Fins e Meios escrita por SatineHarmony


Capítulo 3
Chuva




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Seu punho hesitou sobre a madeira, orgulhoso; em algum lugar da sua mente, ele se perguntou se a pessoa do outro lado daquela porta também se sentira assim no dia anterior quando viera falar consigo.

Com um suspiro de frustração, deixou sua mão cair ao lado de seu corpo, flácida. Por mais que odiasse admitir isso, agora ele reconhecia a coragem do guardião da chuva. Ele nem conseguia imaginar a alfinetada que Yamamoto levara em seu ego apenas para falar com Gokudera, oferecendo auxílio.

E agora era o guardião da tempestade que necessitava de sua ajuda. O destino era irônico, não?

Mordeu o lábio inferior e trincou os dentes em seguida. Isso é pelo bem do juudaime, eu devo fazer isso, eu devo cometer sacrifícios; caso contrário eu não mereço o posto de braço direito do juudaime. Foi com essa lógica que Gokudera conseguiu reunir força suficiente para bater na porta.

— Sim? — Yamamoto apareceu atrás de si com um sorriso largo, e o outro reprimiu uma exclamação de surpresa. Viu, nas mãos de Takeshi, a chave do seu escritório. Hayato revirou os olhos para sua própria estupidez: Ele sequer estava dentro da sala... — Você quer falar comigo, Gokudera? — Takeshi perguntou em seu tom usual. Isso fez Hayato erguer as sobrancelhas; essa era a primeira vez que eles ficavam a sós desde a discussão.

— Sim, eu quero. — Gokudera passou a língua por seus lábios secos, e o moreno não deixou de notar o seu nervosismo transparente. — Vamos conversar em privado. — pediu, dando um passo para trás para que Yamamoto pudesse abrir a porta. Isso feito, ambos adentraram o escritório.

Gokudera começou a falar apenas após passar a chave na fechadura:

— Reborn-san está escondendo algo de nós. — sua voz tornou-se mais séria e profissional; afinal, o assunto a ser tratado era o estado atual do amigo deles dois. Só então se virou para Yamamoto, que estava em pé no centro da sua sala. Contrariando as expectativas de Gokudera, o guardião da chuva não esboçava surpresa alguma:

— Então deve ser verdade... — Takeshi pensou em voz alta. Pareceu lembrar que o outro estava ali, e tratou de se explicar: — Digo, eu suspeitei de algo durante a reunião, mas, como fui o único, decidi ignorar. — estreitou os olhos, sua fisionomia rígida. — Ele me deu a impressão de já saber quem é o culpado. — comentou.

Hayato franziu os lábios, impaciente. Para ser franco, ele pretendia pedir apenas um favor a Yamamoto, nem mais, nem menos. Ele acreditava ter desvendado o quebra-cabeça e faltava uma única peça que, infelizmente, podia ser obtida somente através de Takeshi.

— Sem dúvidas ele suspeita de Mukuro. Na verdade, quem não suspeita? — Gokudera inspirou fundo, aproximando-se do moreno com passos vacilantes. — Mas não é sobre isso que quero falar contigo. — ele preferia não ter notado o breve brilho de esperança que aparecera nos olhos de Yamamoto ao compreender erradamente a sua declaração. — Quero dizer... — passou as mãos pelo cabelo, frustrado — Há algo entre o juudaime e Mukuro. Reborn-san disse para não nos "atermos aos detalhes" quando Sasagawa questionou o porquê do juudaime querer libertar Mukuro; talvez ele saiba algo importante e não quer nos dizer.

Seriedade e preocupação predominavam no rosto de Yamamoto enquanto o ouvia atentamente:

— Você quer que eu ajude como? — perguntou, prestativo. Gokudera sabia que ele estava ávido por uma tarefa, qualquer que fosse: Takeshi continuava vindo à base todos os dias, mesmo sabendo que não havia muito a ser feito.

Ignorando o gosto amargo que sentia em sua boca por não estar sendo justo com Yamamoto, Hayato engoliu em seco antes de, enfim, chegar ao ponto:

— Converse com Reborn-san e pergunte sobre isso. Com exceção do juudaime, você é o único que parece se relacionar bem com Reborn-san para poder questioná-lo assim. Por favor. — estas duas palavras quebraram o tom imperativo do seu pedido.

— Eu farei isso. — Takeshi assentiu sem pestanejar, e ver o quão disposto ele estava em satisfazê-lo fez Gokudera sentir uma culpa intensa crescer dentro de si. Não, não, ele não está me fazendo um favor — ele está compensando a sua falha com o juudaime, uma parte da mente do guardião da tempestade persistiu.

Yamamoto começou a andar e passou por Gokudera, rumando à porta. Virou-se ao abrir a mesma e recuou alguns passos para permitir a passagem de Hayato, que o encarou com a testa franzida em dúvida:

— Vamos? — perguntou o guardião da chuva, estendendo-lhe a mão. Gokudera a ignorou, saindo do escritório:

— Você não acha que minha presença pode afetar a conversa?

