Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

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– Vamos fazer as suas malas agora! - Foi a reação da Joaquina ao saber do convite do Cobra, no dia seguinte.

– Calma Jo... Eu ainda não aceit...

– Como assim, Jade? - A atriz não deixou Jade terminar a frase.

– Ai, Joaquina... Posso te confessar uma coisa? - Após a confirmação, ela continuou: - Eu tenho medo.

– Medo do que, meu Deus?

– Medo de tomar a decisão errada. Isso é uma coisa muito definitiva e o Cobra é muito inconstante. A gente vive brigando... E se não der certo? - A bailarina olhava bem a amiga, suplicante por uma resposta.

– Sinceramente, eu acho que se tivesse que dar errado, já teria dado. Não é todo mundo que "vive brigando" e mesmo assim continua junto. É muito masoquista. - Jade suspirou. Talvez ela tivesse razão. - Agora... Jade, responde uma coisa aqui, pra tua amiga de todas as horas: você realmente ama o Cobra?

Até então, Jade se dizia apaixonada pelo rapaz, mas amá-lo? Se bem que... qual seria a diferença?

Segundo o dicionário, paixão significa "sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, um amor ardente e um entusiasmo muito vivo. Atividade, hábito ou vício dominador. Desgosto, mágoa."

Já amor significa "sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outro alguém, sentimento de dedicação absoluta, apego profundo e devoção extrema."

Então Jade pensou. No início, a relação dos dois havia sido baseada em desejo. Uma explosão de vontade mútua que sempre acontecia quando ela batia na porta do QG. Como já tinha dito à ele em uma oportunidade, Jade era viciada no seu vagabundo, e muitas vezes isso lhe causava mal. Porém, com o passar do tempo, os dois começaram a se ajudar. Eles torciam entre si e a felicidade de um passou a depender da felicidade do outro. Por isso Jade tinha ficado tão feliz ao saber do patrocínio. Mas agora, em decorrência desse mesmo patrocínio, Cobra iria para longe. Lá, ele estaria rodeado de marias-tatame e... da Karina. Sim, ela ainda se incomodava com a relação dos dois, afinal, por baixo da armadura de mulher decidida e sedutora, Jade não passava de uma garotinha insegura e ciumenta. Cansada de pensar, ela respondeu, mais confiante do que nunca na sua resposta:

– Amo. - Ela sorriu. - De um jeito assustador.

– Então se joga, minha filha! - Joaquina falou, vários tons acima do normal. - Vai ser feliz! Mas não esquece de mandar notícias, viu?

– Você acha? - Jade ainda estava insegura.

– Eu tenho certeza! Sério, deve ser muito chato ser normal igual a você. Qual foi a maior loucura que você já fez? - Realmente, a vida da bailarina era muito regrada. Sua maior loucura tinha sido justamente com o Cobra, ao invadir a Aquazen.

– Joaquina... Posso te dizer uma coisa? - A atriz afirmou. - Eu vou sentir a sua falta em Las Vegas!

***

Jade saiu da Ribalta correndo e foi em direção ao QG. Chegando lá, encontrou Cobra dando chutes no saco de pancadas e revirou os olhos. Ela jamais entenderia aquele gosto do lutador. Cobra sentiu a presença da garota e seu coração acelerou. Provavelmente ela já tinha uma resposta.

– Jade?

– Oi... Eu já tomei a minha decisão.

– E...? - Cobra estava tremendo.

– E eu vou com você! - Ela abriu um sorriso, mas Cobra não perdeu a arrogância e perguntou, irônico:

– E a sua vida?

– Eu não vou deixar ela entrar em um avião e ir pra Las Vegas na companhia da maria-macho... Cobra, eu pensei muito e cheguei a conclusão que a minha vida, agora, é você. - Pronto, Cobra tinha perdido totalmente a pose e abriu o maior sorriso que conseguiu. Aproximou-se da bailarina o mais rápido que conseguiu e a beijou.

***

Como Jade previa, não foi fácil conseguir a autorização do Edgard para a viagem, porém depois de muitos "esse rapaz não presta" que foram respondidos com muitos "a vida é minha", o professor finalmente assinou o papel e estava tudo certo.

Os dias passaram de um jeito dolorosamente lento, devido a animação do casal. No dia do embarque, Jade e Cobra combinaram de se encontrar com Karina na praça, para irem juntos aos aeroporto e assim fizeram. A lutadora ia sozinha, sabe Deus o motivo, mas foi com a Bianca e o pai até a praça. Jade já tinha se despedido do Ed em casa e Cobra... Bom, o Cobra não tinha ninguém.

