A Saga da Nova Geração escrita por zariesk


Capítulo 77
Capitulo 67 – Trabalhando Pela Paz.


Notas iniciais do capítulo

e lá vamos nós com o penultimo cap da fic.
é isso ai, ela está acabando.
mas não fiquem tristes, ainda tenho alguns planos que serão explicados em breve, fiquei devendo muita coisa e vou cuidar disso!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/57592/chapter/77


Sentar naquela cadeira e aguardar o pronunciamento era terrivelmente perturbador para Yukie, além dela seu pai examinava os documentos enquanto sua mãe aguardava sem encará-la, outros dois jounins que ela mal lembrava de ter visto alguma vez auxiliavam o Hokage enquanto este passava as paginas e assinava alguns papeis, nesse momento ela se perguntava se já esteve em alguma situação tão tensa.

- Deixa pra lá, não preciso ler essa papelada toda pra dizer o que já está determinado – disse Naruto fechando a pasta.

Yukie quase sorriu, mesmo com a seriedade da situação ele não perdia sua característica marcante de fugir da papelada sempre que possível.

- Hyuuga Yukie, como não estou com cabeça pra seguir toda a burocracia você deve sabe a razão dessa reunião não é?
- Sim Hokage-sama, eu sei sim – respondeu ela.

Seu olhar se desviou um pouco para Hinata que parecia se esforçar pra conter as lagrimas, mas logo ela voltou sua atenção para Naruto que estava igualmente tenso e perturbado.

- Hyuuga Yukie, por ter se tornado uma nukenin e atentado contra nossos aliados você violou a mais solene lei entre as vilas ninjas – começou Naruto – e principalmente violou o orgulho e as crenças de Konoha.

Mesmo assim ela não demonstrava arrependimento enquanto era examinada de cima a baixo por Naruto, este procurava qualquer hesitação, qualquer sinal de arrependimento ou tristeza e de alguma forma ficou feliz em não encontrá-los e por isso continuou.

- A pena para tal traição sempre é a execução ou prisão perpetua, entretanto devido as circunstancias que geraram tal ocorrido e devido a sua enorme contribuição com a ultima guerra eu e os outros kages decidimos concede-lhe clemência – continuou ele – acreditamos que você jamais teve intenção de prejudicar nossas nações e que não lhe falta honra e orgulho.

Naruto rezava muito esses últimos dias, pedia que se existisse misericórdia ou recompensa para ele nesse mundo que jamais o deixasse executar a própria filha, ele o faria se fosse preciso mas morreria depois como auto-punição por não ser capaz de proteger um dos seus entes mais queridos.

- Mesmo assim uma punição ainda é necessária – continuou Naruto após tomar fôlego – como Hokage eu retiro seu titulo de shinobi e a condeno a confinamento no clã Hyuuga, esta é a punição decidida pelo conselho de Konoha.

Naruto suspirou e um dos jounins começou a escrever tudo num pergaminho que mais tarde seria copiado, divulgado e arquivado e isso significaria que desse dia em diante Yukie não poderia mais exercer seu trabalho como ninja e nem deixar o clã Hyuuga, então ainda tremendo um pouco foi a vez de Hinata se manifestar.

- Como líder do clã Hyuuga eu devo transmitir a decisão de todo o clã discutida em conselho – ela engoliu em seco pra poder continuar – foi decidido que Hyuuga Yukie envergonhou todo o clã e que não é possível ela manter-se associada a nós, por isso seus direitos como sucessora foram totalmente revogados e não mais poderá usar o nosso nome.

Diferente de Naruto ela não conseguiu conter seus sentimentos e caiu em prantos tão logo seu coração se partiu ao pronunciar a sentença do clã, não que ela fizesse questão que Yukie carregasse títulos mas porque isso significava que para o clã Hyuuga ela estava morta, nenhuma mãe agüentaria ver um filho passar tal vergonha como ela própria passou antes.

- Você compreendeu tudo o que foi dito aqui Yukie? Tem algo a dizer antes de tudo ser oficializado? – perguntou Naruto.
- Eu quero dizer que entendi e aceito completamente a decisão de ambos os conselhos – respondeu ela – mas humildemente eu gostaria de fazer um único pedido para o senhor Hokage-sama.

Naruto ficou surpreso por ela querer fazer um pedido após tudo e assim decidiu ouvir o que ela tinha a dizer.

- Durante o período como nukenin eu reuni aliados que me ajudaram em tudo, eu tenho uma divida para com eles e o orgulho de Konoha exige que eu pague tal divida – disse ela curvada – além disso para amenizar qualquer conflito com nossos aliados eu gostaria de pessoalmente pedir desculpas a eles e me submeter a suas vontades, é o mínimo que devo fazer para reparar a vergonha que lhe causei Hokage-sama.
- Você entende que pagar dividas não inclui dividas feitas como nukenin para outros nukenin não é? – perguntou Naruto surpreso.
- Mas diferente de mim eles não receberam julgamento e portanto não são vistos como criminosos – respondeu ela.
- Tudo bem, eu lhe darei um mês para pagar suas dividas e também cumprir seu desejo de redimir-se – disse ele mais aliviado – mas eu enviarei um jounin para vigiá-la e se sair da linha um único milímetro sabe o que lhe acontece!
- Eu humildemente agradeço Hokage-sama!

Naruto acenou para o jounin e ele escreveu um novo pergaminho contendo a decisão tomada, assim que foram dispensados ele levantou-se rapidamente de sua mesa e abraçou a filha junto com Hinata num abraço coletivo e caloroso.

- Minha filha, eu sinto tanto!... – disse Naruto quase chorando.
- Eu é que sinto muito por fazer vocês passarem por isso! – disse ela chorando – esse julgamento está ferindo vocês mais do que a mim...
- Um dia você vai recuperar tudo o que perdeu, eu te prometo! – disse Hinata abraçando-a fortemente.
- Eu não vou me preocupar com isso, eu cometi um erro consciente das conseqüências e não me arrependo de tê-lo feito, eu precisava fazê-lo pra poder seguir em frente – respondeu ela – se eu não o tivesse feito viveria pra sempre pensando nisso, sendo assombrada por isso, agora que fui até o fim estou livre!

De certa forma eles estavam orgulhosos disso, não por ela ter ido buscar vingança mas por ter crescido depois disso, ter libertado seu coração desse sentimento.
Eles continuaram conversando por mais um tempo e depois Yukie se retirou para a sede jounin onde precisava retirar todos os arquivos e documentos pessoais e assim que fez a limpeza seguiu para sua casa no clã Hyuuga, a simples idéia que não poderia mais pisar os pés pra fora daqueles muros era o que mais lhe irritava nessa sentença, quando ela se aproximou de sua casa viu uma sombra atrás de si, ao se virar rapidamente em posição de guarda a primeira coisa que sentiu foi alguém pulando sobre ela lhe abraçando com força.

- Não é justo! Definitivamente não é justo! – reclamou Mikoto aos prantos – você ama mais que tudo ser uma ninja de Konoha, não podem tirar isso de você!
- Eu mesma tirei isso de mim quando fui embora aquela noite – respondeu a Hyuuga.
- Se eu soubesse que ia acabar assim teria lhe impedido de qualquer jeito! – disse Kouta tocando seu ombro.
- Ainda bem que não tentaram, eu teria dado uma surra em vocês – brincou ela.

Yukie sentiu alguém puxando a barra da sua jaqueta, era o cão koudaku que grunhia triste, ela acariciou o cão que tanto lhe ajudou antes.

- Não olhe agora mas to sentindo o cheiro do sensei numa arvore perto daqui – alertou Kouta – ele é orgulhoso demais pra vir se despedir!

Era verdade que Benkei observava de fora dos muros, ele sabia que tinha sido descoberto mas continuava lá, ele jamais daria o braço a torcer não importasse qual fosse a situação.

- Só dele ter vindo já fico feliz, espero que vocês possam se dar bem com ele de novo.
- Contanto que ele não venha querendo nos infernizar como antes... – Kouta também não admitiria que sentia falta dele.

Nisso Kouhei aproximava-se trazendo os outros companheiros de Yukie que até então estavam hospedados em Konoha mas sobre vigilância impedidos de circular.