— Nah — Yamamoto fez um movimento de desdém com a mão rejeitada, seu rosto menos tenso —, você está pensando demais, como sempre. — disse, enquanto dirigiam-se à sala de Reborn. Ao ver Gokudera franzir o cenho em desacordo, corrigiu-se: — Não, não, eu compreendo, agora é o momento certo para agir de forma hesitante. Você sabe lidar muito bem com a máfia, Gokudera.

— Me elogiar não o levará a lugar algum. — murmurou em resposta, tirando um maço de cigarros e um isqueiro do bolso da calça. Acendeu um deles, levando-o à boca — E eu cresci na máfia, se esqueceu? Isso tudo é normal para mim — infelizmente é, completou para si mesmo.

— E o seu pai?... — começou Takeshi, porém ele próprio se interrompeu, mudando de ideia.

— Nosso chefe está em coma; dane-se o velho. Temos que estabelecer nossas prioridades, e essa é a minha: curar o juudaime do que quer que o afronte. — Hayato soou determinado.

— Você nunca mudará, nee? — Yamamoto lançou-lhe um olhar admirador.

— Não fale como se você não fosse assim também, idiota — Gokudera bateu em seu ombro, e um ar descontraído e mais leve surgiu entre eles depois de tantos dias preocupantes. Porém, no mesmo instante em que pararam em frente à porta do gabinete de Reborn, eles tomaram consciência da seriedade da situação em que se encontravam.

E, antes mesmo que Yamamoto fosse capaz de bater seu punho na porta, eles dois escutaram uma voz baixa e grave soar através da madeira:

— Entrem, Yamamoto, Gokudera.


* * *

Fechou a porta atrás de si, tentando fazer o mínimo de som possível. Ao tirar a mão da maçaneta, soltou um suspiro aliviado por ninguém ter notado a sua presença.

— Rokudo Mukuro. — ouviu ser chamado por trás de suas costas.

Bom, retire esse ninguém.

— Sim, arcobaleno? — o ilusionista virou-se, exibindo um sorriso vazio.

Reborn, que havia obtido sua forma adulta há pouco tempo, revirou os olhos ao apelido antigo, porém deixou passar:

— O que você faz aqui? — o hitman foi direto.

— O que houve? — Mukuro tapou o lado direito do rosto com uma das suas mãos, vestindo uma expressão divertida: — Kufufufu... Por acaso não posso saber como anda a família?

O outro respondeu com um erguer cético de sobrancelhas: Mukuro realmente recorreria à Vongola como mentira para o que quer que estivesse escondendo? Mas ele já sabia o que estava acontecendo ali, infelizmente.

— Então eu chamarei Tsuna para você. — disse, cínico, gesticulando para o gabinete do chefe da família, localizado justamente atrás da porta que Rokudo acabara de fechar. Reborn reprimiu um sorriso vitorioso ao ver o guardião da névoa ficar sem palavras por um breve instante.

— Ele está dormindo. — Mukuro informou em um murmúrio resignado, sendo o mais sucinto possível. A postura do hitman tornou-se tensa ao ouvir isso, porém sua voz continuava impassível ao falar:

— Eu não quero saber o que está acontecendo — disse, por mais que fizesse uma boa ideia do que se tratava —, mas eu irei interceder a partir do momento que isso afetar a família. — passou a mão no local onde guardava a sua arma, para enfatizar a ameaça — Tsuna é velho o suficiente para tomar suas próprias decisões, mas... — não terminou a declaração.

— ...Mas você continua o protegendo como se ele ainda fosse uma criança. — completou Mukuro.

— ...Mas ele possui outros cinco guardiões que têm como dever de vida protegê-lo. — Reborn o corrigiu, franzindo a testa em desafio. — Reconheça o seu lugar, Mukuro. Você está preso em Vendicare há quase dez anos; Tsuna é o chefe da maior família da máfia italiana. Há uma grande diferença de níveis entre vocês, e temo informar-lhe que Tsuna está acima de você.

— Não há necessidade de se preocupar, arcobaleno. Eu sempre soube disso. — baixou a cabeça com pesar, deixando despedaçar a máscara que construíra cuidadosamente para conversar com o hitman. Quando deixou seu rosto ser visto por Reborn, uma expressão divertida estava estampada nele. — Até mais. — e Rokudo Mukuro se foi, deixando para trás uma Chrome Dokuro corada e desconfortável.

* * *

— ...E foi assim que eu descobri o que estava acontecendo entre Rokudo Mukuro e Tsuna. Me fazerem contar uma história desnecessária como essa... — o hitman estalou a língua em desaprovação pelas memórias antigas. — Só vocês mesmo. — balançou a cabeça em um movimento negativo.

Gokudera trincou os dentes:

— Desnecessária?! É de suma importância saber com quem nosso chefe... — hesitou, não sabendo colocar em palavras o relacionamento de Tsuna com Mukuro.