Assim que o táxi chegou, começaram a colocar as malas no mesmo. Cobra e Karina já tinham entrado, quando Bianca pegou o braço de Jade e a impediu de fazer o mesmo.

– Cuida da minha irmã, por favor. - Bianca falava baixo. Jade sorriu e balançou a cabeça, afirmando. Ela entrou no carro e quando este já dava a partida, notaram alguém chegar correndo na praça. Sorrindo, esse alguém gritou:

– Esquentadinha! Te amo!

Karina não resmungou, nem tentou sair do carro e encher o cara de tapas. Ela somente abriu um sorriso e mandou um beijo para o Pedro, o que fez com que Cobra e Jade se olhassem, surpresos.

– Agora é que eu não entendi mais nada! - Sussurrou a garota.

– Nem eu! - Concordou Cobra.

E foram para o aeroporto.

***

Dentro do avião, Jade se ocupou o lugar do meio, deixando a Karina no banco da janela e Cobra no banco do corredor. Depois de algumas horas de voo, o lutador já estava dormindo e Jade se preparava para fazer o mesmo, porém ouviu uma fungada ao seu lado.

– Karina?

– O que foi? - A lutadora resmungou, ainda com o olhar perdido na paisagem da noite que a janela oferecia.

– Olha pra mim... Você tá chorando? - Jade se despertou totalmente. - O que aconteceu?

– Muitas coisas... Parece que todo mundo tem alguma coisa mais importante do que eu... - Jade parecia não ter entendido, por isso Karina tentou se explicar: - O meu pai nem queria me deixar vir, mas depois de muito eu insistir, ele deixou. Aí eu convidei ele pra vir comigo, mas ele disse que não podia largar a Academia e a minha irmã. Já a Bianca... Eu fiz as pazes com ela tem um tempinho já, e convidei ela pra vir comigo também, mas ela descobriu que tinha passado em um teste pra coadjuvante em uma novela, então desistiu. - Ela terminou, com uma cara de triste.

– Eles te amam. Pode ter certeza disso. E parece que não é só eles... O que foi a cena do guitarrista na praça?

– Ah! Aquilo... Bom, eu fiz as pazes com ele também, logo depois de fazer com a Bianca. A gente vinha tentando manter mais ou menos em segredo, mas ele não conseguiu segurar a língua. - Ela sorriu. - Eu convidei ele também, mas ele disse que não podia abandonar a banda e a família... Sei lá, isso me orgulha e me machuca um pouco, entende? - Jade negou. Aquela lógica era muito confusa. - Parece que ele não me ama tanto quanto você ama o Cobra. Isso é o que mais me deixa triste.

– São situações diferentes. O Pedro é o guitarrista e o compositor de uma banda, o "homem da casa". Eu não tinha nada a perder, então me joguei pra cá.

– Ele quis continuar namorando, à distância, mas eu não sei se daria certo...

– Vou te dizer exatamente o que vai acontecer: você vai ficar triste e vai evitar ele e qualquer pensamento sobre ele por um ou dois dias, mas vai passar. Depois desses um ou dois dias, você vai ligar o Skype, vai falar com ele, dizer que tá com saudades e que aceita namorar à distância. Simples assim!

– Como você pode ter tanta certeza?

– Experiência própria. Quando a gente gosta de alguém, simplesmente não consegue ficar longe por muito tempo. - Olhou por um instante para o Cobra que dormia calmamente ao seu lado, antes de mudar de assunto. - Mas olha, eu posso fingir ser a sua irmã mais velha ou te dar uns conselhos ao estilo do Mestre Gael... Só não me pede pra fazer o papel do guitarrista! - Elas riram. - A gente vai dividir um apartamento. Isso é estranho, né? Mas pode contar comigo. Você não tá sozinha. - Após um instante de silêncio, concluiu: - Agora dorme aí, lutadora!

– Tá bem! - Karina se virou na poltrona e Jade fez o mesmo, ficando cara-a-cara com o Cobra. Beijou suavemente a sua testa antes de fechar os olhos novamente.

***

Desembarcaram no McCarran International Airport, onde alguns futuros treinadores do Cobra e da Karina os esperavam. Foram conduzidos ao apartamento. Ele era aconchegante e a decoração era bonita. Mesmo sendo fim da tarde, os três resolveram se deitar, desacostumados com o fuso-horário.

Cobra e Jade dividiam o mesmo quarto, a mesma cama. Ela repousava sua cabeça no peito do lutador e tentava dormir. Percebeu, porém, que era observada. Ergueu a cabeça por um instante e flagrou Cobra a olhando, sorrindo.

– Por que o sorriso? - Sem perceber, ela sorria também.