- O Hokage-sama mandou trazê-los pra você cumprir sua missão – informou o rapaz.
- Você vai me pagar Hyuuga! Que humilhação você nos fez passar como prisioneiros! – reclamou Kyouko.
- Você deveria agradecer a ela pois se não fosse por ela vocês teriam ido pra cadeia – disse o Uzumaki irritado – ela até conseguiu o milagre de fazê-los inocentes perante os outros kages!
- Ignore Kouhei-kun, ela gosta de reclamar pra chamar atenção – disse Yukie sorrindo – sabe onde está o meu irmão Mizura? Eu queria me despedir dele antes de ir.
- O sensei saiu em missão pra inspecionar a fronteira – respondeu ele – como ele já esteve em uma missão no norte foi designado como líder do time de vigilância.

A garota mostrou-se decepcionada com isso mas sabia que nada podia fazer quanto a isso, então ela pegou sua mochila e a pôs nas costas.

- Já está indo? Não pode ficar mais um pouco? – perguntou Mikoto triste – estivemos em tantas missões de uma vez que nem tivemos tempo de conversar!
- Eu queria poder ficar mas só tenho um mês pra cumprir um grande itinerário – justificou ela – pra você ter uma idéia eu tenho que em menos de uma semana ir e voltar da vila da nevoa e direto pra vila da cachoeira!

Os outros dois queriam poder acompanhá-la mas já tinham muitos afazeres pros próximos dias, então limitaram-se a acompanhá-la até o portão do clã onde encontraram Hantei encostado esperando por ela.

- Onde você pensa que vai? Lembre-se que o Hokage-sama determinou que um jounin deveria acompanhá-la – avisou Hantei – mal voltou e já vai quebrar as regras!?
- Que droga! Eu tinha esquecido disso! – reclamou ela – tomara que ele não demore muito, não tenho tempo pra esperar um lerdo!
- Eu é que estava lhe esperando sua bocuda – disse Hantei puxando a mochila de um canto – e eu sem sombra de duvidas sou mais rápido que você!

Quando ouviu isso ela ficou pasmada, era o Hantei quem tinha sido designado para vigiá-la, com certeza uma idéia do seu pai para alegrá-la nesses tempos e enquanto os outros riam cinicamente ela o abraçava alegremente.

- Pronto, é agora que nunca vamos completar a missão – disse Inamoto.
- Por que você acha isso? – perguntou Shushi.
- Bem, eles ficaram separados por um ano, então tem muito atraso pra tirar – explicou ele maldosamente – se todas as noites forem como imagino eles nunca vão ter energia pra viajar rapid....

Antes que ele terminasse a explicação Yukie lhe acertou uma dedada na testa e um pulso de chakra fez ele estremecer no chão feito um epilético enquanto a garota lhe encarava com um olhar mortal e Hantei estava prestes a lhe chutar.

- Vai ser uma viagem divertida, eu queria poder estar lá – comentou Mikoto sorrindo.
- Você tem seu próprio namorado pra fazer exatamente aquilo que esses dois vão fazer a viagem toda – respondeu Kouta.
- Como é? A Mikoto ta namorando? – perguntou Yukie abismada – não me diga que é o...
- Exatamente, o Sora-kun criou coragem e a pediu em namoro – respondeu Kouta – mesmo que a recatada aqui tenha tentado esconder ela não pôde disfarçar o sorrisão da cara!
- p-pa-pare com isso Kouta-kun!! – gritou ela toda vermelha.
- Meus parabéns amiga!! Eu sempre disse que vocês formariam um casal perfeito!!! – disse Yukie abraçando-a – você sabia disso Hantei-kun!?
- Sabia sim, o tonto veio me pedir conselhos sobre o que fazer quando chegasse “a hora” – respondeu o Sarutobi – ele quase teve um ataque só pra perguntar isso, não queria passar vergonha quando...

A conversa foi interrompida quando Mikoto desfaleceu devido a tensão, Kouta não teve outra escolha senão colocá-la nas costas de koudaku e levá-la pro médico do clã Hyuuga pra ser tratada e assim o outro casal decidiu que era melhor por a conversa em dia durante a viagem que seguiram imediatamente com a vila da nevoa como primeiro destino.


***************************************


- Ao que parece a aliança com o norte já está rendendo frutos – comentou Gaara olhando um relatório.
- Isso mesmo Kazekage-sama, com isso poderemos suprir nossa maior necessidade – disse um dos conselheiros animado.

O motivo de tanta animação era o relatório de que as novas bombas hidráulicas estava retirando mais água do subterrâneo e os novos filtros estavam reciclando melhor a água já usada, com isso em poucos anos não haverão mais comunidades no deserto economizando cada gota de água possível e será possível a expansão da população através do deserto, com isso novas necessidades surgirão e os ninjas serão novamente imprescindíveis nesse futuro promissor, Gaara via nisso como o passo mais importante para o melhor futuro que os kages anteriores vislumbraram.

- A tecnologia do norte foi fundamental para melhorar nossa coleta de água, os técnicos enviados por eles estão trabalhando sem parar pra modificar todas as bombas que há em cada cidade – informou Kankurou – as plantações também serão beneficiadas por isso e se tudo der certo em breve estaremos retirando água direto do mar para ser filtrada!

Com isso todos os conselheiros bateram palmas para Gaara e sentada ao seu lado Matsuri o olhava com um sorriso orgulhoso, Kankurou também estava orgulhoso do irmão que trouxera a prosperidade para o sofrido país do vento.

- No final a aliança com o norte se mostrou a melhor decisão a ser tomada, quem diria que a política mole do Hokage daria tão certo? – comentou um dos conselheiros.
- Mas ainda não podemos baixar a guarda com aquele povo – disse outro preocupado – da mesma forma que nós estamos prosperando aqui eles prosperam lá, mas diferente de nós eles não vêem problemas em acumular poder para uma nova investida.
- Concordo que não podemos relaxar na vigilância, mas no momento não podemos instalar esse sentimento de paranóia – disse Gaara – paranóia nos leva a conclusões erradas e com essa aliança numa fase tão delicada qualquer mau entendido pode por tudo a perder, devemos ser cautelosos.
- Novamente você tem razão Kazekage-sama, para evitar confusões que possam botar a perder a nossa aliança numa fase tão importante devemos estar bem informados sobre tudo o que acontece dentro e fora do nosso continente – argumentou o líder do conselho – mas precisamos de informações que possamos coletar e analisar por contra própria, informações obtidas por nós antes de serem dadas por outra pessoa.
- E o que você sugere? De acordo com o pacto a akatsuki é responsável por fiscalizar todas as ações do povo do norte e da nossa aliança – perguntou Kankurou – não é permitido que um país obtenha informações privilegiadas e nem podemos iniciar uma vigilância por conta própria.
- Já dizia um sábio que o melhor estrategista é aquele que consegue dobrar as regras a seu favor sem quebrá-las – continuou ele – não precisamos quebrar as regras para obter essas informações, nós temos nosso próprio akatsuki que pode nos informar com o que precisamos saber.

Imediatamente Gaara se alertou, ele soube exatamente de quem ele falava e essa idéia não lhe agradou nem um pouco, percebendo a reação do seu marido Matsuri também irritou-se com a possibilidade da idéia ser o que ela imaginou.

- Minha filha não espionará a akatsuki para nós, ela nem sequer é treinada para esse tipo de missão! – disse Gaara irritado.
- Por favor Kazekage-sama, não deixe sentimentos pessoais nublarem sua visão e seu julgamento – pediu o líder do conselho – concordamos que Lyna não foi preparada para isso mas ela não precisa fazer nada demais, só precisa ficar atenta a qualquer irregularidade e nos informar delas antecipadamente, sua filha parece ser muito querida pelos outros jinchurikis e tenho certeza que não lhe fariam nada mesmo que descobrissem.
- Então pedem que eu manipule minha filha, que eu a use como ferramenta da mesma forma como fui usado no passado – continuou Gaara.
- Bem, os métodos do yondaime foram um pouco extremos mas os resultados visavam proteger nossa vila, um Kazekage que não consegue por sua vila acima de sentimentos pessoais estaria fardado a arruiná-la.

Gaara levantou-se subitamente deixando os conselheiros apreensivos, Matsuri também levantou-se enquanto seu marido se dirigia para a porta.

- Kankurou, por favor continue a reunião por mim – pediu ele – não estou me sentindo muito bem no momento.

Deixando a reunião aos cuidados do irmão Gaara deixou a sala seguido por sua esposa, dos dois ela parecia a mais ofendida com a idéia.

- Imagine só usar nossa filha como espiã! – reclamou ela.
- Mesmo que eu quisesse ninguém seria louco de enviar um espião com aquele homem lá, ele estava mais do que acostumado a lidar com isso no passado – disse Gaara.