Em meio à surpresa causada pela notícia de Reborn, Yamamoto reprimiu um meio-sorriso ao ver Hayato corar de frustração e vergonha. Ele decidiu intervir:

— Gokudera, veja pelo ponto de vista de Tsuna, ele provavelmente ficaria sem graça em nos contar que ele namora Mukuro... — o moreno coçou a nuca, pensativo.

— Foda-se! — Hayato fechou suas mãos em punhos, parecendo estar prestes a levantar da sua cadeira para dar um soco em alguém — Você tem noção do que isso significa? — virou-se para Yamamoto com um olhar feroz — Esse tempo todo o juudaime esteve na palma da mão daquele desgraçado! Mukuro só está interessado no poder do juudaime; Rokudo Mukuro não é capaz de se apaixonar! — gritou, dando um tapa no braço de Takeshi quando este pretendia acalmá-lo.

Um tamborilar de dedos sobre a escrivaninha próxima deles foi o suficiente para lembrar ambos os guardiões da presença do hitman:

— Eu me certifiquei de que isso não acontecesse. Eu estou de olho naqueles dois há mais de dois anos. — garantiu Reborn — Sim, essa informação é chocante et cetera — sua voz denotava desdém —, porém vocês já roubaram muito do meu tempo e agora eu estou atrasado. — foi sutil, como sempre.

Gokudera, agora um pouco mais calmo: sim, a prioridade é salvar o juudaime, focou-se apenas na última informação:

— Reborn-san, se me permite a pergunta... Antes de nós chegarmos aqui, você estava indo fazer algo relacionado à investigação?

Mudo, o ex-arcobaleno simplesmente tirou uma fotografia do bolso do seu paletó preto, colocando-a sobre a sua escrivaninha. Gokudera curvou-se brevemente da cadeira para pegar a figura.

— Essa é Chrome. — comentou Yamamoto, ao lado do seu amigo. A imagem que ambos viam era claramente a impressão de uma câmera de segurança que capturara Chrome Dokuro em uma fila, prestes a passar por um detector de metal, típico de aeroportos. — O que tem de tão importante nessa foto? — perguntou, estreitando os olhos para captar algum detalhe que lhe passara despercebido.

— Veja a data, seu idiota. — Gokudera revirou os olhos, apontando para os números impressos no canto inferior direito do papel. — Essa foto foi tirada menos de meia hora depois do juudaime entrar em coma.

— E Tsuna autorizou a viagem de Chrome para a Itália na tarde do dia anterior. Por que ela demorou tanto para partir? — Reborn perguntou retoricamente — E mais: ela comprou uma passagem para cada voo com destino à Itália naquele dia. Poderia até ser algo relacionado ao plano da gangue deles, porém só Chrome viajou, e as outras passagens não foram usadas. Eu fiz uma visita em Kokuyo Land — Gokudera e Yamamoto leram as entrelinhas: Reborn invadiu o parque em segredo e espionou os amigos de Mukuro —, e todos os outros estavam lá.

— Várias passagens de voos para a Itália em horários diferentes? — Hayato ergueu uma sobrancelha, cético — Chrome estava apenas esperando o momento certo para embarcar. — murmurou.

— Vocês têm certeza absoluta de que Mukuro é o culpado? — Yamamoto os observava com um olhar desanimado.

— Só pode ser ele! — Gokudera estalou a língua em irritação, passando uma das mãos pelo cabelo. — Nós só precisamos de provas, sem dúvidas aquele filho da mãe está por trás disso tudo. Ele sempre está. — sua voz adotou um tom meio infantil.

— Eu vou ao aeroporto de Namimori agora. Verei se alguém viu uma pessoa estranha, porque nós precisamos de evidências. — Reborn levantou da sua cadeira, porém pareceu lembrar-se de algo, pois parou seus movimentos quase no mesmo instante: — Yamamoto, saia daqui, por favor. — lançou-lhe um olhar que não dava espaço para o guardião da chuva reclamar. Resignando, este assentiu:

— Esperarei no corredor. — e, com isso, retirou-se sem olhar para trás.

Em todos esses anos, Gokudera nunca compreendera o poder que Reborn tinha sobre Yamamoto. Claro que o hitman era uma pessoa temida, o próprio guardião da tempestade o respeitava, porém qualquer um era capaz de notar que Yamamoto estimava o ex-arcobaleno por razões completamente diferentes.

Gokudera ajeitou sua postura, sentindo o ar pesar entre eles. Reborn permaneceu estático, com sua típica fisionomia inexpressiva.

— Você se lembra do episódio do Mochida? — esta pareceu ser uma pergunta aleatória feita pelo hitman.

