— Breathe —

Respire. A cada manhã, antes mesmo de abrir os olhos, Sansa murmurava para si mesma tal ordem. Podia ser apenas a tolice de uma garota jovem, porém, quando fazia aquele pequeno ritual sem importância ao acordar, Sansa sentia suas forças renovadas. A dor, por alguns instantes, sumia; substituída pelo simples prazer de saber que estava viva.

E, quando respirava — quando mantinha suas forças, quando se mantinha viva —, não fazia isso apenas por si. Fazia isso pela família, fazia isso pelos seus fantasmas. Através de Sansa, eles continuavam vivos. Através de Sansa eles poderiam — se a coragem não lhe faltasse — ter uma vingança. Afinal, ela devia isso a cada um deles.

E apesar de ainda querer estar morta algumas muitas vezes, Sansa respirava. E a cada vez que o ar invadia os seus pulmões, a cada vez que ela se forçava a permanecer forte, a loba tinha a certeza que, apesar da escuridão, dias melhores viriam.