Conscientemente ou não os dois pararam na porta do quarto da filha, Lyna estava acomodada no seu velho quarto que permanecera intacto desde seu sumiço e ficara extremamente feliz de voltar a ele.

- Oi pai! Oi mamãe! – cumprimentou a menina assim que abriram a porta – o tio Kankurou me deu uma boneca nova!

Era engraçado ver o mestre das marionetes da areia deixar de fazer suas armas mortais para fazer bonecas lindas para a sobrinha, a menina é claro já passara da fase de brincar com bonecas mas guardava todas que ganhava, entre elas uma ganhava posição de destaque na prateleira, a única boneca que ganhou dos outros jinchurikis, na verdade uma versão de pelúcia do shukaku mas sem a ferocidade estampada na cara.

- Já se re-acostumou ao seu quarto? – perguntou Gaara – o pessoal da guarda disse que você parecia inquieta a noite toda.
- É que eu... bem, é que eu sempre dormia com as meninas no esconderijo – disse ela encabulada – a Sari onee-sama me deixava dormir na cama dela no inicio e a Yuzu onee-sama é quem me treinava, eu sinto falta de todas.
- Minha filha, você gosta mais de ficar com eles do que conosco? – perguntou Matsuri triste.
- Não é isso mãe! É que todos eles são meus amigos, eu não tinha muitos amigos aqui... – respondeu a menina triste – Nagato-sama disse que com eles eu fazia parte de algo maior, algo que deixaria vocês orgulhosos... quando ele disse que eu poderia proteger minha vila eu fiquei muito feliz e por isso me esforcei tanto pra controlar meus poderes!

Quando ouviu isso Gaara imediatamente lembrou-se de como ele era na infância, o único propósito que lhe atribuíram era o de arma viva em sua vila, sem qualquer pessoa que o amasse ou que acreditasse nele, mas sua filha era diferente, ela escolhera seguir um propósito e se esforçara pra obter-lo, apesar de inicialmente não ter tido opção quanto a receber o shukaku ela se mostrou forte o bastante pra dominar esse poder, talvez ela não fosse tão forte se estivesse sobre a proteção dos pais.

- Acho que é verdade que um pássaro que não deixa o ninho não pode voar – comentou Gaara – você só tem 12 anos mas já é capaz de fazer suas próprias escolhas e seguir seus próprio caminho.
- Amor... o que você está dizendo? – perguntou Matsuri preocupada.
- Ficando aqui ela não vai ser plenamente feliz e eventualmente ela pode se envolver nos joguetes do poder que circulam por aqui – respondeu ele – mas também não estou disposto a abrir mão da minha filha, por isso eu decidi que ela própria deve escolher seu caminho mas me responsabilizarei por isso.

Ao ouvir isso a menina exaltou-se em alegria, Matsuri suspirou mas acabou concordando que esse era o melhor caminho para a menina e então Gaara pediu para entrar em contato com o líder da akatsuki através do anel de Lyna, a menina concentrou-se e em instantes a imagem translúcida de Nagato surgiu diante dela.

- Algum problema Lyna? Aconteceu alguma coisa? – perguntou ele preocupado.
- Não é isso, meu pai quer falar com você! – respondeu ela sorrindo.
- Posso ajudá-lo em alguma coisa Kazekage?
- Eu pedi para ela contatá-lo porque tomei uma decisão – informou ele – eu decidi que autorizarei minha filha a fazer parte da akatsuki, mas eu tenho algumas exigências quanto a isso.

E diante disso Nagato decidiu ouvir quais exigências Gaara tinha para isso prometendo atende-las na medida do possível.

- Em primeiro lugar eu quero sempre saber dos passos dela e o que ela anda fazendo, não preciso saber detalhes mas quero ter uma idéia do que ela está realmente fazendo – disse Gaara sério.
- Eu entendi, todos os meses enviarei um relatório sobre qualquer atividade da qual ela participou, e também sobre o que ela faz fora do trabalho – respondeu Nagato.
- O QUE?? TUDO?? – perguntou a menina abismada.

Seu medo era que as travessuras das quais participava chegassem aos ouvidos dos seus pais, caso descobrissem o que ela aprontava quando recebiam folga certamente ficaria de castigo por anos, ao notar a reação dela imediatamente Gaara e Matsuri lhe dirigiram olhares inquisitórios.

- Outra coisa é que a queremos de volta sempre que possível! – exigiu Matsuri autoritária – eu não quero que ela fique tanto tempo longe de nós e ainda tenho que educá-la corretamente como só os pais podem fazer.
- Quanto a educação minha mãe era responsável por isso, ela era professora de todos os garotos – disse Nagato – mas não se preocupe, pra cada 2 meses de trabalho eu lhe darei um de folga pra voltar pra vocês, está bom assim? Vocês podem escolher os meses se quiserem.

Os dois se juntaram pra discutir isso e no final concordaram, no total teriam 4 meses com a filha e sempre saberiam por onde ela andava ou o que fazia, apesar de que a separação era dolorosa ambos os pais concordaram que era o melhor pra ela.

- Arrume suas coisas Lyna, eu mandarei alguém levá-la até lá – disse Gaara.
- Não há necessidade Kazekage, quando ela arrumar suas coisas eu usarei o kuchiyose no jutsu pra trazê-la instantaneamente – avisou Nagato.
- Você sempre foi capaz de fazer isso? – perguntou Matsuri.
- Desde que ela colocou o anel, com ele sei onde estão, como estão e posso invocá-los diretamente – respondeu ele.
- Então acho que nunca tivemos qualquer chance de impedi-lo de levá-la não é? – disse Gaara.
- Eu nunca pretendi fazer isso, eu sei o quanto vocês a amam e já me senti bastante culpado por colocar o shukaku nela sem permissão.

A imagem se desfez e Matsuri foi ajudar sua filha arrumar sua mala, Gaara apenas sentou-se numa cadeira e começou a lembrar de como foi sua vida e agora ele já não vê mais sua filha como uma simples garotinha, ela teve um destino imposto a ela mas tomou controle disso com sua própria força.


********************************************


O que era testemunhado se tratava de um evento raro, nunca mais tinha acontecido desde o fim da nevoa sangrenta e por isso chamou a atenção de quase todos os jounins da vila que assistiam a luta que ocorria na arena especial do exame chuunin e mesmo com o persistente nevoeiro ninguém desgrudava os olhos dos sutis movimentos que atravessavam a nevoa.

- Vai lá! Você consegue Kyouko-chan!! – gritou Yukie no alto da arquibancada.

A Mizukage gargalhou da atitude da garota, somente uma pessoa sem noção veria o desafio dos espadachins como um evento que merecia torcida, justo o evento que determinava quem mereceria uma das vagas na elite da nevoa onde ultimamente se era decidido por competência e desempenho.

- Quem diria que teríamos uma disputa tão cedo após a ultima substituição – comentou isaribi.
- O que essa garota propôs é que foi inusitado, ao invés de exigir o lugar que era de seu pai por direito ela quis provar que era merecedora – disse Mei admirada – certamente a influencia da Hyuuga tem algo haver com isso.

Certamente tinha, a primeira parada do grupo de Yukie foi na vila da nevoa para que Kyouko contasse a Mizukage como seu pai que era candidato ao posto de espadachim foi emboscado e assassinado por Irou que agora lutava contra ela na arena, após apresentarem as provas a Mizukage prometeu reparar o erro mas a jovem recusou-se a ganhar a vaga de graça exigindo assim uma luta contra seu inimigo.

- Veja, a luta acabou – alertou Choujuro ao ver o ultimo golpe ser desferido.

A luta tinha acabado com a vitoria de Kyouko, mas seu estado era deplorável com um monte de espinhos perfurando seu corpo enquanto ela cambaleava em direção ao inimigo que tinha a lamina mikazuki atravessando seu estomago e prendendo-o contra uma parede.

- Essa foi pelo meu pai e minha mãe! – disse ela cuspindo na cara dele.

A garota caiu de joelhos no chão e Yukie junto com os outros companheiros foram até ela, enquanto ajudavam a amiga viram que a Mizukage também entrou na arena e observou o espadachim derrotado que ainda estava vivo.

- Meus parabéns Kyouko, você conquistou com orgulho o seu lugar entre os 7 espadachins da nevoa – elogiou ela – só falta se livrar permanentemente daquele que a ocupava.
- Não estou interessada, faça o que quiser com ele – respondeu a garota com dificuldade.