Hayato trincou os dentes. Ah, como ele se esqueceria daquilo? Alguns anos atrás, Verde iniciou uma pesquisa sobre amplificação dos cinco sentidos humanos — olfato, paladar, visão, tato, audição —, e decidiu testar uma de suas "super vacinas" em um civil; mais especificamente, Mochida Kensuke. O que se seguiu foi que o jovem, controlado por Verde, invadiu a base Vongola e quase acertou Tsuna com um golpe surpresa. A sorte foi Yamamoto estar por perto na hora, o que (por sorte) lhe rendeu apenas um corte superficial da katana de Mochida ao se fazer de escudo humano para proteger o juudaime. Saldo: reforçamento da segurança da base e uma cicatriz no queixo do guardião da chuva.

— O que isso tem a ver? Você acha que Verde e Mukuro planejaram algo juntos? — deduziu Gokudera, não entendendo aonde o hitman queria chegar. Reborn ignorou suas perguntas:

— Você sabe o que Yamamoto me disse depois de salvar Tsuna? — foi retórico — "Que bom que nada aconteceu com Tsuna, porque senão Gokudera teria ficado muito triste".

Hayato mordeu o lábio inferior, incerto de como reagir à informação. Foi seco:

— E...? — ergueu uma sobrancelha, esperando que Reborn concluísse o seu raciocínio até então incompreensível.

— Eu não sou cego, eu sei o que está acontecendo. — sua voz pingava arrogância e desprezo; o guardião da tempestade trincou os dentes com isso. — Você é o braço direito do chefe da maior família da máfia italiana. Dito chefe está, no momento, enfrentando problemas dos quais sequer temos consciência. Portanto, querendo ou não, você será necessário agora. Se você é incapaz de trabalhar com eficiência devido a problemas pessoais, resolva-os imediatamente.

Gokudera sentiu uma facada em si ao ouvir isso: ele falhara completamente; ele falhara para com juudaime quando este mais o precisava. Hayato não merecia nem ter recebido essa instrução de Reborn, uma vez que ele sequer notara sua conduta inapropriada! E ele ainda se declarava braço direito do chefe da décima geração da Vongola?!

Hayato simplesmente assentiu, sem transparecer os pensamentos sofridos que recheavam a sua mente agora:

— Sim, Reborn-san. — Gokudera não se lembrava da última vez em que tivera de ceder a alguém, e essa sensação não era nem um pouco agradável.

Após uma breve reverência, Gokudera rumou à porta de saída com os punhos cerrados, os dentes trincados, e o cenho franzido em frustração.

* * *

Hayato inicialmente não tinha interesse algum pela cultura oriental, porém certas circunstâncias, como o seu chefe ser japonês, por exemplo, o obrigaram a mudar de opinião. No entanto, em pouco tempo o juudaime não era mais a sua desculpa para ler inúmeras revistas, livros e pesquisas sobre a terra do sol nascente; ao mergulhar naquele mundo completamente novo, cheio de impessoalidade, regras de etiqueta e pronomes de tratamento, o um quarto japonês do sangue de Gokudera pareceu ser despertado. Logo ele passou a atribuir todo o conhecimento que absorvera como uma forma de se aproximar da memória de sua mãe, que era metade japonesa. Mesmo assim, nunca dera valor a datas comemorativas, quaisquer que fossem — Natal, aniversários —, portanto ele ficou surpreso ao encontrar um pacote sobre a sua mesa quando entrou na sua sala na base dos Vongola.

Franziu o cenho, seguindo com passos cautelosos em direção ao objeto não-identificado. O seu calendário de parede indicava ser catorze de março: não era seu aniversário e também não era Natal. Talvez Tsuna tivesse decidido parabenizá-lo pelo seu trabalho? Pensou em destruir o presente misterioso com suas dinamites para garantir que nada de ruim acontecesse — afinal, bem que um inimigo da Família poderia ter implantado uma bomba ali. Contudo, Gokudera preferiu arriscar: puxou a fita vermelha que mantinha o saco prateado lacrado, desatando o laço de enfeite. E dentro não havia nenhuma ameaça, veneno, bicho peçonhento ou qualquer coisa do gênero: havia apenas um doce.

Mais especificamente, um bombom de chocolate branco.

Chocolate branco.

Branco.

Hayato havia notado, mais ou menos no início do mês de março, uma mudança de paisagem: os outdoors, comerciais e quaisquer outros meios de comunicação ficaram lotados de propagandas com doces, presentes românticos e casais melosos. A razão? O White Day se aproximava. O White Day era a chance das garotas de receberem presentes de seus namorados. Já para os homens, a perspectiva era diferente, o White Day era encarado como um teste de cavalheirismo: seja educado e prove ser homem retribuindo os favores que recebera no Valentine's Day.

— Essa é alguma brincadeira? — perguntou em voz alta, sentindo-se insultado. As únicas garotas (na verdade, agora mulheres) que tinham acesso a esse nível da base Vongola eram Chrome, Haru, I-Pin, Kyoko e Bianchi. Aneki, você só pode estar de sacanagem com a minha cara..., suspirou, irritado.

