I have three words to you escrita por MylleC


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, o capitulo não tem qualquer ligação com Spoilers do proximo episódio (só de que ele esta vivo kkk)eu simplesmente quis escrever um reencontro.Espero que gostem, Boa leitura!



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Dias, semanas, meses se passaram e nada de Oliver aparecer. Todos os dias eu brigava comigo mesma por ter essa esperança de ele voltar, mas acabou, Nyssa já havia confirmado a forma trágica de como Oliver tinha perdido o duelo com Ra’s Al Ghul. A noticia que fez meu coração se quebrar em pedaços, estilhaços cortantes que ao se quebrarem rasgaram tudo dentro de mim, fazendo a dor e o torpor se espalhar pelo meu corpo. Nunca esqueceria minha reação, como me senti ao receber a noticia de que ele havia partido.

Foi como se um dos demônios dos meus pesadelos tivesse criado vida e ido pessoalmente zombar da minha dor, foi como se eu não soubesse, não quisesse diferenciar aquela realidade cruel com meus pesadelos, demorei pra assimilar, reagir, entender. Aceitar? Bem... Não prometo que algum dia iria aceitar isso. Oliver não merecia aquilo, ele fez o que pode para proteger todo mundo que vive nessa cidade por todo esse tempo desde que voltou da ilha. Então ele precisou proteger a irmã e fez mais do que podia para fazê-lo e parece que deu certo, Thea está segura, mas ainda mantem contato com o crápula do Malcom Merlyn e isso pode a por em perigo novamente, o que faria o sacrificial de Oliver sem em vão, e nenhum de nós permitiria isso.

Sai da lanchonete em que eu havia parado na intenção de comer algo, mas só de olhar para qualquer alimento meu estomago se revirava em recusa. Como apenas pedaços, já até me esqueci da ultima vez que fiz uma refeição decente e completa. A chuva caia forte do lado de fora da lanchonete, mas não me importei, eu só queria ir para casa, me enfiar de baixo do chuveiro e deixar as lagrimas caírem com a água para me jogar na cama e me revirar de um lado para o outro a noite toda tentando dormir.

A água da chuva encharcava minhas roupas e senti os fios do meu cabelo começaram a grudar em meu rosto molhado, só tinha que andar um pouco até o apartamento, não estava longe, não tinha o porquê de pegar um taxi. Alias um pouco de ar fresco que viria com a chuva talvez me fizesse bem. Já estava escuro e apesar da chuva forte havia um bom numero de pessoas nas ruas, em baixo de seus guarda-chuvas, outras corriam tentando se proteger.

Proteção. Uma palavra interessante que sempre levam meus pensamentos a ele, claro, praticamente tudo leva meus pensamentos a ele. Diggle, Roy e eu continuamos a manter a cidade segura da maneira que podemos, mas não é a mesma coisa, nós já falhamos algumas vezes, no começo, ao tentar se habituar com tudo. Não tivemos tempo para o luto, pois os crimes continuavam e isso mexeu muito com todos nós, mas precisávamos manter a cidade segura, como ele fazia. Algumas pessoas morreram em alguns momento que falhamos, dois bandidos fugiram inicialmente, pegamos um ha duas semanas atrás e estávamos quase pegando o outro, começando a nos orientarmos como ele fazia, mesmo não sendo a mesma coisa, tentávamos o máximo que podíamos.

Tomei um ultimo gole de meu café e o joguei na lixeira próxima, perto de um beco. Me virei para continuar meu caminho e uma silhueta de alguém apareceu na minha frente, pelo jeito era homem. Ótimo, tudo o que eu precisava, ser assaltada ou sei la o que, no meio dessa chuva, depois de um dia cansativo. Me afastei alguns passos, mas parei ao notar algo. Aquela pessoa me parecia tão familiar, aquela silhueta, forte e alto. Os punhos fechados e a respiração pesada, imóvel como se estivesse em uma guerra mental consigo mesmo. Meu coração disparou forte em meu peito, uma sensação que a muito eu não sentia, pelo menos não daquela forma, desesperada, distribuindo sensações confortáveis por todo o meu corpo, uma coisa que só acontecia com... Ele.