A reação da jovem deixou Yukie e os outros surpresos, ela sempre jurou que assim que estivesse diante de seu inimigo jurado iria matá-lo tão lentamente quanto fosse possível e ninguém a questionaria se ela não demonstrasse piedade alguma.

- Está dizendo que não se importa se ele vive ou morre? – perguntou Mei.
- Que eu gostaria de vê-lo morto eu não vou negar, adoraria fazer isso com minhas próprias mãos – respondeu ela – mas eu decidi que não vou me acabar nessa vingança, eu prefiro chamar de justiça e para tal eu vou seguir seu julgamento.

As palavras dela surpreenderam a todos, ao que parecia a atitude de Yukie lhe ensinou mais do que esperavam.

- Estou muito orgulhosa de você Kyouko-chan – disse Yukie sorridente.
- Essa é minha Kyouko nee-chan! – gritou Shiro abraçando-a.
- Que droga Shiro, você ta comendo meu chakra! – gritou a garota gemendo de dor.

Enquanto ele se afastava encabulado os outros riam, ao mesmo tempo os ninjas médicos retiravam Irou da parede e iniciavam seu tratamento enquanto a Mizukage ajoelhava-se ao lado dele.

- Que vergonha Irou-san, eu sabia que você não era muito confiável mas não sabia que era tão covarde ao ponto de emboscar um rival pra ficar com a vaga – censurou ela – você envergonha a honra dos 7 espadachins.
- e-eu sinto muito Mizukage-sama – respondeu ele com grande dificuldade – se me der mais uma chance eu....
- Tarde demais pra isso meu caro.

Com um movimento rápido ela pegou uma kunai e cortou a garganta dele, enquanto Irou se esvaia em sangue os outros olhavam assustados a execução chocante.

- Um homem como ele nunca muda, cedo ou tarde ele iria nos trair ou se vingar da Kyouko – disse a Mizukage limpando a lamina – ele pisou no orgulho da nevoa e violou nossas leis, algo assim é imperdoável.

Todos os jounins que assistiam levantaram-se e simultaneamente prestaram reverencia para a Mizukage e para a mais nova integrante de sua força de elite, enquanto o corpo de Irou era coberto a Mizukage voltava sua atenção para sua nova ninja.

- Você mostrou que eu posso confiar em você, mostrou que não é uma simples assassina – disse ela – você propôs esse desafio, seguiu as regras e demonstrou que pode deixar de lado sentimentos pessoais em favor do seu dever.
- Ainda assim você não precisava executá-lo tão cruelmente – disse Yukie revoltada.
- Nossos métodos são diferente dos de vocês, não que isso seja uma coisa boa é claro.
- Acho que vocês precisam de um tempo, o Hokage-sama me deixou umas tarefas para tratar com a Mizukage-sama – disse Hantei puxando uma pasta com documentos – talvez eles possam descansar enquanto tratamos disso.
- Boa idéia meu jovem, eu já preparei acomodações para vocês!

O grupo foi acompanhado por alguns ninjas da nevoa enquanto Hantei acompanhou a Mizukage até seu escritório, lá eles se juntaram a isaribi que já trabalhava como secretaria dela ao mesmo tempo em que aprendia o oficio.

- Ela vive dizendo que não está pronta mas não conheço ninguém que líder melhor com isso! – elogiou a Mizukage.
- Considerando que ela é da elite dos guerreiros dessa vila ficou surpreso de vê-la como secretaria – brincou Hantei.
- Mas eu ainda quero Mei-sama pra me ajudar no conselho – disse a jovem encabulada – agora estamos numa fase delicada demais pra uma novata como eu assumir inteiramente!
- Falando em fase delicada como estão suas relações com o povo do norte? – perguntou Hantei.
- Surpreendentemente estamos indo bem, aquele pessoal parece ser mais comportado quando não estão em guerra – respondeu Mei – com os conhecimentos deles podemos construir pontes mais rapidamente e por conta própria, em breve todas as ilhas do nosso arquipélago estarão unidas por pontes, quem não gostou disso foram os barões do transporte marítimo obviamente!

Hantei gargalhou, sempre haviam aqueles que lucravam com os problemas dos outros de um mondo pouco louvável, para gente assim a miséria é a maior fonte de renda.

- E quanto a aquele problema? Ainda não chegou a um estado critico não é?
- Ouvi dizer que o Nagato está cuidando bem disso, ele já deteve três atentados – respondeu Hantei – nossa maior preocupação é que um atentado bem sucedido destrua a aliança.
- Estou enviando as informações sobre os meus que deserdaram, nessa pasta que me trouxe há informações sobre os ninjas de Konoha que deserdaram e estou esperando as fichas dos ninjas da nuvem.

Como não poderia deixar de ser muitos não aprovaram a aliança entre os continentes, a maioria simplesmente teve que engolir isso em favor de não criar problemas, alguns poucas não gostaram mas sabiam como isso era importante, mas infelizmente haviam uns poucos que colocavam seus desgosto acima da razão e decidiram que o inimigo não merecia misericórdia, estes deserdaram de suas vilas e se uniram num grupo terrorista que visa destruir o povo do norte, começando por aqueles que estavam “invadindo” suas terras.

- Enquanto eles não tiverem um líder poderoso e inteligente esses terroristas não passarão de arruaceiros, a grande maioria deles são chuunins – comentou Isaribi – e entre eles os ninjas de uma vila não costumam trabalhar com os de outra vila, todos se amontoam ao redor dos poucos jounins que debandaram e agem por conta própria.
- Então precisamos pega-los antes que arranjem alguém que os unam e organizem – disse Hantei recebendo a pasta – depois que cumprimos a missão eu conversarei pessoalmente com o Hokage sobre isso.
- Já que tocou no assunto que missão é essa com esse bando? – perguntou Mei interessada – não posso deixar de notar que há algo diferente nisso.
- Bem, Yukie meio que ta pagando pelo que fez – respondeu ele – mas a pior parte ainda está por vir.

Ele cumprimentou a Mizukage e isaribi e deixou a sala em direção ao hotel onde ficariam hospedados, enquanto isso o resto da turma estava no hospital da vila inusitadamente comemorando a vitoria da companheira.

- Como eu disse foi uma vitoria fácil! – disse Inamoto virando mais um copo.
- Fácil não é? Eu saí de lá parecendo um porco-espinho! – reclamou Kyouko enfaixada na cama – maldita espada baiacu, ainda bem que eu tinha um antídoto pro veneno paralisante!
- Antídoto que você tirou da Shushi não foi? – brincou Yukie – não está feliz de ter se aliado a nós?
- Serviram ao seu propósito – respondeu ela virando a cara.

Todos caíram na gargalhada, aquela garota tinha um orgulho maior que o próprio talento para luta, mas todos sabiam que ela valorizava o grupo como uma segunda família, ninguém nunca esqueceu como ela protegeu Shushi durante uma missão apenas porque insultaram-na por seu jeito esquisito, ou como ela sem reclamação alguma colocou as ambições dos outros a frente de sua própria vingança, no fundo todos sentiriam falta um do outro.

- Qual o próximo passo depois daqui? – perguntou a garota displicentemente.
- Iremos a vila da cachoeira pra pedir desculpas ao seu líder, depois será a vez da vila da grama onde além de pedir desculpas a Shushi vai deixar bem clara sua posição como ser livre – respondeu Yukie – então iremos a vila do som para que o Shiro seja tratado e treinado pra controlar sua linhagem e após visitarmos mais alguns que eu prejudiquei voltarei pra Konoha.

O itinerário já estava todo completo e seu tempo estava contado, nem sequer havia tempo pra aproveitarem juntos uma ultima vez antes que Yukie ficasse trancada em seu clã talvez para sempre.

- Já que talvez essa seja a ultima vez que nos veremos eu vou dizer de uma vez, foi ótimo trabalhar com vocês – começou Kyouko séria – apesar que em muitos momentos eu desejasse esfolar vocês, principalmente o Inamoto!
- Essa é sua forma gentil de dizer que vai sentir muita falta de se aventurar conosco?

Ela encarou o rapaz mortalmente e tentou agarrar o pescoço dele mas seu corpo todo doeu com o movimento, os outros riram da situação e ela enfiou o travesseiro na cara.