Levou uma mão ao bolso, tirando um maço de cigarros e um isqueiro. Ele estava soltando fumaça por entre os lábios quando escutou a voz atrás de si:

— Não é, pois eu nunca estive tão sério em toda a minha vida.

O cigarro escorregou de por entre seus dedos e caiu no chão. Hayato pisou em cima do mesmo para apagá-lo, não se importando com as cinzas que se espalharam pelo carpete fofo. Virou-se, apoiando ambas as mãos sobre sua escrivaninha, não confiando no seu equilíbrio. E, droga, ao ver o guardião da chuva parado casualmente na soleira da porta de sua sala, toda a resistência que ele possuía evaporou-se.

— Feliz White Day. — Takeshi desejou, parecendo não notar o alvoroço que sua presença causara no outro.

— O que é isso, Yamamoto? — Gokudera não hesitou em mostrar toda a confusão que sentia.

— Bom, isso é um chocolate. — ele respondeu com um meio-sorriso.

Hayato estava prestes a rebater com algo mal-educado quando percebeu uma coisa. Ele está nervoso, pensou com seus botões enquanto observava Takeshi passar a mão na nuca, sorrindo por tempo demais. Será que o coração dele está batendo tão rápido quanto o meu?

Por Deus, ao mesmo tempo em que Gokudera rezava para que essa fosse mais uma das "situações-Yamamoto" — assim Hayato apelidara os momentos em que Takeshi mostrava mais afeição do que o normal, dolorosamente alimentando pouco a pouco o amor não-correspondido de Gokudera por ele —, Hayato também desejava secretamente que Takeshi, por ser o japonês que era, compreendesse a seriedade e o compromisso por trás do White Day. Espera, agora Hayato se importava com essa data idiota?

— O que você quer dizer com isso? — Gokudera questionou mais uma vez — ele necessitava entender tudo antes de jogar pela janela anos de sofrimento para se tacar naquele par de braços bronzeados que suplicavam por um longo abraço.

— Eu gosto de você? — e doeu no fundo da alma de Gokudera como a suposta declaração de amor de Yamamoto soara feito uma pergunta.

— Eu não creio... — Hayato murmurou para si mesmo, balançando a cabeça em um movimento negativo. Passou os dedos pela ponte do nariz, inspirando fundo enquanto trincava os dentes. Droga, nem um maço inteiro de cigarros o livraria do mau humor que sentia no momento. Havia algo pior do que nutrir uma paixão platônica por mais de dez anos? Até hoje, Gokudera responderia sem pestanejar que não, e, ah, tenha certeza que ele é perito nesse assunto. Mas não mais, agora ele duvidava disso. Ter o amor da sua vida declarando-se para você de forma duvidosa era mil vezes pior do que isso. Era como ser preso em uma dama de ferro, nadar em lava e ser cravado por adagas até parecer com um cacto: tudo isso ao mesmo tempo.

Yamamoto Takeshi era uma das pessoas mais banais que conhecia, com exceção de uma coisa: isso era uma mentira que Hayato costumava contar para si mesmo. Superficialmente Yamamoto era de fato comum, porém quando o conhecia de verdade ele era uma pessoa surpreendente. Era incrível como, com o passar dos anos, você se acostumaria com a mania dele de confiar em seus instintos, com seu hábito de se importar demais com os outros e de sempre colocar seus amigos em primeiro lugar. Yamamoto era um homem perfeito aos olhos de Gokudera, porém ele também reconhecia que eram diferentes demais para algo funcionar entre eles.

Takeshi ficou com inúmeras garotas, porém nunca namorara, devido ao seu "defeito" de não pensar duas vezes antes de cancelar um encontro para ajudar em algo relacionado a Vongola. Hayato não achava que o guardião da chuva seria capaz de lidar com a sociedade preconceituosa, que nunca o receberia da mesma forma amável que recebia a superfície da sua personalidade.

Yamamoto Takeshi provavelmente confundira gostar-amigo com gostar-paixão; algo compreensível, uma vez que ambos reconheciam que passavam bastante tempo juntos, em especial após amadurecerem e pararem um pouco com suas discussões infantis.

— Você não está preparado para mim, Yamamoto. — Gokudera respondeu numa voz rouca, lutando para as palavras saírem. Ele não queria dizer isso, mas ele tinha de. — Vá para casa e passe um tempo com o seu pai, ele colocará juízo na sua cabeça. — andou em sua direção, ignorando o tremor de seus joelhos, que ameaçavam ceder a qualquer instante. Colocou uma mão sobre o ombro direito do moreno, empurrando-o para que saísse de seu escritório.

Algo na declaração de Hayato colocara Yamamoto em estado de choque, pois ele não resistiu. No final das contas, eu estava certo, observou o guardião da tempestade, enquanto sentava-se sobre sua cadeira. A primeira coisa que fez foi pegar uma garrafa de bebida que guardava em uma das gavetas da sua escrivaninha; a segunda, tacar o chocolate na lixeira.

