia... Ela engoliu o nó que o esquecimento formou na sua garganta e perguntou: - Por que você não faz?

– Porque eu não sou mulher! - Respondeu Cobra, elevando o tom de voz.

– Eu sou mulher sim, mas não sou tua empregada, Cobra! - Revidou Jade, revoltada. - Que maldito bicho que mordeu, hein?

– O bicho de um dia inteiro treinando que nem um animal! - Gritou o lutador, completamente estressado.

– E tem que descontar em mim? Por que você não para, por um segundo, e lembra que eu também tive um dia cansativo hoje? Caso você tenha apagado completamente da sua memória, hoje foi o meu primeiro dia na Companhia! - Ela gritava também, com os olhos já cheios de lágrimas. - Será que a gente não pode simplesmente conversar, como um casal normal? Contar um pro outro como foi o dia? - Ela estava indignada e Cobra percebeu o quanto estúpido havia sido. Com uma culpa imensa sobre os ombros, o lutador passou as mãos no rosto e sussurrou um pedido de desculpas, enquanto caminhava na direção da garota:

– Desculpa, minha dama. Eu... Eu tô com uma dor de cabeça infernal! - Ele a envolveu pela cintura e beijou sua testa. - Mas fala aí, como foi lá na Companhia?

– Foi estranho... Mas espera... - Ela se lembrou de algo. - E a sua comida?

– Eu como uma barra de cereal, não tem problema... Quer uma? - Jade afirmou. - Toma. - Ele entregou a "janta". - Continua.

– Tá... Foi estranho. Eles já me colocaram pra ensaiar! E foi tão incrível, porque eles resolveram me colocar em evidência, sabe? - Cobra negou. Ele não estava entendendo nada. - Eles me colocaram pra dançar em uma parte em separado, fazendo um casal com um garoto, o John. Ele é...

– Espera aí! - Cobra se alertou. - A sua apresentação vai ser em dupla? Ou melhor, em casal? Quem é John, Jade?


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Notas finais do capítulo

Desculpem pelo capítulo com praticamente zero de romance, mas ele é importante pra história! Comentem! Beijos!



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