- Já que até a Kyouko-chan se confessou eu preciso falar uma coisa – disse Yukie – se não fosse por vocês talvez eu jamais tivesse conseguido cumprir meu desejo, talvez eu tivesse me perdido e me tornado algo que odiaria pro resto da vida – ela começou a derramar lagrimas – eu achei que jamais conseguiria proteger alguém, cuidar de alguém, mas vocês me aceitaram ao mesmo tempo que cuidaram de mim, eu só tenho a agradecer.

Os outros largaram qualquer vergonha e abraçaram sua líder que os uniu como uma família, do lado de fora do quarto Hantei observava a cena comovido.


***************************************


Qualquer um que visse aquele cenário acharia que uma nova guerra tinha começado, mas a verdade é que apenas uma batalha intensa havia acabado, de um lado duas dúzias de ninjas caídos no chão e embora estivessem completamente neutralizados ainda estavam vivos, do outro lado apenas 3 pessoas participaram, e todas as três estavam de pé.

- Demorou mais terminamos, eles lutaram pra valer no final – comentou Hagane limpando seu traje.
- Eria, cheque todos eles e veja se alguém corre risco de vida, caso precise cure os necessitados – disse Nagato deixando o campo de batalha.
- Claro chefe, mas e se eles não se comportarem? – perguntou a garota.
- Apenas deixe-os – respondeu ele.

Quando Nagato deu as costas ele sentiu uma perturbação de chakra, apenas virando a cabeça ele viu uma shuriken gigante coberta de chamas vindo em sua direção, os dois jinchurikis nem se preocuparam com um ataque tão simples e como eles haviam previsto Nagato simplesmente rebateu a arma com seu shinra tensei, o ninja que havia arremessado a arma estava ofegante e lutava pra ficar de pé enquanto conjurava outra shuriken para seu ataque.

- Desista, nunca conseguirá me acertar com seu ninjutsu – avisou Nagato indiferente.
- Não importa! Mesmo sozinho eu vou derrotá-lo e vou destruir o ninho daquela corja que ousa pisar em nossas terras! – gritou o ninja revoltado.
- É a primeira vez que vejo um ninja da folha tão burro! – reclamou Eria irritada.

Nagato fez um gesto e ela calou-se, enquanto isso o ninja da folha inflamou a shuriken gigante e girou o braço pra arremessá-la mas não tinha forças pra isso e tombou de joelhos, Nagato esticou o braço na direção dele e a atração do banshou tennin o arrastou direto pra si segurando-o pelo pescoço.

- Vá em frente e me mate, já tiraram tudo o que eu tinha de mim! – disse o ninja com ódio na voz.
- Você ainda tem a sua vida e não pretendo tira-la, mas vou mandá-lo de volta pra Konoha pra que o Hokage cuide de você – disse Nagato tranqüilo – farei o mesmo com qualquer um que ameace esse país ou o povo que aqui habita.
- Como ousa proteger os inimigos!? Por causa deles meu irmão morreu na guerra, ele era tudo o que me restava de família!
- E por causa disso você pretende matar as pessoas desse país? Tudo o que você vai conseguir é fazê-las se sentirem como você, eventualmente um jovem revoltado vai fazer o mesmo contra Konoha pra vingar as famílias que você matou – disse Nagato como uma previsão fúnebre – então será a vez de alguém em Konoha sentir a dor da perda e querer vingança, com isso uma nova guerra vai começar e o irmão de alguém vai morrer, é isso o que quer?

Os lábios do ninja da folha começaram a tremer, seu olhar transmitia um misto de ódio e duvida que se misturavam intensamente, por fim Nagato o largou e observou os dois jinchurikis carregarem os outros pra um canto.

- Sei o que está pensando: “o que devo fazer com meu ódio então? Você quer que eu o esqueça?” – disse ele precisamente – não é no ódio que você deve pensar, é no legado que seu irmão deixou para trás, ele lutou por sua vila e seu país mas sua maior preocupação era o irmão que também lutava, se ele morreu nessa guerra foi para que você vivesse, ao invés disso você quer mesmo começar outra guerra?

O rapaz ficou sentado no chão com a cabeça baixa como se todo seu mundo desmoronasse, Nagato via nele uma versão de si mesmo que antes só desejava fazer o mundo inteiro sentir-se como ele para que talvez assim não lutassem mais.

- As pessoas que vieram morar aqui não desejavam lutar na guerra, elas buscam apenas um novo começo – comentou Nagato – dê uma chance a elas e veja se a morte do seu irmão teve algum significado.

Nagato foi até os jinchurikis que nesse momento amontoavam os ninjas derrotados nas costas do gigantesco rinoceronte invocado por Nagato e após montar nele foram embora deixando o ninja da folha para trás.

- Não vai me entregar para a vila da folha? – perguntou ele surpreso.
- Não dessa vez, faça o que achar melhor – respondeu Nagato – mas se voltar a atacar esse país eu mesmo o matarei, por isso pense bem.

E assim seguiram seu caminho para a cidade que se tornava aos poucos a capital do novo país, ainda estava em fase de construção assim como os pequenos vilarejos ao redor dela, Nagato admirava com orgulho o nascimento dessa comunidade e se apressava para voltar logo pois alguém o esperava na sua sede do governo.

- Muito bem Henaro-san, os papeis dados pelo Tsuchikage estão em ordem – avisou Konan carimbando o documento – a partir de agora você é oficialmente uma recruta da akatsuki cedida pela vila da rocha!
- Muito obrigada por me aceitarem, prometo não decepcioná-los e cumprir com o meu dever – respondeu a jovem se curvando.
- Falando em deveres você se lembra do que foi explicado não é? Que agora sua lealdade é para conosco – continuou a vice-lider – isso significa que mesmo se forem seus compatriotas eles serão seus inimigos se ameaçarem essa nação e você não deve favorecê-los em qualquer negociação ou missão.
- Eu entendo perfeitamente Konan-sama, agora eu sou uma ninja da akatsuki e devo agir como tal, o Tsuchikage deixou bem clara a nossa posição de agora em diante.
- Bem, isso não significa que você deva cortar laços com sua família ou amigos, além disso qualquer missão envolvendo cooperação com a vila da rocha será cumprida por você e outros de lá que vierem até nós – explicou ela – e se um dia eles precisarem de ajuda serão os ninjas que nos emprestaram que irão ao seu socorro.

Konan entregou uma nova bandana enquanto a antiga era guardada numa caixa, a nova bandana tinha a palavra “akatsuki” escrita em símbolos antigos, depois a jovem furou o próprio dedo pra que uma gota de sangue marcasse um pergaminho, esse ritual seria importante no futuro.

- Se não for atrevimento tem alguma chance de ganhar essa capa maneira? – perguntou ela meio sem jeito.

Konan não resistiu e gargalhou, a jovem ficou toda vermelha de vergonha.

- Desculpe, mas você vai ter que fazer muito pra ser considerada da elite da vila – respondeu ela rindo – primeiro você vai pros serviços gerais e só depois será designada pra algum esquadrão.
- Eu ouvi dizer que os esquadrões serão liderados pelos jinchurikis, é verdade?
- Sim, quando eles tiverem mais experiência em liderança, apesar de poderosos nunca tiveram qualquer chance de comandar missões.

A garota fez reverencia e pegou sua sacola no chão e foi guiada por Konan até seu novo quarto, ainda haviam muitos vagos e por isso ela não teve dificuldades em se instalar.

- Eu gostaria de lhe perguntar uma coisa pessoal, porque se voluntariou para isso? – perguntou Konan – você ainda é uma chuunin e é bem jovem, por que deixou sua vila e tudo mais para se unir a nós?
- Acho que você vai rir de mim de novo, mas foi pelo Kasuga-sama – respondeu a garota.
- Kasuga...sama? o yonbi!? – perguntou ela surpresa – por que fez isso tudo pelo moleque!?
- Kasuga-sama prometeu que protegeria a minha família durante a guerra, ele cumpriu a promessa – disse ela lembrando com afeto – eu queria fazer algo por ele e então decidi que me juntaria a akatsuki pra ter uma chance de retribuir.
- É um gesto no mínimo muito bonito de sua parte, eu espero que tenha sua chance.

Quando Konan ia sair acabou voltando, precisava dizer mais uma coisa.

- Olha, eu sei que não deveria me intrometer mas eu percebi que você tem sentimentos pessoais por ele, isso não é proibido aqui mas se tratando dele é meio perigoso – alertou ela – eu preciso lhe avisar que o Kasuga é muito irresponsável além de simplesmente não resistir a uma garota, ele fica com varias sem compromisso.
- Bem, talvez eu precise me esforçar para colocá-lo na linha também não é? – disse ela com um sorriso muito otimista.
- Adorei você garota! – respondeu Konan com cumplicidade.