* * *

Gokudera balançou a cabeça repetidas vezes, como se tal movimento expulsasse essas memórias desconfortáveis de sua mente — droga, por que ele tinha de se lembrar disso justamente agora? Ele detestava admitir, mas estava receoso depois dessa advertência de Reborn. Se eu der um passo em falso, pode ser o fim do juudaime, reconheceu a gravidade da situação. Hayato estava se reprimindo ao máximo para não transparecer a bagunça que ele era no momento, deixando apenas uma expressão apreensiva estampar-se em seu rosto.

Ao seu lado, Yamamoto fitava-o com olhos preocupados, olhos curiosos. Ele estava se contendo para não perguntar o que acontecera na sala entre Gokudera e Reborn — ele sabia que o guardião da tempestade não gostava de ser questionado —, e teve que praticamente morder a língua para não dizer um "Você está bem?": uma das perguntas mais odiadas por Hayato.

Ambos pararam de andar ao alcançarem o gabinete de Gokudera. Yamamoto o viu dar um alto suspiro, mostrando toda a tensão que sentia. Takeshi estava prestes a seguir para o seu próprio escritório, quando Hayato manteve aberta a porta da sala, em um claro convite:

— Quer entrar? — Yamamoto jurava ter visto as maçãs do rosto de Gokudera corarem com isso.

Yamamoto assentiu sem hesitar, e só compreendeu a seriedade do gesto do guardião da tempestade ao ver a mão deste rumar ao bolso da sua calça, tirando o maço de cigarros e o seu isqueiro pela segunda vez no dia. Takeshi seguiu o movimento com os olhos, mas fingiu não ver, entrando na sala de Gokudera sem contestar. Escutou a porta ser fechada atrás de si e, ao se virar para o menor, surpreendeu-se ao ver que este não estava fumando, tendo guardado novamente o maço no bolso da calça. Yamamoto ergueu uma sobrancelha em confusão: Ele está nervoso, notou.

Hayato passou por Takeshi com os olhos fixados no chão enquanto rumava à sua escrivaninha, porém não se sentou na cadeira próximo à mesa, algo que aumentou a dúvida de Yamamoto. Ele esperava que Gokudera adotasse uma postura rígida e formal, igual a quando discutiram antes, entretanto, o guardião da tempestade à sua frente parecia estar extremamente hesitante e perdido, algo incomum do sempre ágil e esperto Gokudera Hayato. Não querendo pressioná-lo, Yamamoto continuou em pé próximo à porta, com uma expressão calma no rosto.

Levantando o seu olhar do carpete, Gokudera finalmente observou a fisionomia de Takeshi. Algo pareceu prender sua atenção, pois ele seguiu com passos decididos em direção ao moreno, os olhos focados em um único ponto. Sua mão se estendeu quando estava incrivelmente próxima do corpo de Yamamoto, sendo capaz de sentir o calor convidativo que este emanava. Seus dedos tocaram levemente a cicatriz no queixo alheio, seguindo a marca de forma delicada, como se temesse que a dor que a causara voltasse com seu toque.

Oh, isso, pensou Takeshi ao se lembrar de como ganhara aquela cicatriz. Fazia muito tempo que ele não prestava atenção nela; a marca se tornara um atributo a mais no seu rosto, nada que valesse perder tempo se lamuriando. Quando sentiu a pressão da ponta dos dedos de Gokudera diminuir sobre a sua pele, Yamamoto levantou sua própria mão para envolver o pulso do outro, impedindo que o toque em seu rosto terminasse.

— Yamamoto... — foi a única palavra que escapou por entre os lábios de Gokudera ao ser arrebatado pela honestidade nua e pura que transbordava dos olhos cor de chocolate de Takeshi.

Aquilo causou calafrios pela espinha de Hayato; a habilidade que o outro tinha de exibir seus sentimentos com uma facilidade invejável. A facilidade que tinha de confiar em outros. E o filho da mãe sabe que ninguém jamais o esfaqueará nas costas, porque não há uma pessoa nesse mundo que seja capaz de resistir a esse olhar, Gokudera suspirou em inveja. Esse era um de seus pensamentos mais vergonhosos: o desejo de ser que nem Yamamoto, de ser que nem a pessoa que sempre criticara justamente por causa da personalidade imprudente e inconsequente. Esse era um dos desejos mais secretos de Gokudera, e algo que nunca confessaria em voz alta. Nunca.

E lá estava ele, Yamamoto Takeshi, em silêncio, explorando cada parte de seu corpo, cada parte de sua alma, através apenas do seu olhar. Hayato podia ver como o moreno se continha para não metralhá-lo com perguntas, sabendo que o guardião da tempestade não ficaria nem um pouco feliz caso ele o fizesse. Ele podia ver aqueles olhos que transbordavam confusão e interrogações e, ao mesmo tempo, confiança no julgamento de Gokudera e no que ele faria em seguida.