Respirei fundo imóvel, aquilo era loucura. Podia muito bem ser um maluco psicopata se perguntando por que eu não corri, porque somente fiquei ali parada sem fazer nada. Não, aquilo não podia estar apenas em minha cabeça. Percebi tudo em volta de mim, a chuva forte, o vento gelado me golpeando e as pessoas na rua correndo, diminuindo o movimento daquela parte, até que não sobra mais ninguém. Era quase idêntico aos meus pesadelos, onde um Oliver ensanguentado surge do escuro, com dor e dizendo que ele precisava ouvir de mim que me amava, que antes de sair eu precisava ter dito a ele como ele disse a mim. Que seria uma boa coisa para ele se lembrar em meio aos problemas que esteve passando até o momento em que a lâmina de Ra’s Al Ghul o atravessasse.

Mas eu não dei esse momento a ele, essa boa lembrança. Eu não dei, ele não ouviu e eu não disse, o assisti parti em direção á morte, tive a chance de dizer aquelas três palavras, mas só consegui ficar parada, incapaz de pronunciar qualquer coisa, como se um enorme bloqueio tivesse preso em minha mente, me impedindo de formular as palavras. E quando dei por mim as lagrimas desciam e ele havia partido.

E Oliver dos meus pesadelos me fazia me sentir culpada por não ter dito a ele. Isso começou depois de eu ficar a semana toda me culpando e quando percebi estava tendo os pesadelos, onde eu não podia falar ou taca-lo, e quando eu estava quase conseguindo falar e chegar perto dele eu acordava.

E a cena acontecendo agora se parecia muito com as dos meus sonhos, o medo de estar novamente sonhando começou a me consumir.

“Não faz sentido Felicity” Me repreendi mentalmente. “Você saiu da caverna, passou na lanchonete e estava indo para casa, você não se deitou pra dormir, como poderia estar sonhando?”

Dei um passo duvidoso para trás quando a silhueta na frente deu um para frente. Um trovão alto soou pela cidade e a chuva parecia ter aumentado, eu mal conseguia manter os olhos abertos, senti minhas mãos tremerem ligeiramente quando a voz grossa e conhecida sussurrou algo que não compreendi, como se ele não tivesse certeza de que queria falar. Não entendi o que ele balbuciou, mas com toda certeza não era “Fique onde está, isso é um assalto.”

E a voz... Aquela voz só fez as duvidas e as certezas crescerem na mesma proporção, fazendo um rebuliço dentro de mim, senti as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto gelado e fechei os olhos. Respirei fundo, sentindo o aroma conhecido invadir minhas narinas, senti a presença daquela pessoa se aproximar, não tive coragem de me afastar, meus pés estavam grudados ali me impedindo de realizar qualquer passo para longe dali. Notei que eu sabia quem era. Eu sei quem é e fui incapaz de me mover, abrir os olhos ou dizer algo. Com medo que no segundo seguinte eu me visse sozinha na rua novamente, parada de baixo de toda aquela chuva.

Algo quente se aproximava da minha bochecha, dedos... Palma. A mão grossa e molhada pela chuva descansou em minha bochecha direita e o polegar fez um leve movimento. Reconheceria aquele toque em qualquer lugar, qualquer jeito, qualquer situação. Tremi por dentro, se no minuto seguinte eu abrisse os olhos e não fosse ele, se eu estive imaginando eu quebraria novamente, como se eu o tivesse perdido outra vez. As lagrimas rolavam quase imperceptíveis pelo meu rosto.

-Felicity... –Sua voz grossa, sussurrou meu nome. A mão ainda sobre minha bochecha.

Aquilo parecia surreal demais, minhas pálpebras tremeram ao serem obrigadas a se abrirem lentamente. E meus olhos encontraram os deles. Entreabri os lábios respirando, sem perceber que antes segurava todo o ar dentro de mim. Minha mão tremula se levantou lentamente até encontrar o pulso de sua mão que estava em meu rosto. Os olhos dele brilhavam e pude até mesmo ver lagrimas ali, não sabia se as gotas que escorriam de seu rosto eram as lagrimas ou a chuva.

Minha voz não saia e minha mente trabalhava vorazmente, gritando desesperada para que eu dissesse aquilo que eu tinha que dizer. Aquilo que eu não disse quando tive a chance. Ele estava ali, na minha frente e eu não tinha certeza se era real ou não, mas o que importava é que eu estava tendo outra chance. Outra chance para pronunciar aquelas três palavras, mas tudo parecia lerdo e não conseguia dizer.

Ele parecia tão fascinado quanto eu, fechou os olhos por um momento quando sentiu meu toque em seu braço, seus dedos escorregaram da minha bochecha para minha mão e se enroscaram docemente nos meus.