Finalmente ela saiu e se sentia muito satisfeita com essa conversa, tanto que nem notou que Nagato estava no final do corredor e só o viu quando este falou com ela.

- Nunca vi um dos terríveis membros da akatsuki vacilarem tanto pra serem surpreendidos assim – brincou ele colocando a mão no ombro dela.
- Nagato!? Não me assuste desse jeito! – gritou ela depois de um pulo.

O líder da akatsuki começou a rir enquanto que ela vermelha de vergonha só fez ajeitar o manto e recuperar a compostura.

- Vejo que correu tudo bem na missão de captura não é?
- Sim, a caravana chegou em segurança e os terroristas foram capturados – respondeu ele – dessa vez conseguimos evitar algum incidente.

Os dois foram até a varanda do grande prédio e olharam de lá a caravana descarregando suas coisas sendo ajudados por outros ninjas instalados lá, ao longe varias casas e prédios sendo erguidos pelo esforço do próprio povo.

- Quantos já temos aqui? – perguntou Nagato.
- 5 mil civis e 800 soldados do norte, 2 mil civis e 38 ninjas daqui – respondeu Konan ao puxar um papel – sem contar a nós mesmo é claro, estamos crescendo lentamente mas a próxima caravana vai dobrar nosso numero.
- E até o fim do ano já devemos ter um milhão de habitantes do norte aqui – avaliou Nagato.

Então ele olhou para Konan que retribuiu com um sorriso enquanto o líder da akatsuki a abraçava por trás e colocava as mãos sobre seu ventre.

- E em breve teremos mais um entre nós não é? – disse ele beijando o pescoço dela.
- Mal posso acreditar que teremos um filho! O universo finalmente está nos recompensando – disse ela radiante.

A noticia pegou a todos de surpresa quando Konan anunciou que estava grávida, uma festa que durou a noite inteira comemorou a noticia enquanto o próprio Nagato quase surtava de alegria e preocupação, agora um pouco mais calmo ele brindava a sua própria felicidade.

- Mas não pense que vai me manter no serviço burocrático a gestação inteira! – avisou Konan apontando o dedo pra ele – lembre-se que eu trabalho com origamis e não com papelada de escritório!

Ele começou a rir da revolta dela, na verdade era a mãe de Nagato que insistiu para retirá-la do serviço de campo e ele prontamente aceitou deixando-a muito insatisfeita, enquanto isso as garotas jinchurikis se viam como futuras tias da criança que viria.


*********************************

Aquele lugar lhe trazia lembranças da outra vez que visitou aquele continente em uma missão semelhante, pensando nessas coisas Mizura demorou a notar que alguém se aproximava dele e só teve tempo de sacar uma kunai de sua perna quando uma lamina curva encostou em seu pescoço.

- Nossa, um sannin de Konoha sendo surpreendido tão facilmente? – disse a mulher atrás dele.
- Eu confesso que não notei rapidamente que você se aproximava – disse Mizura – mas isso não quer dizer que eu não fiz nada!

Ele desapareceu numa nuvem de fumaça deixando em seu lugar um boneco articulado vestido igual a ele, era um kawarimi muito avançado que dificilmente alguém notaria, o verdadeiro Mizura estava atrás dela apontando uma espada para as costas dela.

- Valeu a tentativa, você é a enviada da nuvem? – perguntou ele.
- Karuka ao seu dispor – apresentou-se ela guardando a lamina – fico honrada de trabalhar com um sannin.
- Não precisa me tratar por esse titulo, por outro lado devo tratá-la pelo seu? O fantasma negro da nuvem oculta?

Ela sorriu de uma forma que só poderia ser comparável a um psicopata frio e letal e Mizura guardou sua espada nas costas, aquela mulher que fizera do uniforme uma roupa muito sensual parecia muito inocente a primeira vista mas segundo o que lhe disseram era a líder da ANBU da nuvem com um recorde de assassinatos infalíveis.

- Estou interrompendo alguma coisa? – perguntou uma voz atrás deles.

Era um ninja da rocha, mas diferente do que se esperava ele era um homem incrivelmente alinhado e com uma aparência graciosa e delicada, do tipo que faria qualquer mulher suspirar e sonhar com ele.

- Você deve ser Masami da rocha – analisou a garota da nuvem – ouvi dizer que você é o astro da vila e que o Tsuchikage não vai com sua cara.
- Apenas por que ele é um bruto insensível, mas vocês são diferentes, afinal nosso líder nessa missão é o filho do Hokage – disse ele encarando Mizura – não consigo pensar em alguém mais digno para a tarefa.
- Ele não é tão digno assim! – gritou uma outra voz chegando.

Dessa vez era um ninja da areia, ele tinha cabelos negros espetados pra trás e um tapa-olho no lado esquerdo.

- Olá Michio, imaginei se viria mesmo – cumprimentou Mizura.
- Parece que vocês se conhecem mais diretamente – comentou Masami.
- Já lutamos uma vez, tenho orgulho em dizer que venci a luta e ele bateu em retirada – respondeu o homem da areia.
- Nossa! Se você venceu um dos sannins porque será que nunca ouvi falar de você? – perguntou Karuka.
- Porque apesar de fazê-lo fugir a minha missão fracassou – respondeu ele irritado – além disso num golpe de sorte ele arrancou meu olho!
- Sinto muito pelo seu olho, mas você também me deixou uma boa cicatriz no braço esquerdo – disse Mizura segurando o braço – pelo menos eu reconheço você como um igual.
- Até uma vitoria completa nunca serei reconhecido – disse o outro suspirando derrotado.

Nisso aquele que devia ser o ultimo integrante da equipe chegou correndo, quando todos os viram ficaram surpreso pelo que parecia ser só uma criança da nevoa.

- Shigeru se apresentando! Desculpe o atraso! – disse o menino em posição de sentido.
- hahahahahaha a nevoa enviou um gennin! – disse Karuka rindo histericamente.
- e-e-eu sou um jounin!... mesmo que seja só a uma semana! – disse ele sem muita confiança.
- Eu acredito em você, mas de fato estou curioso sobre você – disse Mizura – se você é um jounin sendo tão jovem deve ser um prodígio não é?
- b-bem, eu sou usuário de genjutsus, também conheço iryouninjutsus e sou um bom ninja rastreador – respondeu ele encabulado – e fui o numero um da academia na minha turma.
- Em suma você é um especialista no controle de chakra, acho que você vai ser bem útil em nossa missão – elogiou Mizura impressionado.

Mizura sentou-se numa pedra e os outros ficaram de frente pra ele, era hora de explicar do que se tratava a missão tão sigilosa.

- Vocês já devem ter ouvido falar dos atentados contra as vilas da rocha e da nuvem não é? Atentados executados por soldados do norte.
- Explodiram os muros da minha vila e tentaram destruir nossa usina de força – respondeu Karuka séria – 15 homens foram responsáveis por isso e somente um capturado, após interrogatório revelou ser de uma força especial.
- Já conosco eles tentaram atacar a caravana do daimyo que viajava para nossa vila – comentou Masami – conseguimos proteger o lorde mas um ministro foi morto.

Com isso Mizura viu que todos estavam a par desse assunto e por isso prosseguiu.

- Nossa missão é de infiltração e reconhecimento, devemos averiguar se o povo do norte oferece alguma ameaça e determinar que tipo de ameaça – explicou ele – mas devemos ser discretos e não fazer nada que comprometa a aliança, isso inclui agir contra eles.
- Mas se eles foram os primeiros a quebrar a aliança seria justificável uma ação preventiva não acha? – perguntou Masami.
- Estamos falando de terroristas aqui e não a vontade geral da população de do governo – avisou ele.
- Supondo que sejam mesmo terrorista não é? Pode ser uma manobra deles para encobrir seus ataques – avisou Karuka.
- Eu acho que não, a aliança é recente demais pra que eles já planejem um ataque, ainda considerando que estão tão enfraquecidos – analisou Shigeru – além disso se eles querem mascarar suas ações não fariam investidas tão abertamente demonstrando claramente que são responsáveis, simplesmente ninguém engoliria essa desculpa.

Os outros jounins olharam pro garoto e este ficou todo vermelho desviando o olhar como se quisesse sumir dali.