— Você... — a voz de Gokudera estava estranhamente rouca, como se ele tivesse passado dias sem falar. Mesmo assim, forçou as suas cordas vocais a funcionarem; nada poderia impedi-lo quando ele se sentia tão disposto a ser honesto pela primeira vez em sua vida — Você levou essa cicatriz pelo juudaime ou por mim? — perguntou.

Yamamoto prendeu o fôlego com tal questionamento. Hesitação, algo tão atípico dele, tomou conta de seu ser. Observou os olhos de Gokudera, aquele par de esmeraldas que brilhavam tão ferozmente, e procurou quaisquer sinais de exasperação, de julgamento. Nada. Era como se todas as barreiras que o guardião da tempestade tinha erguido à sua volta tivessem sido derrubadas. Naqueles orbes o moreno era capaz de ver apenas a verdadeira sinceridade de Hayato: ele queria uma resposta e, qualquer que fosse, ele a respeitaria.

— Eu não queria que nenhum de nossos amigos se machucassem. Mas admito que, no momento, pensei apenas em você e em como você reagiria caso Tsuna fosse ferido. Sinto muito por não ser totalmente fiel ao nosso chefe, desculpa por ter sido movido por pensamentos egoístas. — Yamamoto sussurrou a última parte, mas não por vergonha; sua voz falhara por temer a reação de Hayato. Este deu um meio-sorriso reservado, porém era ainda assim um sorriso:

— Não peça desculpas por isso. Os fins justificam os meios; o que importa é que você cumpriu seu dever como protetor do juudaime no final das contas. — disse.

O coração de Gokudera doía ao falar tais palavras. Sua mente gritava que aquilo era errado — "Ele é o guardião do juudaime, como pôde pensar em você quando seu chefe corria risco de vida?! Egoísta!" —, porém ele sufocaria com toda a força de seu ser esses pensamentos. Ele deveria fazê-lo, pois sentia que ele e Yamamoto nunca se entenderiam caso ele não abrisse mão desse lado de sua personalidade: o lado excessivamente devoto por Sawada Tsunayoshi.

Perdão, juudaime, mas parece que eu também serei um pouco egoísta..., Gokudera pensou com pesar. Não era como se ele não respeitasse mais Tsuna — não, não era isso. Seu dever era cuidar de seu chefe e ele o faria até o fim de seus dias, porém de agora em diante ele possuía novas prioridades. E Hayato tinha vergonha de reconhecer isso, no entanto Yamamoto Takeshi, aquele idiota sorridente, alcançara o mesmo nível de importância que o juudaime. Estava em primeiro lugar na sua mente. No seu coração.

Gokudera inspirou fundo, entreabrindo os lábios para obter o máximo de ar possível — seus pensamentos estavam nublados, ele assimilara tudo muito rápido.

— Gokudera?... — Yamamoto exibiu uma expressão preocupada ao ver o rosto do outro desmoronar em realização. Hayato, em resposta, apoiou seu queixo no ombro alheio, não querendo que sua fisionomia abalada fosse vista. Surpreso com o gesto repentino, os braços de Takeshi envolveram a cintura de Gokudera por reflexo, abraçando-o. Sorriu ao ver que não fora rejeitado. Lá estava ele, Gokudera Hayato, nos braços de Yamamoto Takeshi. Finalmente. Um ano de lutas depois, ele alcançara o seu objetivo. Agora ele poderia morrer feliz.

Como eu pude demorar tanto tempo para perceber que eu gostava dele?..., Yamamoto perguntou-se, querendo dar um tapa na própria cara pela sua imensa estupidez. Ele não gostava de admitir, mas quem o mostrara a paixão que ele inconscientemente tinha por Gokudera fora o seu pai. Sim, um dia Yamamoto Tsuyoshi chamara seu filho para conversar sobre como ele sentia-se orgulhoso pelo seu garoto dominar Shiguren Soen Ryu com perfeição, por ser gentil, confiável, amigável e outra série de elogios, até chegar onde queria: "Eu não me importaria se a pessoa que você ama tivesse três pés e cinco olhos. Agora, Takeshi, há algo que você queira me contar?". Porém, antes que este pudesse responder algo, um Gokudera grogue de sono apareceu, descendo a escada e entrando na cozinha para despedir-se deles e agradecer pela ajuda — Yamamoto o encontrara exausto no seu escritório, dormindo de cara com o tampo da escrivaninha, e o levara para dormir na sua casa —, e avisar que agora voltaria para seu apartamento. Após isso, Takeshi pretendia questionar seu pai mais a fundo, mas a declaração que se seguiu foi mais do que suficiente para o moreno compreender: "Ele olha para você da mesma forma que você o olha".

