Safira: A História de Uma Assassina escrita por Maithe Merizio


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo, adorei ele. Não foi tão violento quanto o outro, mas....



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Suor escorre de minha testa, passei a manhã toda torturando um homem que havia invadido os limites de Desmond. Meu cabelo se desfez da trança, o homem está inconsciente e completamente irreconhecível. Meu pai havia pedido para levá-lo a sua sala depois que eu terminasse, mas gostaria de apenas matar o pobre homem, se depender do meu pai ele vai fazer com que este homem deseje morrer. A porta da sala estava fechada, mas eu sabia que tinha dois guardas lá então eu bati na porta para chamar a atenção deles.
Faz anos que estive por aqui e matei pessoas inocentes - gostaria de não ter feito isso, Bill não merecia esse lugar - me sinto mal por vagar por esses corredores sabendo que fiz algo tão horrível, naquela noite quando cheguei a casa me tranquei no quarto e chorei pelo que eu tinha feito, posso ser uma assassina, mas isso não quer dizer que não tenha coração. Quer dizer, bem depois que eu chorei a noite toda, jurei nunca mais ter esse sentimento então eu meio que fiquei pior, ainda sou assim, mas quando estava Donovan eu era quieta e só fazia o que me mandavam até que um dia eu conheci uma pessoa. Ele era mais velho do que eu e foi meu primeiro amor, seu sorriso me fazia esquecer as coisas ruins que fiz quando mais nova, me fazia esquecer quem eu era e me fazia querer ser aquela menina doce que ele sempre dizia que eu era, mas ele não sabia quem eu era, sabia apenas meu nome, minha idade e as coisas que eu gostava de fazer. Tornamo-nos amigos no inicio, mas eu o amei depois de algumas semanas mesmo ele agindo como se fosse meu irmão mais velho porque das outras crianças, elas implicavam comigo dizendo que meu pai não me amava, que havia me abandonado, que me mandou para o outro lado de Kimberely para que eu ficasse o mais longe possível dele. Queria matar a todos, mas ele sempre me ajudou sempre me fazia feliz em qualquer momento, ele foi à luz no fim do túnel até que um dia ele sumiu e ninguém sabia onde ele estava ou para onde foi, fiquei devastada me tornei mais sombria do que era antes, sempre que uma das crianças implicava comigo eu quebrava seu pescoço ou alguma outra parte de seu corpo, eu acabava sendo castigada, mas não me importava à dor era a única coisa que me matinha sã.
– Srta. Lowell - chama o guarda. Eles nunca me chamam de outra coisa, mas quando vão chamar meu irmão eles falam Alteza isso, Alteza aquilo - Srta. Lowell - ele me chama de novo quase gritando
O encaro com ódio e ele se afasta um pouco, eles podem me tratar de uma forma grossa, mas sei que no fundo eles morrem de medo de mim.
– Perdão - murmuro - leve este homem para meu pai, não quero me sujar mais e estou cansada para poder carregá-lo
Os dois vão em direção ao prisioneiro e o carregam porta a fora e eu os sigo me perdendo em meus pensamentos, nos momentos em que passei com meu melhor amigo, a forma como me apaixonei perdidamente por ele e o tempo em que passei procurando por ele até que desisti e me fechei para qualquer outro sentimento que não seja a dor. A dor era algo que eu podia viver sentindo, cresci em meio ao caos, sendo treinada até o limite, sendo punida por desmaiar quando o treinamento era demais para mim, com meu irmão era diferente até mesmo o treinamento não era tão bruto como o meu, ele tinha pausa para comer, para descansar, usar o banheiro, até mesmo para brincar, nunca tive nenhuma dessas coisas e admito sinto uma inveja por ele, mas não é por isso que eu o odeio. Joey, meu irmão, vive implicando comigo desde que voltei para casa, nunca me deixa em paz. Uma vez ele puxou o meu cabelo e saiu correndo, eu não ia deixar ele se safar então peguei uma pedra do chão e joguei nas costas dele, ele caiu de cara no chão, assim que me aproximei peguei seu cabelo e puxei sua cabeça para cima fazendo com que ele olhasse para o meu rosto.
– Nunca, jamais toque no meu cabelo ou em mim - falei para ele
Ele me olhou com seus olhos castanhos escuros e pude ver que ele estava com lágrima nos olhos, isso me fez sentir menos pena por ele, o soltei voltei para dentro de casa.
E foi assim que todos os dias, todos os meses. Chegando a porta da sala do trono os guardas abrem a porta e me deixam entrar primeiro, vejo meu pai sentado em seu trono ao lado de minha mãe que está com Joey em seu colo brincando com seu cabelo, reprimo o desgosto e vou até meu pai, dou uma meia reverência.
– Majestade trouxe o prisioneiro como me foi solicitado - digo
Os guardas trazem o prisioneiro para o meu lado, papai o olha com um sorriso nos lábios
“Homem doentio, adora o sofrimento dos outros." Penso
– Ana muito bem, você o deixou a beira da morte - ele ri - agora, essas suas vestes estão sujas de sangue, você deveria se trocar antes que nossos convidados cheguem
– Que convidados? - na hora que pergunto a porta é aberta e guardas com uniformes verdes entram logo em seguida dois homens entram cercados de mais guardas. Um rei e um príncipe.
Vou em direção ao trono de meu pai e fico do seu lado enquanto olho para os homens que chegaram o rei não parece ser mais velho que meu pai e seus cabelos são loiros como os do filho, mas seus olhos são castanhos, pensei que um rei seria barrigudo, mas esse rei é completamente desprovido de gordura, seus braços são musculosos e seu ombro é largo, deve ter 1,80 ou mais, seu rosto está tão sério que me dá calafrios. O príncipe é mais magnifico que seu pai, meus olhos não conseguem parar de encará-lo, cabelos loiros, olhos verdes, rosto sério como o do pai, mais alto que o pai e cheio de músculos. Penso em um garoto sorridente de olhos verdes como os do príncipe e meu coração se enche de tristeza e abandono.
– A que devo a honra de sua visita rei Travis Maxwell? - papai pergunta
O rei olha para o meu pai com puro ódio
– Você tem algo que me pertence - fala o rei lentamente


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