- Agora sei porque te enviaram, você tem um cérebro e tanto ai nesse crânio! – elogiou Karuka.
- Então basicamente nossa missão é descobrir toda a verdade por trás disso não é? – perguntou Michio.
- Exato, e eu já sei como fazer isso, tenho experiência com o povo daqui – avisou Mizura se levantando.

Ele realmente tinha planos e compartilhou com seus companheiros de missão e assim eles iniciaram a infiltração que visava determinar se Yuden trairia ou não a aliança.


********************************


Os meses foram passando e aos poucos a normalidade retornava para todos, as vilas ninjas estavam mais uma vez estabilizadas após a ultima guerra, o novo país comandado pela akatsuki recebera o nome de Suzaku em homenagem a fênix que renasce das cinzas e já contava com um milhão de habitantes divididos em muitas pequenas vilas e uma enorme capital construída em tempo Record, o que era produzido nesse país em parte era enviado para Yuden onde aos poucos eles evitavam a crise e também se reconstruía deixando para trás a terrível sombra da guerra.

- Tem uma carta pra você, parece ser dos seus amigos – avisou Hinata entregando o envelope.

Yukie pegou o envelope e abriu para saber o que seus amigos lhe enviavam, aos poucos ela foi rindo do que parecia ser uma boa noticia.

- Inamoto ajudou Shushi a fugir da vila da grama, os dois estão viajando juntos agora – disse ela notando a curiosidade da mãe.

Quando foram até a vila da grama pedir perdão pelos incidentes causados por Yukie eles exigiram sua experiência de volta, Shushi apenas concordou em ficar por que o líder da vila ofereceu perdão incondicional a Yukie, ela aceitou o trato mas não contou a Yukie sobre o trato e esta pensou que eles haviam se acertado, somente depois de retornar a Konoha e cumprir sua sentença que Yukie descobriu que a garota se sacrificara por ela.

- Não conte nada ao seu pai, pois se a vila da grama questionar algo ele não precisará mentir – sugeriu Hinata – e como vão os outros?
- Kyouko já lidera um esquadrão pessoal na vila da nevoa enquanto que o Shiro está sendo tratado com sucesso – respondeu ela.
- Sasame se esforçou bastante pra cuidar dele, ela se sente culpada pela morte do Sora que não resistiu aos danos – disse Hinata triste – ele merecia mais do que isso, o Naruto-kun ficou tão arrasado...

Lembrar disso era doloroso, mesmo com todos os esforços dos cientistas do som não foi possível salvar a vida de Sora que teve seu corpo destruído pela transformação em monstro, chegou-se a cogitar o uso de kinjutsus deixados por Orochimaru pra curá-lo mas a família rejeitou a idéia sabendo que Sora jamais aceitaria isso e por mais que fosse doloroso eles o deixaram ir com a consciência limpa, o corpo dele agora estava enterrado no cemitério de Konoha.
Enquanto as duas conversavam alguém batia na porta insistentemente, rapidamente Hinata abriu a porta e Hantei entrou tempestuosamente assustando as duas.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa? – perguntou Hinata preocupada.
- A Kaede-san mandou chamar todo mundo, eles já vão começar! – avisou ele recuperando o fôlego.

Hinata abriu um largo sorriso e começou a correr pra se arrumar vestindo logo o manto de líder do clã e ajeitando o cabelo como desse pra sair correndo, assim que ela se foi Hantei encarou Yukie.

- Vamos logo, não vai querer perder isso não é?
- Eu não posso deixar o clã e você sabe disso – respondeu ela triste – pode ir, eu vejo daqui com o byakugan.

Hantei enfureceu-se com isso e a agarrou pra carregá-la nos braços, a garota ficou sem entender até que ele rapidamente correu pelo terreno do clã e saltou por cima do muro carregando-a pelo bosque.

- Me solte! Eu não posso deixar o clã! – protestou ela furiosa.
- Cala a boca, mesmo com seu byakugan você não iria conseguir ver direito! – respondeu ele – não vamos muito longe e bato em qualquer um que reclamar!

Ela ficou surpresa pela atitude dele e calou-se após percorrer meros 2km eles pararam no topo de uma arvore e após ele cortar alguns galhos acomodaram-se juntos.

- Se meu pai descobrir vai te matar – avisou ela.
- Se você não contar ninguém vai saber.
- Acha que o tio Neji não viu você me levando? Ele não deixa nem uma pulga escapar de sua vista!

Percebendo que ele não ligava ela calou-se e ativou seu byakugan e focou sua visão ao maximo em direção ao hospital da vila onde no terraço todos se preparavam pra algo grande, ela podia ver seus pais ao lado de Kaede assim como Mizura e Mayuri preparando o filho para o procedimento enquanto Sakura checava sua maleta de primeiros socorros, todos pareciam nervosos e só esperavam por Doji que chegava junto com Ibiki.

- Chegamos a tempo! – disse ela suando pela correria.
- Não começaríamos sem vocês – disse Mizura satisfeito em vê-la.
- Muito bem Hiroki, nós vamos começar agora, você está preparado? – perguntou Mayuri olhando-o nos olhos.
- Claro que estou mãe!
- Lembre-se meu filho, eu quero muito que isso dê certo, mas mesmo que não funcione saiba que eu sempre vou me orgulhar de você independente de qualquer coisa – disse Mizura tocando seu ombro – seja forte e lute por aquilo que deseja que eu sei que você vai conseguir!

Enquanto a mãe lhe dava um beijo Mizura assanhava seu cabelo e o menino se posicionou no centro do grande selo desenhado sobre o telhado do hospital.

- Então... o que vão mesmo fazer com meu netinho? – perguntou Doji preocupada.
- É uma idéia meio doida que o Naruto teve e que levamos meses pesquisando se era possível – respondeu Kaede carregando o selo – já que os tenketsus dele estão fechados e o seu chakra não circula pelo corpo vamos dar um tranco pensado de dentro pra fora usando o chakra da kyuubi.
- Acho que não entendi nada sobre isso – confessou a senhora envergonhada.
- Imagine que o corpo do Hiroki-kun está cheio de canos por onde flui água – explicou Ibiki – no caso dele os tenketsus são como torneiras que estão todas vedadas e a água está estagnada dentro dele, o que vão fazer é bombear mais água pra dentro até abrir as torneiras na marra.
- Agora entendi, mas isso não é perigoso?
- Claro que é, o Naruto teve essa idéia se baseando no que aconteceu em sua luta contra o Neji-san! – avisou Sakura séria – não pode esperar que o corpo dele reaja igual ao seu que já era durão por natureza!!
- Confie no garoto Sakura-chan – pediu Naruto – quem é da família não desiste e não se rende nunca!

Mas apesar do otimismo de todos Sakura não estava certa se tal procedimento seria seguro, supondo que falhasse na melhor das hipóteses ele teria febre intensa e uma efeito similar a um ataque cardíaco, na pior das hipóteses ele poderia literalmente explodir, e só foi após muita pesquisa que resultou numa margem de sucesso de 80% que ela autorizou tal procedimento, o fato de ser realizado no telhado do hospital é justamente pra um atendimento rápido.

- Muito bem Hiroki-kun, agora eu vou injetar uma fração do chakra da kyuubi dentro do seu coração – avisou Kaede – sua temperatura deve aumentar cerca de 2 ou 3 graus e você deve sentir uma leve ardência na área.

Após o aviso ele concordou e um filete de chakra vermelho saiu do selo e subiu pelo corpo do menino até chegar no coração de onde se espalhou para todo o corpo, a proporção era de uma mera gota dentro de um grande balde mas mesmo assim era um chakra muito forte e tal como ela avisou o corpo do menino ficou mais quente.

- Hinata-san, me diga como está a rede de chakra dele – pediu Kaede.
- O chakra vermelho está parado na rede em volta do coração, não está circulando – analisou a Hyuuga com seu byakugan.
- Nossa, esse bloqueio é mais duro de arrebentar do que imaginei! – disse a Uzumaki surpresa – ok! Hora de mostrar quem é que manda, vai Hiroki-kun!

Com o comando o menino fez uma sequência de selos com a mão para utilizar os jutsus mais básicos ensinado na academia, enquanto isso Kaede usava um jutsu para potencializar a saída de chakra.

- Está se mexendo! O chakra vermelho começou a circular pelo corpo! – avisou Hinata exaltada – mas ainda está muito devagar.
- Vai meu filho, você consegue! – incentivou Mizura.
- Bota força nesses selos! – gritou Mayuri.

O menino então reuniu as mãos no selo que demonstra concentração, era o movimento pra expulsar chakra do corpo que normalmente era usado pra quebrar genjutsus e similares.