Memórias à parte, Yamamoto lutava para conter a animação que sentia. Permitiu que um largo sorriso se estampasse em seu rosto, sabendo que Hayato não podia vê-lo; o guardião da tempestade provavelmente se sentiria irritado por uma ação tão presunçosa como essa. Tudo o que Takeshi desejava era aproveitar o momento, e ele pretendia seguir carpe diem de olhos fechados.

Sendo assim, arriscou-se subindo delicadamente uma de suas mãos pelas costas de Gokudera, rumando à sua nuca. Hayato afastou o rosto do ombro de Yamamoto, erguendo uma sobrancelha em desafio ao compreender as intenções do guardião da chuva. Takeshi não se deixou abalar; em mais de dez anos ao lado de Gokudera, um dos aprendizados mais essenciais que descobrira fora que Hayato adorava testar os limites das outras pessoas, ver do que elas eram capazes. E o sorriso discreto estampado na face de Gokudera mostrava que ele estava muito interessado no potencial de Takeshi.

A mão de Yamamoto desceu para o queixo de Hayato, envolvendo-o. Gokudera permitiu que sua cabeça fosse erguida, avistando o rosto de Takeshi pela primeira vez desde envolto em seu abraço. Agora não tem volta, reconheceu o guardião da tempestade, jogando sua hesitação pela janela.

Vendo que Gokudera não resistiria, Yamamoto aproximou seu rosto lentamente, apreciando a expressão cheia de expectativa do menor. Os narizes roçaram-se e, pegando-o completamente de surpresa, a ponta da língua de Hayato percorreu o seu lábio inferior. E foi essa faísca que acendeu em Takeshi sua usual franqueza; a mão que permanecera na cintura de Gokudera estreitou seu aperto, fazendo seus peitos se tocarem e tornando inexistente a distância entre eles.

O encontro foi brusco, mas nada que eles não pudessem suportar. O guardião da chuva não hesitou em devorar a boca vermelha à sua frente, tentando ao mesmo tempo manter certo nível de cuidado. Já Gokudera não parecia compartilhar de sua cautela, entreabrindo os lábios para poder finalmente explorar o que o esperava no interior.

Yamamoto sentiu mãos em volta de seu pescoço, afagando-lhe a nuca, dedilhando a pele da sua clavícula acima do tecido da sua blusa e sob seu paletó. Uma de suas mãos desceu, em resposta, para a cintura de Hayato, aproximando-o mais de si. Decidindo que Gokudera já se movera livremente o suficiente, Yamamoto passou por entre os lábios deste, querendo sentir o gosto direto de sua boca. Era quente; tudo estava quente, e lembrava tanto Gokudera... Sempre cabeça-quente, brincando com seus fogos de artifício.

O ritmo do beijo diminuiu à medida que o fôlego de ambos terminava, até tornar-se rápidos selar de lábios seguidos. Hayato virou o rosto para o lado, tentando respirar, e recebeu um beijo na bochecha. Ele corou com isso, abaixando a cabeça, e uma das suas mãos que estava sobre o ombro de Takeshi começou a fazer movimentos circulares, como que para acalmar o outro, que estava ofegante.

— E-eu não voltarei atrás. — por mais que essas palavras tivessem sido proferidas em um sussurro, elas carregavam intensa convicção, típico de Gokudera — Eu não farei isso, eu não sou covarde. — acrescentou, inspirando fundo. — Porém, caso o juudaime não acorde... — Hayato fez uma careta de dor, e viu uma sombra cobrir o rosto de Yamamoto em resposta — Caso ele não acorde, eu não posso te garantir qual será a minha reação, perdão. — Takeshi teve que apurar sua audição para ouvir a última palavra.

Yamamoto recolheu seus braços e afastou-se de Gokudera, recompondo sua postura e estado de espírito.

— Eu compreendo. — disse, enfim. — Respeito seu pensamento e agradeço pelo aviso. Mas eu quero você, Gokudera Hayato, então darei o meu melhor para que essa situação tenha um final feliz. Custe o que custar, eu o farei dizer que me ama, porque eu sei que essa é a verdade. — Yamamoto foi determinado e não deixou espaço para que Gokudera respondesse: Takeshi logo se retirou do gabinete.

Hayato levou uma mão à sua boca para esconder o largo sorriso que ameaçava escapar diante de tal declaração tão intensa e... Verdadeira.

Notando que uma rara e desejável euforia começava a preencher o seu ser, Hayato fez uma pequena careta: Droga, seu idiota, assim eu me apaixonarei mais ainda por você.


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Notas finais do capítulo

A cena da conversa entre Mukuro e Reborn está toda em itálico porque é um flashback. Eu particularmente detesto itálico, mas eu coloquei assim por medo de que vocês não notassem a "volta no tempo". A cena 8059 do White Day também é flashback, btw. Só não coloquei em itálico porque eu achei que essa era meio óbvia que era flashback '-'
Por fim, muito obrigada por todos os reviews do capítulo passado *-* E, leitores-fantasma, eu não mordo, ok?
Até o próximo capítulo õ/



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