“Vamos Felicity, diga!”

Mexi os lábios e forcei minha voz, nada saiu.

“Agora!”

Minha mente gritou.

“Eu amo você” Suas ultimas palavras ecoaram em minha mente ao mesmo tempo em que consegui formular palavras e encontrar minha voz.

-Eu também. –Sussurrei, a voz embargada e tremula.

Oliver me olhou confuso, mas parecendo se deliciar com o som da minha voz.

-O... O que? –Perguntou em um sussurro.

Senti todo meu corpo se arrepiar. Ele estava ali. Não era um sonho.

-Eu amo você. –Finalmente disse, em um tom normal e audível, sentindo um enorme peso sair de dentro de mim, eu tinha dito, finalmente eu tinha dito. –Eu amo você e e-eu devia ter dito antes. –O choro recomeçava e eu tentava me conter, pois ainda precisava falar.

-E-Eu não tenho certeza de que isso é real, mas eu espero que seja, pois eu preciso saber que você sabe... Que você sabe o quanto eu te amo e o quanto me arrependo por não ter dito naquele dia antes de você partir, precisava me ouvir dizer essas palavras, olhando em seus olhos e saber que você tem certeza de que eu te amo. –Solucei não conseguindo dizer mais nada.

Eu mal sentia as gotas fortes da chuva grossa que caia, não sentia mais o vento gelado. Só sentia meu coração bater descompassado e desesperado dentro de mim, só sentia sua mão na minha, sé sentia o quanto eu o amava e o quanto era libertador dizer aquilo, aquelas três palavras para ele.

-Você esta aqui... –Consegui sussurrar, encantada e incrédula de que aquilo estava mesmo acontecendo.

Então o rosto de Oliver se mexeu, abrindo seu lindo sorriso, aquele sincero e cheio de luz que eu já vi tantas vezes, umas das coisas que mais senti falta dele. Minha mão livre se levantou até tocar o seu rosto, ele era real. Oliver fechou os olhos sentindo meu toque, escorreguei meus dedos pela sua bochecha, passando pela barba até chegar a seus lábios e contornei-os com o polegar. Oliver abriu os olhos e me olhou intensamente.

-Eu disse que voltaria. –Disse. Seus olhos correndo por cada parte do meu rosto até parar em meus lábios.

Eu precisava daquilo, precisava senti-lo.

Não eram perguntas que povoavam minha cabeça, perguntas de como ele tinha sobrevivido ou de como tinha chegado ali. Não era como e nem porque. Eu apenas precisava senti-lo verdadeiramente. Oliver se aproximou, grudando os olhos nos meus, humedeci os lábios ansiosa pelo contato. Coisa que não precisava já que ambos estávamos completamente encharcados.

Não podia mais esperar e Oliver e eu quebramos o espaço entre nós juntos. Nossos lábios se grudaram, levei minhas mãos até sua nuca mexendo em seus cabelos curtos. As mãos de Oliver foram para minha cintura aproximando mais nossos corpos, me apertando contra ele com se tivesse com medo de que algo ou alguém nos separasse bruscamente. E graças a Deus isso não aconteceu. Nossos lábios se provavam desesperados, nossas línguas se enroscavam e exploravam um ao outro. Não queria sair dali nunca mais, não queria que a chuva parasse, não queria que o sol nascesse e não queria ter que respirar. Simplesmente não queria sair dali, daqueles braços, parar de provar daqueles lábios. Meus pulmões começaram a se comprimir, necessitando de ar e muito lentamente nós nos afastamos.

Encostamos nossas testas uma na outra, a respiração ofegante e as lágrimas descendo. Ele estava ali, tinha voltado como havia dito. Tudo estava bem, pelo menos naquele momento. Sorri passando as pontas dos dedos em sua barba novamente, um pouco maior que o normal.

-Eu amo você... –Tenho certeza que Oliver só ouviu minhas palavras por estar realmente muito perto.

Ele sorriu novamente.

-Eu amo você, Felicity.

O beijei novamente, esquecendo de qualquer problema, de qualquer decisão que tomamos naquela conversa de meses atrás, de qualquer pergunta que com certeza viriam depois. Apenas me deixei aproveitar o momento e sentindo a sensação de ter nossos lábios um contra o outro, saboreando novamente um ao outro.


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Notas finais do capítulo

eaee gostaram? Comentem!Bjsss
P.S. Outra One: http://fanfiction.com.br/historia/569837/-Stop_dangling_maybes/