– Você percebeu que agora a gente tá tipo... juntado? Tipo casado? Sendo que a pouco tempo a gente nem namorava oficialmente?

– Detalhe: a gente tá tipo juntado, tipo casado em Las Vegas! Isso sim é maluco!

– Verdade... - Ele acariciou o cabelo da morena. - Mas é uma maluquice boa.

– Como assim?

– Eu tô aqui... E você também... Isso é legal. - Ele falou, meio enrolado.

– Hum... Que declaração!

– Nem se anima! Só disse isso porque se você não estivesse aqui, eu não ia entender nada que essa gente fala. Você é a minha tradutora oficial. - Provocou.

– Tradutora? - Ela sentou-se na cama e fez cara de ofendida. - And you're a tramp.

– O que?

– E você é um vagabundo.

– Não, não... Eu sou o seu vagabundo. - Ele sorriu.

– Yeah, okay... You're my tramp. - Ele se aproximou um pouco e lhe deu um selinho.

– Ô dama...

– Lady.

– Ã?

– Nada, esquece. Continua! - Ela se divertiu.

– Você já pensou no que vai fazer da vida?

– Depois de amanhã vai ter um teste pra uma companhia super conceituada daqui e eu vou passar, iniciando minha gloriosa carreira. - Ela sorriu, confiante. - E os seus treinos?

– Amanhã mesmo a gente conhece tudo e começa os treinos. O negócio aqui vai ser puxado!

– Então deita, dorme, descansa bem, pra iniciar com o pé direito! - Ela foi empurrando delicadamente o corpo do rapaz para o colchão, até que ele estivesse totalmente deitado. Acomodou novamente sua cabeça no peito do lutador. Já quase adormecia, quando ouviu:

– Você é incrível, sabia?

– Sabia! - Eles riram. - Agora dorme... Ah, e você também é um pouquinho incrível!

Então eles dormiram.

***

No dia seguinte, Cobra saiu cedo e deixou Jade dormindo. Mais tarde, mandou uma mensagem avisando que chegaria só a noite. A garota aproveitou o dia para conhecer a vizinhança e e desfazer as malas. Ainda estava ocupada nessa última tarefa quando Cobra apareceu.

– Bom-dia, minha dama! - Brincou, antes de lhe dar um breve beijo.

– Bom-dia! Como foram os treinos?

– Cansativos! Aquele pessoal não brinca em serviço!

– Pois é, tô vendo! Tá todo suado! Quem sabe não toma um banho, hein Cobrinha?

– Depois... Agora eu vou falar com a Karina. Ela passou o dia todo meio aérea, meio distraída... Vou ver o que tá pegando. Vem comigo?

– Até acho que já sei o que tá acontecendo... Eu vou terminar isso aqui e já vou lá, pode ir na frente. - Nisso, Jade estava agachada, pegando mais um pouco de roupa de dentro da mala, que estava no chão. Como Cobra nem se mexeu, vidrado, ela perguntou: - Você não ia falar com a Karina, Cobra?

– É que eu tava observando a... - Jade o repreendeu com o olhar. - Mobília. Linda ela, né? - Sorriu, debochado.

– É, linda... Mas agora vai lá, antes que a Karina vá dormir.

***

Cobra chegou no quarto da lutadora e encontrou a porta aberta. Bateu duas vezes antes de perguntar:

– Posso entrar?

– Claro... - Respondeu Karina, sentada na cama, com as costas na cabeceira e envolvendo as pernas com os braços. Cobra se sentou na beirada da cama.

– O que tá pegando, hein garota?

– Sinceramente? - Cobra afirmou. - O Pedro.

– Vocês voltaram, né?

– Mais ou menos... Sei lá, vendo de longe, a gente é muito diferente. Será que se a Bianca não tivesse pagado ele, teria dado certo?

– Olha, Ka, eu e a Jade... A gente não tem nada a ver aos olhos dos outros. Ela é uma bailarina delicada e eu um lutador violento. Ela é a dama e eu o vagabundo.

– Ah, agora eu entendi os apelidos! - Karina sorriu, sentando-se também na beirada da cama e ficando de frente para o lutador.

– Pois é... E sabe o que tudo isso significa? - Karina negou. - Nada. Essas diferenças não significam nada se um gosta do outro.

– Sabe, às vezes eu fico pensando... Tudo seria tão mais fácil se... Se o Pedro fosse mais... - Karina se aproximava de um jeito estranho. - Mais como você...

E o Cobra foi beijado.

Inconscientemente, ele correspondeu. Não por muito tempo, pois ouviram uma voz embargada dizer:

– Eu não acredito!


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Notas finais do capítulo

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