- aarrff o chakra desse menino parece cimento, não se move nada! – reclamou Kaede – acho que teremos que usar mais chakra!
- De jeito nenhum! A quantidade que estão usando mataria um animal pequeno! – protestou Sakura.
- Você é quem decide Hiroki, vai querer continuar? – perguntou Naruto ignorando o aviso da médica.
- É claro que eu quero! – respondeu ele fazendo força.
- Vai doer pra burro e VAI te machucar, eu sei bem disso – avisou Naruto – não precisa forçar pra dar certo.

O menino encarou Naruto e em seu olhar não havia qualquer duvida, com isso Naruto sorriu.

- Vamos lá Kaede, mas bem aos poucos – disse Naruto – enquanto isso você se concentra em fazer dar certo Sakura-chan!
- Droga, malditos Uzumaki e suas cabeças duras! – reclamou Sakura – Hinata-san, por favor me avise sobre qualquer mudança.
- Claro! Eu estou de olho.

Hinata voltou a prestar atenção na rede de chakra do menino enquanto Sakura tocava as costas dele liberando o chakra verde que aliviava a pressão sobre o corpo, logo Kaede fez fluir mais uma porção do chakra da kyuubi que se misturou ao que já existia dentro dele e imediatamente a temperatura e pressão de Hiroki subiram.

- O chakra vermelho está fazendo pressão, está forçando seu caminho se misturando ao dele! – alertou Hinata – está se acumulando nos tenketsus e pode estourar a qualquer momento!
- Eu agüento! Vamos lá! – gritou Hiroki fazendo força.

Do ponto de vista de Hinata os tenketsus dele pareciam rolhas numa garrafa cheia de pressão que alguém estava balançando freneticamente, os primeiros tenketsus localizados no centro do corpo foram os primeiros a sucumbir a pressão e se abrirem, cada um deles que se abria doía tanto quanto um soco forte no corpo dele arrancando gemidos e caretas feias.

- Agüente ai meu filho! Você é mais forte que sua mãe! – gritou Mayuri.

Os primeiros 64 tenketsus abriram completamente e pela primeira vez desde que nasceu eles puderam sentir seu chakra arrancando lagrimas de alguns, o procedimento continuou com Sakura tratando seu corpo ao mesmo tempo que Kaede injetava mais algumas gotas desse chakra e enfim 128 tenketsus abriram liberando o chakra de forma visível a todos, finalmente ele estava livre do que considerava uma maldição.

- É isso ai garoto! – gritou Naruto empolgado.

O menino sorriu e devido ao esforço desabou sendo segurado por Mizura que o impediu de cair no chão, ele respirava com dificuldade e enquanto todos se amontoavam ao redor dele Sakura o examinava cuidadosamente.

- Eu creio que ele está bem, com um pouco de tempo veremos se nada ruim aconteceu – avisou ela – mas do meu ponto de vista eu diria que foi um sucesso.

O grito coletivo quase foi ouvido na rua e a algazarra que começou no telhado fez Sakura repreender a todos.

- Droga! Eu queria ter chegado antes! – disse Saggi pulando no telhado – foi muita crueldade me dar uma missão ontem!
- Meu filho ta curado!! Ele vai ser ninja!! – gritou Mizura abraçando o companheiro.
- Hoje é tudo por minha conta! Ta tudo liberado! – gritou Naruto.

E se dependesse dele Konoha inteira festejaria o acontecimento, todos aqueles que conheciam Mizura desejavam que seu filho pudesse seguir a carreira da família, não que antes ele fosse considerado um deficiente mas quando se via a determinação dele em aprender mesmo quando não conseguia fazer nada ninguém conseguia deixar de sentir pena.
E próximo ao clã Hyuuga Yukie desativava seu doujutsu enquanto limpava as lagrimas, ao seu lado Hantei mesmo sem ter visto nada sabia o que tinha acontecido pelo sorriso dela.

- Deu tudo certo? O Hiroki está bem?
- Está sim, a tia Sakura está cuidando dele agora – respondeu ela – vamos voltar logo e no caminho eu te conto.

E rapidamente os dois retornaram ao clã Hyuuga e assim que chegaram a primeira pessoa que encontraram foi justamente Neji que os observava impassível.

- Tio Neji? Olha, eu posso explicar...
- Explicar o que? Aconteceu alguma coisa enquanto eu estava dormindo? – perguntou ele displicentemente.

Essa era a dica dele pra encobrir a fuga temporária dela, Neji não contaria a ninguém sobre a escapada dela sabendo a razão que levou a isso já que supostamente ele estava dormindo.

- O plano deu certo, o Hiroki está com o chakra liberado – avisou Yukie.
- Fico muito feliz por ele e pelo Mizura, creio que hoje comemoraremos a isso.

Neji seguiu seu caminho cuidando dos seus afazeres e já antecipando a festa que com certeza teria essa noite.

- Você parece triste, o que foi? – perguntou Hantei olhando a cara dela.
- Não é tristeza pelo que aconteceu hoje, é que agora o Hiroki vai poder ser ninja, vai sair por ai cumprindo missões e alegrando sua família com suas aventuras, enquanto eu ficarei aqui pro resto da vida – confessou ela – eu não posso culpar meu pai, foi tudo culpa minha afinal.
- Mas pelo menos passamos mais tempo juntos – disse ele acariciando o cabelo dela.
- Disso eu não reclamo – respondeu ela com um sorriso sugestivo – a mamãe até reclama que estamos juntos demais, mas ainda assim isso me faz falta demais!
- Talvez eu possa te ajudar com isso – disse uma voz atrás dela.

Os dois se viraram e viram alguém inesperado, era Nagato que chegava ao clã Hyuuga escoltado por dois jounins da folha, de tão entretidos na conversa nem notaram a chegada dele.

- Me desculpe Nagato-dono, pensei que o Hokage-sama estaria aqui, ele tirou a tarde de folga – disse o jounin ao procurar por Naruto.
- O Hokage está no hospital da vila com o resto da família – avisou Hantei.
- Eu irei avisá-lo que temos visitas – disse o outro jounin.

Ele logo saiu correndo deixando o clã Hyuuga para avisar Naruto da chegada de Nagato, enquanto isso o rapaz observava a movimentação do clã onde ele era visto com desconfiança e curiosidade.

- Aconteceu algo importante? – perguntou Yukie.
- Nenhuma crise se é o que pensa, eu estou indo para a vila da nevoa para uma reunião com a Mizukage e passei aqui pra tratar de uns assuntos antes – respondeu ele.
- Você mencionou algo sobre me ajudar, você estava ouvindo minha conversa?
- Não pude deixar de ouvir, mas você estaria interessada na minha solução?

A garota mostrou interesse e isso despertou a curiosidade de Hantei.

- Se quiser eu posso falar com seu pai para transferi-la pra minha vila, seria uma forma mais produtiva de você pagar pelos seus crimes – sugeriu ele – uma ninja como você seria muito bem vinda agora que estamos chegando a uma fase crucial para o país de Suzaku.
- Mas isso significaria que ela nunca mais voltaria pra vila! – disse Hantei preocupado com a possibilidade dela ir embora.
- Não se eu a designar como mensageira e diplomata entre nossas vilas, você estaria sempre indo e vindo entre os nós o tempo todo.

A solução que ele propusera era o raio de sol que ela esperava nos últimos meses quando ela sentia que sua vida se esvaia aos poucos, enquanto Nagato era levado pra acomodações de visitantes a garota encarava o seu namorado.

- Eu nem sei o que fazer, eu quero muito isso mas não quero deixar você e o pessoal – disse ela.
- Acho que é errado eu me sentir feliz por você hesitar, mas eu me sentiria mais feliz se você voltasse a sorrir como antes – disse Hantei tocando o rosto dela – você nasceu para ser como é e tirar essa chance de você seria muito egoísmo, aceite e depois pensaremos num modo de ficarmos juntos, nem que eu tenha que me mudar também!

A garota o abraçou e após um longo beijo ela jurou que faria tudo pra que jamais se separassem e enquanto Naruto retornava para casa o mundo lentamente se movia para o futuro.


Continua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

eu sei como voces se sentem quando uma fic está chegando ao fim.
eu agora vou trabalhar num cap de contos shinobis, o cap vai ser sobre a missao que mizura realizou no norte, alias a contos shinobis vai servir pra eu tapar alguns buracos dessa historia, por isso voce que acompanha não deixe de conferi-la!!